Resenhas - A moradora de Wildfell Hall

Mariana 18/06/2022

A mais indignada das irmãs
Anne quando escreveu esse livro certamente havia presenciado poucas e boas.

Conhecemos Helen, personagem principal que chega misteriosamente em uma vila do interior da Inglaterra vinda de ninguém sabe onde e chamando a atenção do nosso narrador, que em poucas semanas se vê apaixonado pela forrasteira.

É um livro bem rápido de ser lido e algumas vezes se torna um pouco maçante. Diferente de Jane Eyre e Wutheringh Heights, esse daqui possui atmosfera mais monótona, contudo, não deixa se ser um livro agradável e inclusive chocante, pois muitas das cenas descritas e situações que acompanhamos não eram algo a ser "exposto" na rigorosa sociedade inglesa do século XIX.

Sobre a edição: esperava mais da Nova Fronteira, muitos erros de português e gramatica, parece que o livro foi impresso às pressas

Vanderni 16/06/2022

Surpreendente!
Quando li Agnes Grey, achei Anne Brontë conservadora. Preciso reler esse livro, aliás, pra analisar melhor, porque A inquilina de Wildfell Hall é totalmente diferente. É uma história à frente de seu tempo. É uma protagonista forte, que se sustenta, que decide abandonar o marido, que é capaz de amar novamente. A impressão é que Anne Brontë foi muito além da escrita tradicional da época. Recomendo!

Madu 13/06/2022

não. não é uma obra feminista
Ao contrário do que muitos interpretam, não se trata de uma obra feminista. Pelo contrário, é um claro exemplo de uma narrativa cristã.
Descreve perfeitamente o caminho trilhado por uma jovem que submete sua razão à emoção, colocando-se em um relacionamento de jugo desigual. Ainda que sendo guiada inicialmente pela cega paixão, ela logo se dá conta da tremenda insensatez. Porém, mesmo estando ciente de seus erros, isso não a isenta das consequências e ela fielmente cumpre com os votos prometidos ao casar, ainda que muito lhe custe. Ela foi temente a Deus, e corajosa ao encarar as consequências de uma imprudente atitude. Foi cristã, ao reconhecer seus erros, e ao permanecer fiel até a morte de seu marido, mesmo quando esse não merecia nada de seu respeito.
Como ficção, teve um final feliz, após longos anos de miséria. A realidade, infelizmente, não é assim.
Vale a reflexão levantada, jugo desigual pode fazer da sua vida um inferno...
Uma brilhante obra, e sem dúvida, um destaque, dado o período que foi escrita. É incrível, ver que em cada atitude Helen sempre busca cumprir a vontade do Senhor, como uma verdadeira cristã, reconhecendo seus pecados e lidando com as consequências.
É interessante ressaltar também a crença da autora refletida na escrita. Anne cria no cristianismo universalista, aquele que diz que todos serão salvos e o inferno será apenas uma purificação aos que viveram de forma perversa na Terra.

Samilly.Silva 06/06/2022

Confesso que achei a história muito longa e aflitiva. Mas gostei bastante e finalmente ela foi feliz ??

Paula1908 03/06/2022

Ai de mim!
Esse livro, como todos das irmãs Brontë, é um tanto quanto cansativo, mas quando chega no final, você fica com saudade da leitura.

A forma lenta e detalhada é a vibe mesmo. Vai chegar uma hora (meio do livro), que a leitura é até estressante, então eu não via a hora de acabar. E agora que cheguei ao final, estou satisfeita com tudo.

Lembrando que esse não é um livro feminista como muitos dizem ser, nem um livro sobre feminismo. O fato é que as irmãs Brontë estavam realmente a frente do tempo delas em questão de políticas para mulheres e crianças. Então a personagem Helen reflete muito isso. Realmente ela tem atitudes feminista, como conseguir a independência naquela época, trabalhar autônoma, ser uma mulher que foge do casamento abusivo.

