Resenhas - Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow

Dora 26/12/2022

A voz dela, através de um jogo, através do tempo e espaço.
Sam looked at Sadie and thought "This is what time travel is". It's looking at a person and seeing them in the present and the past, concurrently.

Que livrasso. 5 espetaculares estrelas. Eu acho que não conseguirei reunir palavras que expressem suficientemente bem o que foi essa leitura, mas algo que ficou muito na minha mente agora que faço essa resenha é a frase icônica do filme Moulin Rouge: "Uma história sobre uma época, uma história sobre um lugar, uma história sobre as pessoas. Mas acima de tudo, uma história sobre amor. Um amor que viverá para sempre."

Esse livro vai ficar comigo por um bom tempo, e eu espero fazer releituras dele no futuro. A narrativa é densa, mas a prosa da Gabrielle Zevin e o modo como constrói seu universo e desenvolve os personagens é DIVINA. Eu não tinha muita vontade de ler o livro pela capa, que me parece boba, mas minha missão aqui é fazer com que ninguém cometa o meu erro de julgá-lo pela superfície pois pois por trás dela tem um mundo que me deixou uma impressão duradoura.

Se tem algo que gosto de fazer quando acabo livros é refletir o que ele me ensinou. No caso de "Tomorrow, Tomorrow and Tomorrow" eu li três décadas de amizade, amor, existencialismo, raça e jogos. Esse é o tipo de livro que você não tem realmente uma maneira exata de contar sobre o que é quando te perguntam. É uma história sobre amigos que produzem jogos juntos. Mas é mesmo? Esse livro encapsulou tanto da experiência humana de uma maneira corajosa mas sútil, que me pegou desprevenida e me deixou completamente abalada com a leitura. Nenhuma resenha do mundo o fará justiça, o melhor jeito de entender esse livro é experienciando ele. "O que mais o tocou foi o som da voz de Sadie, intocada e clara, falando com ele através de um jogo, através do tempo e espaço."

Eu poderia passar decadas colocando frases marcantes desse livro aqui para convencer alguém de lê-lo, mas na minha opinião isso seria impróprio quando existe o trecho de uma peça de Shakespeare -que inclusive inspirou o nome da obra- que simplifica exatamente o real significado do livro. Esse trecho começa assim:

"Amanhã, e amanhã, e ainda outro amanhã
Arrastam-se nessa passada trivial do dia para a noite, da noite para o dia,
Até a última sílaba do registro dos tempos.
E todos os nossos ontens não fizeram mais
Que iluminar para os tolos o caminho que leva ao pó da morte.
Apaga-te, apaga-te, chama breve!
A vida não passa de uma sombra que caminha, um pobre ator que se pavoneia e se aflige sobre o palco -
Faz isso por uma hora e, depois, não se escuta mais sua voz.
É uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria e vazia de significado."

Mariana 01/04/2023

Pra começar, muitos dos que eu vi divulgarem esse livro, colocaram como se fosse um livro triste, que te despedaça, não chega nem perto, tem seus momentos, mas não são lá grande coisa também. Até lá pelos 40% do livro eu ainda tava pensando em dar 4 estrelas, a história é fluída, te prende, não dá vontade de parar de ler, apesar de algumas coisas que já tinham me irritado no começo, mas em certo ponto as coisas começam a desandar e não param mais. É tudo muito previsível, você não tem surpresa nenhuma.

A coisa principal é: a autora é péssima pra desenvolver relacionamentos, mesmo a amizade entre Sam e Sadie, que é o mais importante do livro, os relacionamentos amorosos também são ruins, começam do nada, você não consegue distinguir quando aqueles personagens começaram a se amar, porque não tem desenvolvimento, ela só joga "fulano e ciclano começaram a namorar dia tal", pra ser sincera o único relacionamento ""bem desenvolvido"" do livro é entre a Sadie e o professor, a gente consegue ver como começou e porquê, e como as coisas se desenvolvem até o "término" (sim, o relacionamento abusivo é melhor construído do que os outros e não, não tem uma superação da parte dela descrita em todas as letras, o que sinceramente não me incomoda).

Em muitas partes do livro eu fiquei perdida, porque fica indo e voltando entre passado e presente sem aviso nenhum, "quem é esse? Onde ele se encaixa nesse momento do livro?", até entender o que tava acontecendo. Em especial na parte 9 do livro, sobre o jogo dos pioneiros, começa de uma forma muito abrupta, introduz novos personagens e eu pelo menos não sabia se realmente tinha voltado no tempo ou se era um jogo até metade do capítulo.

