Lu Couto 08/01/2023
Diferente de tudo que já li...alguns trechos que mais gostei
(Esse livro tem uma aura fantástica muito própria e foi uma experiência inesperada - e muito boa - para mim! Tem tantos elementos numa só história, o que deixa tudo muito cômico e as vezes caricato, mas de um jeito interessante...consegue juntar a inocência das crianças, pitadas de malícia, com muita fantasia entremeada por um ar macabro. É realmente fascinante. Em alguns momentos eu estava rindo, logo eu estava chocada, por vezes estava triste e em outras vezes, arrepiada de medo. Amei e recomendo muito).
Isso foi tudo o que elas falaram sobre o assunto, mas desde então Wendy soube que teria que crescer. A gente sempre sabe depois dos dois anos. Dois anos é o começo do fim.
Nessas praias mágicas as crianças sempre irão ancorar seus barquinhos. Nós também já estivemos lá; ainda podemos ouvir o barulho das ondas, mas nunca mais vamos desembarcar.
– Mas onde você mora a maior parte do tempo agora? – Com os meninos perdidos. – Quem são eles? – São as crianças que caem dos carrinhos quando as babás estão distraídas. Se ninguém vai buscar essas crianças em sete
dias, elas são mandadas para um lugar bem longe, a Terra do Nunca, para ajudarem nas despesas. Eu sou o capitão
Sininho a odiava com o ódio feroz de uma mulher de verdade.
– O que foi, capitão? Finalmente, Gancho respondeu com grande agitação: – Acabou tudo! Aqueles meninos encontraram uma mãe!
No segundo seguinte ele estava de pé em cima da pedra, com aquele sorriso no rosto e um tambor batendo dentro do peito. Seu sorriso dizia: “Morrer vai ser uma grande aventura.”
Cada menino tinha diversas aventuras para contar; mas talvez a maior de todas fosse que já passava muito da hora de ir para a cama.
– Ah, a Sininho explica, sim – retrucou Wendy com desprezo. – Ela é uma fadinha muito dada. Nesse momento
Sininho, que estava xeretando tudo do seu quartinho, deu um guincho desaforado. – Ela disse que adora ser muito dada – traduziu Peter.
– Pan, quem e o que é você? – perguntou o capitão com a voz rouca. – Eu sou a juventude, eu sou a alegria – respondeu Peter num impulso. – Sou um passarinho que furou a casca do ovo. Isso, é claro, não fazia o menor sentido. Mas, para o infeliz Gancho, era a prova de que Peter não tinha a menor ideia de quem ou o que era, e isso era o máximo dos bons modos.
[...] E assim continuará sendo, enquanto as crianças forem alegres, inocentes e desalmadas.