Pança de burro

Pança de burro Andrea Abreu
Andrea Abreu




Resenhas - Panza de burro


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Lahdutra 22/05/2022

original
Livro cutinho sobre a intensidade da amizade na infância, descoberta sexual e perda da inocência.
Muito divertido, às vezes deprimente, meio nojento, muitas vezes incômodo, e super original!

Eu teria apreciado mais sobre as personagens em torno das famílias das meninas e da comunidade, mas no geral foi uma leitura muito boa. Amei!
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Mari Pereira 29/09/2022

Se me perguntarem qual livro de 2022 não se pode deixar de ler, Pança de burro estará no alto de minhas recomendações.
O livro narra, com certa simplicidade, a história da amizade entre duas garotas que vivem nas Ilhas Canárias, na parte pobre da ilha. O mundo delas se restringe ao vilarejo onde vivem e às relações que ali desenvolvem.
Elas estão naquela idade em que se despedem da infância e começam a ser adolescentes, ainda que se permitam criancices de vez em quando.
A descoberta do corpo, da sexualidade, o desejo de transgredir regras, tudo isso é muito presente.
A história é narrada por uma das garotas, com um misto de inocência, inveja, escatologia, infantilidade, desejos e melancolia...
A oralidade marca a narrativa e a leitura é deliciosa. A forma como a autora brinca com as palavras é maravilhosa e dá um brilho para o texto, que é único.
Pança de burro é uma preciosidade. É aquele tipo de livro que nos faz lembrar de nós mesmos quando tínhamos essa idade. Mas, ao mesmo tempo, é um livro que nos deslumbra com sua ousadia e criatividade.
@wesleisalgado 05/10/2022minha estante
Feliz por vc ter gostado :)




Matheus656 13/05/2022

?pança de burro?, de andrea abreu.

sucesso de crítica e com mais de 70 mil exemplares vendidos na espanha, ?pança de burro? é uma história vulcânica da amizade entre duas adolescentes nas ilhas canárias durante os anos 2000.

é um texto que é pequeno apenas em extensão, porque em qualidade, emoção e, acima de tudo, em honestidade, ele é enorme. a narrativa é sobre o cotidiano de duas amigas, sobre os seus passeios no verão, as suas brincadeiras e ilusões que, por vezes, contrastam extraordinariamente com as suas realidades, e sobre a descoberta das grandes e das pequenas coisas da vida.

as protagonistas, que são amigas muito singulares e inseparáveis, se encontram ??na transição entre o fim da infância e o início da adolescência, incluindo nesse combo todos os seus despertares e transformações.

de uma forma antagônica, a autora conta dramas muito profundos com um senso de humor único e eletrizante, nos levando ao laço do dialeto e dos costumes da região pelas mãos das duas meninas.

o texto me lembrou durante muitos momentos o livro ?a amiga genial?, primeiro volume da tetralogia napolitana, série de quatro partes da autora italiana pseudônima elena ferrante. em ambas as histórias, acompanhamos a infância e início da adolescência das protagonistas, a vida difícil em suas respectivas regiões, o assédio dos garotos e dos homens, e o desejo que nutrem de sair daquela cidade em busca de um horizonte mais confortável.

brutal.

andrea abreu nos deu um curto, mas tão intenso pedaço de vida. adorei!
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Anderson 22/05/2022

Este livro consegue captar nossa atenção desde o início por sua proposta de linguagem deslocada do que vemos tradicionalmente. Sem um drama específico a ser resolvido, vamos devorando as páginas e acompanhando a história de amizade entre duas pré-adolescentes e os meandros dessa relação.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 30/07/2022

Andrea Abreu - Pança de burro
Editora Companhia das Letras - 192 Páginas - Tradução de Livia Deorsola - Capa: Elisa von Randow - Lançamento: 2022

O premiado livro de estreia de Andrea Abreu é narrado por uma protagonista de apenas dez anos, nomeada por seu apelido, Shit, assim como a autora nascida em Tenerife nas Ilhas Canárias espanholas, onde é ambientado o romance, em uma região montanhosa do interior, isolada do restante da ilha e próxima a um vulcão com risco de erupção. Outra característica do local é o fenômeno meteorológico chamado "Pança de burrro", que empresta o título à obra: nuvens pesadas e baixas que formam uma espessa camada sobre a terra, um cenário árido, longe das famosas praias e balneários de Tenerife, maior ilha do arquipélago das Canárias.