O que eu mais gostei do livro não foi de fato as atitudes "feministas" da protagonista, mas sim como ela defendia a educação positiva e enxergava seu filho como um ser humano, uma criança (coisa que era um absurdo antigamente e ainda continua sendo nos dias atuais). Ela defende com garras e unhas essa crianção saudável e para mim são as partes mais bonitas do livro.

No geral eu achei o livro sim muito cansativo, mas não é algo incomum vindo de uma Brontë e sou muito fã delas. Gostei muito!

PS: a teoria desse livro ser uma resposta para "O Morro dos Ventos Uivantes" é bem interessante também. Não consigo ainda decidir se faz algum sentido, porque a Helen é bem mais humana do que a Cathy!

Stella 25/05/2022

Ousado
Acho que a descrição feita por muitos como um livro ?a frente do seu tempo? se encaixa perfeitamente aqui. O começo me prendeu bastante e talvez o final tenha sido um pouco arrastado, mas foi um prazer conhecer outra irmã Brontë.

Giu 18/05/2022

Leitura agradável, principalmente durante a primeira parte - do meio pro final, achei um pouco cansativo.

Um romance bem água com açúcar, escolha perfeita para quando você só precisa relaxar e descansar.

Aninha 18/05/2022

A Inquilina Determinada
A narração inicial do livro é feita por Gilbert Markham para Jack Halford. Ele conta que, recentemente, o velho casarão em Wildfell Hall está habitado por um mulher com vestes pretas, parecendo em luto. Seu nome é Helen Graham, ela reside acompanhada de uma criada idosa e seu pequeno filho Arthur de 5 anos de idade.

Helen é uma mulher reservada, não fala muito sobre sua vida pessoal e evita eventos sociais. Esta mulher misteriosa desperta a curiosidade da vizinhança, e diversos boatos sobre suas virtudes começam a ser questionados.

Gilbert está encantado e também curioso pela história de Helen, a princípio ele não acredita nos mexericos alheios até ver Frederick Lawrence, o dono da casa, sair tarde da noite de Wildfell Hall e caminhar pelo jardim com Hellen. Desacreditado de tudo, ele confronta Hellen para saber a verdade de sua história e o que ela esconde. Então, Hellen entrega-lhe seu diário para que ele o leia, conheça sua história e compreenda todo comportamento reservado dela.

A maior parte da narrativa se concentra nesse diário, acompanhamos a vida da Helen desde os 18 anos de idade, uma jovem inocente e sonhadora, até os dias atuais já adulta e com um filho. Helen é uma mulher com paciência e extrema bondade.

No livro vemos a desilusão, sofrimento e luta de uma mulher cujo direito legal do casamento impede que algo seja digno de seu domínio. Até mesmo o dinheiro ganho com seu próprio trabalho não pertence a ela, e sim ao seu marido. Helen é uma mulher cheia de esperança e fé, e choca a sociedade quando toma uma atitude de independência contrariando a visão feminina da época. Pelos comportamentos de seus personagens, a autora destaca a diferença de educação dada aos homens e mulheres. Também é ressaltado como uma sociedade está entrelaçada com preconceitos, fofocas e julgamentos constantes sem conhecer a verdadeira história de uma pessoa.

Andreia508 29/04/2022

Este livro é considerado um clássico e pioneiro da literatura feminista, em um tempo opressor do século XIX.
É uma ótima leitura, recomendo.

Anne 21/04/2022

Ameii
Terminei o livro faz dias mas estava mto ocupada p falar sobre, sofri junto com a Helen e desde o momento suspeitei da relacao do sr lawrence. Amei

Kaiã 19/04/2022

No começo estava muito bom, depois foi ficando mais lento. Acho que meu ritmo de leitura tbm afetou a experiência. No fim, foi muito válida. Um livro a frente do seu tempo, amei conhecer a última irmã que Bronte que faltava.

