O avesso da pele

O avesso da pele Jeferson Tenório




Resenhas -


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Renan.Bagatini 12/05/2024

Escrita incrível.
Uma história que te joga, sem dó nem piedade, numa realidade injusta e opressora. como no próprio livro é dito, uma pessoa branca, assim como eu, não consegue ter a dimensão e a completa compreensão disso tudo.
com uma escrita incrível que te prende e não solta em momento algum, o autor escreve sem pudor nenhum a vida de uma família preta no rio grande do sul. notei o carinho dele ao descrever os personagens suas falhas. nenhum deles é o vilão das histórias. todos são vítimas de uma sociedade e um sistema culturalmente racista. sistema esse que, na visão errônea dos estudantes, é representado pelos professores (que também são vítimas desse sistema).
achei um pouco triste a concepção que o eu lírico tem sobre relacionamentos, os quais, para ele, se resumem em quem perde menos e em quem recebe mais, como se fosse uma disputa, e não uma união (visão utópica a minha? talvez).
o autor do livro é, sem dúvidas, muito culto, citando luiz melodia, milton nascimento, truffaut, miles davis, james baldwin e tantos outros. guardei todos estes nomes para investigar as obras daqueles que não conheço.
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Letícia Ramos 11/05/2024

Leitura espetacular ?
Sem palavras para esse livro! Eu me pergunto o motivo de ter demorado tanto pra ler, mas parando pra pensar a todo capítulo eu parava pra raciocinar e ficava sem ar. Eu amei a escrita desse autor. Sinceramente, apenas leiam este livro.
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liaentrelivros 07/05/2024

No sul do país, um corpo negro será sempre um corpo em risco
Eu quis reler algumas partes dessa obra antes de fazer a resenha, pois, durante a leitura estava passando por uma semana de caos na faculdade. Chorei tudo o que eu não tive tempo de chorar antes.

"Na primeira vez que ouviu falar em consciência negra, você não compreendia que a sociedade se importava mais com a sua cor do que com o seu caráter."

Pedro começa a história no dia em que precisou ir até o apartamento de seu pai recém-falecido, e entre objetos e lembranças nos narra a trajetória de seus pais - Henrique e Martha - na cidade de Porto Alegre. Os capítulos são narrados entre a infância e adolescência de um e de outro, o encontro e a separação de duas pessoas marcadas por um cotidiano reduzido a esteriótipos e regras de convivência de uma sociedade racista.

"Quando pela primeira vez você ouviu a palavra 'negritude', o seu entendimento sobre a vida tomou outra dimensão, e você se deu conta de que ser negro era mais grave do que imaginava."

Formado em Letras, Henrique dedicou a vida ao magistério, outra luta árdua contra a escola e o desinteresse dos alunos pelos livros. Desencantado com a profissão, foi aos poucos se tornando apenas um operário, até começar a lecionar Português para uma turma noturna do EJA e se deparar com sobreviventes de um sistema que corrobora para que os jovens da periferia abandonem os estudos. E em uma aula sobre Crime e Castigo ele finalmente consegue a atenção desses alunos. Uma chama de esperança se acende, tão forte, tão intensa, que ele nem percebe, a caminho da escola, quando os policiais fazem a abordagem pela milionésima e última vez.

"Quando você morre, quando seu coração para, não importa o que você fez com sua vida, não importa quantos planos você deixou para trás, quantas pessoas você magoou, quantas te magoaram, quantas vezes você perdeu ou ganhou. Importa apenas o que você estava fazendo no momento da sua morte."

Pedro termina sua história contando a relação que tinha com os pais separados: de um lado, a mãe controladora, que descontava nele a insegurança do abandono de um casamento falido, e do outro lado, o pai pouco afetuoso de quem ele tentava se aproximar e ganhar a mesma importância que seus livros. É aí que está o avesso da pele, o que você significa para os outros, o que você carrega dentro de si e o que a sociedade não pode tocar. O abismo de viver confinado aos limites do que lhe é permitido de acordo com o seu tom de pele.

Não é à toa tanta polêmica em torno de O Avesso da Pele, não é preciso ter lido para saber o que constrange de verdade os falsos moralistas. É mais fácil censurar um livro do que chamar os jovens à discussão sobre assuntos tão pertinentes do nosso cotidiano. O incômodo de ler sobre cenas de sexo deveria ser menor do que se reconhecer em falas e atitudes racistas, mesmo quando despretenciosas. É saber que fazer parte do coro "bandido bom é bandido morto", muitas vezes é concordar com a violência policial cada vez mais normalizada nas estatísticas. É apagar sonhos de quem tenta fazer a diferença na vida das pessoas, seja através da educação, seja através da arte. É se conformar com a dor de quem perdeu um familiar por um erro, mas que precisa continuar, porque é vida que segue.

"Tenho Ogum em minhas mãos porque agora é a minha vez."
@bibliotecadedramas 08/05/2024minha estante
caramba que resenha bem feita!


liaentrelivros 08/05/2024minha estante
Obrigada, Ju! ??