Outra coisa que me incomodou, chamar Sam e Sadie de melhores amigos, sendo que eles estão muito longe disso, nunca tinha visto amigos que poderiam se importar menos um com o outro, cobram um posicionamento e ficam chateados por uma coisa que aconteceu em particular com eles e que eles não chegaram a comentar um com o outro, como se o amigo fosse ter bola de cristal pra adivinhar o que ele tá sentindo.

E minha principal reclamação do livro: Sadie. Eu nunca teria perdoado ela por me tratar como projeto de horas complementares se eu fosse o Sam, que tipo de "amiga" é essa? Ela é egoísta, mimada, acha que o mundo gira ao redor dela, que sofre mais do que todos no mundo e tudo que os outros fazem é pra prejudicar ela em particular (os outros tendo ciência disso ou não), culpa os outros por decisões que ela tomou e trata o melhor amigo igual lixo grande parte do livro, Sam fez uma cirurgia, tava sentindo dor e em tratamentos, e invés dela se preocupar com ele, ir procurar saber como pode ajudar, o que ele precisa, ela não dá a mínima e fica chateada porque ele não tá trabalhando o suficiente no jogo deles. Ela teve a ideia de colocar casamentos como opção no RPG independente do sexo da pessoa, quando o Marx leva os tiros e vai pro hospital (e acaba morrendo depois) quem é o culpado e tem que escutar que deveria ter sido ele? Sam, o "melhor amigo", sendo que ele também estava sofrendo porque já era amigo do Marx antes da Sadie conhecer. Ela é imatura durante todo o livro, o único momento que eu consigo perdoar por certos comportamentos é quando ela é criança, o restante do livro eu só senti raiva dela, adulta já e agindo como pré-adolescente revoltada, me poupe.

A lição que fica é, viva o SUS, grande parte dos problemas não aconteceriam se existisse saúde gratuita nos EUA. E não chamem qualquer pessoa de melhor amigo.

Maria8833 04/07/2023

Chorei
Esse livro me destruiu de formas que eu não sei explicar, gostei tanto dele valeu muito a pena especialmente sendo fã de jogos achei esse livro incrível

Jani.ribeiro 30/12/2022

a última leitura do ano
Sadie e Sam, duas crianças que se conhecem em um sala de jogos em um hospital e assim começa uma amizade complicada, divertida, imatura de dois jovens apaixonados por vídeo games.

Lucas.Godoi 06/01/2023

Ainda nem sei ao certo o que falar dessa história
Amanhã, amanhã e ainda outro amanhã foi um livro que me trouxe muitos sentimentos conflitantes, nos primeiros 40% do livro, estava extremamente empolgado com a trama da criação de jogos, além de descobrir como essa amizade foi rompida e depois reconstruída.

Todos os temas abordados e que a autora trouxe para desenvolver, na minha opinião, foram bem abordados, ela consegue pegar temas bem pesados e mostrar a densidade certa deles, sem banalizar ou pesar demais a mão.

Mas depois da metade até cerca de 80% comecei a ficar incomodado com algumas decisões e por pensar que talvez essa história poderia se resolver com uma conversa entre os personagens (além de achar alguns acontecimentos desnecessários), e já estava pensando em dar uma nota baixa para o livro,

Nessa parte desgostosa da história, pensei que o final também seria negativo mas me vi nos últimos 20% preso em como me importei com os personagens dessa história e que só queria que desse tudo certo porque eu realmente estava cativado por tudo que eles passaram, acho que foi uma experiência muito diferente de outras histórias contemporâneas que li recentemente, então penso que meu saldo foi positivo e que ainda vou muito parar para pensar nessa história.

Nana 30/03/2023

Ahhhh esse livro!
Não, não, não? esse livro não é sobre qualquer jogo de videogame. Ele é sobre o jogo da vida. Cada partida e cada fase do jogo te envolve em acontecimentos e sentimentos tão profundos. A forma como a autora descreve os relacionamentos humanos e os sentimentos é delicada e real. O perceber o outro e as definições/descrições que temos do outro em contraponto com a totalidade dele é tão naturalmente exposto no texto. Acompanhar Sam e Sadie desde a infância a vida adulta e poder ver o ponto de vista de cada um em cada evento, como cada um lidou com as emoções, foi incrível. Me peguei chorando em alguns momentos, sorrindo em outros. Me senti vivendo com eles cada momento de suas histórias.
Cada perda é contada com tanto amor que parece que você perdeu algo também.
Foi uma leitura extraordinária!

Luiza Helena (@balaiodebabados) 09/01/2023

Originalmente postada em https://www.balaiodebabados.com.br/
Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow foi um livro que eu sabia que ia gostar, mas não sabia o tanto que ele ia me pegar, se tornando uma das melhores leituras de 2022. E por isso eu digo que não é a toa a sua coração como melhor livro do ano.

