Belisa 24/03/2015
A comparação de Zlata com Anne Frank é inevitável: ambas são jovens, têm sua infância/adolescência abalada pela guerra e relatam suas experiências em diários. Zlata, inclusive, nomeia seu diário de Mimmy, em alusão a Kitty - nome do diário de Anne Frank.
A guerra, entretanto, é outra e bem menos lembrada. Enquanto Anne Frank (sobre)viveu nos tempos da tão conhecida 2ª Guerra Mundial (1939-1945), Zlata (sobre)viveu durante a guerra civil na Bósnia, nos anos 90. A menina não viveu em campos de concentração, mas nem por isso seu relato é menos importante ou menos triste para quem o lê. Zlata teve seus estudos interrompidos, vivenciou a morte de amigos, viu o sofrimento de seus pais, viveu 2 anos com luz, água, gás e comida faltando constantemente. Em alguns dias tudo parecia andar normalmente, mas logo os bombardeios recomeçavam, acabando com as esperanças de uma vida normal.
Também diferentemente de Anne Frank, o diário de Zlata é "descoberto" e publicado no meio da guerra (a guerra terminou em 95 e o diário foi publicado em 93), por isso o diário termina abruptamente, não espere por uma conclusão.
Como toda leitura que trata de qualquer guerra, é uma leitura que dói na gente. Porém, ao mesmo tempo, Zlata nos enche de esperança por mostrar que há pessoas mais fortes e mais sensatas do que aquelas que vivem em guerra por motivos tão mesquinhos.
Durante a leitura, prepare o Google: para entender todo o contexto da guerra, é bom fazer uma certa pesquisa sobre aquela região e sobre as motivações que levaram ao conflito.