isa! 16/06/2023
De volta às origens!
De repente, estou de volta a 2021, quando, apesar de não ser, a vida parecia mais fácil e ao meu lado estavam os meus melhores amigos: livros do RiordanVerse. Por essa razão, sou imensamente grata por ter conhecido e usufruído dessas lindas histórias nos piores momentos da minha vida, elas me tornaram quem eu sou e, de fato, quando penso nisso, me sinto segura e até mesmo orgulhosa do que me tornei. E, sim, Tio Rick quando leio seus livros, volto a ser como aquela pequena garota que lia um livro por dia, ansiando, empolgadamente, por um único beijo de Percabeth.
Antes, preciso dizer que ainda não terminei de ler todo o universo de Percy Jackson - faltam os últimos livros de “As provações de Apolo” - mas, por má sorte , sei que um personagem do qual gosto muito não tem um final feliz. Então, se você não quer saber o que aconteceu, jamais leia este livro antes de terminar a série. Poréééém, como estava aguardando ansiosamente por esse lançamento, não aguentei esperar e precisei correr para lê-lo. E, sim, toda minha empolgação valeu a pena e minhas expectativas foram fortemente superadas. Mas, ainda sim, tive que enfrentar de frente o grande spoiler que está estampado no livro, algo que foi horrível e muito doloroso - Tio Rick, você me paga!
O livro é grandiosamente lindo e não há dúvidas ao dizer que, facilmente, é uma das melhores obras do autor. Desde o início do livro, o enredo se configura de uma forma muito legal, que te prende desde o começo. Ainda sim, permanece da mesma estrutura que o Rick Riordan costuma escrever seus livros, aquela forma de bolo original - que, por sinal, funciona muito bem! Nico e Will são um casal lindo e, de fato, tenho muito orgulho do que estão se tornando. Na história, o desenvolvimento deles não poderia ser melhor: com diálogos importantes e divertidos, inseguranças adolescentes com abordagem dos traumas e, claro, os melhores alívios cômicos. Honestamente, uma das coisas que mais gostei foi a valorização da companhia, do tipo daquelas frases bregas que dizem que juntos somos mais fortes. Haha. Brincadeiras à parte, porém, não deixa de ser verdade. Nico é um personagem muito importante para o universo de Percy Jackson, não apenas por ser filho de um dos deuses que estavam “proibidos” de terem filhos por serem poderosos demais, mas por ser um personagem de grande valor emocional para todos os leitores. Quando lemos sobre a história do Nico, ficamos genuinamente tristes com o seu sofrimento, e, no fundo, acabamos nos identificando um pouquinho com ele. Durante uma passagem do livro, ele diz: "às vezes tenho que me lembrar disso, que as pessoas me amavam quando eu era mais jovem.” E, de repente, não consigo pensar em algo mais triste do que isso. Certamente, o jeito que o Rick Riordan lidou com os problemas de Nico nesse livro foi superiormente mais responsável do que os livros anteriores - não que os outros tenham sido ruins, somente não lhe era dada a relevância suficiente como nesse -, algo que é inspirador, porque, apesar de serem semideuses e constantemente estarem encarregados de salvar o mundo, eles ainda são adolescentes que sofrem de inseguranças como todos nós. Enquanto estavam no Tártaro, Nico e Will questionavam-se sobre o amor um do outro, fazendo comentários sobre beleza, confiança e outros assuntos, nos mostrando que até mesmo os heróis precisam enfrentar os seus piores inimigos, a mente humana e seus pensamentos autodestrutivos.
Além do protagonismo necessário de Nico, temos o Will, o nosso loirinho filho de Apolo. Will é um personagem muito especial, que deveria, realmente, ter mais relevância e aparições no universo. Assim como a abordagem dos traumas e dificuldades de Nico, Will constantemente revelava inseguranças no decorrer do enredo. De verdade, gostei muito da forma como foram tratados os assuntos mais sensíveis, como se, apesar das crises, as coisas sempre voltassem ao normal e a tristeza que existe, um dia, se evapora, justamente porque a história aborda o desenvolvimento e aceitação da felicidade para os personagens, principalmente para o Nico. Ainda sim, Will enfrenta dificuldades para lidar com o seu namorado, porque são muito diferentes e acabam possuindo certas diversidades - algo que é muito bem desenvolvido e construído. Como o livro passa-se no Tártaro, no mundo inferior, Will tem certa dificuldade de aceitar a escuridão, porque não vê-la como algo positivo para as pessoas, o que, de certa forma, incomoda Nico, pois o mundo Inferior é como uma segunda casa para ele. Há uma certa passagem, que me deixou realmente muito pensativa sobre isso, em que Perséfone diz a Will que deveríamos aceitar a escuridão, porque não é algo ruim. E, sem ela não há razões para existir a claridade e que mesmo no escuro, existe felicidade. Não deveríamos nos privar da escuridão. É um trecho muito bonito, sendo assim, uma grande referência para o relacionamento deles, ensinando-os a que, apesar das diversidades, eles se completam e precisam agarrar-se um ao outro para serem felizes, aceitando suas diferenças e as amando completamente. Porque Nico é a estrela e Will é o Sol. E, não conseguimos viver com a ausência deles, assim como não apreciaríamos a claridade, se não houvesse a escuridão.
Por fim, preciso comentar sobre a linda abordagem da sexualidade dos meninos e de outros personagens. Sinceramente, estou muito feliz com a evolução pessoal do autor, porque sempre procura melhorar e incluir cada vez mais gente em seus livros, algo que é realmente de suma importância, pois suas histórias são direcionados, principalmente, para o público infanto juvenil e crescer lendo livros com representatividade é imensamente importante para formação de caráter e da mobilização empática. Verdadeiramente, Tio Rick escreveu sobre a descoberta da sexualidade dos meninos - e até mesmo da Piper - de uma forma gratificante. Além disso, é muito comum livros com o público LGBT+ focarem em um enredo envolvendo casos de homofobia - não que seja ruim, claro, apenas os leva para um teor triste, encobrindo a felicidade dos romances e como se, no final de tudo, todas as histórias tivessem um final em comum, o grande preconceito -, e nos livros de Percy Jackson, isso não acontece de forma alguma. Nas passagens, vemos Nico e Will felizes independente de sua situação e o reforço - até dos monstros e inimigos! - dizendo que homofobia ou essas questões preconceituosas são de humanos burros e ultrapassados. Fico genuinamente feliz com essas cenas e acredito que sejam um lugar de conforto para muitas pessoas.
Enfiiiiim, gente. O livro é um amor! Indico para todo mundo que quiser se apegar ainda mais a esses dois personagens - que tem um lugar muito especial no meu coração! -, e como disse, JAMAIS leia esse livro antes de concluir o universo, a não ser que queira pegar spoiler de diversos livros. Matei a saudade dos meus meninos e quase chorei vendo Percy e Annabeth enormes! Sou uma mâezinha orgulhosa. E, Bob, eu chorei por você em “A casa de Hades.” O final foi lindo, do jeitinho que eu queria. Sério, meu coração transborda de amor. Obrigada por essa obra de arte, Tio Rick.