Resenhas - Casas Vazias

Nana 21/06/2023

Livro nr 18 do projeto "A volta ao mundo através dos livros"
País sorteado : "México"

Que grande decepção!!!

Desde que esse livro foi lançado fiquei louca para ler. Gostei da sinopse, das várias resenhas positivas e da linda capa. Quando fiz o sorteio da minha próxima leitura e saiu o México fiquei super feliz para lê-lo, mas infelizmente não funcionou pra mim.

Como é um livro curtinho, li em um dia porque fiquei curiosa pra saber qual seria o desfecho da criança, maaaaas como não posso dar spoiler não vou fazer comentários sobre o final...rsss, só digo que não gostei.

O enredo todo é incômodo e tem muita violência, não é o tipo de leitura que me agrada. Mas o que mais me incomodou foi o linguajar chulo usado em grande parte da história, principalmente quando a narradora era a mulher que roubou a criança (isso está na sinopse). Vários palavrões, termos grosseiros, desnecessários e repetidos diversas vezes.
Acho importante deixar essa informação registrada, pois para quem não gosta, assim como eu, fica avisado antes de comprar o livro e se decepcionar.

Kauana 16/06/2023

A autora trouxe críticas tão sutis, no sentindo de mostrar dores reais de mulheres, que muitas das vezes quem vivência aquilo não consegue perceber a causa do problema.
O problema real está na estrutura, no patriarcado. Que acabamos cedendo ao que nos é imposto, onde nos é apresentado como um ideal de vida como mulher, e os mesmos nos culpa e nos apedreja, e vivemos em um grande círculo de violência. Somos negligenciadas pelos nossos pais e maridos e aprendemos neglicenciar nossos filhos. Tudo em nome de uma idealização do que é ser mãe e esposa dentro de uma estrutura patriarcal.

Fran Piva 15/06/2023

Sobre maternidade
A história de duas mulheres mexicanas se cruzam: uma delas, de classe média alta, não quer ter filhos e acaba tendo um filho autista e a outra, pobre, quer ter filho, mas não consegue, acabando por "roubar" o filho da outra. A trama ocorre com a alternância das narrativas, que inclusive expressa a diferença de classe inclusive na linguagem. Marcada por vários tipos de violência contra a mulher, próprio de uma sociedade patriarcal, esse livro contribui para a reflexão sobre a pressão sobre o maternar e culpa.

Ana 10/06/2023

Brutal!
?Todos, todos, sem exceção, tagarelavam e ouviam a si mesmos, enquanto nós, mulheres, nos olhávamos confusas e impávidas, porque isso era o que tínhamos que fazer: sermos as casas vazias para abrigar a vida ou a morte, mas, no fim das contas, vazias.?


Leitura difícil, dolorida e perturbadora. Acho que ele não fala da maternidade em si, mas sim de mulheres, de todas as violências que passamos. Brenda Navarro foi cirúrgica aqui, que história amigos!

Ursa_Menor 09/06/2023

QUE LIVROOOOO!!!
Li esse por causa do Paulo Ratz, queria ler mais livros de autoras latinas e cá estamos, questionando muitas coisas. Mulheres são casas vazias, somos receptáculos para nossos namorados, maridos, amantes, filhos, netos. Sem eles, somos vazias, infrutíferas, privadas, desabitadas. As reflexões que Brenda Navarro traz acerca da maternidade e o valor feminino são intensas e dolorosas: duas mulheres, uma que não queria ser mãe mas acabou cedendo a pressão da sociedade para preencher seu vazio e ainda assim se encontra perdida; outra que quer desesperadamente uma filha, quer tanto que se submete a violência doméstica constante e comete um crime, tudo para poder se sentir completa, ter uma família e assim provar seu valor. Elas se localizam em ambientes muito distintos, tem suas diferenças de classes, mas acabam se encontrando no centro do que é ser mulher e de como lidar com a maternidade. Acredito que nenhuma delas queria de verdade ser mãe, elas queriam um ideal de vida e acharam que um filho poderia lhes dar isso, poderia preencher esse vazio e habitar essa casa/corpo, e é isso o que muitas de nós acreditam. Somos cobradas por toda sociedade para sermos mães perfeitas, esposas dedicadas, donas de casa, somos receptáculos para conquistas dos outros, amores dos outros. As duas protagonistas começaram vazias e terminaram vazias, em busca de algo que elas nunca poderiam ter porque não tem nem a si mesmas,

Steffani5 06/06/2023

Pesado
Esse livro trata de tantos temas pesados que poderia ter bem mais páginas e ainda teria coisas pra contar.

