Ju 08/09/2012Comer, Rezar, AmarEu adoro a capa desse livro. Acho que este lembrete de quantos exemplares já foram vendidos estraga um pouquinho, mas se conseguirmos olhar pra ela e fingir que ele não está lá o design fica limpo e lindo! Muito fofo o "comer" ser escrito com macarrão, o "rezar" ser escrito com (pelo menos eu acho que seja isso) uma ilustração do cordão de contas que se usa no pescoço na Índia chamado japa mala (digo uma ilustração porque contei e tem mais contas do que deveria, segundo o que a autora nos ensina na introdução) e o "amar" ser escrito com partes de uma flor.
Eu anotei vários trechos do livro pra colocar aqui, mas, pra variar, acho que não usarei quase nenhum. Se vocês lessem todos os trechos juntos, iam acabar pensando: "Mais um livro de auto-ajuda!! dispenso, obrigado(a)!", e não dariam ao livro a chance que ele merece.
Admito que não é um livro que eu imagine que agradará a todos. Acredito que depende muito do quanto você se identifica com ele.
Como dito na sinopse, o livro se baseia em uma experiência pessoal da autora. A partir daqui, só a chamarei de Liz. Ela conta sua história de forma tão sincera e tão aberta que passei a vê-la como se fosse uma amiga de infância! rs...
Pois bem, Liz é casada há vários anos, ama seu marido, mas chegou o momento em que todos esperam que ela tenha finalmente um filho. E, bem, ela descobre que não é isso o que quer pra sua vida. Ela acreditava que ao chegar aos 30 anos mudaria de idéia, mas se pega implorando para não engravidar, mesmo que esteja tentando fazer isso (para agradar a todos exceto a ela mesma). No momento em que consegue aceitar o conflito que está vivendo, ela faz uma oração e conversa com Deus pela primeira vez em sua vida.
Liz passa por uma época tortuosa. Sente uma culpa gigante pelo divórcio. Acaba por se envolver com outro homem, mas o relacionamento também não é dos mais saudáveis.
Percebe que sua vida precisa de um novo rumo, que ela precisa fazer algo egoísta pela primeira vez na vida, e decide viajar durante um ano por três países para atingir objetivos diferentes em cada um deles. Ela queria: "(...) explorar a arte do prazer na Itália, a arte da devoção na Índia e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas". (p.38)
É uma viagem de autoconhecimento. Liz explora o prazer na Itália através da comida, a devoção na Índia vivendo em um ashram (tentativa de definição: é um local em que pessoas de várias origens acabam formando uma comunidade por algum tempo, todas com o objetivo comum de encontrar Deus, seja com que nome for que o conheçam), e na Indonésia ela explora o equilíbrio, como posso dizer, vivendo?
É um livro muito bem escrito, Liz tem um bom-humor maravilhoso e uma capacidade de nos envolver na história que é fantástica.
Não vou me estender nos trechos, mas tem um que não posso deixar de citar:
"(...) talvez todos devamos parar de tentar retribuir às pessoas deste mundo que apoiam nossas vidas. (...) talvez seja mais sábio se render à milagrosa abrangência da generosidade humana e simplesmente continuar dizendo obrigada, para sempre e com sinceridade, enquanto tivermos voz".
É isso o que eu estou sentindo agora. É impressionante o que vemos acontecer quando precisamos realmente das outras pessoas, e elas nos ajudam de todas as formas que podem. A solidariedade está, sim, viva no mundo. Isso pra mim é um motivo de grande felicidade. Não tenho como retribuir todo o carinho que tenho recebido, mas nunca vou me cansar de agradecer.