Memória de minhas putas tristes

Memória de minhas putas tristes Gabriel García Márquez




Resenhas - Memória de minhas putas tristes


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may.reader 09/04/2021

O personagem principal, as vésperas de fazer 90 anos, começa refletir sobre sua vida e sua trajetória.

Nessa reflexão ele ao rememorar o passado, percebe que em meio a poucos arrependimentos viveu uma boa vida, mas se vê na incerteza de qual seria seu futuro.

No desejo de realizar um último desejo aos 90 anos, acaba se apaixonando e a partir daí sua vida se transforma.
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Rosalba Moreira 05/01/2023

Leitura muito reflexiva e que me deixou muito inquieta
Este é o quarto livro de Gabriel Garcia Marquez que leio e o primeiro do qual não consegui gostar verdadeiramente. Ele despertou em mim diversos sentimentos negativos.

O personagem principal é simplesmente odioso. Intragável mesmo. Desde o início da leitura fiquei abismada com a ideia dele, um homem de 90 anos, querer de presente de aniversário uma noite de amor louco com uma virgem de apenas 14 anos, arranjada por uma cafetina amiga sua.

Achei que isso seria apenas uma trama inicial e logo no decorrer da história o rumo seria outro. Mas a "relação" entre o homem e a garota continuou durante todo o enredo do livro e, mesmo não tendo havido a "consumação" entre os dois, isso me deixou bastante inquieta, revoltada mesmo.

O questionamento que faço aqui não é sobre a diferença de idade entre os personagens. Destaco, inicialmente, a situação vivida por essa jovem e para a qual não foi dada nenhuma importância na trama.

A garota em questão, ainda virgem, estava iniciando sua vida como prostituta. Ela cuidava dos irmãos mais novos e ainda trabalhava numa fábrica pregando botões. Logo, leva-nos a crer que tinha uma vida sofrida, sem amparo familiar e, por esse e talvez outros motivos, ela teve que entrar na vida da prostituição. Mas nada disso, tampouco o fato dela ser destinada a perder sua virgindade com um homem de 90 anos, foi o foco da história. E isso me incomodou muito. Todas as atenções da trama são voltadas para a solidão de um homem que sempre viveu sua vida de maneira fútil e agora descobriu o “amor” por essa jovem. Isso foi mostrado como algo mais importante que as condições de vida da garota, com todos os percalços aqui já descritos.

Entendo que a história é contada em primeira pessoa, pelo próprio personagem idoso. Logo, é de se esperar que a ele lhe importem os seus sentimentos, os seus desejos, a sua vida, a sua masculinidade, e sua virilidade, tão exaltada durante a história.

Mas a todo momento eu fiquei me questionando: por que Gabo quis que essa jovem, que devolveria o ânimo a este homem, fosse justo uma menina? Por que não colocou a personagem como uma mulher adulta, ainda que jovem? Talvez ele tivesse a intenção, justamente, de nos incomodar. Se era isso, pelo menos comigo, conseguiu. Desejo muito, de verdade, que a intenção tenha sido essa. Porque a história é rodeada de muito machismo, patriarcalismo e, por isso, muito difícil de simpatizar.

Mas me espanta que nem todos tenham feito os questionamentos que fiz. Li muitas resenhas acerca dessa obra para saber se as pessoas tiveram as mesmas inquietações que tive, e para surpresa minha, MUITOS mal falaram sobre a realidade da garota. Apenas comentavam como a história falava sobre a vida de idosos, como eles encaram a realidade, como é possível ainda viver intensamente mesmo depois dos 90 anos, até mesmo descobrir o amor (ainda que seja por uma menina de 14 anos???!!!). Sinceramente, não vi essa história com bons olhos. Não consegui aplaudir a vivacidade do personagem aos 90 anos ao passo que "amava" uma MENINA. Pedófilo, não dá, gente.
A intenção de mostrar como uma pessoa idosa pode, ainda, aproveitar a vida, amar, ser feliz, acho válida. Mas prefiro acreditar que o foco da história, a principal intenção do autor, não era essa (Gabo, me diga que seu desejo era causar essa REVOLTA em nós leitores, e não focar na vida desse velho nojento, POR FAVOR)

Abro um parêntese para dizer que a leitura é boa no sentido de que nos prende. Gabo sabe fazer isso muito bem e com esse livro não foi diferente.

