A rua das ilusões perdidas

A rua das ilusões perdidas John Steinbeck




Resenhas - A Rua das Ilusões Perdidas


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Paulo Sousa 26/02/2017

Cannery Row
Livro lido 6°/Fev//12°/2017

Título: A rua das ilusões perdidas
Título original: Cannery Row
Ano de publicação: 1945
Autor: John Steinbeck (EUA)
Editora: BestBolso
Páginas: 192
Minha classificação: ??????

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Este é meu primeiro contato com a obra do Nobel de Literatura de 1962, John Steinbeck, o aclamado autor de "As vinhas da ira". É um livro simplório, não traz príncipes ou nobres, mas o retrato de pessoas comuns, pobres, vagabundos e prostitutas, o pequeno comerciante que vende de tudo, do profissional liberal que se utiliza da ciência para ter seu ganha-pão.
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Nesta pequena novela, a história gira ao redor do universo da rua chamada Cannery Row. Como qualquer lugar do mundo, Cannery Row é uma espécie de microcosmo pululante de vida, onde os habitantes de sua pouca extensão trazem, a seu modo, a simplicidade extraída das suas ilusões próprias na forma como deixam a vida tomar rumos próprios e independentes.
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Tendo como personagem principal Doc, uma espécie de cientista que gasta seu dinheiro e tempo em capturar e analisar animais para institutos de pesquisas, a vida de Cannery Row é dividida entre o "Laboratório" e suas saídas corriqueiras à costa, onde pode recolher crustáceos e polvos, o armazém do ambicioso e mesquinho Lee Chong, no boldel de Dora e no casarão abandonado chamado de Palace.
Doc faz ainda as vezes de farmacêutica e veterinário, costumando ministrar remédios aos demais moradores de Cannery Row, humanos ou não, e por isso mesmo, é tido em alta conta, principalmente pelos rapazes do Palace, o casarão abandonado onde residem Mack, Gay, Hughie e os demais.
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Aliás, esse curioso bando de desocupados são os responsáveis por muitas páginas divertidas no livro,onde pude rir bastante com a "cara de pau" deles toda vez que tentavam dar o golpe em troca de uns goles de uísque barato. A relação dos rapazes do Palace com Doc muitas vezes impeliram-nos a sair pelos charcos em busca de rãs e gatos, mas as tragicômicas festas que deram em homenagem a Doc me fizeram pensar no estranho código de ética que permeia em qualquer grupo, e em quão grandes podem ser os problemas quando se ajuntam vários homens bêbados num ambiente fechado...
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Como é de se esperar Cannery Row também tem seus malogros. As ilusões se tornam mais evidentes à medida que cada personagem experimenta a decadência, a sua própria e dos demais. Talvez pela própria limitação imposta a todos, dali se extrai também seu escape. Seja na mesquinhez de Lee Chong, o chinês dono do mercado local, seja nos moleques de rua sempre buscando uma vitrine para estraçalhar, sejam nos porres provenientes da estranha mistura do cântaro de Eddie, importa que notemos esses laivos de vida, nem sempre perfeita sob a ótica burguesa, mas a seu próprio modo.
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A simplicidade na escrita de Steinbeck, essa mistura de lirismo, cor, sabores e sensações, além de expor a constante sinestesia provenientes dos animais e outros seres vivos que povoam Cannery Row (acho que senti algo similar ao ler "O cortiço", de Aluizio de Azevedo, no século passado) me fazem concluir que avaliar esse pequeno livro é uma tarefa não fácil, o que certamente me levará a relê-lo.
Maxi 20/07/2019minha estante
Excelente resenha.


Paulo Sousa 25/07/2019minha estante
obrigado, Maxi!




