Camys Meneghini 30/12/2020Memórias de Minhas Putas Tristes é meu primeiro livro do Gabriel García Márquez.
No começo do livro eu fui dar uma olhada na biografia do autor, porque ele escreve com uma eloquência que eu podia jurar que ele falava sobre si mesmo.
O livro fala de um jornalista aposentado de 90 anos, mas que uma vez por semana ainda escreve crônicas para um jornal, o narrador não é um homem de posses, vive de sua aposentadoria e recebe do jornal por suas crônicas e críticas literárias e musicais. Ele é um homem solteiro e sem filhos, completamente sozinho.
No dia de seu aniversário de 90 anos ele entra em uma crise existencial, não deixou sua grande marca no mundo e querendo se provar, liga no bordel para encomendar uma mocinha nova e virgem. A dona do bordel se revira para cumprir esse pedido mas consegue, os dois combinam preços e fecham negócio. Ele se arruma e na hora marcada vai encontrar sua ninfeta, uma menina de 14 anos, chegando lá encontra-a no quarto adormecida e completamente nua.
Esses encontros tornam-se constantes e o narrador começa a sentir afeto pela menina e começa a mimá-la com presentes, mas tem um detalhe, todos os encontros são com ela adormecida, ele chega ela já está dormindo e ele sai ela ainda está dormindo. Ele não tira a virtude dela, só dorme com ela, noite após noite. Até se ver apaixonado por Delgadina, nome que ele dá a ela, porque não sabe o verdadeiro. Inspirado por essa paixão ele começa a escrever crônicas de amor e publicá-las no jornal para sua amada, as crônicas viram um sucesso e ele passa a ser reconhecido por elas.
Enquanto acompanhamos o presente do narrador com sua menina, ele vai nos contando seus casos passados, um noivado desfeito e os outros relacionamentos todos pagos. E ele nunca amou, até Delgadina.
Quando se apaixona, ele jura que é capaz de morrer de amor.
O livro é um tabu daqueles, visto que um senhor de 90 anos se apaixona por uma menina de 14, uma menina que ele nunca sequer viu acordada. Vamos convivendo com esse senhor e conhecendo mais sobre seus sentimentos ao completar nove décadas e sua solidão e depois regozijo ao se apaixonar pela garota.
Como nunca a viu acordada, o narrador se apaixona por um fruto de sua imaginação, pois ele mesmo admite que a imagina e muda sua aparência ao seu bel-prazer.
O autor contrasta uma menina jovem e um senhor, a paixão da velhice pela juventude. A velhice solitária desejosa de juventude e companhia.
Esse livro através da história desse jornalista idoso nos leva a pensar na velhice e na solidão, dentre outras coisas. É uma leitura para se refletir.