A rua das ilusões perdidas

A rua das ilusões perdidas John Steinbeck




Resenhas - A Rua das Ilusões Perdidas


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Lucas 17/12/2022

Sobre vidas comuns
Um dos clássicos que comecei a ler por obrigação da escola e acabei me apaixonando. A Rua das Ilusões Perdidas é um livro sem grandes pretensões: não tem como objetivo nos contar uma história emocionante, nos fazer dar gargalhadas ou parar a leitura contra a nossa vontade. Na verdade, é o exato oposto disso: sua história trata da vida comum, das pessoas comuns que poderiam ser nossos vizinhos, nossos colegas e até nós mesmos.

Através de personagens simples somos apresentados ao cotidiano dos habitantes da rua Cannery Row: o estilo de vida sem pretensões de Mack e seus rapazes, o tão querido Doc que todos respeitam, a dona do bordel local que ajuda à todos e muitos outros são descortinados conforme avançamos na história. O enredo é básico, não segue uma linha narrativa específica até perto do final, mas prende por nos fazer gostar dessa gente comum.

Steinbeck sabe como demonstrar a grandeza do cotidiano, como desenhar uma obra que expõe as minúcias do dia a dia da classe trabalhadora. Esse livro não é nada mais que uma exposição da realidade, talvez por isso nem todos o apreciem como deveriam, pois estamos constantemente acostumados a ler sobre feitos incríveis de pessoas heroicas ou românticas e esse livro não entrega isso. Entretanto, o que ele se propõe a fazer, faz bem. Considero uma leitura necessária para lembrarmos que o simples também rende boas histórias, que o nosso cotidiano simples também é digno de nota.
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Ebenézer 29/06/2020

John Steinbeck é um mestre em oferecer ao leitor obras exuberantes tiradas de contextos inusitados.
A Rua das Ilusões Perdidas é uma narrativa que se torna maravilhosa porque dá dignidade a personagens consideradas do submundo, os párias da sociedade, e cuja obra revela muito ao leitor perspicaz que a felicidade pode habitar, sim, nos ambientes menos prováveis.
Não é trivial o pressentimento burguês de que para se alcançar o contentamento é condição 'sine qua non' a existência de abundância material.
Steinbeck em sua obra põe em evidência aspectos sublimes da vida simples e da existência ordinária que estão presentes em nosso cotidiano, e cuja realidade é frequentemente ignorada pela sociedade capitalista hegemônica. E nem por isso essa sociedade se apresenta mais exuberante na percepção da essência da Vida.
John Steinbeck percorre em A Rua das Ilusões Perdidas um caminho alternativo vital que pode se constituir uma bandeira sob a qual o autor sugere e instiga a possibilidade de resgate da nossa verdadeira Humanidade.
Livro recomendadíssimo.
Entusiasmado para reler As Vinhas da Ira.
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EduardoCDias 08/06/2020

Vidas unidas
Um quitandeiro chinês, um grupo de desocupados, mulheres de um prostíbulo, o dono de um ?laboratório biológico?, responsável por fornecer espécimes animais para estudos e dissecações, um garoto deficiente mental... todas essas vidas se misturam numa pequena rua, à beira do mar, dividindo suas esperanças, suas frustrações, suas alegrias...
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Moacir 30/05/2020

"Acho que tudo o que sai da boca humana é venenoso", respondeu Doc.
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Marcos 26/04/2020

A princípio, cabe esclarecer que Cannery Row é o nome da rua ?das ilusões perdidas? que intitula a versão tupiniquim da obra. A referida rua fica na cidade de Salinas no condado de Monterey, no Estado da Califórnia, e o romance se passa no cotidiano de um bairro de operários, pequenos comerciantes, costureiras, carpinteiros, um pequeno prostíbulo e até de pessoas em situação de rua.

Este é o segundo título do autor que leio e já o considero tão bom quanto a minha primeira experiência que fora ?Ratos e homens?. Ao contrário daquele - que narra alguns acontecimentos na vida de dois amigos e focando na amizade, carinho e cuidados recíprocos - este se situa ao entorno dos dilemas e dos desafios enfrentados por aquela coletividade que ali vivia. Apesar da roupagem continuar sendo a essencialmente similar (trabalhadores comuns e operários, pessoas bem e mal intencionadas etc), o enfoque aqui é exaltar que muita vezes, mesmo diante de situações/condições degradantes, o ser humano pode, coletivamente, transformar a realidade ao seu redor.

Fica nítido que a ideia do autor é deixar claro que os moradores de Cannery Row podem ser pessoas melhores não ?apesar das diferenças?, mas que são grandiosos justamente por haver tantas diferenças. Steinbeck nega, portanto, que as boas atitudes, a harmonia, o amor e a sensação/dever de se buscar fazer o certo não é característica exclusiva de grandes heróis ou de uma casta idealizada.

