spoiler visualizarKenny 22/12/2022
A busca de uma mulher por todas as coisas da vida...
Esse livro é uma armadilha, mas nem toda armadilha é necessariamente ruim, não se você mesmo montou ela para conseguir algo. É, portanto, uma armadilha, pq tem o poder de influenciar a busca de coisas novas, fora das suas zonas de conforto, como aprender uma língua estrangeira, viajar sozinho, comer, rezar e amar.
Liz, uma mulher nos seus 30 se vê presa em uma vida que ela não deseja ter e que as pessoas esperam que uma mulher em uma sociedade patriarcal alcance. Em um momento de colapso emocional, psicológico e matrimonial, ela percebe que o ideal que sempre se sentiu forçada a ter (marido, filhos, uma casa fixa) não era para ela. Sucumbindo ao medo, em suas preces desesperadas, ela recebe um sinal de que este é o momento de realizar os seus desejos, de se aproximar de Deus e de si mesma, se reencontrando através dos prazeres da vida: tanto os carnais como os espirituais.
Ao tomar a decisão de mudança, ela embarca na aventura de tirar para si um ano sabático, dedicando o seu tempo à três países e três objetivos diferentes.
Com esse livro, fui influenciada a amar a Itália e a língua italiana, a refletir sobre a necessidade do equilíbrio espiritual e como nossa sociedade (e nós mesmos) impomos coisas absurdas e pressões inimagináveis sob a gente, e, por fim, pensar no amor como uma parte possível de nossas vidas, não como uma necessidade única e concreta.
É estranho pensar como, apesar de Liz ser uma mulher extremamente privilegiada em comparação a outros grupos marginalizados, ela consegue articular muito bem as questões humanas, suas variações e emoções mais comuns e relacionáveis para o leitor.
Por fim, mesmo sendo um livro bastante desprovido de diálogos e predominante descritivo, ele traz ao mesmo tempo pesos e levezas que contribuem para fluidez da leitura assim como para a aproximação do leitor com a narradora.