Resenhas - Vou sumir quando a vela se apagar

Rosangela Max 27/09/2023

Místico, sensível, poético e triste.
Esta é história de um jovem sofredor que está em uma caçada, buscando por respostas para perguntas ele nem tem certeza quais são.
É linda a maneira que a história de Yacub foi contada. Foi toda permeada por aquela tristeza gerada pela dor do luto e pela sensação de viver uma vida sem propósito. Além disso, o autor nos mostra um pouco sobre a vida na Síria e dos imigrantes sírios/turcos/libaneses e de outras nacionalidades, assim como suas similaridades com o Brasil.
Sem dúvida, é uma das minhas melhores leituras desse ano. Adoraria ler mais obras desse autor.
Super recomendo.

-Koraline 04/02/2024

Apesar da narrativa do autor ser bem envolvente, a história, mesmo sendo emocionante, poderia ter sido bem melhor. Se a questão do autor era retratar a difícil realidade de imigrantes do Brasil, que continua sendo uma realidade tão difícil no próprio país, não foi feita com muito sucesso, por que as coisas aconteciam de forma fácil demais para todos os personagens, quase como que se não tivessem tentado, o que dá a impressão de que a ideia de que vir para o Brasil para enriquecer é realmente verdade.

Mandi 16/01/2024

Boa leitura, mas não emociona.
Ouvi tanto falar desse livro que estava esperando a história mais devastadora da minha vida. Embora seja muito bem escrito, o livro não passa a emoção que eu presumo que tenha sido intenção do autor. Não me comovi, em momento algum, com o luto do personagem, nem me encantei com sua jornada, nem nada.

Senti que a narrativa deu algumas voltas pra criar páginas, introduziu personagens pra depois abandoná-los (mas compreensível, pois não eram o foco), e a terceira parte em especial foi um aglomerado de linhas e mais linhas de enrolação até o desfecho.

Um livro rápido de ler e rápido se esquecer.

Nilsonln 21/01/2024

Não leia a sinopse
Antes de mais nada, melhor não ler a sinopse de "Vou sumir quando a vela se apagar", pois ela entrega demais a história que está por vir.

Conselho dado, posso dizer que amei o livro, a história, os personagens e a escrita deste romance homoafetivo tão lindo e peculiar. Tomara que o autor lance logo outro livro, vou adorar ler!

Gostei da leitura? AMEI
Valeu o tempo dispendido? SIM
Quero ler mais do autor? SIM
Recomendo a leitura? SIM

Nadia 01/08/2023

Poético
Um livro que narra as dores do personagem de forma tão profunda e tão poética que é impossível não sofrer junto.
Só queria que tudo ficasse bem, e que Yacub tivesse esse fardo tão pesado retirado de sua memória, e que a vela iluminasse um novo recomeço, uma nova trajetória.

Gigio 17/08/2023

Vou sumir quando a vela se apagar
Fui arrebatado por esse livro. Um texto melancólico e sensível que trata de amor, amizade, cumplicidade, perda e luto. A relação de Yacub e Butros, é linda demais, e a dor da perda não tem tamanho. Yacub tem dificuldade para colocar em palavras seus sentimentos, mas é muito transparente, e foi lido por Jurj desde o primeiro encontro. Jurj é outro personagem apaixonante e que vai mostrando aos poucos a sua grandeza. Como pano de fundo, temos a imigração Síria, Libanesa e Turca para o Brasil, deixando para trás sua terra, sua família e todas as suas referências, com a esperança de um dia retornar em melhores condições financeiras, mas com o sentimento de que provavelmente isso jamais ocorreria. É uma história triste, mas também muito linda. Toda vez que eu previa que algo ruim aconteceria com Yacub, era apenas mais uma demonstração de acolhimento e amizade de seus compatriotas. Saí com sentimentos conflitantes dessa experiência, de um lado com o coração destroçado, e por outra com o coração aquecido.

"Ele não tinha imaginado nada quando pensou na vida no Brasil. Tinha visto apenas uma ausência dolorosa."