Carla.Floores 29/12/2023

O túnel dos olhos dos excluídos
Cannery Row é um quarteirão. E nesse lugar tem quase todo tipo de gente, bicho e situação. Tem loja que vende de tudo, prostíbulo, laboratório de biologia, tem joalheria, tem casas de todo tipo, tem terreno baldio.
O personagem principal é o Doc, um biólogo simpático e generoso, que foi inspirado num amigo de John Steinbeck, Ed. Mack e os rapazes são os "excluídos". Lee Chong o dono da loja. Dora a ex-meretriz dona do bordel.
Diferente das outras obras principais de Steinbeck, A Rua das Ilusões Perdidas ou Caravana de Destinos, é uma comédia. É uma sátira ao status social. Um manual de ostracismo.
É um livro de muita bebedeira e humor pastelão.
Que lembra Chaves, Mazzaropi e Auto da Compadecida.
Os personagens são muito bem desenvolvidos, como sempre. Cada capítulo parece tratar de um tema, como se fosse um conto. São 32 capítulos curtinhos.
Leitura agradável e significativa.
Existe luz no fim do túnel para aqueles que tem tudo, menos dinheiro?
Como enxergam a vida e as outras pessoas aqueles que são marginalizados?
Há meios de lutar contra o azar?
As oportunidades e condições são iguais para todos?
Até que ponto as circunstâncias da vida afetam o seu desenrolar?
Achei o final bem sem graça mas é porque este livro tem continuação em Doce Quinta-feira. Recomendo fortemente o filme Cannery Row que tem disponível no Youtube. Vou deixar o link na aba "vídeos" dessa obra.
Vania.Cristina 29/12/2023minha estante
Um pastelão de Steinbeck! Não imaginava.


Carla.Floores 30/12/2023minha estante
Ele nunca para de me surpreender, Vânia! Esse foi um dos romances de maior sucesso dele, pelo menos nos Estados Unidos. Mudaram até o nome da rua por causa disso!




Diego Rodrigues 13/09/2023

Em defesa dos oprimidos
Monterey, Califórnia. Época da Grande Depressão. Em uma de suas ruas, repleta de fábricas de enlatados, o cheiro de peixe está impregnado no ar. Essa é Cannery Row. Por ali também vive um curioso grupo de seres humanos. Esse intrincado ecossistema é formado por um chinês avarento, dono da mercearia; Mack e sua gangue, vagabundos de carteirinha; Dora e suas garotas, que tocam o bordel onde os homens da cidade vão para esquecer os problemas (ou arrumar confusão); um biólogo marinho, arauto da ciência nesse fim de mundo (e uma espécie de filósofo nas horas vagas); um pintor que mora em um barco, mas tem medo do mar; e outros espécimes curiosos. Marcada por agruras, privações e violência, a vida dessas pessoas não é nada fácil e é esse árduo e comovente cotidiano que iremos acompanhar neste breve romance.

Publicada originalmente em 1945, a obra reforça o compromisso do autor com as questões sociais de seu país e ressalta o seu arguto olhar para com os desfavorecidos, características essas que o levaram ao Pulitzer de 1940 e ao Nobel de 1962. O que temos aqui é um verdadeiro drama social, onde veremos personagens solitários, desamparados e desesperançosos, mas também de bom coração e dispostos a ajudar o próximo, seja organizando uma festa com seus parcos recursos ou dividindo um último trago em uma noite fria. Afinal, eles podem ter sido pisoteados pela vida ou se tornado invisíveis para o sistema, mas ainda são humanos. E humanidade salta dessas páginas!

Steinbeck constrói aqui um intricado microcosmo dos EUA durante a Grande Depressão dos anos 30 e escancara todas as adversidades que o período trouxe para o povo norte-americano. Desemprego, miséria, fome, violência e prostituição, esses são apenas alguns dos males que o autor irá tratar. É um livro duro de ser lido, mas ao mesmo tempo tocante. Sem romantizar em nenhum momento o sofrimento do povo, a obra nos deixa a mensagem de que, sim, em momentos turbulentos as pessoas tendem a se ajudar. Pois somos capazes de perder tudo antes de perder a humanidade, menos, é claro, aqueles que já não a tinham desde o início... E esses, infelizmente, são os que costumam ocupar os altos cargos na nossa sociedade.

site: https://discolivro.blogspot.com/
@quixotandocomadani 14/09/2023minha estante
que bom ler livros que reforçam a fé na humanidade. As vezes precisamos disso rs


Diego Rodrigues 14/09/2023minha estante
É isso! Mesmo sofrida, a leitura transmite alguma esperança..