Julia.Martins 16/04/2022

Clássico à frente de seu tempo. Anne Bronte é injustamente a menos reverenciada entre as irmãs Bronte. Uma lástima, pois os dois livros de Anne são simplesmente incríveis. Agnes Grey é baseado nas próprias experiências da autora enquanto governanta de famílias abastadas. Em Widlfell Hall temas dolorosos são primorosamente tratados: alcoolismo masculino, violência patrimonial contra mulheres, violência psicológica, além das velhas questões de classe da Inglaterra vitoriana. Um primor. Recomendo demais.

Natália 16/04/2022

A luta da mulher
Ainda que romanceado, o livro conta a história de uma mulher que, assim como muitas outras da época, viva de forma oprimida com o objetivo de servir o marido...

Nana_tsur 05/04/2022

Enfim terminado a leitura do box das irmãs Brontë. De certa forma, da para perceber certa semelhança na escrita das irmãs, não na construção dos personagens em si, mas na construção do ambiente e em como ele é mais sombrio e trás uma carga emocional muito forte.

A escrita de Anne mesmo tendo o pequeno traço parecido ao das irmãs se difere por ser mais direta e não ter muitos floreios nem todo o romantismo como as outras.

Seu livro chocou a sociedade da época pois trata de assuntos que não eram debatidos e sim abafados. Os temas abordados são: relacionamento abusivo, adultério, alcoolismo e independência feminina. Anne também mostrou no livro a influência sexista que a figura paterna exercia nos filhos enquanto as meninas eram criadas para serem dependentes e viverem em prol de um marido.

Helen foi uma personagem criada para desafiar as convenções da época, principalmente as voltadas a relacionamento, casamento, maternidade e independência.

Helen foi uma jovem tola que mesmo com os avisos e conselhos acabou entrando em um casamento com um libertino. Ela acreditou que poderia mudar o marido mas isso se mostrou impossível e ele ficava ainda mais devasso e consumido pelos vícios.

Ela fica presa em um relacionamento abusivo onde sofre violência emocional e psicológica. No meio disso tudo também vê seu filho sendo influenciado pelas atitudes do pai e para não deixar a criança seguir o mesmo caminho ela foge de casa.

A história é dividida em três partes contada através de cartas e de um diário. Na primeira parte é contada por carta por Gilbert que conta como conheceu e se apaixonou por Helen que se mudou com seu filho para a propriedade próxima a sua.

Na segunda parte a história é contada a partir do diário de Helen, nele ela conta toda a sua história até sua fuga para Winldfell Hall. E a última parte voltamos novamente a narrativa de Gilbert com suas cartas.

O livro é bastante descritivo e embora lenta é uma leitura muito boa e única, principalmente se levar em conta a época que ele foi escrito e por a autora ser uma mulher que falou de coisas que não eram faladas abertamente.

Nathalia184 04/04/2022

Com uma escrita mais "madura", reflexão da diferença da idade da autora (e as histórias que ela ouvia do seu irmão sobre acontecimentos fora do círculo social ali da família), A Inquilina de Wildfell Hall traz um relato cru e cirúrgico no que diz respeito a como muitos casamentos funcionavam (e alguns ainda funcionam), além de ser um dos livros promissores no feminismo por apresentar uma protagonista não submissa - que tentou viver por conta própria e ganhar dinheiro com o fruto de seu trabalho duro - em uma época que mulheres não possuíam voz e a unica escolha era passar toda a vida em um casamento sem amor, sofrendo abusos físicos e psicológicos.

A experiência com esse livro foi vivida à flor da pele o tempo todo, seja pelas escolhas de Gilbert enxergando as coisas de uma forma errônea no começo ou pelas partes do diário de Helen, que contava de sua vida em detalhes sobre acontecimentos envolvendo a devassidão do marido e os companheiros de farra.

Tenho pra mim que o livro permanece mais atual do que nunca, fazendo valer seu lugar no hall de livros "atemporais".
É uma lástima não ter mais coisas de Anne para ler, mas com certeza guardarei esse livro comigo por muito, muito tempo.