Gabriela Zurita 16/02/2023
?Reaprender você foi a melhor coisa que já me aconteceu?
Em Até que o inferno nos separe, conhecemos Naomi e Nicholas. Um casal que está de casamento marcado, e aparentemente não querem mais isso. Devido ao alto investimento feito pelos pais do noivo na cerimônia, quem desistir primeiro deverá cobrir o prejuízo. Assim, eles entram em guerra forçando disfarçadamente e depois escancaradamente que o outro entregue as pontas primeiro.
Tive um problema de conexão no começo da história por causa de uma versão que estava mal traduzida. Já estava em 25% do livro quando resolvi o problema e, como adepta a experiências completas, voltei tudo do zero.
Confesso que achei o início meio parado. Até a Naomi chegar à conclusão de que precisava vestir a camisa de combate, não estava tão cativada assim pela narrativa. Não sei se a questão da tradução influenciou, mas comecei a me apegar chegando mais na metade da história.
Estava sentindo o fio do clichê até o Nicholas assumir o controle da situação. Depois disso, eu estava perdoando o homem por qualquer coisa.
[Acho que a partir daqui tem um pouco de SPOILER, nada muito significativo que já não esteja subtendido com a sinopse, mas CUIDADO!]
Como o livro é narrado por ela, eu fiquei confusa com os motivos das atitudes dele. Não sei, até agora se ele de fato estava implicando com ela para força-la a cair fora, ou se ele estava implicando com ela para força-la a ter reações diferente de apatia, ou se ele só estava agindo normalmente e ela é que estava perdendo o entusiasmo por causa da sogra monstro.
Só sei que conforme íamos vendo mais traços do Nicholas, mais eu achava que ela tinha falhado muito com ele e devia muitas desculpas. Sei que o plot precisava de um conflito e para se chegar nele foi usado a questão deles só terem mostrado o superficial um do outro, mas muita coisa ali se resolveria numa conversa sincera. O ?Q? foi todo sobre eles terem coragem de se abrir de verdade um pro outro. Largar o medo de mostrar o real.
Depois que a mensagem principal do livro começa a se desenvolver e você entende o rumo que ele te faz seguir, a história fica maravilhosa, pelo menos pra mim ficou.
Me encantei acompanhando eles se reaproximando. Senti DEMAIS que o Nicholas nunca deixou de amar a Naomi, ao meu ver, ele nunca quis que ela desistisse. Dentre os meus ?ou?s? fico com a opção Mãe Monstra e atitudes extremas para tirá-la do limbo. Conversas seriam melhores? Não sei. Ela nem escutava mais quando ele falava. E não posso passar 100% de pano. Vejo que ele não quis cair fora, mas ele não deixa de ter tido atitudes que realmente deixaram ela desmotivada de permanecer ali. E por causa dessa desmotivação, as coisas boas passaram a embaçar o amor até ela achar que nem existia mais.
Mas real, que lindo. Eu fiquei muito, muito boba com eles. O final é perfeito. A mensagem de escolher ficar, de fazer o outro perceber que tem muito do ?nós? ainda pra se ver e ele vale a pena. Pegou na minha alma. Chorei que nem bebê quando li a frase que escolhi como título da resenha. Achei real e significativo porque é algo que eu acredito MUITO. O amor é uma escolha diária conjunta e a gente tem que aprender todos os dias a amar quem nossa pessoa é naquele momento. Escolher isso é amor. Perceber isso é lindo.
Pra fechar com chave de ouro era só um epílogo contanto a reação dos pais e um flash pra gente sorrir de orelha a orelha com os minis NN cheios de folhinhas nos cachinhos correndo pela floresta.
Amei!
Se você estiver interessado em ler, mas em dúvida. Se joga na leitura e sustenta o início meio indefinido. Prometo que o final compensa. Mas se prepara para sentir MUITA raiva da Deborah.
Obs: quero um Nicholas pra mim. Aturo a mãe chata por ele, sem problemas.