Aqui, Gabrielle Zevin nos conduz ao longo de trinta anos na vida de Sadie e Sam, dois amigos que alcançaram o sucesso ao desenvolver um jogo eletrônico. São trinta anos de amizade, companheirismo, ambição, decepção, brigas... Você acompanha tanto dos personagens que sentem eles como sendo reais e no final fica aquele sentimento de vazio por se despedir.

De primeira, a premissa parece algo simples e sem muita emoção. Realmente a história não tem reviravoltas, nem vilões, nem heróis; é só a história de duas pessoas que decidiram lançar um jogo juntos, mas que a partir daí muita coisa se desenrola.

Sadie e Sam são de personalidades bem parecidas e por isso eles vivem entrando em conflito, porém sua amizade é mais forte. Por mais que briguem e passem muito tempo sem conversar, eles acabam voltando para a vida um do outro. Vamos ver os dois navegando pelos altos e baixos da fama e sucesso, assim como estando presentes e apoiando um ao outro nos momentos difíceis, mesmo de forma indireta e à distância.

Lado a lado, temos o foco no ramo dos jogos eletrônicos e mulheres na tecnologia. Como alguém da área, super me identifiquei com Sadie e seus momentos onde ela ficava triste, revoltada, com raiva de como sempre diminuiam sua participação na criação dos jogos. Como uma criança dos anos 90, também gostei das referências da época. A autora também trata de outros assuntos importantes, como depressão e saúde mental. Assim como temos uma baita representatividade de várias nuances.

Sobre os secundários, eu destaco demais Marx, que de início é amigo de Sam e depois vira empresário dos dois. Ele era o equilíbrio entre Sam e Sadie, praticamente sendo a voz da razão entre os dois. Sua participação é intrínseca na vida dos protagonistas, que eu o considero como um terceiro de tão grande que ele foi na história.

Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow foi um livro que fechou meu 2022 em grande estilo. É aquele tipo de leitura que você começa não dando nada e acaba sendo levado pela onda de sentimentos que é a história e no final só fica o vazio e a saudade dos personagens.

site: https://www.balaiodebabados.com.br/2023/01/resenha-865-tomorrow-and-tomorrow-and-tomorrow.html

mandie 25/11/2023

????
Sabe aqueles livros que você deseja que nunca terminem, que todos os dias tenha alguma coisa nova pra você vivenciar, pensar, deslumbrar? é esse aqui. não consigo contar quantas vezes eu me peguei pensando que esses personagens realmente existiam e que a minha conexão com eles era além das letras digitais.
existe uma coisa nesse livro, que poucos fazem mesmo tentando... que é conseguir fazer com que você abrace os personagens por completo, torna eles tão palpáveis que você cria empatia por eles independente de qualquer adversidade. aqui, eles são como eu, como você, como um amigo distante.
a beleza desse livro vai além das frases e reflexões bonitas estilo john green. é sobre trabalho, sobre amor, sobre mais do que amor, sobre amigos, sobre altruísmo, sobre a desistência, luto e cura. e é fantástico em tudo que se propõe.
nessa leitura eu me apaixonei por todos eles, assim como eles se apaixonaram um pelo outro por uma vida toda. recomendo muito.

francis31 07/09/2023

A escrita é incrível e extremamente imersiva. personagem principal, o sam, me lembra do jude st. francis, de um dos meus livros favoritos e a relação me fez ter um apego emocional imediato pela história. além disso, todos parecem criações reais e, mesmo que eu não seja a maior (nem de longe) gamer de todos os tempos, me senti impulsinada por eles e pelos jogos. indico muito, muito.

Roger.Rayner 18/08/2023

Um livro mamão com açúcar...
Se vc procura um livro com uma amizade complicada mas bonita. Amigos que se preocupam demais um com o outro mas com zero habilidade de comunicação. Ou se vc curte muito games, esse livro é pra vc.
Uma leitura que não me fez divagar muito ou que ficará muito tempo na kinha memória mas uma leitura gostosa.

Mariana Macabú 03/05/2023

Maravilhoso
Eu descobri que eu adoro livros assim, sobre vida! Acho que o gênero é contemporâneo, livro que conta sobre a trajetória dos personagens, seus amadurecimentos pessoais e também interpessoais, suas conquistas. Muito bem escrito. Os personagens são tão reais, senti muita raiva deles várias vezes. Me recomendem mais livros nesse estilo!! (estilo ?uma questão de química? também)

Ryna.Fernandes 20/01/2024

Depois de ficar empacada séculos na Ilíada, como foi gostoso ler um livro fluído.

Adorei o estilo de narrativa da autora, criativo, engraçado e nem sempre linear.