Shit tem uma melhor amiga chamada Isora e, durante as férias escolares, ambas compartilham a descoberta da sexualidade entre as brincadeiras típicas da idade e outras nem tanto. Isora é mais madura, órfá de mãe e sem notícias do pai, vive com a avó autoritária, dona de uma venda do bairro. Neste ambiente isolado, como uma ilha dentro da ilha, em uma sociedade pobre e machista, a autora explora a ambiguidade das personagens, oscilando entre a ingenuidade e a precoce crueldade, por meio de diferentes sentimentos que norteiam a obsessiva relação das meninas: amizade infantil, desejo sexual, inveja e romantismo se alternam.

"Feito um gato. Isora vomitava feito um gato. Hurgh hurgh hurgh, e o vômito se precipitava na privada para ser absorvido pela imensidão do subsolo da ilha. Isso acontecia duas, três, quatro vezes por semana. Ela me dizia sinto muita dor aqui, e apontava para o meio do tronco, bem no estômago, com o seu dedo gordo e moreno, com a sua unha como se tivesse sido mascada por uma cabra, e vomitava como quem escova os dentes. Puxava a descarga, abaixava a tampa e com a manga da blusa, uma blusa quase sempre branca com estampa de melancia com sementes pretas, enxugava os lábios e continuava. Ela sempre continuava. [...] Eu teria seguido ela ao banheiro, à boca do vulcão, com ela eu teria subido até ver o fogo adormecido, até sentir o fogo adormecido do vulcão dentro do corpo. E eu a segui, mas não fomos ao banheiro do refeitório, e sim ao do segundo andar, onde não tinha ninguém, onde diziam que morava uma garota fantasma que comia o cocô das meninas que copiavam a lição de casa." (p.7-9)

Um ponto bem explorado no romance é o contraste entre o cotidiano de uma região rural e a influência da chegada da internet, como na hilária cena de Isora se conectando no "méssinger" com um anônimo que se masturba na frente da câmera, tudo isso nas aulas de informática no centro cultural do bairro, quando as duas driblavam a atenção do professor: "Embora ele soubesse que Isora e eu fazíamos uma borda de joaninha no Word e já entrávamos direto no méssinger, ele não nos dizia nada e, se nos via com as janelinhas do méssinger abertas, fingia que não estava vendo e continuava explicando mais coisas do Word."

"Na carteira do colégio, assim, como se esfregam os animais na merda, nas rãs em decomposição, assim a gente se esfregava na carteira do colégio. E as crianças frequentavam a sala de aula, que era uma sala pequena, com um só professor para dois cursos, e ficávamos nós, as crianças do primeiro ano, do lado esquerdo da sala, e as crianças do segundo ano do lado direito da sala e o professor explicava um pouquinho a cada um dos grupos e nós escutávamos as explicações dos do curso dos mais velhos. Por isso aprendíamos coisas que ainda não era hora de aprender e sabíamos dividir números por três e nos esfregar na carteira, como os porcos no esterco, esterco de cavalo. Depois ficávamos fedendo a perereca, a sala toda fedia a perereca e as roupas das outras crianças fediam a perereca e o professor e as mãos do professor também, porque ele pegava o giz que a gente pegava." (p. 91-2)

A autora busca reproduzir a oralidade em sua estrutura narrativa, pontuada por um "lirismo escatológico" como bem definido na apresentação de Ana Guadalupe e ainda utilizando algumas arriscadas passagens experimentais, como por exemplo no longo fluxo de consciência da protagonista, destacado no trecho abaixo, sem nenhuma pontuação. Algumas críticas têm comparado o romance com A amiga genial, parte da tetralogia de Elena Ferrante que tem como base a amizade de Elena Greco e Lila Cerullo (Lila e Lenu) ao longo da vida, mas a comparação é infundada no meu entendimento, tanto no conteúdo quanto na forma dos livros.

