Thaís 19/07/2023
Quem sou eu?
Quando nos percebemos em situações inimagináveis, quem podemos nos tornar? Quem de fato podemos conhecer, se nem mesmo conhecemos todas as nossas facetas? O quanto um acontecimento pode mudar o passado, o presente e o futuro das suas relações?
O jeito que o chão das duas personagens é arrancado abruptamente e o quanto isso impacta não só a sua relação, mas a relação com filhos, maridos e até mesmo com pessoas do passado é devastador.
Esse livro é um grande exercício de empatia. Durante a leitura, sem perceber, me coloquei no lugar não só da Jules e da Holly, mas também, no lugar de Saul, Saffie, Pete e Rowan. Assim, entendendo suas ações baseadas no seu ponto de vista. E mesmo ao tentar me imaginar sob a ótica de cada personagem, eu não sei quem eu seria em uma situação como essa, tanto como Jules, ou como Holly. Acho que não sabemos quem somos, até sermos de fato submetidos a algumas situações.
Além disso, ainda que indiretamente, o livro proporciona reflexões sobre consentimento, misoginia, educação, comunicação e amizade... Acho que a narrativa é muito bem construída, abordando não só a tragédia e a luta para mostrar o seu lado da história, mas a reconstrução dos personagens como mães e como amigas, sendo uma história envolvente e instigante.