Resenhas - Kim Jiyoung, nascida em 1982

Iza 09/05/2024

Sofrimento e desvalorização da mulher
Nesse livro encontramos o retrato da vida das mulheres sul coreanas, pelo menos de anos atrás. Elas sofrem com desvalorização por serem mulheres, muitas mães chegaram a abortarem suas meninas pela pressão de terem filhos homens; muitas dessas filhas eram responsáveis pelo custeio da educação dos homens da família e seguiam sem chances de boas oportunidades e crescimento profissional.

xumarskz 06/05/2024

Kim Jiyoung é todas as mulheres.
Fiz a leitura de "Kim Jiyoung, nascida em 1982" sem saber sobre nada do enredo, para me deparar com um livro muito denso e carregado de conhecimentos importantes para qualquer pessoa. Eu amei muito a experiência de lê-lo e queria compartilhar alguns apontamentos que fiz após terminar.
O primeiro ambiente que a autora nos coloca me deu uma sensação de que a Jiyoung era uma mulher desestabilizada e, não vou mentir, julguei um pouco antes da hora o porquê daquilo. Então, sem perceber, eu exerci do meu preconceito como primeiro pensamento. E eu não sei bem se foi uma intenção da autora, mas eu percebo isso agora após toda a crítica feita no livro acerca disso; que essa pressão social é muito problemática, mas muito normalizada e fica escondida nos costumes, regras e ditames da sociedade.
A autora coloca muito sobre a cultura coreana valorizar a figura masculina sempre e como isso afeta toda uma cadeia de situações, fazendo com que as mulheres, até mesmo quando crianças, cresçam normalizando comportamentos que as inferiorizam. Um exemplo disso que me deixou chocada foi a diferença na maneira de tratamento da avó para com o neto e para com as netas; as coisas do neto eram sagradas, o neto deveria permanecer intocado, as netas tinham que dividir um quarto enquanto o neto tinha um só para ele e, o pior de todos, o fato de que a avó criava o neto e não ligava para o cuidado com as meninas.
Outra coisa que a autora aponta é sobre o estigma de ser mulher e como isso aparece nas situações que mais importam, subentendido nas regras e nos costumes sociais, e como isso é mundial! Coloca-se que o mundo mudou, mas ainda hoje se tem maioria masculina em cargos de diretoria e gerência, ainda hoje temos maioria de monitores masculinos nas escolas e, ainda hoje, mulheres não são empregadas pois são ditas como instáveis e de permanência curta. E ela ainda coloca que esse estigma abrange a indústria farmacêutica, pois têm-se o pensamento de que não podemos tomar anticoncepcionais ou remédios de cólica, pois irão danificar o nosso puro útero, !!!O QUE É MUITO LOUCO!!! mas ainda acontece (quantas amigas que já me falaram isso). Sem falar dessa pressão em parto natural, colocando que a mulher precisa sentir dor, privando-a de direitos.
É muito louco como nós (e eu estou nisso) estamos sempre julgando e julgando, sem nunca tentar entender a posição dessas mulheres que batalharam diante dessa pressão social a vida toda. Por exemplo, como o trabalho doméstico e materno é desvalorizado e é alvo de muitas críticas em todo momento, e não tem ninguém para reconhecer que essas mulheres merecem se sentir elas mesmas.
Ainda, têm muitas partes da vida da Jiyoung que mexeram com algo dentro de mim (literalmente virei um gorila) e eu queria só colocar elas aqui: a mãe da Jiyoung tendo que abortar, para satisfazer a vontade do marido; a Jiyoung sofrendo um assédio de um louco na rua e o pai dela, invés de acolher, diz que foi por conta da roupa que estava usando; como o salário das filhas coreanas era usado para pagar e sustentar os irmãos na faculdade; e o caso de pornografia na empresa, quando os superiores, mesmo após terem degradado as vítimas compartilhando os vídeos, não entenderam sua culpa nisso.
Só muito tapa na cara e eu fiquei primeiramente muito irritada, mas depois as lágrimas só caiam por me sentir um pouquinho na pele da Jiyoung diante dessas injustiças que ela passou. O fato de que a autora combina tudo isso com dados reais deixa mais intenso e significativo, além de que ela traz uma escrita muito fluída e que te prende ao livro, sem deixá-lo desinteressante.
O final do livro coloca a situação do psiquiatra e essa dualidade de que ele entende o caso da Jiyoung e da esposa dele, mas que ainda carrega preconceitos e costumes misóginos. Isso só reforça o fato de que nós mulheres é que precisamos nos unir contra essa pressão social, pois os homens não entendem e não querem entender; mostra também como eu romantizava a cultura coreana e como ela está tão próxima do que acontece na brasileira. Enfim, leiam e pensem sobre isso, literalmente mudou a minha vida.

Bruninha 06/05/2024

Eu demorei, mas não sei o motivo.
A leitura é fluida, e triste.
Bem triste mesmo, e o final só comprova o quanto que a jiyoung acabou a vida com TODAS as dúvidas entaladas, assim como eu MULHER vou terminar a minha.