"um buraco na terra cavar com as unhas e a terra e o sangue das unhas dentro dos ouvidos se enterrar talvez o melhor fosse se enterrar como os mortos e ser uma coisa debaixo da terra se transformar numa raiz de uma mata velha em alguma coisa quase comestível e por engano ser comida por uma lagarta por um animal doente com as tripas furadas cheias de vermes por fora podre como um coelho com raiva e sem mãe nem pai e com gosto de veneno das bananeiras no céu da boca agrotóxico talvez fosse melhor pedras balançando sobre a cabeça como um maracujá partido com a ponta dos molares arrancar os dentes um a um com uns alicates e colocá-los todos todinhos num prato com maionese por cima todos enfileiradinhos como papas locas e se alimentar dos próprios dentes feito um cachorro comendo a própria merda se alimentar de si mesma até virar do avesso feito uma meia até desaparecer até que os dentes da gente comessem a gente começando de dentro depois botar os intestinos pra fora pelo 🤬 #$%!& como uma cabra com o útero solto e fazer um colar de caracóis com os intestinos e pensar em dar o colar de presente pra Isora pensar em dar a ela o suquinho da bílis que é a última coisa que sobra pra gente quando não sobra mais nada" (p.156)

Sobre a autora: Andrea Abreu nasceu em 1995 em Tenerife, nas Ilhas Canárias. Pança de burro (2020) é seu primeiro romance, publicado em mais de vinte países, eleito o melhor livro de estreia pelo Festival de Chambéry e vencedor do prêmio Dulce Chacón. Abreu fez parte da edição dos melhores escritores com menos de 35 anos da revista Granta.
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Aegla.Benevides 04/06/2022

Seria injusto dizer que esse livro descreve apenas a amizade entre duas meninas crescendo nas Ilhas Canárias. Também seria igualmente injusto resumi-lo em um único sentimento, um único pensamento, uma única sensação. A verdade é que Andrea Abreu chega ao âmago de uma pré-adolescência caótica, pela qual todos nós já passamos, de forma surpreendentemente fácil, segura e verossímil, como se ali estivesse escrevendo mesmo um diário.

Ao longo das páginas, a instável e curiosa narradora, apelidada de Shit, garante boas risadas e sentimentos controversos a nós, leitores, com descrições marotas do relacionamento cotidiano com Isora, sua melhor amiga. Um dos pontos que mais me chamou atenção foi a descoberta da sexualidade, com esfrega-esfregas, secreções corporais e conversas danadas trocadas no chat do ?Méssinger? ? sim, os estrangeirismos são levados ao pé da letra pelas mãos da autora.

Mas nem só de uma linguagem real e sem filtro se constrói essa pequena grande história. Aqui, os sentimentos são tão crus e tão ácidos ? além dos opostos que surgem: o amor e o ódio, a inveja e a empatia, o ?querer bem? e ?querer longe? ? que convocam o leitor a reflexões inesperadas no meio de uma risada. Também as passagens sobre o clima e, sobretudo, sobre as nuvens e seu formato no céu, conferem ao enredo um tom cinza, pluvial, como se à espera de acontecimentos ruins.

A autora não peca na ambientação da cidade, com descrições cômicas e ousadas sobre os moradores, que também fazem parte da construção desse enredo singelo, mas potente - para quem se encanta por tramas desse tipo, outros bons livros dos quais lembrei ao encarar ?Pança de burro? foram ?A casa na Rua Mango?, de Sandra Cisneros, e ?se deus me chamar não vou?, de Mariana Salomão Carrara. Por fim, pra fechar com chave de ouro à la Andrea Abreu, o final dessa história não poderia ser diferente: é marcante como Shit e Isora nos fizeram esperar.
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Sens0 24/03/2023

Talvez o livro mais original que já li
Assim como li em outras resenhas, também tive muito dificuldade em que nota dar para esse livro.

