Rafa 15/05/2024
LEITURA EXTREMAMENTE NECESSÁRIA!
Uma leitura crítica e esclarecedora.
Compreender a complexidade da realidade atual é difícil, ainda mais somando-se ao dinamismo tecnológico-digital no qual estamos inseridos!
Byung-Chul Han fez uma obra densa, que coloca o dedo na ferida social, mas em 112 páginas, a leitura flui muito bem, mesmo não sendo aparentemente uma leitura fácil, pois exige além da leitura, uma real reflexão.
Resumo:
Vivemos em uma sociedade dinâmica, inseridos em uma época denominada de multirreferencial, completamente submersa dentro de uma densidade tecnológica que atinge nossa rotina do dia a dia, em todas suas estâncias, passando por nossas cases, passando pelos nossos deslocamentos urbanos e chegando até mesmo nos nossos empregos. Essa tecnologia, é alimentada por dados. Ou seja, constantemente somos “bombardeados” por uma enxurrada de dados diversificados e volumosos.
O capítulo 1 do livro “Infografia”, escrito pelo aclamado filósofo Byung-Chul Han, trata justamente dessa mudança de paradigma social, onde “em oposição ao regime disciplinar, não são corpos e energias que são explorados, mas informações e dados”.
A vigilância desse regime, está pautada sobre a geração de novos dados, na qual alimentamos através de inputs em nossas redes sociais ou aplicativos de utilização frequente, tais como: bancos, mídias audiovisuais, lazer e entre outros. Essa “comunicação”, faz com que fiquemos mais presentes digitalmente, porém mais isolados socialmente, conforme o autor afirma: “A visibilidade é, então, produzida de toda outra maneira, não pelo isolamento, mas pela conexão.”
Diferentemente dos regimes disciplinares retrógrados, no regime de informação, não somos coagidos ou forçados para agir conforme a exigência de alguma demanda externa, mas nós mesmos nos submetemos voluntariamente às condições desse regime tecnológico, onde nos fazemos transparentes e visíveis.
Esse regime está intimamente relacionado com nossas atividades mais básicas e usuais da nossa: “A dominação do regime de informação é ocultada, na medida em que se funde completamente com o cotidiano”, por isso que em muitas ocasiões não percebemos o quão inseridos estamos nessa nova realidade.
O Big Data, a Quarta Revolução Industrial, a Internet das Coisas (IoT), as Inteligências Artificiais (IA), toda essas frentes do regime da informação possui no cerne analisar padrões conhecidos, para que os próximos passos possam ser elaborados de modo preditivo, pautados em dados, onde as relações e interações serão automatizadas via algoritmos.