Têco 23/08/2009

Ilusões perdidas, perderemos ilusões e entraremos na realidade
Acho que o livro mostra muito de realidade, da realidade, e transitoriedade da vida, e da matéria, do orgânico, do industrial (e vai além com a questão do espírito, unidos e aliados da importância nas, das, pessoas, da vida e sobre a vida)... da vida exposta e nua... crua... cada qual com a sua posição "social" e "deveres" a serem cumpridos por causa dela, mesmo que seja para manter as aparências...

Talvez um convite para se ser mais humilde e simples, porque por um lado "tudo" não passa de uma "merda" e "não adianta", não tem jeito. O que há de se tirar é a vida de verdade, a importância do verdadeiro e relevante e que tudo vai passar e vamos morrer, e o legal é estarmos mais próximos, tentar estar mais próximos da "morte" diária, de um caminho de significado e evolução, quando se é mais sábio e real, e tem mais vida e um servir e doação sinceros sendo que ao mesmo tempo se consegue ter um maior "desprendimento".

Um despertar pras coisas verdadeiras e simples, "pro carne e osso", pro que realmente vale a pena e tem sentido.
Djeison.Hoerlle 28/11/2016minha estante
Adorei cara!




Ruan Pedro 28/02/2022

Penso muito no Hazel, que adorava ouvir uma boa conversa, embora não escutasse as palavras, mas apenas o tom.
Danton 04/03/2022minha estante
Livraço. Quero reler, um dia.




Aline 29/11/2010

Cannery Row é do tamanho do mundo
Na Cannery Row pode-se encontrar de tudo: Bananas, comida enlatada, ferramentas e roupas na loja do Lee Chong; espécimes marinhos, ratos e pererecas para dissecação no laboratório biológico do Doc; a fábrica Hediondo; um lugar para dormir a preços módicos no terreno baldio dos Malloy; uns tragos no Palace, antigo depósito de peixe-seco onde moram Mach e quatro vagabundos por opção. Se você ainda não achou o que queria, vá até o Bandeira do Urso, onde estarão Dora e as suas meninas.
Esses elementos e personagens interagem de forma surpreendente. Porém, o livro é mais uma descrição da vida em Cannery Row do que uma história em si. Cada capítulo se parece com um conto de 2 ou 3 páginas e só.
Enfim, apesar de ser uma ótima leitura, senti falta de uma história com início-meio-e-fim e uma mensagem geral.
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Bia 19/09/2013

Caravana de destinos
Finalmente me comprometi a terminar de ler este livro.
Eu gostei, é uma leitura fácil para passar o tempo. Não existem grandes vilões e nem grandes pontos altos na história, mas é agradável.
Tudo gira em torno de poucos personagens que moram na rua Cannery Row. Conta a história da vida cotidiana (esquisita) deles. Todos se integram em algum momento para ajudar nos conflitos diários.
Basicamente é um lugar idealizado pelo autor, onde por mais que exista a pobreza material, a riqueza de todos está na convivência.


-- A minha versão deste livro tem o nome de "Caravana de Destinos".
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Djeison.Hoerlle 28/11/2016

Eu, como bom admirador da contra-cultura, desde suas vertentes artísticas e teatrais até as manifestações variadas do ócio adorei cada página desse livro. O autor é extremamente sensível para com os vagabundos que geralmente são excluídos da sociedade apenas por estarem vivendo à sua maneira. John Steinback partilha da mesma visão que eu, de que os não alienados são aqueles que não aspiram a nada, desejam pouco e satisfazem-se com menos ainda, mas felicitam-se por qualquer coisa. Eu recomendo este livro a todos aqueles que querem entender a natureza da ambição e ganância, e porque aqueles que não possuem tais características são sempre considerados a escória.
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Valério 15/09/2017