Ele apenas foi uma experiência única, ele é de uma originalidade enorme, com um palavriado feito para deixar desconforto

Com uma história linda sobre descobrimento da sexualidade misturado com a passagem forcada da infância a adolescência que toda mulher provavelmente já passou.

Só queria um pouco mais no final, apesar de ter gostado dele
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@wesleisalgado 31/07/2022

Sua lindinha, feiozinha e também que me empurra sua nojenta kk
Shit foi a corporificação pra mim das crianças retratadas nos ótimos cartoons da Rafaela Tuma.

Que escrita deslumbrante e magnética, não teve um minuto em que eu não tenha me sentido na pele das crianças ali retratadas , na paisagem da Ilhas Canárias esperando um vulcão entrar em erupção.

E a história parece saída direto do diário de uma menina de 10 anos atrevida, inteligente e espevitada . Eu achei incrível e alguns episódios me fizeram rir alto, vide os incidentes com uma caixa em uma lanhouse. É como se a autora tivesse conseguido encapsular momentos de sua real infância pra compartilhar com os leitores.

Sugiro durante a leitura procurar o perfil de Instagram da escritora (@andreaabreulopez), vai ser melhor do que qualquer possível adaptação, as fotos vão te colocar diretamente na história.

Tazos, pokémos, Hamtaros, Hotmails, messingers, barbis ...fora todas as referências de uma infância no início dos idos de 2000, a tradução faz um jogo de palavras de impressionar. Divertido, original, com um final que eu não esperava mas que só acrescenta pontos positivos na minha cabeça, provavelmente vai figurar na minha lista de melhores do ano. Recomendo!
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Carla Verçoza 19/01/2023

A narradora shit nos conta sobre a amizade com Isora. Um livro bem bacana sobre a infância e pré adolescência, sexualidade, brincadeiras e um tanto de escatologia.
De leitura rápida, achei a obra envolvente e bem escrita. Recomendo.
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Ramilla.Souza 11/01/2023

Surpreendente
Confesso que não esperava tanto da leitura de Pança de Burro. Tinham me recomendado o livro, mas sem maiores comentários, então, eu não sabia o que ia encontrar.

A escrita de Andrea Abreu é sensível e precisa. Nada sobra no livro, tudo está no lugar. As escatologias, a descrição do lugar onde vivem as duas meninas, a relação das duas, os parentes, as outras crianças. Tudo constrói uma paisagem muito interessante.

As personagens são lindamente elaboradas, palpáveis. É possível enxergá-las perfeitamente. Abreu não força nada, mas também não deixa nada para trás. Explora as emoções da protagonista até o seu limite.

Uma coisa curiosa é que a protagonista não tem nome. Ela narra e nomeia a amiga, Isolda. Isolda é o mundo. Para a menina, tudo nela é grandioso.

Uma bela história de amizade, crescimento e amor.
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Debora 02/07/2023

Mais um livro triste com narradora criança
Talvez minha avaliação deste livro fosse melhor se eu já não estivesse enjoada da fórmula livro-triste-narrado-por-criança. E este tem uma dose de escatologia extra.
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mimperatriz 18/05/2022

Pança de burro
Pança de Burro é o primeiro romance de Andrea Abreu publicado em mais de vinte países. Foi eleito o melhor livro de estreia pelo Festival de Chambéry e vencedor do prêmio Dulce Chacón.

No início da leitura tive impressões dúbias sobre o livro - em algumas passagens pensei ?que personagens e história incríveis? e em outras pensei ?sério??.

No decorrer da leitura essas impressões se mantiveram, mas não de forma negativa, pelo contrário!

A história se passa nas Ilhas Canárias, em uma cidadela ?nublada? aos pés de um vulcão. Mostra a amizade de duas meninas e com ela toda a fragilidade, mas também a força, as descobertas e as certezas, o amor e a raiva, o desejo e o desinteresse, a felicidade e o desapontamento, a tradição e a tecnologia, a brutalidade e a modernidade.

Essa ambiguidade nas emoções - dos personagens e do leitor - é visceral! Não consegui parar de ler o livro em busca do próximo sentimento e a leitura se tornou realmente deliciosa.

