Fabi | @ps.leitura 02/11/2022{resenha feita no blog PS Amo Leitura}Sabe aquela história moderna da Cinderela e com bastante representatividade? É exatamente isso que encontramos ao longo dos capítulos de "será que é o meu número?", escrito por Julie Murphy, mesma autora de Dumplin'.
Sempre lemos alguma obra com personagens que amam livros, né? E isso é sensacional, claro, pois nos identificamos bastante ao longo da narrativa. Mas você já leu algo com uma personagem que ama sapatos?
Aqui a gente vai encontrar uma personagem que ama sapatos, seja com laço ou salto chique. Cindy acredita que os são eles que fazem com que ela se expresse e seja quem ela realmente é. Os sapatos sempre lhe servem perfeitamente bem, porém, por ser uma mulher plus size e apaixonada por moda, essa não é uma missão muito simples, afinal, a moda deveria ser para todos.
Mesmo assim, nada disso abala a sua autoestima e com seu diploma recém obtido em design de moda, mas sem emprego à vista, ela se muda para a casa da madrasta, produtora do maior reality show de namoro do mundo, e ela se vê "jogada" sob os holofotes de uma hora para a outra. E é quando Cindy enxerga a oportunidade de mostrar a sua coleção de sapatos para o mundo e impulsionar a sua carreira.
E claro que além dessa oportunidade, por quê não aproveitar os encontros luxuosos com um solteiro cobiçado? E por ser uma participante gorda em um reality show, isso a transforma em uma sensação viral e coisas inacreditáveis começam acontecer em sua jornada.
"Será que é o meu número?" foi meu primeiro contato com a autora e devo dizer que comecei com o pé direito, pois foi um livro que me conquistou em diversos momentos, fazendo com que me sentisse também parte do reality show.
Um dos pontos mais positivos da obra foi a forma como a Julie Murphy trabalhou toda a representatividade da personagem principal e soube como trabalhar os personagens secundários, fazendo com que essa história fosse realmente um conto de fadas moderno; uma Cinderela moderna e cheia de atitude.
Cindy é aquela personagem com uma confiança inabalável. Ela conhece seu corpo, conhece a si mesma, sabe o que deseja para a sua vida e busca alcançar todos os seus objetivos. Isso foi algo que me conquistou bastante, afinal, é muito difícil ter autoconfiança em nós mesmos. Muitas vezes não estamos satisfeitos com algo em nós e a autoestima fica abalada, e ver a forma como Cindy lidou com diversas questões e mostrou todo o seu poder, me deixou realmente apaixonada.
Um outro ponto que a autora retrata ao longo da narrativa e até citei no começo dessa resenha, é a questão da moda. Tem um trecho ao longo do livro que diz o seguinte: "Sim, roupas podem ser arte, mas também são uma necessidade. Tanta gente nessa indústria age como se vestuário fosse para todo mundo, mas a moda é apenas para poucos. A verdade, porém, é que vestuário é moda, e moda deveria ser para todos, porque vestuário deveria ser para todos. E vestuário para todos significa um pequeno primeiro passo para a equidade. Receber oportunidades e acesso é muito mais fácil quando você impressiona."
E confesso que para mim esse foi o trecho mais marcante e mais realista de todos! Se a gente parar e analisar muitas situações de nosso cotidiano, isso se encaixa perfeitamente bem com a nossa realidade, não é? Por isso, sem dúvidas, foi um dos parágrafos que mais me marcaram.
Além de ter sido meu primeiro contato com a autora, foi a primeira obra que li onde há uma modernização da Cinderela e também com a temática de reality show de pano de fundo. Então posso dizer que "será que é o meu número?" foi uma leitura que mesclou vários pontos importantes, mas também divertidos e que me proporcionou uma experiência muito boa.
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