O amante

O amante Marguerite Duras




Resenhas - O Amante


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Aline 23/11/2021

Fragmentos de memórias
"Muito cedo foi tarde demais em minha vida". Essa frase tão potente está na primeira página do livro. Imaginei que dali sairia uma grande história. Mas não funcionou pra mim. O livro é uma espécie de autobiografia romanceada da autora e segue um estilo fragmentado e não-cronológico (como funciona com nossas memórias). É uma escrita bastante melancólica, sem nenhuma esperança. Frases bonitas e desoladoras sobre um casal insólito e uma família infeliz ao seu modo. Como leitora mediana que sou, senti falta de enredo.
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Thais 23/11/2021

Um diário
Um diário autobiográfico dos relatos de uma adolescência conturbada e miserável.
Não é uma história de amantes ou traição, como achei que sugeria o título. Mas da presença enamorada de duas pessoas que juntas, criam uma forma de superar suas dificuldades se amando.
Poucas páginas, triste e angustiante.
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Nathalie.Murcia 19/11/2021

Provocativo
Romance com traços autobiográficos, tal como os demais da autora. Polêmico, clássico, e ganhador do prêmio Goncourt de 1984.

Este livro retrata a infância miserável da autora, na Indochina, as complicadas relações familiares, em especial com o irmão mais velho, além da sua iniciação sexual precoce, aos 15 anos, com um chinês rico.

Um misto de desejo, gozo, abandono, entrega lânguida, interesse, e até mesmo amor, ainda que por vias tortas, refletem, para mim, o significado do relacionamento da adolescente com o amante, romance que perdurou por três anos, cessando com a ida de Marguerite para a França.

"Os beijos no corpo fazem chorar. É como se consolassem. Em família não choro. Naquele dia, naquele quarto, as lágrimas consolam do passado e do futuro também. Digo que um dia vou me desgarrar da minha mãe, que um dia não sentirei nem mais amor por ela. Choro. Ele descansa a cabeça em mim e chora por me ver chorar. Digo que, em minha infância, a infelicidade de minha mãe ocupou o lugar do sonho."

Gostei muito da escrita fluída e provocativa de Duras.
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Mari 09/11/2021

Um diário tragicamente lindo
Ler esse livro foi como ler um diário extremamente pessoal, é uma história real e intensa, a autora relata o que ocorreu na sua infância/adolescência e é uma leitura cativante e sentimental.


(SPOILER)
No início do livro ela diz: "Jamais escrevi, acreditando escrever, jamais amei acreditando amar", e nas últimas páginas ela diz: "E subitamente não tinha certeza de não tê-lo amado com um amor que não havia percebido", portanto na minha interpretação ela realmente amou o homem de Cholen, mas quando percebeu já era tarde demais.
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Stephanie E. 08/11/2021

Triste realidade
Com M. Duras dei o ponta pé inicial na literatura francesa.
Que escritora, mas também que história doida e atual, muitas ainda se encontram nessa situação.
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Marilda 18/10/2021

Opinião e Fragmentos
"A história da minha vida não existe. Ela não existe. Jamais tem um centro. Nem caminho nem trilha. Há vastos espaços onde se diria haver alguém, mas não é verdade, não havia ninguém."
"Tudo começou assim em minha vida, com esse rosto visionário, (...)extenuado, às olheiras antecipando-se ao tempo, à experiência."
Fala muito sobre a colonização francesa na Indochina, onde a autora foi criada. Muito poético esse livro... cada descrição linda!
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underlou 11/10/2021

Tristeza quase nomeada
Antes de qualquer consideração, mesmo sendo um livro curtinho, "O Amante" não é de fácil leitura. Inicialmente, há uma absoluta estranheza quanto ao estilo da narrativa, sobretudo em relação ao tipo de narrador, ora na primeira pessoa, ora na terceira.

Contudo, conforme avançamos nas páginas, começamos a adentrar com entusiasmo no mundo da aventura que a autora teve aos 15 anos de idade com um amante Chinês, na cidade de Saigon. Aquela confusão inicial, por assim dizer, relativa ao modo de narrar também passa a ser compreendida, uma vez que agora há, ainda que difusos, dois tempos marcados: a adolescência, quando ela foi tomada pela primeira paixão, ao mesmo tempo em que a miséria e as relações familiares ganhavam contornos complicados; e já na fase adulta, em Paris, quando ela parece recordar sua experiência amorosa e familiar, sem remorsos ou arrependimentos.

