Silvana.Freitas 07/11/2022
"O Naufrágio das Civilizações", de Amin Maalouf, é uma obra que eu definiria, principalmente como encantadora, por vários motivos. Pra começar o autor, nascido no Líbano da década de 1950, nos apresenta um Oriente Médio bem diferente do que estamos habituados: países modernos e de grande efervescência cultural, nos quais os cidadãos, bem como jornalistas e artistas, eram livres pra se expressarem e fruírem obras e pensamentos. Uma visão absolutamente inesperada para quem só carrega na memória imagens de conflitos armados, repressão e violência.
Outro aspecto muito interessante é ouvir do autor a narrativa de vários importantíssimos eventos históricos, como conflitos, guerras, surgimento e dissolução de Estados dos quais ele foi testemunha ocular.
Mas além disso, encanta a maneira poética como ele narra todas essas histórias, imprimindo seu olhar não-partidário e Livre-curioso, extraindo importantes reflexões de cada um deles e, a partir daí, alinhavando todas elas no que tem de comum.
Amin Maalouf, ao longo de todo o livro, fala sobre o que levou cada civilização a se perder, a tomar o caminho do Auto-aniquilamento, a naufragar, enfim. E como ele mesmo diz, seu intuito não é provocar apatia, desalento ou desespero, mas sim alertar-nos, com base no passado, para o perigo que nos espreita à frente, e o qual ele acredita que todos nós podemos transpor, buscando o bem comum.