Andre 28/03/2024
Helena, Romantismo, Audiolivros e o Machado
Helena foi um romance saboroso e mostrou, penso, os prelúdios do que viria a ser o Bruxo do Cosme Velho. O romance prende, e o fnal me deixou surpreso. Eu mesmo sempre me ative à fase mais realista do autor (Memórias Póstumas, Dom Casmurro, Quincas Borba etc.). Para mim, e creio que para muitos, é o maior escritor brasileiro que alguma vez já existiu. Do que li depois, o que mais perto me causou espanto na escrita foi Fogo Morto de José Lins do Rêgo. Vou aproveitar com efeito para comentar a forma como degustei a obra: ouvi-a como audiolivro, algo que demorei para adotar da mesma maneira que demorei para adotar o e-book, pois como alguém que passou dos 40, fui um leitor "de papel". Primeiramente, o audiolivro, goste-se dele ou não, é uma tecnologia que veio para ficar. Hoje vejo como algo salutar para mim pelos motivos a seguir: 1) Permite-me gêneros literários ou autores que certamente eu jamais leria por vontade própria, pois sou apreciador de clássicos; 2) acredito ser uma forma produtiva de passar o tempo (ouvir um bom livro no carro em vez de notícias por exemplo); 3) Permite-se trabalhar a atenção ativamente, claro que não mais ativamente do que a própria leitura, mas o escutar a leitura do livro obriga à atenção (e não era o que se fazia em séculos passados quando se sentava à sala para se ler um romance aos presentes?); 4) permitiu-me rever livros que já tinham sido lidos por mim; 5) pode-se usar o audiolivro sem atrapalhar a leitura dos livros que se está lendo; 6) foi útil na época em que fiz o mestrado porque algumas leitura que tive de fazer foram por audiolivros, o que me aumentou a produtividade. Em suma, Helena é um livro muito bom e o audiolivro também.