Resenhas - Na praia

pampamcviana 10/03/2024

Trágico, porém sincero
Este é o livro do mês de março da TAG. Mantendo a "tradição" de 2024, é mais um livro trágico para a coleção.

A história se passa na década de 1960. A liberação sexual ainda não tinha sido amadurecida. O mundo passava pela Guerra Fria. A Inglaterra, a cada dia, perdia mais uma colônia. Discussão entre o que era melhor: capitalismo ou socialismo. As implicações da construção da bomba de hidrogênio. Caos político e social, sempre presente na sociedade, mas com muito mais intensidade do que de costume. E, somado a isto, um casal que não sabe conversar, o que não deixa de ser um tema atual. Homem e mulher, com seus 20 e poucos anos, decidindo se casar. Existe amor, mas também existe falta de conversa, desconexão, medo. E este medo é o tema central da história.

É um livro rápido e gostoso de ler. Não teria por que não indicá-lo. Te deixa uma sensação triste no final, uma certa melancolia. Talvez você se lembre de algo que não viveu por não se permitir. A discussão sobre relacionamento e sexualidade é muito profunda e, porque não dizer, bonita. Tenho certeza de que, até hoje, as pessoas passam por isso. Confunde-se liberdade sexual com uma obrigação de ser sexualmente aberto aos convites da vida. Pois esta liberdade está, pura e simplesmente, em poder fazer escolhas reais, de acordo com suas verdadeiras vontades. Te faz pensar.

Eliza.Beth 18/04/2024

Nota: dó
Não gostei do livro.
A escrita desse autor é algo que não me cativa, não me prende.
Não acho seus personagens bem desenvolvidos e considero que existem muitas descrições sobre coisas e pessoas que não tem relevância para a história.

Não gostei do tema do livro: um casal recém casado, em sua noite de núpcias.

No final, achei que faltou saber mais sobre a personagem feminina depois dos acontecimentos. Ela que, entre os dois, era a personagem mais interessante.

Ponto positivo: tem poucas páginas.

Gigio 25/03/2024

Este livro, ambientado na Inglaterra da década de 1960, é uma história de amor e consequências devastadoras. O enredo gira em torno de um jovem casal, Florence e Edward, que recentemente se casaram e estão passando sua lua de mel em um hotel na costa de Chesil Beach.

O romance mergulha na intimidade do relacionamento dos dois personagens principais, revelando suas expectativas, medos e frustrações enquanto se preparam para consumar seu casamento na noite de núpcias. No entanto, o encontro íntimo revela profundas diferenças entre eles, desencadeando uma série de eventos que mudarão suas vidas para sempre.

Ian McEwan habilmente explora os temas da comunicação falha, expectativas sociais e pressões emocionais em um contexto de época conservadora e repressiva. Ele captura a atmosfera da década de 1960 na Inglaterra, com suas normas sociais rígidas e mudanças culturais iminentes.

A narrativa é sutil e introspectiva, focando nos pensamentos e sentimentos dos personagens enquanto enfrentam um momento crucial em suas vidas. McEwan apresenta seus personagens de forma complexa e multifacetada, revelando suas vulnerabilidades e dilemas interiores.

"Na Praia" é uma história profundamente comovente que explora as nuances e as complexidades dos relacionamentos humanos. Ian McEwan convida os leitores a refletirem sobre o poder do amor, a fragilidade da comunicação e as consequências de escolhas aparentemente triviais.

Mika 04/04/2024

Livro chato demais porém bem escrito
Claramente o escritor é ótimo no jogo de palavras, mas que enredo chato e entediante! Meu Deus! Com ctz o pior da Tag que já li até hoje.

Um livro tão curto e que me custou tanto pra finalizar. O último capítulo é a única parte boa, que tem acontecimentos verdadeiramente relevantes e interessantes, que nos instigam a ler mais. O posfácio também é legal com os comentários sobre as perdas/ausências que acompanham o processo de traduzir uma obra.

Não recomendo. Há muitos livros no mundo para se ler, e esse é um sacrifício pra terminar.

cammealves 20/03/2024

Trágico, honesto e melancólico
História de uma narrativa que prende rápido. O autor vai contando o momento presente ao mesmo tempo em que traz acontecimentos do passado, que vão pintando a personalidade, os medos, os desejos e os sonhos dos personagens principais.