Insuspeito
A rua das ilusões perdidas em algum momento me deu a impressão de que John Steinbeck pegou vários personagens pensados (mas não utilizados) e juntou todos em um livro não muito extenso - aproximadamente 200 páginas.
Há, por exemplo, um capítulo somente para falar sobre a epopeia de um geômis - nunca havia ouvido falar. Trata-se de um roedor.
Se foi isso mesmo que fez, só aumenta o brilhantismo do autor perante meus olhos.
Fiquei muito impressionado com a leitura de "As vinhas da ira". Mas não se espere de "A rua das ilusões" toda a crua e pungente história de As vinhas...
Aqui, os personagens parecem estar à beira do drama vivido pelos personagens de As vinhas. Mas vão levando suas vidas com relativa tranquilidade. O desconfiado Lee Chong, dono de uma mercearia, os rapazes que habitam um casebre abandonado - batizado de Palace, as garotas do prostíbulo de Dora e o pesquisador Doc, querido por todos.
Dizendo assim, certamente não parece muito atraente.
Mas como não rir e visualizar Lee Chong?
A vida boa dos rapazes do Palace: A certa altura, Doc, o mais inteligente e cultural e socialmente mais desenvolvido de todos os personagens, entende que eles sim, ao não ligara para dinheiro, emprego ou bens de consumo, sempre arranjando bicos e rolos para se manter, é que descobriram a filosofia primordial. Mesmo morando em um casebre sem quase nada e tendo que lutar pelos comes e bebes diários.
Doc, com seu cuidado e atenção extremados.
A caracterização é o forte de John aqui.
Um livro não tão forte quanto as Vinhas da Ira. Mas com a sensibilidade sociológica de Steinbeck ainda mais afiada.
Excelente.
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Rafa 07/05/2024

É um livro sobre o cotidiano, com uma cidade e uma rua como protagonistas. A ideia é boa, mas a execução não. O texto é muito descritivo e arrastado, com capítulos que não acrescentam em nada, nem mesmo para compreender melhor a dinâmica do local.
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Maria.Luiza 09/03/2019

A contradição da beleza marginal
Analisarei de forma diferente, com o que eu nunca li sobre essa obra, serei metonímica, a parte pelo todo, introduzindo mas figuras de linguagem, o que tenho a dizer é que o capitulo 31 dessa obra é um encanto metafórico.

Começa falando sobre um geômis uma espécie de mamífero roedor, parecido com um esquilo que vive em “cavernas” cavadas no solo. O geômis tenta se estabelecer na Cannery Row faz uma linda “casa” no terreno baldio entre o Laboratório de Doc, a Mercearia de Lee Chong e o “Palace”, a historia é aparentemente desconexa, mas na realidade é uma analogia a vida e ambiente em que se passa a historia. Como todo animal, instintivamente, tenta sobreviver e tem por finalidade a reprodução da espécie, acontece que embora tenha feito uma linda casa, essa deve virar um “lar” e para isso precisa ser composta por uma “família feliz”. O podre animal não alcança seu objetivo, ele construiu um sonho de “casa”,mas não consegue atrair uma fêmea para “formar uma família”, tenta, luta se machuca, mas... então desiste da Cannery Row, que é uma dessas ruas “desprezada” das cidades, mas que na realidade é um tesouro, antagonicamente “é um poema”, mas tb “um mau cheiro”, “um rangido, um tipo de luz, uma cor, um hábito, uma nostalgia, um sonho”, mas não os do tipo “socialmente aceito”. Para quem vive pela lei na natureza como o geômis não sobrevive, essa “lei da natureza”, é para nós, humanos, a “lei da sociedade”, o “esperável”, o “aceito”, quem segue essa lei, não “sobrevive” aquele “poema”.

