Silioni 14/01/2015
Um fruto da Laranjeira mecanica no Jardim de Bog
E ai galera, faz um tempo que não escrevo (quase dez meses), mas a culpada disso é a faculdade que suga todo e qualquer momento de leitura livre, enfiando goela abaixo qualquer leitura que seja acadêmica, e que provavelmente o professor vá cobrar na próxima aula, fazer o que, isso é humanas. Dessa vez o livro escolhido foi o Laranja Mecânica, livro famoso de Anthony Burgess, pela história conturbada e pela época em que foi lançado, onde escrever distopia não era modinha. E já mirava esse livro há um bom tempo, mas nunca entrava em promoção, até o ultimo Black Friday, onde consegui o meu por uma mixaria.
Começando o livro, somos apresentados a sua estrutura, historicidade e um desafio peculiar, lê-lo sem consultarmos o vocabulário anexo, pois o livro foi escrito na Europa, e usava muitos slovos (palavras) derivadas do eslavo e que são utilizados pelos nadsats (adolescentes) como comumente encontramos gírias que classificam os grupos marginalizados da sociedade.
Bom, se a ideia era fazer com que não gostasse do Alex, protagonista do livro, o autor foi bem sucedido, pois somos expostos a uma série de coisas que ele e seu grupo fazer para aproveitar a noite, mas não sem antes tomarem seus molokos, para ficarem prontos para um vinte contra um muito horrorshow. E assim corre a primeira parte do livro, que segundo a explicação do início tem como base o número 21, que segundo a cultura anglo-americana é a idade em que o homem entra na vida adulta.
Após esse momento, acontece algumas mudanças na história, e tem o início da segunda parte da história, o tratamento Ludovico, que se passa na Prestata (cadeia) e é inserido o verdadeiro sentido do livro, explicando o que é a verdadeira laranja mecânica, (“A questão é se uma técnica dessas pode realmente tornar um homem bom. A bondade vem de dentro, 6655321. Bondade é algo que se escolhe. Quando um homem não pode escolher, ele deixa de ser um homem.”) onde consiste o real interesse do governo, que possui um índice de criminalidade enorme e não consegue contornar essa tendência, uma vez que só se prende o criminoso, sem regenera-lo, somando somente custos para o Estado.
O legal dessa história é que mesmo sendo escrito em 1962, existem vários pontos sociais em comum com o tempo atual, onde somos escravos de uma segurança interina e precisamos nos cercar de formas para nos proteger, onde também existe uma polícia truculenta que coage a população, não ensinando nada a não ser mais ódio e violência, e por fim, o interesse do Estado em uma limpeza social, onde se guarda as “vítimas da modernidade” em “zoológicos”, passando uma falsa ideia de justiça e igualdade.
Confesso que terminando de ler o livro, corri assistir ao filme, e sim, quem somente assistiu ao filme, teve uma grande videada do que o livro fala, pois é extremamente fiel a toda a história original, deixando somente diferenciado o final, pois ainda existe um capitulo após o final, que de certa forma muda todo o desfecho, então, Ó irmão, convido-os a esluchar este drugui que vos escreve e perderem um tempo videando para entender como era a vida de Alex, Pete, Tosco e George no meio de uma sociedade degenerada e essa kal total. Que Bog nos ajude.