É o retrato de um casal, de como cresceram, se conheceram, namoraram e se casaram, para na lua de mel enfrentarem, a seu tempo, o medo do sexo.

A honestidade com que o autor escreve cativa muito. Descreve as lutas internas de ambos ao mesmo tempo em que descreve uma comunicação passivo-agressiva, exatamente porque ambos não sabem como lidar com tudo o que sentem e pensam. E isso causa a ruptura. Não os medos, mas a inabilidade de se comunicarem.

É uma história trágica, com um final melancólico.

Klelber 03/03/2024

Pedindo.
A história do casal que pisava em ovos pra não se embaterem, e acabaram com o casamento depois de 8 horas. Nossa! Que sofrimento pra esses dois, e o climax todo é uma briga cheia de ofensas e sem espaço pra perdão. Triste, mas realista.

Rebeca 19/04/2024

O erro dela foi o silêncio prolongado
Uma história triste e agonizante de um casamento frustado e que mal durou um dia. Mas acho que Florence (com altos indícios de ser uma pessoa assexual) se torturou à toa, ela deveria ter sido sincera e dito a verdade antes mesmo de se casar. Se ela tivesse dito antes, teria sido poupada de certas inconveniências. Acredito que teria sido melhor para ela nem ter se casado.

Arthus.Mehanna 11/03/2024

Envoltório compulsório
Estava cético no primeiro capítulo.
Entretanto, a intimidade criada com os personagens é muito bem construída.
As referências históricas, políticas, geográficas e sonoras enriquecem.
Sonoramente, a música erudita permeia-se com pensamentos e sentimentos, quase como se pudesse ouvir ao ler.
Assim como o som do mar invade o enredo e conversa com a cena.
Desfecho muito bem pontuado e assertivo.

Caroline Vital 31/03/2024

Que narração incrível! O enredo é simples, o fato parece pouco, mas a narração constrói os personagens de forma que o que acontece não poderia ter acontecido diferente. Fenomenal, grande livro, o melhor do McEwan até o momento para mim.

Rodolfo 31/03/2024

Até onde falar de sexo é importante num relacionamento ou numa sociedade? 
Nessa história somos apresentados à noite de núpcias de Edward e Florence e as expectativas de ambos para o primeiro ato sexual dos dois e a visão que cada um tem.
Esse fato é agravado pela história ser ambientada na década de 60, época que isso era visto quase que como um crime ou algo pecaminoso.
Enquanto temos uma visão sem importância do ato por Florence, também temos a visão de grande importância para Edward.
Intercalado aos momentos de antecedem o ato também somos apresentados à história dos dois e de como se conheceram.
De maneira magistral o autor consegue levantar as mesmas ansiedades dos personagens no leitor, direcionando o questionamento final para do que realmente é formado um casamento? 

Erica.Barone 25/02/2024

Embora tenha ficado um pouco entediada no início da leitura, gostei da história e também da escrita, talvez pudesse ser menos descritiva, mas isso não ofusca a forma brilhante como o autor consegue materializar os sentimentos dos seus personagens. Um romance sobre desencontros, sobre silêncios e omissões.

Alessandra.Lantimant 12/03/2024

Longe de ser um dos meus preferidos, não me envolvi com a história. Muitos detalhes, muitas páginas, para desenrolar uma noite. Depois em 3 páginas o livro se torna um pouco mais interessante ao retratar os 40 anos seguintes?

Rimylles.Silva 28/03/2024

Na praia
Esse livro conta a história de amor entre dois jovens: Edward e Florence! Mas não é uma história de amor convencional. Eu fiquei bastante incomodado com essa história, considerando a facilidade com que o sexo está disponível na sociedade nos duas atuais, enquanto nesse romance é tudo muito demorado, além de algumas descobertas que são feitas pelos personagens ao longo da narrativa.

Josana.Bispo 29/03/2024

Palavras não ditas, mal entendidos. Tudo isso pode levar a consequências que atravessam vidas. Leitura agradável e tranquila mas que leva a uma angústia e a pensar sobre o que calamos.