Mimurat.Nuri 01/06/2024
Borboletas e galos falantes
Como fã de releituras de contos gregos, já começo dizendo que esse não deixa a desejar.
Nunca antes eu havia escutado o conto de Psiquê e Eros, apesar de viver toda uma infância escutando a aventura de heróis gregos e a envoltura de deuses, então posso dizer que achei espetacular.
Psiquê é uma princesa que foge ao comum, em especial numa época como aquela, na qual a mulher deveria de ser ainda mais submissa do que a sociedade já deseja que o seja, e ao encontrar Eros (ou nosso querido Cupido), sua história se torna ainda mais fora dos padrões.
O amor deles é algo lindo, no qual sim, há falhas também, como a quantia de segredos e a falta de confiança, mas ambas partes se esforçam para se reencontrarem e resolveram os empecilhos que si próprios ou alguém mais criou. É algo cru. Verdadeiro.
Criei apego por deuses sobre os quais nunca pensei muito, como Hécate ou Zéfiro, ao mesmo tempo em que obtive ranço de outros, como minha própria mãe, que levada pela vaidade tinha como único objetivo destruir a vida de alguém que nada lhe fez.
A autora traz uma visão de ambos lados e a trama possui uma riqueza de contos que se mesclam com o central, como de Aquiles e Patroclo (meus amores ??), Medusa, e até mesmo Persefone, trazendo consigo uma visão completamente empoderada e majestosa da deusa.