Bom, ficam aqui minhas considerações. Mas e aí, recomendo a leitura? A resposta é sim. Leia e me diga quais foram suas impressões.
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Heloise 13/10/2021

Memória de Minhas Putas Tristes
O livro é ótimo. Recomendo a leitura!

" E por mais que lidemos com esse sentimento como se fosse um palitó dois números acima do nosso, apenas ele e tal somente ele, o amor, nos faz humanos, como desde tempos imemoriais a arte vem tentando provar"
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joaoggur 20/10/2023

As put@s estão tristes; os velhos, melancólicos.
Creio que antes de lê-lo precisa saber que este fora o último livro de Gabriel Garcia Márquez; escrevera perto dos oitenta anos. O niilismo da velhice é encarnado no enigmático personagem principal. Não sabendo nem seu nome, e acho difícil qualquer leitor com ele se afeiçoar; em seu nonagenário, quisera uma jovem virgem para deleitar-se após um longo período de paralisação dos trabalhos libidinais. O pretexto, sem dúvida, é abominável; o leitor apenas se assusta quando, diante da mocinha, uma fugaz paixão crescera em seu coração, acovardando qualquer carnalidade perante aquele corpo.

A reflexão, creio eu, está no fato da universalidade do amor. Ou, talvez, na infinibilidade, se me permitem o neologismo. Há certa amargura no protagonista, uma amargura impossível de não ser sentida, - a idade torna a angústia inevitável. Porém, diante do amor, sua existência tornara-se muito mais leve, e suas preocupações e questões existenciais relacionadas a ideia da morte de extinguiram; bastou amar para tornar-se jovem de novo.

Creio que valha a leitura. Uma boa introdução ao autor.
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Karina Paidosz 18/04/2021

"A idade não é a que a gente tem, mas a que a gente sente.? 
Minha primeira leitura de leitura de Gabriel García Márquez, e eu amei.

Achei a leitura rápida e fluída.
Até por ser um livro curto, mas achei bem descritivo.

?Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza.?
Valarini 18/04/2021minha estante
Gabo é muito bom! Li apenas ?Amor nos tempos do cólera? Adorei! A leitura foi super fluida, muito descritiva e divertidíssima!


Karina Paidosz 18/04/2021minha estante
Ahhhh ? já está na minha listinha esse tbm. Já ouvi falar muito bem do Gabo.


Valarini 18/04/2021minha estante
Vale a pena! ouvi falar muito do clássico ?Cem anos de solidão? mas acabei optando primeiro por outro, mas agora tenho vontade de ler todos... rs


Karina Paidosz 18/04/2021minha estante
Sim! A lista só aumenta...hehehe




R o s e 15/03/2020

Um livro sobre o amor e especialmente sobre a vida.
Um narrador que vive quase "cem anos de solidão" por causa da ausência do amor, mas que o encontra na singular relação que passa a ter com a pura Delgadina.
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Sadrak 14/10/2020

Que memória!
O que as letras nos proporcionam na vida é viajar sem sair do lugar; entender amores, venturas e desventuras, sem as experimentar literalmente, apenas de forma literária.
Um amigo crítico certa vez me disse: "você muda ao sabor de suas leituras". Não sei se, a partir disso, me tomo por ingênuo ou por alguém que se expande sempre no saber.
Nunca viverei o que o personagem-narrador viveu em seus cem anos de existência. Gabriel Garcia Marques me proporcionou um vislumbre de uma vida solitária e de alguém que adiou tantos amores, que buscou consolo com o objeto o qual achava poder domar: mulheres.
Essa visão coisificada do sexo feminino domina as ações e o pensar do personagem. A sua mãe, a cafetina e a criança pobre iniciada na exploração sexual, em quem ele nunca toca e ama de um jeito platônico incorrigível (outras tantas que não passam de triste memórias); são atrizes que articulam essa trama psicológica instigante.
Àquelas altivas e reais o enfretamento de quem insiste em fugir da vida e mergulhar na ausência. Sem a vida real, sem mulheres reais e amores concretos; o que resta? Solidão, o peso dos anos e memórias tristes.
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Janinha 20/09/2016minha estante
Eu também detestei esse livro.


Ticiana.Oliveira 22/09/2016minha estante
não sei o que as pessoas viram nesse livro. Romantizando o que na verdade é um desejo repugnante de um velho por uma adolescente de 14 anos. Não há romanização nisso.


fabiana.defreit 28/09/2016minha estante
Esse livro me incomodou o tempo inteiro. Respirei aliviada quando ele não transou com ela no primeiro momento, achei que ali tudo iria para outro caminho. Me enganei. Não consegui abrir minha mente pra algo tão nojento. Li Cem Anos de Solidão e é um dos livros que mais gostei. Esse não deu.


ig: rafamedeirosmartins 27/10/2016minha estante
Acho que vc não entendeu nada.


