Rafa 20/06/2020
Esse livro devia ta em todas as escolas, representa muito bem o que vivemos. Leiam, por favor. E triste de tão real.
"Sim, a mesma nação que se rebelara contra Portugal e declarara ?independência ou morte? (aqui pouco importando se fora uma declaração meramente simbólica ou não); que sobrevivera a ditaduras militares e golpes de estado; que servira de berço para peculiares e grandiosos artistas; que promovera um movimento em prol de eleições diretas ?já? e tivera jovens com caras pintadas romanticamente vestidos para a batalha, agora jogava todo o valor da sua história no lixo, como se nada tivesse aprendido durante os seus séculos de construção."
"A sua nação já tivera líderes cruéis, assim como já tivera os mais idiotas comandantes, entretanto, era a primeira vez que unia as duas características em um único governante"
"Acreditando que as suas tolices deveriam ser consideradas tanto quanto quaisquer fatos ou verdades científicas, não demorou muito para que começassem a lhes dizer que 2 + 2 era igual a 5, respondessem que, na verdade, é igual a 4, e escutassem como réplica o argumento de que ?essa é a opinião de vocês, mas, para nós, 2 + 2 é igual a 5?, como se a justificativa fosse capaz de tornar o absurdo razoável."
"Em primeiro lugar, o então presidente detestava tudo o que a sua pátria exportara de melhor. Renegava a sua origem, os índios e a miscigenação e, para a mídia estrangeira, debochava da maior festa popular do país: o carnaval. Anunciava com entusiasmo o seu plano de combate às produções audiovisuais, pregava a perseguição a educadores, denunciava o seu desprezo por todos os músicos que propagavam a cultura do seu país pelo mundo, e esforçava-se para levar informações improcedentes aos jornalistas, com o intuito de torná-los não confiáveis aos olhos do público e assim fazer com que notícias falsas espalhadas por robôs parecessem verdadeiras."