Um contraponto brasileiro séria ?O Cortiço? do nosso Aluísio de Azevedo. Todavia, antes que me repreendam, faço esse paralelo apenas no que concerne a roupagem do romance e do público alvo tratado nestas duas obras.

Steinbeck, reitero, é um autor sensacional. Com sua narrativa simples, enredo simples e personagens simples todos colocados propositalmente para reforçar a ideia que já se dissera: o simples também pode ser heroico e honrado.
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karlinismo 19/01/2020

Este livro causou-me alguma impressão a qual não sei nomear. Algo relacionado a miséria interior de todos os homens. Os personagens vivem sob uma profunda e triste falta de elementos que elevam a dignidade humana. São ignorantes, pobres, sensuais, despretensiosos em seus sonhos, quase como indiferentes ao grande e afortunado mundo que pertecem.

É uma obra melancólica e seus personagens trazem isso consigo abertamente. Os capítulos são intercalos por pequenas estórias paralelas a contada e, a cada um deles, instala-se um silêncio em quem os lê; são mui penosos! Vinte páginas para o término e não ousava deduzir o seu curso sem imaginar alguma terrível desgraça. Terminando-o, então, entristeço-me apenas com a reflexão de como certas realidades podem ser desprovidas de bondade, beleza e felicidade.
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Maria.Luiza 09/03/2019

A contradição da beleza marginal
Analisarei de forma diferente, com o que eu nunca li sobre essa obra, serei metonímica, a parte pelo todo, introduzindo mas figuras de linguagem, o que tenho a dizer é que o capitulo 31 dessa obra é um encanto metafórico.

Começa falando sobre um geômis uma espécie de mamífero roedor, parecido com um esquilo que vive em “cavernas” cavadas no solo. O geômis tenta se estabelecer na Cannery Row faz uma linda “casa” no terreno baldio entre o Laboratório de Doc, a Mercearia de Lee Chong e o “Palace”, a historia é aparentemente desconexa, mas na realidade é uma analogia a vida e ambiente em que se passa a historia. Como todo animal, instintivamente, tenta sobreviver e tem por finalidade a reprodução da espécie, acontece que embora tenha feito uma linda casa, essa deve virar um “lar” e para isso precisa ser composta por uma “família feliz”. O podre animal não alcança seu objetivo, ele construiu um sonho de “casa”,mas não consegue atrair uma fêmea para “formar uma família”, tenta, luta se machuca, mas... então desiste da Cannery Row, que é uma dessas ruas “desprezada” das cidades, mas que na realidade é um tesouro, antagonicamente “é um poema”, mas tb “um mau cheiro”, “um rangido, um tipo de luz, uma cor, um hábito, uma nostalgia, um sonho”, mas não os do tipo “socialmente aceito”. Para quem vive pela lei na natureza como o geômis não sobrevive, essa “lei da natureza”, é para nós, humanos, a “lei da sociedade”, o “esperável”, o “aceito”, quem segue essa lei, não “sobrevive” aquele “poema”.

O livro começou bem, e sua frase inicial é o resumo perfeito da historia: “Os habitantes são, como disse o homem certa ocasião, ‘meretrizes, cafetões, jogadores, e filhos da puta’ pelo que se referia a Todo Mundo. Se o homem tivesse olhado por outro ângulo, poderia dizer “santos e anjos, mártires e abençoados” e significaria a mesma coisa” essa é a beleza do livro, em um mundo desprezado habitado por pessoas marginalizadas, encontra-se o que é encantadoramente humano, o geômis é o contradito disso, é a metáfora para a “pessoa comum” adequada ao “socialmente aceito” e, portanto, não pôde ali sobreviver. Mas quanto se perde em “humanidade” acalentando o sonho do “socialmente adequado”?! E é nesse ponto de vista que quem vive em Cannery Row são “santos e anjos, mártires e abençoados”, são “parias”, porém pelo que há de mais humano neles sobrevivem. São encantadores, pedras preciosas jogadas a “sarjeta”, e a sarjeta é justamente parte fundamental deles a sarjeta é o “sonho”. Lá não se vive a fantasia entre o desejo e o resultado, ninguém ali quer “conquistar o mundo” e preserva-se “virtuosos”, pois, isso em si, é uma grande e ilusória contradição, nas palavras de Doc “Sempre me pareceu muito estranho. As coisas que admiramos nos homens, bondade e generosidade, franqueza, honestidade, compreensão e sentimento são os elementos do fracasso em nosso sistema. E as características que detestamos, astúcia, ganância, cobiça, mesquinharia e egoísmo, são os fatores do sucesso. Enquanto os homens admiram as qualidades que citei, adoram o resultado das outras características”... Em Cannery Row não se vive de ilusões, essas se perderam no caminho até aquela rua, lá apenas se vive.

site: https://instagram.com/maria_pas000
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Beatriz3345 26/10/2018

