jeslendo 15/12/2020
Uma coisa da qual eu não posso reclamar desse livro, e de qualquer outro do autor, mesmo que não seja muito bom, é sobre sua escrita fluida.
Em Malorie, ele usa a mesma fórmula que conhecemos do primeiro livro e isso não é ruim, mas o efeito de surpresa ou de "não saber o que está acontecendo" é bem menor e menos impactante, pois conhecemos a história e aqui ela se repete, várias vezes.
No fundo, eu sabia que não teria uma explicação sobre as criaturas e isso não me incomodava, pois não descrever as criaturas e deixar os seus leitores imaginá-las funciona muito bem, pelo menos para mim, mesmo que as vezes seja um pouco frustrante.
O que eu esperava? Eu realmente não sei. O primeiro livro é realmente incrível, eu o li em menos de dez horas um dia antes de sair a adaptação (que é bem ruim) da Netflix. Mas, de verdade, esperava algo mais nessa sequência.
Acho que o livro começa muito bem. Em alguns momentos no decorrer da história eu conseguia me sentir aflita e me colocar no lugar da Malorie e imaginar como é não ver, conhecer, mais o mundo do qual você nasceu e cresceu. Mesmo sem querer, me peguei refletindo sobre isso várias vezes durante a leitura (algo bem plausível, considerando tudo o que estamos enfrentando atualmente no mundo).
Porém, eu senti que, depois da metade do livro, o autor se perde. Fica tudo um pouco confuso e corrido. Se não fosse a leitura fluida, teria sido cansativo. Em um momento, perto do fim, percebi que não fazia a mínima ideia de para onde o livro estava indo (mesmo que o final seja bem previsível se você parar para pensar).
E os personagens... Eu entendia os motivos da Malorie e os seus medos, são todos muito compreensíveis, mas a mulher forte de Caixa de Pássaros se tornou uma paranóica e em alguns momentos eu não conseguia mais sentir toda aquela afinidade por ela.
Tom é, absurdamente, insuportável! Para início de conversa, é um adolescente! Mas, com o passar da leitura, você percebe que ele tem boas intenções, mas acha que sua mãe é um bicho de sete cabeças (o que ela parecia ser mesmo) e que não o entenderia. Ele agiu certo, mas de uma forma errada. Pelo caminho errado.
E nessa casa eu não aceito nenhuma crítica sobre a Olympia! Eu me identificava com ela toda a vez que falava sobre livros. Infelizmente, senti que ela não foi muito bem aproveitada. Esperava mais.
Não é um livro ruim, não mesmo. Mas, ao meu ver, foi uma sequência desnecessária e que nos trouxe mais perguntas do que respostas.