Ticiana.Oliveira 27/10/2016minha estante
Entendi muito bem.


ig: rafamedeirosmartins 28/10/2016minha estante
Ao que parece você acredita que esse romance é uma apologia à pedofilia. Acharia a mesma coisa de Lolita de Nobokov. É absolutamente simplista essa visão. Continuo achando que você não entendeu nada.


Ticiana.Oliveira 28/10/2016minha estante
Acho que esse romance romantiza algo que não é nada romântico. Como o cara pode amar alguém com quem ele ao menos teve um diálogo? Continuo achando que esse livro não tem nada de lindo.


Phelipe Guilherme Maciel 30/10/2016minha estante
Ticiana, não terei a presunção de dizer que você não entendeu nada, mas na verdade, você deve despir-se de alguns pressupostos ao ler este livro. O tema dele ja te faz entrar cheio de moralismos já nas primeiras páginas. Sobreviver a estes sentimentos no livro é o objetivo.


Ticiana.Oliveira 30/10/2016minha estante
Que bom que não me despi desse moralismo. Mas alguns gostam, outros não. Não gostei ?


ig: rafamedeirosmartins 30/10/2016minha estante
Nenhum moralismo é saudável. Porque é moralismo.


Ticiana.Oliveira 30/10/2016minha estante
Cada um com sua opinião.


Phelipe Guilherme Maciel 31/10/2016minha estante
Rafa, acho que Gabriel Garcia Marques conseguiu seu objetivo muito bem. O Grande Prêmio Nobel sempre foi ácido. Ler este homem sem conhecer que tipo de leitura enfrentará, dá nisso. Ler Memórias de minhas putas tristes acobertado de preceitos tradicionais irrefletidos te deixa nauseado, mesmo. Está na contracapa. Era uma advertência. A única tristeza é que não estamos mais no início dos anos 1900, onde o moralismo censurava ou condenava obras que hoje o povo cultua como escritos sagrados sem nunca ter sequer lido, e diversas vezes com conteúdos bem mais complicados de digerir que este. Estamos na época dos 50 tons... de hipocrisia


Ticiana.Oliveira 31/10/2016minha estante
Não vou mais discutir. Não gostei, continuarei não gostando. E hipócrita é a vovozinha. ?


ig: rafamedeirosmartins 01/11/2016minha estante
Tudo bem não gostar. Mas é um erro tachá-lo do que você está dizendo.


mardem michael 14/11/2016minha estante
Taciane, não sei que tipo de literatura você costuma experimentar, mas acho que você deveria ser mais crítica (no sentido etimológico da palavra) ao expressar suas opiniões. A literatura nos desperta vários sentimentos. E é esse o barato dessa arte. É esse o objetivo dessa arte.Tudo bem não gostar de um livro, mas criticá-lo de uma forma tão pífia... Cuidado com a falácia. Um abraço.


Magasoares 13/02/2019minha estante
Ticiana também detestei essa estória, aliás, não entendi bulufas dessa estória sem noção. Será que é pedir muito aos entendidos aí em cima, qual a moral e o sentido dela? Desde já agradeço.




Edu 25/03/2023

Um abraço na finitude
Ao tentar acertar os últimos ajustes do fim de sua vida, o autor acaba por se conectar com coisas, situações e/ou pessoas que lhem dão outros sentidos.

E apesar das memórias das putas tristes guiarem sua história, o texto é sobre despedir-se da vida sem dever-lhe nada.

Percebi que já me sinto velho o bastante para marcar frases que me farão ainda mais sentido aos 70 anos. Obrigado Gabo.

"É um triunfo da vida que a memória dos velhos se perca para as coisas que não são essenciais, embora raras vezes falhe para as que de verdade nos interessam".
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Ana - @edicaodebolso 03/12/2020

Uma história de amor. Será???
Já me considero fã da escrita de Gabriel Garcia Marquez, mas alguns de seus títulos ainda me causam estranheza rs

Superado isso, resolvi ler Memórias de minhas putas tristes, é um título diferente? Talvez, mas acredite, nesse livro você vai se deparar com uma mensagem de amor e aprendizado.

