Luize.Soares 17/10/2023
Ana Terra
Admito que não gostei muito desse livro. No começo ele foi bem chatinho e arrastado, no meio ele foi meio pesado e no final até que tava aceitável, mas mesmo assim não foi um livro bom e que te dava entusiasmo para ler
Ana Terra é a grande "heroína" desse livro, ela passou por diversas dificuldades, teve uma vida difícil, se sacrificou pelo bem de outros e no final ela conseguir recomeçar uma nova vida com seu querido filho
O final do livro foi um pouco confuso pra mim, não consegui entender se o Pedrinho voltou ou não daquela batalha, mas enfim, prefiro acreditar que ele voltou
Trechos:
?Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando
?O pai de Ana costumava dizer que, quando via um leão baio ou uma jaguatirica, não se impressionava: pegava o mosquete, calmo, e ia enfrentar o animal; mas, quando via aparecer um homem, estremecia
?Eram sempre aqueles coxilhões a perder de vista, a solidão e o vento. Não havia outro remédio - achava ela - senão trabalhar para esquecer o medo, a tristeza, a aflição...
?Naquela casa nunca entrava nenhuma alegria, nunca se ouvia uma música, e ninguém pensava em divertimento
?De repente Ana Terra descobriu que aquela música estava exprimindo toda a tristeza que lhe vinha nos dias de inverno quando o vento assobiava e as árvores gemiam - nos dias de céu escuro em que, olhando a soledade dos campos, ela procurava dizer à mãe o que sentia no peito, mas não encontrava palavras para tanto. Agora a flauta do índio estava falando por ela...
?A vida é uma coisa que Deus nos deu e só Ele pode nos tirar
?Em certas ocasiões surpreedia-se a esperar que alguma coisa acontesse e ficava meio aérea, quase feliz, para depois, num desalento, compreender subitamente que para ela a vida estava terminada, pois um dia era a repetição do dia anterior - o dia de amanhã seria igual ao de hoje, assim por muitas semanas, meses e anos até a hora de sua morte
?Tinha dentro de si uma espécie de vazio: sabia que nunca mais teria vontade de rir nem de chorar. Queria viver, isso queria
?Uma pessoa pode lutar contra a sorte que tem. Pode e deve. E agora ela tinha enterrado o pai e o irmão e ali estava, sem casa, sem amigos, sem ilusões, sem nada, mas teimando em viver. Sim, era pura teimosia. Chamava-se Ana Terra. Tinha herdado do pai o gênio de mula
?Esta noite dormi fora,
Na porta do meu amor;
Deu o vento na roseira
Me cobriu todo de flor
?Ana terra estava de tal maneira habituada ao vento que até parecia entender o que ele dizia. E nas noites de ventania ela pensava principalmente em sepulturas e naqueles que tinha ido para o outro mundo. Era como se eles chegassem um por um e ficassem ao redor dela, contando casos e perguntando pelos vivos
?Noite de vento, noite dos mortos...