Eu, que foco tanto nos personagens, achei o Sam e a Sadie insuportáveis e o Max perfeito demais, a ponto de ficar inverossímil, mas nem isso me fez gostar menos da leitura.

Quem costuma ler muito percebe todas as pistas que a Autora vai dando que vai matar um personagem queridinho, mas eu estava tão envolvida em outros acontecimentos que fui pega de surpresa.

A morte do Max foi um dos momentos mais tristes e ao mesmo tempo mais legais de ler, os paralelos que ela vai traçando entre os jogos e a vida vão sempre fazendo tanto sentido e cativando tanto.

Duas vezes, uma na morte do Max e outra quando a Sadie está jogando pioneers, pareceu que estava lendo um livro completamente diferente, a primeira vez de um jeito bom e a segunda nem tanto.

A Autora é muito boa em dar uma voz, uma personalidade diferente pra cada personagem.

Me agradou muito o livro não ter forçado uma relação amorosa e entre a Sadie e o Sam, achei coerente com a personalidade, a amizade e o relacionamento deles.

Também adorei o fato da maternidade da Sadie não ter sido romantizada e que os personagens enfrentavam os momentos das vidas deles de acordo com a personalidade de cada um e não de forma conveniente para o livro ou para os leitores.

Por falar em coerência, achei muito legal também o amadurecimento dos personagens, que não aconteceu de uma hora para a outra e exigiu alguns traumas, reflexões e experiências de vida.

Adorei as partes de idealização dos jogos e senti falta da minha infância/pré adolescência jogando videogame com os primos.

Indico demais, não se deixem enganar pela capa horrorosa.

akasaori 15/01/2023

Eu adorei acompanhar Sadie e Sam nesse livro. Eles ficam amigos na infância e após um tempo separados se reencontram, desencadeando um novo nível na amizade deles pois começam a trabalhar juntos como desenvolvedores de jogos. Eu fiquei feliz de ver uma história com protagonistas do sexo oposto que são amigos pra variar, e além disso os personagens são muito reais e da aquela sensação de que existem mesmo. Aliás, o jogo deles também, todo o furor em volta disso e das promoções do jogo são muito realistas principalmente porque em vários momentos eles fazem referência a jogos reais. Não é um livro difícil de ser lido e se você não conhece os jogos não vai se sentir perdido em momento algum, mas recomendo sim ler com carinho porque lendo só pelo audiobook senti que demorei um pouco a me conectar com os personagens.

mari 25/03/2023

why make anything if you don't believe it can be great?
"sam looked at her outstretched hand, which he knew as well as any hand except his own---the precise pattern of the lines that made up the grid of her palm, the slim fingers with the purplish veins at the knuckles, the particular creamy olive hue of her skin, her delicate wrist, pinkish, with a penumbral callus that must have come from dov, the white gold bracelet she wore that he knew had been a gift from freda on her twelfth birthday. how could she honestly think he wouldn't know about the handcuffs? he had spent hours sitting next to her, playing games and then making them, staring at her hands as her fingers flew across a keyboard or jabbed at a controller. 'tell me i don't know you', sam thought. 'tell me I don't know you when i could draw both sides of this hand, your hand, from memory."

faz uns bons dias que eu terminei esse livro, mas eu ainda acho muito difícil elaborar como eu me senti durante essa leitura. eu amei esse livro, isso ficou bem claro pra mim, mas eu não entendi bem o quanto eu me doei emocionalmente às relações dessa história. eu adoro quando os relacionamentos são descritos de uma forma real e complexa, então o investimento pessoal era inevitável nesse livro, mas eu acredito que houve uma evolução desse status, porque eu fiquei com uma sensação de pesar pela trajetória do sam e da sadie como se a amizade deles transgredisse a ficção. dá pra entender? enfim, muito bom.

@estante.ju 30/06/2023

Frustada
Comecei esse livro completamente sem expectativas e sem ter ideia nenhuma da história, confiei que era um bom livro e decidi ler as cegas.

Infelizmente não foi uma boa escolha ?
Acredito que se eu soubesse desde do início que a história era fofoca nas relações pessoas dos personagens e sua forma triste e difícil de ver a vida eu teria gostado mais.
Fiquei esperando por um desenvolvimento e um crescimento mais dinâmico que não teve, não era essa a proposta aqui.

Não acho que o livro seja ruim, tanto que vejo diversas pessoas favoritando e fico triste que não fui uma delas. Tentei me conectar com os personagens, mas só senti frustração e tédio em diversos momentos.

Gostei bastante da partes que o foco era a construção dos jogos e a paixão deles por essa área, gostei dessas cenas.

Foi uma leitura bem arrastada e infelizmente não me emocionei ou vibrei pelos personagens :(


Nota: 3/5 ??