Ana Júlia Coelho 16/10/2023Sakura tem uma doença terminal no pâncreas. Apenas quem sabe disso é sua família, ela não contou para mais ninguém, nem para os amigos. Mas agora ela vai contar para Aquele Que Não Deve Ser Nomeado (a gente só descobre o nome do abençoado no final da história) porque ele, por acaso, encontrou seu diário e leu a primeira página.
Para Sakura é um alívio a amizade que criou com AQNDSN, já que ele a trata normalmente sem todo o drama de ela ter apenas mais um ano de vida. Então ele sabe do segredo, mas ainda mantém a normalidade que ela espera. O problema é que ela abusa um pouco da boa vontade do menino e sempre joga a desculpa do “estou morrendo” para conseguir o que quer, e isso é bem desagradável de acompanhar. AQNDSN tem uma personalidade fraca, não tem interesse pelas outras pessoas, nunca teve amigos e não se importa com isso. Já Sakura é um tsunami, que engole todo mundo que chega perto de tão empolgada que é com a vida e com fazer valer cada dia que tem pela frente.
Não me conectei com os personagens porque achei a relação um pouco tóxica e inconveniente. Ok que Sakura conseguiu mudar um pouco esse lado antissocial do AQNDSN, mas não acho que isso justifique toda a manipulação por parte da adolescente. Os diálogos são toscos e engessados e, por parte do AQNDSN, o jeito que ele se comunica parece de um senhor de 40 anos, e não de um jovem. O ponto positivo é a diagramação, que é ótima para quem tem dificuldade para ler livros tipo da Darkside. Um ou outro momento também é interessante, principalmente quando explica o título do livro, mas, no geral, a história não me agradou muito, inclusive não chorei. Em uma escala de 0 a 10 de torções de faquinhas no coração, esse livro fica com um 2. Tem potencial para fazer o leitor chorar, mas não me tocou porque realmente peguei ranço desses dois.
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