Pâm Possani 10/04/2021Intenso, sombrio, quentePara começar, se você ainda não leu Corrupt, pode pular para o último parágrafo dessa resenha, pois pode conter spoilers. É necessário ler o primeiro livro devido à continuidade da história.
Conforme dito, vamos continuar depois dos últimos acontecimentos de Corrupt, navegando entre passado e presente. Um confessionário e segredos que são ditos em um período frequente, Kai Mori frequenta um confessionário sem um padre. A liberdade de poder dizer tudo que está entalado em sua garganta é o único alívio que ele tem para as coisas ruins que faz, sem um espectador... Bem, isso é o que ele pensava, até descobrir que não estava sozinho. E também descobrir que existe um mistério no hotel mais decadente da cidade. O sombrio é interessante, a incerteza acende um fogo que não pode ser simplesmente extinguido com facilidade.
Mas, enquanto desvendamos esse passado, vamos percebendo que no presente, a história está um pouco mudada: Damon continua desaparecido e ao mesmo tempo, os negócios precisam tomar uma guinada e talvez um contrato possa ser uma solução para alguns problemas. Talvez todos? Ou talvez... Seja só o início de toda confusão?
Aqui temos Banks, a garota dos moletons compridos e que se recusa a mostrar centímetros "indevidos" de pele a mais que o necessário. E nosso protagonista masculino? Kai Mori. Já tivemos uma interação com ele no primeiro livro, mas aqui vamos ver um lado que não havia aparecido antes. E mais? Temas interessantes e que se tornam doloridos à medida que vão aparecendo durante o livro. Daquele tipo que te dá um tapa na cara à medida que você vai entendendo a forma que a história vai se construindo.
Penelope Douglas capricha no desenvolvimento e nos deixa curiosos com aquele final, MAIS UMA VEZ. O livro é dark, é intenso e tem cenas quentes, além de um suspense que te deixa na curiosidade do que vai acontecer com alguns personagens. Confesso que esperava algo um pouco mais "tcham" pro Kai, mais segredos, talvez? Mas mesmo assim, gostei mais dele do que de Michael (desculpa aí, Michaelzinho rsrsrs), e a Banks é uma personagem que você já gosta de cara e cria empatia à medida que a história vai se desenrolando entre passado e presente. Rika e Michael aparecem aqui, e confesso que continuo não gostando muito da protagonista do primeiro livro. Me julguem.
Hideaway tem alguns temas como abuso emocional e psicológico, a dependência no outro, a necessidade de ficar sozinho e de silêncio, mas também como as marcas do passado afetam nosso desenvolvimento e, como coisas simples, podem se tornar a maior alegria em alguns momentos, coisas que nunca tivemos. Temos um foco maior e vamos começar a entender porque Damon é o que é hoje, então devo dizer que até o momento, Devil's Night é uma história totalmente complementar e vamos montando as peças do quebra-cabeça que esses meninos deixaram para trás.