EVELYN 01/01/2023
Ahhhh a maternidade!
Sabe aquele livro que você começa ler sem muita expectativa e é surpreendido ? Então, esse livro foi assim pra mim? QUE LIVRO BOM!
Laura é a narradora e nós acompanhamos as coisas a partir da visão dela, que conta o que está acontecendo com ela e com as suas amigas.
É um livro sensível, mostra que ser mãe não é uma maravilha, Alina que por um momento não queria ser mãe muda de ideia, engravida, descobre que o cérebro da filha não está desenvolvendo pois tem microlissencefalia e é informada de que a bebê irá morrer assim que nascer, passa por um luto antecipado no final da gestação, mas Inês surpreende a todos sobrevivendo mas será dependente dos pais pro resto da vida e agora Alina precisa aprender a lidar com isso. Doris, que ficou viúva recentemente, é uma mulher marcada pela violência que sofria antes do marido falecer e que não está sabendo lidar com o filho que tem vários episódios de raiva e não a respeita, ela está esgotada física e emocionalmente lidando com a depressão e o sentimento de amar muito o filho mas se arrepende de o ter tido porque sente que ele sugar toda sua energia, e não se sentindo capaz de cuidar dele decide mandá-lo para casa da irmã, e por fim Laura uma mulher independente que nunca gostou de crianças e priorizou sua carreia, estudo e viagens não quer abrir mão das coisas que gosta para ser mãe só por ser algo que a sociedade espera dela simplesmente por ser mulher, decidida a não ter filhos e faz uma laqueadura para não ceder a “?tentação”? e se arrepender depois, mas que acaba estremecendo relacionamento com sua mãe ao revelar o que fez, mas que acaba se apegando ao filho de Doris e passa a ser sua rede de apoio.
É um livro sobre mulheres, feminismo e maternidade, e sobre o pouco controle que nós temos com os acontecimentos da vida, foi o melhor livro que li em 2022 e recomendo muito leitura.
?Acho que chega um momento em que todas as mães percebem isto: nós temos os filhos que temos, não os que imaginávamos, ou o que gostaríamos de ter, e é com eles que temos de lidar?
?Uma Criança por mais terna e doce que fosse em seus bons momentos sempre representaria um limite a sua liberdade, um encargo econômico, sem falar do desgaste físico e emocional que traz consigo?