Em poucas páginas a história de um senhor de 90 anos nos é contada. Um jornalista que durante toda a sua vida nunca se envolveu verdadeiramente com alguém, passou todos os anos em relacionamentos de uma noite e no auge de seus noventa anos descobre sentimentos que vão além da relação carnal, descobre que o amor é mais que sexo, é o desejo de cuidar, a saudade quando se está distante, e o sentimento de aconchego na presença de quem se ama.

Na leitura você também vai encontrar situações incômodas, não se pode fechar os olhos para alguns detalhes dessa narrativa, como abusos e faixa etária dos personagens.

Em minha humilde opinião não é a melhor obra para conhecer a escrita do autor, justamente por esses pontos que causam tanto espanto, particularmente vejo como toques autobiográficos de García Marquez.

Para quem já assistiu o documentário sobre vida e escrita do autor que está disponível na Netflix, ficará claro isso.

Quem não assistiu deixo aqui minha indicação.
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Camys Meneghini 30/12/2020

Memórias de Minhas Putas Tristes é meu primeiro livro do Gabriel García Márquez.
No começo do livro eu fui dar uma olhada na biografia do autor, porque ele escreve com uma eloquência que eu podia jurar que ele falava sobre si mesmo.
O livro fala de um jornalista aposentado de 90 anos, mas que uma vez por semana ainda escreve crônicas para um jornal, o narrador não é um homem de posses, vive de sua aposentadoria e recebe do jornal por suas crônicas e críticas literárias e musicais. Ele é um homem solteiro e sem filhos, completamente sozinho.
No dia de seu aniversário de 90 anos ele entra em uma crise existencial, não deixou sua grande marca no mundo e querendo se provar, liga no bordel para encomendar uma mocinha nova e virgem. A dona do bordel se revira para cumprir esse pedido mas consegue, os dois combinam preços e fecham negócio. Ele se arruma e na hora marcada vai encontrar sua ninfeta, uma menina de 14 anos, chegando lá encontra-a no quarto adormecida e completamente nua.
Esses encontros tornam-se constantes e o narrador começa a sentir afeto pela menina e começa a mimá-la com presentes, mas tem um detalhe, todos os encontros são com ela adormecida, ele chega ela já está dormindo e ele sai ela ainda está dormindo. Ele não tira a virtude dela, só dorme com ela, noite após noite. Até se ver apaixonado por Delgadina, nome que ele dá a ela, porque não sabe o verdadeiro. Inspirado por essa paixão ele começa a escrever crônicas de amor e publicá-las no jornal para sua amada, as crônicas viram um sucesso e ele passa a ser reconhecido por elas.
Enquanto acompanhamos o presente do narrador com sua menina, ele vai nos contando seus casos passados, um noivado desfeito e os outros relacionamentos todos pagos. E ele nunca amou, até Delgadina.
Quando se apaixona, ele jura que é capaz de morrer de amor.
O livro é um tabu daqueles, visto que um senhor de 90 anos se apaixona por uma menina de 14, uma menina que ele nunca sequer viu acordada. Vamos convivendo com esse senhor e conhecendo mais sobre seus sentimentos ao completar nove décadas e sua solidão e depois regozijo ao se apaixonar pela garota.
Como nunca a viu acordada, o narrador se apaixona por um fruto de sua imaginação, pois ele mesmo admite que a imagina e muda sua aparência ao seu bel-prazer.
O autor contrasta uma menina jovem e um senhor, a paixão da velhice pela juventude. A velhice solitária desejosa de juventude e companhia.
Esse livro através da história desse jornalista idoso nos leva a pensar na velhice e na solidão, dentre outras coisas. É uma leitura para se refletir.
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Sofia136 18/11/2020

Memórias de minhas putas tristes @lerateosolnascer
O livro ? Memórias de minhas putas tristes?, do escritos colombiano Gabriel Garcia narra a história de um homem nonagenário que em seu aniversário, se vê infiltrado por um desejo profundo de ter uma noite de sexo com uma virgem. O que surpreende o leitor não é seu desejo considerando sua idade, mas sim a exigência de uma ninfeta virgem baseada em uma vida sem amor e cheia de prostitutas.

?No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo, dizia com um sorriso maligno, você vai ver.?

