Carla Rodrigues 17/12/2023
Não é sobre rigor literário, mas sobre se emocionar
Como musicista que sou, como artista que me sinto em coração, não aprecio arte, seja ela qual for somente com rigor técnico, porque por mais que isso seja importante, não é a que a torna algo capaz de genuinamente tocar as pessoas, transformá-las. E o Flea é assim, pensa assim.
De forma alguma, esse é o tipo de livro pra se buscar uma escrita perfeita, mas é sobre aprender uma história e conhecer alguém humano, sensível, que já construiu e ainda constrói um legado musical com louvor, muita verdade e paixão.
A autobiografia dele, é de suas memórias de infância até a primeira apresentação da banda que viria a ser o RHCP que conhecemos e tanto admiramos. É sobre conhecer a origem e essência desse músico tão icônico, o que o moldou.
Flea encontrou no seu amor pela música, literatura e esporte, um reduto que o impediram de se afundar nas drogas e se tornar um completo junkie.
E nessa jornada, ele busca continuamente ser um ser humano melhor, que se vê em trechos como esse:
?Só a fé pode salvar o amor. Em meu estado exaurido, caminho de volta para a luz, disposto a encarar o olhar cruel do mundo e arriscar ao amor. (?) Por anos e anos, cometi o erro de tentar fugir, antes de aprender a me render, aceitar minha dor como uma benção, acreditar no amor e deixá-lo me mudar. Você vai sair do outro lado mais forte e mais gentil do que
nunca.?
Flea é um querido.