"A gente pensa que ninguém mais no mundo é um poço profundo. Que ninguém tem as dúvidas que a gente tem. - Jurj falava com uma seriedade atípica, apertando o braço por trás de Yacub. - Vejo você chorar de noite, cobrindo a boca com a mão. Vejo você chorar mesmo quando não está chorando. E você não vê que eu também choro."

"Não - disse Yacub. - Estou assim porque, vendo vocês dois juntos, sinto que sou pouco. Que tenho pouco a oferecer."

"Sinto que tenho pouco a oferecer para você, Jurj. Estou morto por dentro."

"As pessoas partem. Todos perdem quem amam. Rios secam e montanhas ruem, pensou. Essa é a história do mundo."

Kleilson.Torquatto 19/09/2023

Melancólico e emocionante
É uma leitura bem fluida e simples, sem firulas e sem ser cansativa, mas achei que o autor deveria ter se aprofundado mais na história de alguns personagens secundários, ficaram algumas pontas soltas e uns diálogos bem rasos. Fora isso tem uma escrita fácil que aguça a curiosidade de saber o que irá acontecer nos próximos capítulos e emociona em algumas partes.

É uma história de jornada e auto conhecimento, pautada nos afetos, no medo de lidar com os desejos e a capacidade de tomar para si o seu próprio destino.

É uma leitura boa, mas esperava mais.

Érica 22/12/2023

Rico em cultura, sentimentos, descrições, um belo exemplo de como a literatura nacional está vivíssima!
É um livro sobre amor, luto, escolhas, migração, colonização, amizade, amor, saudade.

Alex de Sá 20/02/2024

Que leitura prazerosa!

O leitor consegue sentir a tristeza na vida do protagonista Yacub, pela escrita poética e fluida do autor. Belas palavras que traduzem a angústia do imigrante gay que começa uma "nova " vida no Brasil depois de uma tragédia pessoal. / Uma jornada no mais profundo devaneio pelo rincões do Brasil com a mitologia árabe.

Amei demais a leitura! ?

Rodolfo 21/01/2023

Yacub e Butrus vivem uma vida tranquila numa pequena vila na Síria acreditando que dias melhores virão com a libertação das garras dos franceses. Unidos pelo laço da descoberta da paixão entre eles, Yacub é surpreendido pela decisão de Butrus de ir para o Brasil, atrás de uma vida melhor.
Uma reviravolta do destino faz com que Butrus adoeça e sua morte leva Yacub a acreditar que seja obra de um jinni, uma espécie de maldição. Decido a viver o sonho do amigo e grande paixão ele vai para o Brasil.
Assim que chega ao Brasil ele inicia uma amizade com Jurj, mas as noites de pesadelos com o jinni não o deixa esquecer a perda de Butrus.
Motivado pelos pesadelos ele vai ao encontro do jinni, numa caminhada pelo interior do país, indo a locais poucos explorados.
Ambientado na década de 30, somos apresentados a uma São Paulo pela visão dos imigrantes sírios e turcos que vieram tentar a vida e que ajudaram a construir o grande berço cultural que a cidade se tornou nos dias de hoje.
Também é comovente acompanharmos a saga de superação e descoberta de Yacub.

Andreia Guida 27/01/2024

A trama é triste e poética, muito bonita. Uma delicadeza incrível ao abordar o luto, o amor e a cultura árabe?e talvez por conta disso o final me incomodou tanto. Merecia mais.