Curioso, aliás, como o amante do título ganha outra caracterização do que comumente se espera. O chinês rico que se encanta pela jovem de 15 anos, vestida de seda, sapatos e chapéu de gosto duvidoso, não se apresenta como um predador selvagem, mas taciturno e melancólico. Apesar do tema delicado, a autora o trata de uma forma muito sensível a partir da perspectiva da menina, de modo que a imagem turva do homem - e não existe expressão que defina melhor essa história que "imagem turva" - fica ainda mais diminuta frente às impressões femininas.

Ao final, tem-se a impressão de que a maneira de escrita peculiar de Marguerite Duras é uma experiência à parte, como em "Digo [...] que sempre fui triste. Que vejo essa tristeza nas minhas fotografias da infância. Que hoje essa tristeza, sentindo-a como a mesma que sempre senti, quase pode ter meu nome, tanto ela se parece comigo". Enfim, o romance em si apresenta falhas e inconstâncias na narrativa, mas sua poética é tão intensa que se torna sobrepujante ao restante.
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Myres 08/10/2021

Não se deixem levar pelo nome do livro... vai muito além disso. Os textos de Marguerite Duras parecem poesias, a todo momento parece que você está lendo um diário muito pessoal. Gostei do livro mas foi uma experiência muito diferente dos que já li, mas com certeza irei atrás de outras obras da autora para conhecê-la melhor. Uma história curta, com começo, meio e fim tudo misturado, todos juntos.
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Qlucas 01/10/2021

Memórias de uma escritora
Em ''O Amante'' de M. Duras narra as lembranças da autora francesa sobre sua juventude, especialmente, no começo de sua iniciação sexual com um chinês, um homem mais velho. Há também a exposição juízo íntimo da autora-personagem acerca dos membros de sua família, tomado por uma sentimentalidade entrelaçada entre amor e ódio, sobretudo, à sua mãe.
Os primeiros parágrafos são convidativos à leitura, de imediato, autora estabelece que seu atual rosto 'devastado', talvez, mais belo a quando juvenil, está marcado por suas profundas recordações, ávida por nos contar, como foi ter que envelhecer aos dezoito anos de idade, o por que de seu 'cedo, já era tarde demais'.
Outro destaque é a forte presença de imagens nesse livro, todas evocadas pela escrita, não conexa, repetitiva e espaçada no texto, traz ao eleitor um retrato mental, ora borrado, ora nítido. Nessas lembranças cenográficas, há sempre uma observação nova feita pela garotinha do passado ou a idosa do presente, um sentimento redescoberto, uma nova percepção: 'Pemita-me dizer, que tenho quinze anos e meio. Uma balsa desliza sobre o Mekong. A imagem permanece durante toda a travessia do Rio.’ Mais a frente, autora acrescenta: 'Quinze anos e meio. É a travessia do Rio'.
Do enredo, envolto por um constante estado melancólico, aborda temas relacionados as fúrias das relações familiares, preconceitos coloniais, o amor – seu reconhecimento tardio.
Apesar de, ao final do livro, ter considerado proveitosa a leitura, nem todo enredo me cativou de imediato, a metade final foi a que mais me conquistou, senti que a narração em terceira pessoa deixa a estória mais bela, enquanto, que a narração em primeira pessoa, predominante, no início da narrativa, tornava tudo mediano, um mero contar. A questão do tempo verbal variar entre passado e presente, representando o fluxo de memórias, pode deixar a narração confusa, se não lido com atenção, mesmo assim, não considero uma escrita complexa em demasia.
Em suma, é um bom livro, sinto que numa releitura, eu teria uma percepção mais positiva dele como um todo.
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gioobala 29/09/2021

Em um apartamento de Cholen?
Eu não pensei que um livro clássico fosse me deixar tão encantada como esse me deixou. Um dos maiores espantos enquanto lia foi que essa história é real, e da própria escritora.

Duras fez um trabalho maravilhoso ao escrever ?O Amante?, falando sobre a triste e trágica realidade que sua família, seu amor e seu próprio indivíduo viviam. O seu relacionamento com ?O homem de Cholen? foi problemático em diversos pontos, e a autora >nunca< o romantiza, por isso considero que o livro em si não seja problemático, mas seus acontecimentos são.

Me deixou espantada o ódio e tristeza que ela tinha guardado dentro de si e a forma como o casal lidava com essa angústia.

Outra coisa que se deve levar em conta ao ler é que Marguerite faz constantes passagens de tempo, então é preciso ter uma atenção maior nesses momentos.

