Textos exilados

Textos exilados Marina Tsvetaeva




Resenhas - Textos exilados


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Carol 05/04/2022

Impressões da Carol
Livro: Textos Exilados {1922-1939}
Autora: Marina Tsvetáieva {Rússia, 1892-1941}
Tradução: Ana Alvarenga
Editora: Cas'a Edições
100p.

"Não amo a vida enquanto tal, para mim, ela começa a significar, quero dizer - começa a ter sentido e peso - somente quando transfigurada, ou seja, na arte." p. 13

Publicado pela editora mineira @casaedicoes, "textos exilados" é uma genuína pérola para os fãs de Marina Tsvetáieva. Fruto da pesquisa de pós-doutoramento de Ana Alvarenga, o livro, bilíngue, é um compilado de trechos dos diários e das cartas da poeta, tendo por eixos temáticos a partida, o exílio, o vazio, a natureza, o amor e a morte.

"a solidão e a neblina - meus dois elementos." p. 21

"[...] Sinto-me mal na França: solitária, estrangeira a, sem verdadeiros amigos. Não tive sorte na França. Em casa também - órfã." p. 23

Tvestáieva deixa a Rússia em 1922, após um período de extrema penúria na Guerra Civil, em que perdeu a filha Irina para a fome. Reside em Berlim, na Tchecoslováquia até se estabelecer em Paris, onde viverá até retornar à Rússia, em 1939.

Vista com reservas tanto pelos soviéticos, quanto pelos emigrados, Tsvetáieva passou pelo exílio numa situação ambígua de notoriedade e isolamento nos círculos literários. Sua fidelidade era com a poesia, com sua vocação poética. Por essa independência de pensamento, Marina pagou um preço alto.

"'Não posso partir, não posso voltar'. Assim fala um filho à sua mãe, assim fala um russo à Rússia." p. 29

"- O que mantém minha cabeça fora d'água é, claro, meu caderno." p. 49

A Dr. Paula Vaz, em sua tese sobre Marina Tsvetáieva, afirma que "a morte de um poeta não deve ser encarada como um ponto de chegada ou um ponto final, mas a mais distante parada em seu constante movimento de emigração."

Não tenho como concordar mais. Marina Tsvetáieva é uma das maiores poetas do século XX e indico demais tudo que for traduzido dela por aqui.

"E o pensamento: já que pude um dia parar de escrever versos, poderei um belo dia parar de amar. Então morrerei." p. 67
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