Helder 13/06/2023

Introdução sobre a imigração libanesa no Brasil
Vou sumir quando a vela se apagar me ganhou pelo título e pela capa, além da estranheza de ser um livro nacional lançado pela Intrínseca.
O livro traz uma história até singela, narrada por Yacub, um rapaz nascido e criado em um vilarejo na Síria, onde trabalha no campo, sempre junto com seu amigo de infância Butrus.
O livro é dividido em 3 partes e se passa no início do século XX quando alguns países árabes eram controlados pela França, que tratava os países como colônia extrativista.
Na primeira parte, conhecemos o vilarejo, já pobre, e que começa a sentir o efeito forte da Imigração, pois devido a pobreza local, muitas famílias estão deixando suas casas e migrando para a América, onde aparentemente existe um mundo muito melhor a ser descoberto.
Yacub e Butrus sempre consideraram estes migrantes como traidores, até Butrus receber uma carta de um tio dizendo que a vida no Brasil é muito melhor, e se oferecendo para recebê-lo já com um emprego por aqui.
A descoberta desta informação traz um certo ressentimento na relação dos amigos, principalmente a Yacub, que sabe que tem sentimentos mais fortes por Butrus e já passa a se enxergar sozinho naquela região.
Porém, a vida não é tão reta e previsível, e o destino traz um grande revés para estes amigos e, no fim, quem acaba indo para o Brasil como uma fuga para esquecer o passado é o jovem Yacub.
E começa aí a segunda parte do livro, já que Yacub nunca teve o objetivo de vida de sair do seu vilarejo. E ele é um rapaz tão simplório que sempre trabalhou na terra, então não sabe nem ler nem fazer contas.
Dá para imaginar um árabe analfabeto de 19 anos chegando ao porto de Santos no início do século XX??
E é com este personagem que o autor Diogo Bercito nos mostra um pouco da relação dos imigrantes em SP no início do século, onde temos principalmente a colônia árabe que de acordo com o livro foi se ajudando e montando a colônia libanesa até hoje muito forte no comercio de SP. Diferente de outros livros mais dramáticos, neste livro Yacub encontra pessoas legais em seu caminho e aos poucos parece que ele vai se encaixando na nova realidade deste novo país.
Mas Yacub traz uma dúvida associada a antigas tradições árabes que são os Jinns, ou os gênios, tipo o Genio da Lâmpada de Aladim, que assim com todo folclore “disneyficado”, não são seres tão bonzinhos quanto nos desenhos da Disney.
E temos ai a terceira parte do livro, onde ele precisa enfrentar esta tradição para encontrar seu lugar.
Este assunto até é interessante, mas para mim tirou atenção da história que podia ter ficado focada somente na história da migração.
Mas como um primeiro romance, dá para dizer que vale a pena ficar atento e literatura de Bercito.

eloisagroshevis 09/07/2023

Dolorido
Senti muito junto com o Yacub, principalmente nos momentos cotidianos em que o vazio toma conta e você vê que o seu eu do presente não é você mesmo por conta dos seus traumas e angústias.
Do meio pro final, depois das decisões de ir pro interior, eu me afastei da história e me apeguei muito menos a tudo.
Acredito que por conta disso o final foi um pouco indiferente pra mim. Nao sei ainda como me relacionar com o fim do livro, preciso de mais tempo.
A passagem de quando ele vê a Remedios e o Jurj e se sente triste e com medo de não se sentir suficiente por que estar muito machucado pelos seus traumas e se sentir morto..... MEU DEEEEEEEUS, meu coração se esfarelou

Manu5 13/01/2024

Bom
É um livro que fala sobre imigração o primeiro que leio com esse tema se não me engano, acho muito triste a forma como essas pessoas via o Brasil, como se fosse muito fácil ganhar dinheiro, mais ou menos dá noite pro dia, isso ainda acontece com algumas pessoas que mora no nordeste e acha que vim pra São Paulo seria fácil, a vida é bem melhor mais tbm não é fácil, nada na vida é fácil, são Paulo é uma cidade enorme com muita gente, muito trabalho mais tem ir a luta, dinheiro não cai do céu, o personagem desse livro me cativou muito.

Dudu 17/02/2024

Achei um livro muito bom, com uma escrita fácil de ler e uma história instigante.

Entretanto, o final foi muito decepcionante. Para mim, a história teve um fechamento muito abrupto e que não correspondeu ao forte enredo construído.

Mesmo assim, é uma história muito bonita, permeada por relevantes questões culturais e por uma melancolia quase palpável.

Ao final, o leitor permanece com um sentimento de falta, o que leva a uma identificação com o personagem principal e sua trajetória.