O livro começou bem, e sua frase inicial é o resumo perfeito da historia: “Os habitantes são, como disse o homem certa ocasião, ‘meretrizes, cafetões, jogadores, e filhos da puta’ pelo que se referia a Todo Mundo. Se o homem tivesse olhado por outro ângulo, poderia dizer “santos e anjos, mártires e abençoados” e significaria a mesma coisa” essa é a beleza do livro, em um mundo desprezado habitado por pessoas marginalizadas, encontra-se o que é encantadoramente humano, o geômis é o contradito disso, é a metáfora para a “pessoa comum” adequada ao “socialmente aceito” e, portanto, não pôde ali sobreviver. Mas quanto se perde em “humanidade” acalentando o sonho do “socialmente adequado”?! E é nesse ponto de vista que quem vive em Cannery Row são “santos e anjos, mártires e abençoados”, são “parias”, porém pelo que há de mais humano neles sobrevivem. São encantadores, pedras preciosas jogadas a “sarjeta”, e a sarjeta é justamente parte fundamental deles a sarjeta é o “sonho”. Lá não se vive a fantasia entre o desejo e o resultado, ninguém ali quer “conquistar o mundo” e preserva-se “virtuosos”, pois, isso em si, é uma grande e ilusória contradição, nas palavras de Doc “Sempre me pareceu muito estranho. As coisas que admiramos nos homens, bondade e generosidade, franqueza, honestidade, compreensão e sentimento são os elementos do fracasso em nosso sistema. E as características que detestamos, astúcia, ganância, cobiça, mesquinharia e egoísmo, são os fatores do sucesso. Enquanto os homens admiram as qualidades que citei, adoram o resultado das outras características”... Em Cannery Row não se vive de ilusões, essas se perderam no caminho até aquela rua, lá apenas se vive.

site: https://instagram.com/maria_pas000
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karlinismo 19/01/2020

Este livro causou-me alguma impressão a qual não sei nomear. Algo relacionado a miséria interior de todos os homens. Os personagens vivem sob uma profunda e triste falta de elementos que elevam a dignidade humana. São ignorantes, pobres, sensuais, despretensiosos em seus sonhos, quase como indiferentes ao grande e afortunado mundo que pertecem.

É uma obra melancólica e seus personagens trazem isso consigo abertamente. Os capítulos são intercalos por pequenas estórias paralelas a contada e, a cada um deles, instala-se um silêncio em quem os lê; são mui penosos! Vinte páginas para o término e não ousava deduzir o seu curso sem imaginar alguma terrível desgraça. Terminando-o, então, entristeço-me apenas com a reflexão de como certas realidades podem ser desprovidas de bondade, beleza e felicidade.
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Moacir 30/05/2020

"Acho que tudo o que sai da boca humana é venenoso", respondeu Doc.
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EduardoCDias 08/06/2020

Vidas unidas
Um quitandeiro chinês, um grupo de desocupados, mulheres de um prostíbulo, o dono de um ?laboratório biológico?, responsável por fornecer espécimes animais para estudos e dissecações, um garoto deficiente mental... todas essas vidas se misturam numa pequena rua, à beira do mar, dividindo suas esperanças, suas frustrações, suas alegrias...
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Ebenézer 29/06/2020

John Steinbeck é um mestre em oferecer ao leitor obras exuberantes tiradas de contextos inusitados.
A Rua das Ilusões Perdidas é uma narrativa que se torna maravilhosa porque dá dignidade a personagens consideradas do submundo, os párias da sociedade, e cuja obra revela muito ao leitor perspicaz que a felicidade pode habitar, sim, nos ambientes menos prováveis.
Não é trivial o pressentimento burguês de que para se alcançar o contentamento é condição 'sine qua non' a existência de abundância material.
Steinbeck em sua obra põe em evidência aspectos sublimes da vida simples e da existência ordinária que estão presentes em nosso cotidiano, e cuja realidade é frequentemente ignorada pela sociedade capitalista hegemônica. E nem por isso essa sociedade se apresenta mais exuberante na percepção da essência da Vida.
John Steinbeck percorre em A Rua das Ilusões Perdidas um caminho alternativo vital que pode se constituir uma bandeira sob a qual o autor sugere e instiga a possibilidade de resgate da nossa verdadeira Humanidade.
Livro recomendadíssimo.
Entusiasmado para reler As Vinhas da Ira.
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