O terceiro livro do Steinbeck que tive a oportunidade de ler. Esse autor sempre deu um jeito de se superar em cada obra escrita.
Em: A rua das ilusões; seguimos a rotina de vários personagens que residem em Cannery Row, dentre eles há um cientista que todos amam, um chinês que tem a única e mais bem abastecida mercearia de todos os tempos, uns bandoleiros que são muito gaiatos porém com um coração maravilhoso, um bordel com meninas amáveis etc.
Ás vezes parece que tudo dá errado mas sempre tem uma reviravolta e volta tudo aos conformes, uma exemplificação perfeita da vida cotidiana e sentimentos ocultos de cada um.
LINK DO LIVRO: https://www.estantevirtual.com.br/mod_perl/info.cgi?livro=1413400486
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Valério 15/09/2017

Insuspeito
A rua das ilusões perdidas em algum momento me deu a impressão de que John Steinbeck pegou vários personagens pensados (mas não utilizados) e juntou todos em um livro não muito extenso - aproximadamente 200 páginas.
Há, por exemplo, um capítulo somente para falar sobre a epopeia de um geômis - nunca havia ouvido falar. Trata-se de um roedor.
Se foi isso mesmo que fez, só aumenta o brilhantismo do autor perante meus olhos.
Fiquei muito impressionado com a leitura de "As vinhas da ira". Mas não se espere de "A rua das ilusões" toda a crua e pungente história de As vinhas...
Aqui, os personagens parecem estar à beira do drama vivido pelos personagens de As vinhas. Mas vão levando suas vidas com relativa tranquilidade. O desconfiado Lee Chong, dono de uma mercearia, os rapazes que habitam um casebre abandonado - batizado de Palace, as garotas do prostíbulo de Dora e o pesquisador Doc, querido por todos.
Dizendo assim, certamente não parece muito atraente.
Mas como não rir e visualizar Lee Chong?
A vida boa dos rapazes do Palace: A certa altura, Doc, o mais inteligente e cultural e socialmente mais desenvolvido de todos os personagens, entende que eles sim, ao não ligara para dinheiro, emprego ou bens de consumo, sempre arranjando bicos e rolos para se manter, é que descobriram a filosofia primordial. Mesmo morando em um casebre sem quase nada e tendo que lutar pelos comes e bebes diários.
Doc, com seu cuidado e atenção extremados.
A caracterização é o forte de John aqui.
Um livro não tão forte quanto as Vinhas da Ira. Mas com a sensibilidade sociológica de Steinbeck ainda mais afiada.
Excelente.
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Djeison.Hoerlle 28/11/2016

Eu, como bom admirador da contra-cultura, desde suas vertentes artísticas e teatrais até as manifestações variadas do ócio adorei cada página desse livro. O autor é extremamente sensível para com os vagabundos que geralmente são excluídos da sociedade apenas por estarem vivendo à sua maneira. John Steinback partilha da mesma visão que eu, de que os não alienados são aqueles que não aspiram a nada, desejam pouco e satisfazem-se com menos ainda, mas felicitam-se por qualquer coisa. Eu recomendo este livro a todos aqueles que querem entender a natureza da ambição e ganância, e porque aqueles que não possuem tais características são sempre considerados a escória.
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Bia 19/09/2013

Caravana de destinos
Finalmente me comprometi a terminar de ler este livro.
Eu gostei, é uma leitura fácil para passar o tempo. Não existem grandes vilões e nem grandes pontos altos na história, mas é agradável.
Tudo gira em torno de poucos personagens que moram na rua Cannery Row. Conta a história da vida cotidiana (esquisita) deles. Todos se integram em algum momento para ajudar nos conflitos diários.
Basicamente é um lugar idealizado pelo autor, onde por mais que exista a pobreza material, a riqueza de todos está na convivência.


-- A minha versão deste livro tem o nome de "Caravana de Destinos".
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Aline 29/11/2010

Cannery Row é do tamanho do mundo
Na Cannery Row pode-se encontrar de tudo: Bananas, comida enlatada, ferramentas e roupas na loja do Lee Chong; espécimes marinhos, ratos e pererecas para dissecação no laboratório biológico do Doc; a fábrica Hediondo; um lugar para dormir a preços módicos no terreno baldio dos Malloy; uns tragos no Palace, antigo depósito de peixe-seco onde moram Mach e quatro vagabundos por opção. Se você ainda não achou o que queria, vá até o Bandeira do Urso, onde estarão Dora e as suas meninas.
Esses elementos e personagens interagem de forma surpreendente. Porém, o livro é mais uma descrição da vida em Cannery Row do que uma história em si. Cada capítulo se parece com um conto de 2 ou 3 páginas e só.
Enfim, apesar de ser uma ótima leitura, senti falta de uma história com início-meio-e-fim e uma mensagem geral.
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