Dé 25/07/2023
O amor doi? ou tentar caber num amor que não é para si, doi?!
Ao expor a história de seu relacionamento com uma mulher encantadora, mas também volátil e abusiva, Carmen Maria Machado traça um arco narrativo que vai desde o início cheio de promessas até o final difícil e confuso, que deixa marcas impossíveis de ignorar.
Carmen se apaixonou por uma mulher que parecia maravilhosa – elas fazem sexo, viajam juntas, conhecem as respectivas famílias –, mas que acaba se tornando opressiva e aterrorizante, apesar de ainda sedutora. Embora seja difícil resistir ao charme da companheira, a autora cada vez mais se dá conta de que os limites autoimpostos – aquelas balizas que fazem dela a pessoa que quer ser – estão sendo ignorados.
A casa dos sonhos deveria ser um lugar de felicidade e acolhimento, mas como é possível entender a transformação dela em assombro e violência? Em vez de traçar seu passado de forma linear, Carmem Maria Machado o fragmenta para alcançar o maior efeito possível na pessoa que lê, criando um mergulho emocional ao mesmo tempo angustiante e belo.
Neste livro de memórias ousado e brutal, Machado examina um relacionamento abusivo através de sua percepção pessoal, mas também por um viés cultural e sociológico. Ao registrar sua experiência de sexualidade queer e violência psicológica íntima, a autora chama ao palco personagens largamente marginalizados e esquecidos pela história que, invisíveis na narrativa coletiva, encontram ainda mais dificuldade para entender o significado de seus próprios sentimentos.
reflexão pessoal:
UAL! eu diria que com a leitura é possível sentir na pele toda a movimentação, angústia, desejo que é envolvido entre as personagens. comecei a leitura devido a capa, onde me mostrou que uma pseudo-mulher não estava cabendo mais onde ela acreditava ser sua casa dos sonhos e, entendo agora que talvez nessa perspectiva a casa dos sonhos poderia ser a necessidade de utopia: um bom relacionamento, uma casa pra chamar de lar, um lugar que nos sentimos amadas.
tive identificação com a persona de primeira pessoa devido característica física + a necessidade e a falta do amor do outro que sentimentos ter por conta dessa nossa própria insegurança.
sinto que, a gente quer sim gostar do outro. e as vezes colocamos um véu em nossos olhos para não ver o que está literalmente na nossa frente.
a jogada do "clique aqui" para a sequencia da história foi o ponto chave para viver essa experiência na leitura. mesmo que eu tenha tentado passar por ~todas~ as possíveis narrativas, indo e voltando, indo e voltando, me trouxe a sensação de ser e estar no corpo da personagem, porque: ela vai e volta para a relação que tanto dói nela. e, nossa! que sensação.
os sentimentos dessa história foi de pena, amor, alegria, desejo, excitação, tristeza, confusão e outras diversas possibilidades dependendo do contexto que o leitor possa estar incluído na sua realidade.