Cami Sanches 15/02/2023Magia"Esse problema o torturava. Era como se Gancho tivesse dentro de si uma garra ainda mais afiada que a garra de ferro que usava como mão. E, enquanto ele se preocupava com isso, o suor pingava de seu rosto ensebado e molhava seu gibão. Muitas vezes, Gancho passava a manga do gibão na testam, mas não havia como fazer o suor parar de brotar" (p. 175)
Compra uma grande briga comigo quem diz que os "livros de crianças" não atendem aos adultos.
Acredito fielmente que, quem realmente acredita nisso, teve sua alma apagada há muito.
Muito mais que honrar e alimentar as crianças que temos dentro de nós, precisamos olhar para o mundo deixando de lado esse "olhar de cima", sabe?
Assim aprenderíamos muito mais,.
Foi um processo que senti acontecer durante esse livro. Cheguei a pensar em dar uma nota mais baixa do que as 5 estrelas (mais que merecidas, se é que podemos falar de mérito) escolhidas. É que a cronologia e a forma que a história foi contada me enrolou um pouco, parecia... Falta de técnica?
Definitivamente não.
E por que a falta de técnica seria pretexto para tirar nota se literatura é afeto?
Sejamos sinceros, isso é a gente querer puxa de volta aquele "olhar de cima"...
Barrie me pegou de jeito.
Seu narrador, diferente e com uma malícia única, se me permitem a ousadia, me pegou de jeito.
A empatia pelo Capitão Gancho me pegou de jeito.
O questionamento sobre o que é ser adulto me pegou de jeito.
Recomendadíssimo (se é que isso conta em algo)
Me sinto órfã ao terminar esse livro...
Curioso, não?
Acho que já tenho mais um tópico pra terapia da semana.