Kelly Moura 05/05/2024

Sociedade coreana
É o primeiro livro que leio sobre a condição feminina na sociedade coreana. Me espanta ainda hoje haver atrasos tão grandes no espaço destinado às mulheres. Lendo a condição da protagonista, me senti num beco sem saída. Não há espaço para si mesma, só para as expectativas sociais.
Leitura rápida, de fácil compreensão e fácil empatia.
Recomendo!

misy 04/05/2024

Confesso que o final me pegou desprevenida, porém é a mais triste realidade.
li esse livro por recomendação do namjoon e valeu muito a pena. ele retrata coisas que nós sabemos que acontecem diariamente e dá destaque a elas. coisas que, são frustrantes, mas muitas vezes deixamos pra lá.
achei super interessante como a autora colocou dados de pesquisa condizentes com a situação que a personagem passava, deu uma boa contextualizada.
é uma leitura fácil e rápida, com problemas universais que nós mulheres estamos ainda estamos sujeitas.

Joana.Amarante 04/05/2024

Fiquei de cara com o final. Só o que tenho a falar. Uma narrativa construída com base em dados de uma sociedade onde o gênero masculino é lido de uma forma diferente da nossa sociedade, porém com aproximações assustadoras. Como falam, só muda de endereço. Mas o final, que não sugere nenhum desdobramento ou solução, é perfeito, seco e direto.

Nicoly. S 04/05/2024

Extremamente necessário!
Esse livro apesar de retratar a realidade das mulheres sul coreanas, retrata a realidade das mulheres de todos os lugares do mundo. O assédio, a desigualdade salarial, a pressão em relação a constituir uma família....

Enfim, não é o tipo de leitura que eu estou acostumada, mas recomendo com ctz, pois passamos por isso, nossas mães passaram, gerações passadas passaram, e se nada mudar, as próximas gerações também irão passar.

" ? O que você quer de nós? As garotas burras são burras demais, as garotas inteligentes são inteligentes demais e as garotas que estão na média são medianas demais?"

ingrid968 03/05/2024

Com certeza não é fácil ser mulher em nenhum lugar do mundo, mas, meu Deus, a Coreia é um pesadelo! Um livro necessário, contexto real, dados verídicos - o que faz com que o choque seja ainda maior. Muitas reflexões com a leitura.

Destaque pra mãe da Jiyoung: mulher forte, determinada, destemida, mudou o curso da sua família!

Maria.Egas 03/05/2024

Kim Jiyoung, nascida em 1982
Achei um livro difícil de ser lido por representar muitas das dificuldades que uma mulher passa durante a vida toda.
Lendo-o como mulher sinto que tive uma dimensão que não teria se fosse homem, me senti como uma parte e amiga íntima de Jiyoung.

Millena84 02/05/2024

Típica literatura sul coreana, um tapa na cara a cada página. fácil de ler, mas difícil de engolir. um dos melhores que já li.

studygaabss 01/05/2024

O livro não me causou uma surpresa ou sensação de novidade. Na verdade ele conta sobre um ciclo, que nós mulheres, vivemos todos os dias e que muitas de nós lutamos para mudar.
É muito triste, porém importante.
Noto que esse incômodo me atinge por ser um assunto que me gera desconforto. Me preocupa que, talvez, dependendo da mente de quem ler, a pessoa não perceba o significado de decisões tomadas pelos personagens.
Recomendo a leitura para quem já possui consciência dos privilégios de ser homem nessa sociedade em que vivemos.

driellemarianne 30/04/2024

Reflexões profundas
Não tenho dúvidas que ler esse livro na pele de uma mulher, faz toda a diferença para a sua compreensão.
São muitos pontos a serem refletidos, debatidos e principalmente repensados, já que, mesmo sendo mulher, não estamos insentas de reproduzir o machismo.

Michelle.Damacena 30/04/2024

Pegou onde dói
Este livro, apesar de abordar a cultura coreana, retrata fielmente o que a sociedade entende ser o papel da mulher, assim como todo o nosso esforço pra superar esse arquétipo.
Os homens não percebem muitos trabalhos invisíveis das mulheres justamente pq sempre tem uma pra fazê-los por eles, não os oportunizando saber a importância, bem como as cargas mental e física necessárias (mas também não é como se eles quisessem saber).
E as mulheres, por sua vez, encaram como uma obrigação, de modo que não se sentem merecedoras de reclamar de toda a exaustão, porque não somos dignas de senti-la.
As escolhas são feitas para nós por pessoas que não aguentariam viver na nossa pele e não entendem nossas dores.

iammoremylrds 30/04/2024

Uma leitura sensacional, um livro curto e avassalador q mostra diversas críticas a uma sociedade q é machista e conservadora, mostrando a realidade de muitas mulheres, escrito de maneira crua, sem querer maquiar a realidade!

júlia 30/04/2024

"O mundo tinha mudado bastante, mas não pequenas regras, contratos e costumes, o que significava que na verdade o mundo não tinha mudado nada."

"Kim Jiyoung, nascida em 1982" é um livro muito curtinho que expõe a realidade da existência das mulheres na sociedade, apesar de se passar na Coreia, representa mulheres de todo canto, afinal, a desigualdade de gêneros é a lei universal que rege em todas as nações, em maior ou menor proporção, ela está presente em todo o mundo.
Durante o livro, acompanhamos principalmente a vida da protagonista (Kim Jiyoung), mas também vemos um pouco sobre sua avó e sua mãe. Algo que eu AMO, pois analisamos as diferentes gerações e as pequenas mudanças que, no fim, fazem muita diferença. A própria evolução da mãe dela é algo que me encanta profundamente! Recomendo demais a leitura.