Beatriz.Moreira 05/05/2024

O livro tem um estilo de narrativa diferente, que conta uma história a partir de palavras não ditas e sentimentos não expressados a um certo você. Uma escrita rica em descrições e detalhes que nos faz emergir nas vivencias dos personagens e que apesar de não ser uma escrita voltada a beleza e floreios é uma escrita muito poética.
Sentir a dor da perda em geral, a dor do tempo que é perdido, a dor do abandono, a dor da desesperança, a dor da diferença nos leva a refletir: quem somos nós mediante a dor?
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triz 02/05/2024

"após uma tragédia, nada fica como antes"
Não é difícil compreender o motivo pra tentarem censurar esse livro: escancara o racismo na sociedade e a violência policial. apesar de não ter me prendido, o livro é muito interessante e bem escrito
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Alex 01/05/2024

Um triste para se identificar nos cenários, identificar a família nele. Um livro que mostra a realidade angustiante que vivemos.
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Debora.Olindina 28/04/2024

A Carne Mais Barata do Mercado é a Carne Negra
Eu fiquei profundamente comovida com o pesar realístico contado no livro. Senti a familiaridade do não pertencimento e desprazer em conviver com certas comunidades.

O livro é narrado por Pedro, jovem negro que passa pelo luto da perda recente de seu pai, Henrique Nunes, morto em uma abordagem policial. Durante todo o esclarecer de suas memórias e temores, Pedro evidência o quão absurdo é viver em uma sociedade de julgamentos e desprazeres racial.

De todos os momentos lidos entre páginas ler ?A única coisa que você fez foi tentar mostrar a eles algo que valesse a pena. E foi só isso. Vinte anos.? foi a mais dolorosa, e saber que esses foram seus últimos momentos de felicidades, momentos esses que poderiam ser contados nos dedos das mãos.

Te índico essa leitura de coração pelo prazer da escrita, o conhecimento dos dias árduos de pessoas negras e pela valorização da literatura brasileira, que é uma preciosidade!
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Jose 28/04/2024

Esse livro não está sendo censurado por causa de palavrões é porque ele foi escrito pra incomodar mesmo, a narrativa machuca de todas as formas possíveis e a gente termina com um nó de angústia. É isso, recomendo que se leia!
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Di Morais 28/04/2024

O avesso da pele
Muito bom
Um romance sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude, O avesso da pele é uma obra contundente no panorama da nova ficção literária brasileira.
Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria "Romance Literário". 
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Beatriz2501 27/04/2024

Um. Tapa. Na. Cara.
Caramba. Esse foi um daqueles que te acorda para você perceber a realidade bruta e crua que vivemos no nosso país. A história que inicia colocando o leitor na posição de atuante das ações, impacta aquele que lê. Foi com certeza um dos livros mais impactantes que eu li neste ano. Todos deveríamos ler essa obra.
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Fagner 23/04/2024

O avesso da pele
Apesar de curto, esse livro foi desafiador. Fui lendo a conta gotas e absorvendo o que me era mostrado.
Acompanhar a vida e a morte de Henrique e as vidas que por ele passaram e foram influenciadas. Deparar-se com a realidade do racismo no Brasil (especialmente no RS que é onde a história se passa) e como as diferentes pessoas lidam com esse preconceito em seu cotidiano.
Eu comecei essa leitura por conta do burburinho e saio dela com a mente em ebulição.
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Lara 21/04/2024

Devastador e imprescindível
Deveria ser uma leitura obrigatória do ensino médio um adolescente de 16 anos tem a capacidade de digerir essa história, a escola não é apenas uma instituição de âmbito acadêmico, mas humanitário e a consciência racial deve ser construída desde cedo.
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Caroline.Rodrigues 19/04/2024

Que livro!!!!
Eu amo esse tipo de narrativa, definitivamente é meu gênero junto com suspense, me agrada sentir os impactos numa narrativa de vivência, extrair os detalhes das situações.

Em o avesso da pele você sente como a vida molda as pessoas, como somos culpados e vítimas ao mesmo tempo, isso é uma loucura muito grande. Como um sistema de sociedade sustentado por pilares de injustiça e preconceitos adoecem as pessoas.

O avesso da pele é doloroso e dilacerante, ao passo que te entrega vidas e te faz sentir compaixão e raiva na mesma intensidade.

Excelente
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Ronan.Azarias 16/04/2024

Não sei se gostei
O estilo literário não é do meu gosto. O livro é bem escrito e sim levanta questões e até mesmo sentimento de injustiça para quem vive a realidade tratada no livro, mas não é o tipo de livro que me atrai. Houve passagens interessantes, frases marcantes e outras desnecessárias. No final das contas é sim um ótimo livro, mas não é pra mim. Sobre a treta que obl livro causou eu concordo em partes porque este livro seria, pelo menos um PG16 se fosse filme... Mas enfim, não acho que precisava do alvoroço todo que foi causado.
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Brenda.David 15/04/2024

Uma observação precária sobre a vida
O livro vencedor do prêmio Jabuti 2021 me trouxe a sensação de ter sido escrito por um autor negro para leitores brancos. Contemplando certa parte da narrativa do filme American Fiction (2023).

Apesar disso, a obra certamente tem sua beleza. Jeferson Tenório escreve lindamente, e não foram poucos os trechos os quais grifei por aqui.

Não recomendo para pessoas pretas nem para graduandos em alguma licenciatura.

Certamente uma obra que revisitaria.
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