Nilton Pessoa 18/02/2024
Resenha do Instagram @livrosdopessoa. Me sigam lá :)
Andrea Del Fuego traz em sua narrativa, uma personagem que, apesar do seu cinismo, mau-caratismo e pouca compaixão, beira a interessante visão para com o ser humano que, na maioria das vezes, os colocamos em caixas sociais e nos surpreendemos quando descobrimos que nem sempre as coisas são o que aparentam ser.
Cecília é uma pediatra que odeia crianças.
Ela é pediatra por conta do pai, mas seguiu apenas o que imaginou ser a decisão certa, já que, diferente dele, não herdou a boa índole e tato com os pequenos.
Por muitas vezes irresponsável, ela destrata pessoas e coloca as crianças em lugares repugnantes em sua cabeça. Com diagnósticos rápidos e com pouco profissionalismo e boa vontade, ela julga as vivências de cada mãe e pai para com a criança, como se de fato se importasse com a vida que está sendo dada aquela pobre criatura.
Vamos acompanhar a história dessa mulher que se envolve com um desses pais (Celso), onde um relacionamento digno de repugnância inicia uma história que envolve até mesmo o filho dele, para que esses encontros aconteçam.
O que ela não esperava é que iria se apegar não só ao pai louco por sexo, mas acabar se apegando ao menino, que é diariamente negligenciado pelos pais. Parece uma boa reviravolta, imaginar que alguém que odeia criança, começa até a fazer planos para ter esse ?filho? perto dela.
A narrativa em primeira pessoa deixa a gente ainda mais imerso na mente dessa mulher que só enxerga a vida como oportunidade para levar vantagem de alguma forma e de ser uma pessoa má por pura vontade - e vemos muito isso quando ela aconselha de forma imprudente a empregada grávida que vive em sua casa.