A maneira que a autora consegue mudar a narrativa de acordo com a personagem e consegue imprimir as características delas na escrita é muito interessante.

Gostaria de um final mais fechado, mas é dessa maneira que as histórias contadas no livro são: abertas, incompletas.

Amanda 06/06/2023

Foi uma leitura dolorida
Demorei um pouco pra engatar a leitura, as falas das personagens femininas eram confusas, mas aos poucos entendi que era de propósito, pra demonstrar a dor e confusão maternal de ambas
Duas histórias regidas pela dor e abandono.

Roberta 04/06/2023

Sofrimento
Que livro sofrido. Me fez pensar em tantas mães que perdem seus filhos para sempre. Uma vez perdi Matheus por cerca de dois minutos e foram os piores da minha vida.

Ray..0 01/06/2023

Como pode 200 paginas serem tão complexas
Acabei de terminar esse livro e to arrasada. O enredo tem seu foco principal numa mãe que perde uma criança e que nunca teve grandes amores pela maternidade e uma que queria tanto ser mãe que faria loucuras por isso; mas essa história vai muito além disso, ela abrange diversos outros problemas, muito sendo parte do patriarcado. Esse livro aborda temas muitoo pesados de forma extremamente crua, então recomendo que leiam os gatilhos antes de ler (tem todos os gatilhos possíveis), mas mesmo assim recomendo a leitura.

hallyally 31/05/2023

Uma metáfora social
Livro muito bem planejado e entrelaçado. É bastante violento, mas, infelizmente, condiz com a realidade de muitas mulheres, especialmente as mães, nesse mundo patriarcal.

Não é de surpreender que a autora seja socióloga, pois as análises sociais aqui feitas foram muito claras e condizentes.

Cris 27/05/2023

27.05.2023
Conta a história do desaparecimento de um garoto de uns três anos de idade por descuido da mãe. Um menino com autismo que para a mãe biológica, era um peso. Ora o maltratava, ora o tratava bem pelo sentimento de culpa. Nao vou escrever muito para não dar spoiler, mas não foi uma narrativa que me cativou como o livro O Impulso e Precisamos falar sobre Kevin.

Beatriz.Alves 25/05/2023

Casas vazias
Livro forte, impactante,triste e de tirar o fôlego. Não tem como não chorar! Há vida depois da perda de um filho.

Rayssa414 17/05/2023

Não esperava uma história tão problemática e impressionante
Incrível, as alusões de uma à outra foram muito bem elaboradas. Eu não esperava que a história fosse se desenvolver daquela forma, os pontos que interligam as duas mães, transformando-as em uma só, é o marco crucial.

O que mais me intrigou é o fato das duas narradoras não terem seus nomes citados em nenhum momento e que só percebemos isso tarde demais, porque nos baseamos para sabermos qual é a narradora pela forma ao qual chamam o menino, se é Daniel ou Leonel. Suas únicas características é serem "mães", é isso que as compõem e é isso que a autora nos mostra ao não nomeá-las.

Até porque, não tem como citar o nome de todas as mães existentes nessas circunstâncias.

Ambas tem uma vida problemática, com relacionamentos conturbados, vindas de vínculos igualmente ruins. Não há uma forma do ciclo vicioso mudar, ao se tornarem "mães" isso só piora.

Uma não consegue sentir a maternidade, mesmo após o nascimento do seu filho, a outra queria poder senti-la, mas também não consegue, seja por não engravidar ou não criar um vínculo com o menino.

A narrativa é envolvente, conseguimos ver com nitidez a confusão mental e emocional das duas, nos sentimos sufocados em meio a toda trama. Em certos momento nos vemos nelas e em outros somos elas, mas qual?

A análise no final junto a resolução nos ajuda a ter uma visão geral de tudo e percebemos detalhes ao qual não demos muita, ou nenhuma, importância.

Uma ótima obra, de fato.

Gabriela.Beckenbach 11/05/2023

Estressante
Mano eu curti muito o motivo e o estudo que traz o livro. Mas da história em si eu não gostei. Só me estressei do início ao fim. Acho que não é meu tipo de livro.

Kelly.duarte 29/04/2023

Adorei esse primeiro contato com a autora, demorei para entender a conexão das personagens. Senti muitas coisas, desespero, raiva, tristeza, carinho, enfim uma escrita maravilhosa!