O narrador personagem se mostra inseguro e odioso a própria personalidade ao longo do enredo. Observamos que passar uma noite de amor com uma jovem de 14 anos - arranjada pela dona do prostíbulo - se apresenta, para ele, como uma prova de virilidade e cura para o ego ferido pela idade e pelos erros cometidos durante a vida.Esse comportamento afirma um processo comum de uma imagem imposta durante séculos, a do ?macho? que se eleva a medida que fornece provas da sua virilidade. Assim, tal imagem masculina retratada se enquadra na ?Queer Teory?, teoria feminista que argumenta que o sujeito heterossexual é construído através da repressão da possibilidade do homossexualismo.


Fica evidente pelas confissões do narrador, como no trecho ? Prefiro ela desacordada?, que a mulher é simbolizada simplesmente pela visão masculina sendo assim, restrita ao apaziguamento dos desejos puramente carnais. Tal representação é espelho de uma educação patriarcal que durante séculos, reprimiu o corpo feminino associando-o ao pecado. Hoje, em contrapartida, o culto ao corpo feminino se dá pela exploração erótica, comercialização e objetificação, sendo reduzido e transformado em objeto de consumo. O que deveria representar maior liberdade, uma conquista do feminismo , tranfigurou-se em uma nova forma de opressão.

O contato do personagem masculino de noventa anos com a menina não passou de toques e deslizes por sua pele enquanto ela dormia - sim, além de ter apenas 14 anos ela foi dopada para tornar a experiência mais fácil- porém, para ele, esse ato foi suficiente para despertar um sentimento nunca sentido ao longo de sua vida: o amor. Aqui, vemos que o corpo da menina é apenas uma tela frágil esperando ser pintada, essa é a visão representada. O corpo feminino não passa de um objeto adormecido preparado para o uso e esperando os toques do homem.

Delgadina, a menina que desperta o amor platônico no protagonista, é apenas uma vítima ingênua que permanece apática durante a narrativa. Já o protagonista, apesar de constantemente dizer que não se escolhe o ? amor ? insiste na relação ilusória.

A escrita do Gabo quer nos confundir. Torna, com seu lirismo e poesia, uma relação criminosa parecer uma história de amor. Mas é aterrorizante demais pra se engolir: 90 anos e 14. O livro é um retrato da pedofilia, do abuso de menores, da aliciação de menores, do trabalho infantil.
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Br_biah 16/11/2021

Existe sim limite de idade para o amor
Uma criança até seus 17 (completo) não deveria se relacionar amorosamente e sexualmente com pessoas maduras (com maioridade). Melhor, adultos não deviam sequer olhar com desejo para um ser em formação. Isso é nojento e traumatizante.
"Você é muito madura para a sua idade", "nunca fiquei com uma menininha(o), você despertou coisas em mim que nunca senti com ninguém da minha idade", "idade é apenas um número, para o amor não existe idade"...tudo conversa para sedhzir uma criança/adolescente. Não há nada de certo na pessoa que acha isso normal.
Para o amor só não existe idade no momento em que você tem18 pra cima e se relaciona com pessoas de 18 pra cima.
Um adulto de 30 anos enche a cabeça de uma jovem de 15 anos de ilusões e depois parte o coração e destroe a sanidade e mental e pureza de uma pessoa que ainda está assimilando sua identidade e que é facilmente enganada por pedófilos.
80 anos para uma menina de 14, você acha isso normal?
O personagem diz-se apaixonado, abusa de um copo em formação, de uma mente que não tem conhecimento do que quer, que penas segue o que lhe e
foi estipulado(manipulado ), para acreditar que aquilo era normal.
Me prolonguei, deixei sentimentos próprios invadir a resenha, mas acho justo dizer que "esse amor", não é amor.
Achei a leitura válida, mas agoniante. Me senti abusada. Chorei devido aos gatilhos e tive raiva e nojo.

obs: em outro momento editarei a resenha
Edu 16/11/2021minha estante
concordo com tudo. aqui tem um monte de caso tanto de homens quanto de mulheres adultos se relacionando com menores de idade, e todo mundo acha normal???


Br_biah 16/11/2021minha estante
Pior que sim. As vítimas são as crianças...a sociedade tem culpa de achar normal. Os pais devem interferir de modo que expliquem não proibindo, mas conversando. A culpa é do homem e/ou mulher que aproveita-se dessas situações para mandar e desmandar num relacionamento proveitoso. Afinal são incapazes de construir uma relação com pessoas maduras.




Fabíola Luna 30/01/2021

Memórias de minhas putas tristes conta a história de amor de um jornalista nonagenário e uma adolescente de 14 anos. A narrativa é surpreendente e reflexiva! Recomendo!
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