Com certeza é um livro muito interessante que se tornou uma das minhas leituras favoritas do ano!
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Alessandra 02/09/2021

Poético e triste
Apesar da linguagem poética e bastante diferente a estória é basicamente triste, principalmente no que diz respeito à mãe da autora.
Livro que incomoda muito, mas ainda sim vale a pena a leitura.
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Lucas Rabêlo 22/08/2021

Rifei meu coração
Mesmo declarada uma autobiografia, somos imersos às injúrias impostas à protagonista que nos apaga quem ou o que a sofreu, e nos atemos ao que virá depois, em seu desfecho, para além. Marguerite Duras, espera-se que então a narradora-personagem, brinca com tempo verbal e histórico, ora falante em primeira, ora em terceira pessoas. O tempo, portanto, não é cronológico, ela recorta e cola pedaços do anteriormente (principal razão desta obra existir), e o vindouro, quando encontra-se no seio intelectual parisiense do pós-Guerra, e atrelada ainda aos âmbitos políticos de esquerda. A autora cita em seu parágrafo de abertura que já em idade avançada foi expressa sua verdadeira beleza envelhecida contrária a de juventude, forçada. Ela, diz que quando jovem envelheceu simbolicamente na ânsia de transcender no meio opressor vivido, mágoa transposta para as páginas escritas.

Aos 15 anos vivendo na Indochina enquanto colônia francesa, vinda de uma família branca pobre, se entrelaça a um rico chinês que se apaixonará por ela mas será impedido de prosseguir com uma oficialização: seu pai renega qualquer uma que não seja de sua etnia/raça; a mãe da adolescente, idem. Ademais, sua tenra idade será motivo do rebuliço que não avista preâmbulos de futuro - uma formação e casamento. Duras promete uma transgressão pessoal, uma revolução corporal, adiante com a situação, entremeando seus encontros com o rapaz subvertidos em poesia (tristeza) e erotismo insólitos.

Sua relação é prevista, profetizada, desespera(nça)da. Marguerite, enquanto foi verdadeira em suas descrições mesmo pontuadas de idealizações, teceu a solitária corda da condição humana. Envelhecida fisicamente, reconheceu enfim a paz que não encontrou quando teve a psicologia etária imposta para se reafirmar viva; vívida.
Qlucas 30/09/2021minha estante
Adorei essa resenha.




Lucas Rabêlo 22/08/2021

Rifei meu coração
Mesmo declarada uma autobiografia, somos imersos às injúrias impostas à protagonista que nos apaga quem ou o que a sofreu, e nos atemos ao que virá depois, em seu desfecho, para além. Marguerite Duras, espera-se que então a narradora-personagem, brinca com tempo verbal e histórico, ora falante em primeira, ora em terceira pessoas. O tempo, portanto, não é cronológico, ela recorta e cola pedaços do anteriormente (principal razão desta obra existir), e o vindouro, quando encontra-se no seio intelectual parisiense do pós-Guerra, e atrelada ainda aos âmbitos políticos de esquerda. A autora cita em seu parágrafo de abertura que já em idade avançada foi expressa sua verdadeira beleza envelhecida contrária a de juventude, forçada. Ela, diz que quando jovem envelheceu simbolicamente na ânsia de transcender no meio opressor vivido, mágoa transposta para as páginas escritas.

Aos 15 anos vivendo na Indochina enquanto colônia francesa, vinda de uma família branca pobre, se entrelaça a um rico chinês que se apaixonará por ela mas será impedido de prosseguir com uma oficialização: seu pai renega qualquer uma que não seja de sua etnia/raça; a mãe da adolescente, idem. Ademais, sua tenra idade será motivo do rebuliço que não avista preâmbulos de futuro - uma formação e casamento. Duras promete uma transgressão pessoal, uma revolução corporal, adiante com a situação, entremeando seus encontros com o rapaz subvertidos em poesia (tristeza) e erotismo insólitos.

Sua relação é prevista, profetizada, desespera(nça)da. Marguerite, enquanto foi verdadeira em suas descrições mesmo pontuadas de idealizações, teceu a solitária corda da condição humana. Envelhecida fisicamente, reconheceu enfim a paz que não encontrou quando teve a psicologia etária imposta para se reafirmar viva; vívida.
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Qlucas 30/09/2021minha estante
Adorei essa resenha.




Alessandra359 23/07/2021

Liberdade em sociedade erguida em preconceito
Leitura muito rápida, o texto muito interessante e uma apresentação de um mundo muito distinto do que se conhece. Mas não menos cheio de paradigmas que podem cercear a liberdade de escolha de vida . Excelente.
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isabelfilardo 15/07/2021

Um livro precioso
Fui arrebatada pela escrita de Marguerite Duras. Ela narra um evento autobiográfico. Será? Adolescente na Indochina francesa, atual Vietnã, ama (não trai, como o título poderia dar a crer, mas é O Amante, pois se amam) o homem chinês com quem inicia sua vida sexual. Será amor? Uma escrita cativante, instigante, profunda. Logo fui levada pelas páginas da narrativa e me impressionei com Marguerite.
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