@vivendoeuchegola 12/08/2023
Não tenho nem palavras para descrever o quanto é incrível.
Eu vi o trailer do filme que será lançado com base nesse livro há algumas semanas e resolvi comprar o livro durante a prime day, porque não estava conseguindo achar nem mesmo para comprar via Kindle. Foi a melhor coisa que aconteceu, porque eu não sabia que era contado em quadrinhos e não teria sido uma experiência tão boa se não tivesse sido lido em livro físico.
Já faz muito tempo que li alguma história com o contexto da segunda guerra mundial. Quando era mais nova, eu costumava ler romances com a segunda guerra como plano de fundo e me lembro que sempre que acabava a história, eu me sentia mais madura. Esse sentimento se repetiu ao finalizar pássaro branco.
Considerando ainda o contexto da história de Julien e Auggie, uma reflexão me veio à mente: quando eu tiver um filho, o que me fará pensar que o criei corretamente e que ele é uma boa pessoa?
Não serão as boas notas. Não será a beleza. Não será a habilidade em esportes, lutas ou danças. Não será a inteligência. Não será o gosto pelas artes. Estarei satisfeita se meu filho/minha filha for a pessoa que quando vê injustiça, não fica quieto (a). Não fica calado quando ver alguém fazendo bullying com os colegas ou tratando mal ?o tio/a tia? da escola. Estará tudo bem se eu for chamada no colégio para dizerem que a nota precisa melhorar em matemática e/ou que ele (a) poderia conversar um pouco menos durante a aula, se simultaneamente também me disserem que ele (a) é conhecido (a) por todos os funcionários por seu sorriso largo e educação.
É isso que vai me fazer feliz. O resto é tudo muito boa, e que irei procurar incentivá-lo (a) a ser, mas sendo apenas uma pessoa de coração bondoso, já saberei que fiz minha parte no mundo.
O Julien ?original? da história de pássaro branco é o filho que eu quero ter. A Sarah do início da história, preocupada com os sapatos e que não faz nada quando chamam o colega de caranguejo só porque ele tem uma deficiência, não. Não importa quão inteligente e boa artista ela seja.
Se eu tivesse um filho como o Vincent, eu seria a mãe mais triste e desgostosa, mesmo que ele fosse um Eistein da física. ?
Então, ficou uma outra reflexão pra mim mesma: se é isso que considero ser uma pessoa bem sucedida, se é ?só? isso que quero para meus filhos, porque não me sinto feliz e completa sabendo que sou e busco sempre, ser dessa forma? Lembrando que desde novinha meus amigos diziam que eu poderia ser prefeita da cidade, já que todo mundo que passava na rua da escola e os funcionários do colégio todos me conheciam e ganhavam, no mínimo, meu bom dia? Sabendo que eu nunca deixo de perguntar o nome de quem está me atendendo no restaurante? Que sempre seguro a porta do elevador para os outros?
A futura concursada pública que eu quero ser, a futura professora que eu quero ser, a futura mestranda, a mulher que tem dinheiro para morar numa boa casa, ter um bom carro, que viaja com frequência? todas elas são faces do que quero ser para ter uma vida confortável. Mas não são ?eu?. Não me definem. São acréscimos ao que já é completo. E é tão bom sentir essa leveza no coração.
Obrigada, Pássaro Branco, por me fazer me sentir assim.