E essa ambivalência também é reflexo da complexidade existente nas amizades de meninas, o que Andrea desnuda de forma mágica no decorrer do livro.

Nesse ponto, e ressalvadas todas as muitas diferenças, lembrei um pouco de Amiga Genial, de Elena Ferrante, que também revela os muitos lados de uma amizade de meninas.

É um livro leve, mas também forte. Muito forte! É um livro alegre, mas também triste. É um livro que traz um bem-estar, mas também um certo desconforto.

Fui impactada por Pança de Burro - durante e pós leitura. Aliás, deixar um espaço para que o leitor assimile os sentimentos e pense na história por um bom tempo é genial.

Recomendo!
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Retalhos e Prefácios 09/06/2022

Indigesto
Acho que essa foi a primeira vez em que tive tanta dificuldade em avaliar uma leitura. Acabei dando três estrelas mas, a real, é que não sei se estou sendo justa.

Achei uma leitura densa e indigesta em muitas partes. Gostei muito de tantas outras e, principalmente, da originalidade da obra.

Não sei, até agora, reduzir a experiência em
um "gostei ou não gostei". Acho que é uma obra que merece ser lida e sentida. E que, cada um, extraia dela algo diferente para si.

Independente de qualquer coisa, não é uma história esquecível, pelo contrário. Consigo compreender o sucesso que tem feito mundo a fora. Mas, realmente, ainda não sei falar muito sobre. Talvez eu volte aqui daqui uns dias, depois de digeri-la melhor.
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Liz Silva 24/06/2022

Os sentimentos e o corpo
Pança de burro é um livro especial, tanto por sua história quanto pela forma como é escrito. Capaz de despertar os mais diversos sentimentos no leitor, é impossível passar impune por ele

É um livro divertido, engraçado, triste, escatológico, sensível, intenso. Um retrato muito potente da passagem da infância para a adolescência, com todas as descobertas e vulnerabilidades dessa fase.

O título do livro funciona de forma perfeita como símbolo dessa bruma que impede que se veja as coisas de forma concreta, mas em contrapartida que se sente intensamente.

Sem poder entender de forma consciente nem expressar em palavras, é o corpo que sente e expressa nas suas diversas formas todas as alegrias, desejos, dores e traumas.
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Lusia.Nicolino 30/12/2022

Narrativa visceral, escatológica e, ainda assim, poética!
Pança de burro é um fenômeno meteorológico bem característico do norte das Canárias, é quando nuvens pesadas e baixas formam uma grossa camada sobre a terra, muitas vezes com neblina. E, Pança de burro, o livro, pode não ser para todo mundo, mas é fenomenal. Um dos melhores que li esse ano. Uma história de amizade entre duas meninas que crescem no interior de Tenerife, longe do Atlântico e das orlas chiques das ilhas, espiadas por um vulcão que se diverte ao ameaçar entrar em erupção. A vida tão curta e já tão carregada de vivências. O despertar de sentimentos como o amor e a inveja, a descoberta da desigualdade social, do machismo, da vontade de escapar de um destino que... Que vai se encarregar de resolver algumas coisas, ainda que nos surpreenda e entristeça. Os cães da história, sempre sujos, magros e famintos, não trazem nenhum consolo para a ferida que conhecer Isora nos abre e, ainda assim, uma leitura muito necessária. Quer experimentar algo novo? Acompanhe Andrea Abreu em sua narrativa visceral, escatológica e, ainda assim, poética.

Quote: "Pensei em quando os filhotinhos de pombo são frágeis e inúteis e caem do ninho porque o seu irmão bem alimentado os jogou pro ar e eles se espatifaram no chão. Eu era isso, um pássaro desplumado e cheio de pulgas, um pássaro com o coração cansado e o bico aberto, o bico aberto à espera de Isora, das suas palavras, do cheiro de pão queimado das pontas dos seus cabelos, o preto e o podre que havia dentro das suas unhas rentes como a maré baixa se arrastando contra as rochas."

site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lu_nicolino_le
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