Os Irmãos  Karamázov

Os Irmãos Karamázov Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Irmãos Karamázov


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Jow 24/09/2010

Uma obra prima.
Em Os Irmãos Karamazov, Dostoiévski se pôs inteiro. Suas vivências o período na Sibéria, o pai autoritário, a epilepsia, a morte de um filho, tudo está explicito ali. Mas também está ali um vasto painel da Rússia, de suas variadas classes, de seus homens, mulheres e profetas, os bêbados, os carbonários, os criminosos.

Se a concepção religiosa de Dostoiévski e sua prosa dramática pudessem ser separadas, essa habilidade de mergulhar em vozes interiores e traçar um amplo e complexo painel social não existiria. E Dostoievski não seria tão caro ao leitor sensível, muitas vezes na adolescência, que é tão tocado por sua intensidade moral, sem precisar adotar seu moralismo.

A ortodoxia masoquista de Dostoievski, sua crença no sofrimento redentor, era para Tolstoi uma fuga da paz e da razão. Em outra passagem conhecida de Os Irmãos Karamazov, o diálogo entre o Diabo e Ivan, o Diabo diz que pode dar a Ivan mais originalidade que um enredo de Tolstoi. Mas nós não precisamos escolher entre Tolstoi e Dostoievski. Apenas ver o que cada um tem de mais original.

Cada personagem é uma parte inseparável da estória: começando pelos três irmãos: o impulsivo Dimítri, o cético Ivã e o magnânimo Aliéksiei, além do boêmio e irresponsável pai, Fiódor Pávlovitch. Outras figuras marcantes são: o austero monge Zósima, a promíscua Grúchenhka, o pérfido Rakitín, o insano epiléptico Smierdiákov...
O conflito do livro está no triângulo amoroso composto por Dimítri, Fiódor, e Grúchenhka. Os diversos conflitos internos são abordados concomitantemente com as excentricidades protagonizadas pelas personagens. O momento máximo da estória está no assassinato de Fiódor Pávlovitch e suas conseqüências posteriores. Dimítri é acusado de parricídio e um comentado julgamento decidirá seu futuro.
Dostoiévski consegue manter o suspense e ainda inserir elementos da psicologia para analisar os personagens diante dos diversos acontecimentos vividos por eles, e com isso construir a idiossincrasia de cada um.

"Os Irmãos Karamazov" é uma obra inesquecível, um salutar monumento da literatura mundial. Uma leitura obrigatória para quem quer compreender melhor as diversas facetas da alma humana e assim entender o funcionamento da sua própria.
Luh Costa 24/09/2010minha estante
Ótima resenha.
Ainda não li Os Irmãos Karamazov pois nunca tinha tido vontade até agora. Seu resenha me fez sentir vontade de ler essa obra.

Abraço


Gláucia 02/10/2010minha estante
Difícil de ler, tarefa árdua resenhar e você conseguiu fazer isso com perfeição. Captou a alma do romance compreendendo o contexto em que ele ocorria e conseguiu caraacterizar os personagens com apenas um adjetivo para cada um demonstrando um grande poder de síntese. Parabéns, está maravilhosa.


Vinícius 20/11/2014minha estante
Excelente resenha, Cássia. Está de parabéns!!!

Só queria fazer uma observação quanto à psicologia. Talvez a psicologia da época de Dostoievski fosse ainda incipiente. Só sei que percebi que ela (no livro) simplesmente constrói narrativas e, a princípio, não tem por que uma ser considerada melhor do que a outra. Isso me passa a impressão de um certo ceticismo de parte do autor.


iagomanicoba 18/01/2016minha estante
Gostei da resenha, mas confesso que fiquei chateado ao saber que Dmitri realmente mata o pai. Estou lendo o livro no momento e tal episódio ainda não aconteceu (estou na página 400).


Norma.Duda 29/06/2017minha estante
Gostei da resenha, pena que tem spoiler, muito chato!


Douglas 14/09/2020minha estante
Excelente resenha. Espero um dia conseguir terminar essa leitura.


Marlana.Kiewel 28/01/2021minha estante
Os Irmãos Karamazon, não é um livro para "devorar". É uma obra prima atemporal, assim ter maturidade mental (não física) é essencial para pensar, sentir e viver a obra. Espirito reflexivo, interesse na alma humana, no estudo e tentativa de compreensão das relações sociais, quase sempre muito hipócritas, são alguns fatores importantes para levar a obra adiante. Não é no final de tudo uma obra local, mas uma história universal, muito mais para estudos e reflexões do que para lazer e ócio. Porém pode sê-lo também.
Neste contexto, sugiro ouvir com calma o Canal Desassossego Sonoro, onde o livro é narrado com voz humana. Ou, ler em voz alta ou ainda em grupo a edição da Editora 34 que traduziu Os Irmãos Karamazov diretamente do russo para o português. Outras edições o fazem a partir do francês.
Só mais uma pequena observação, Dostoiévski discute questões que só posteriormente Freud, Viktor Frankl e outros teóricos aprofundam, tornando-se ícones . A primeira edição dos Irmãos é de novembro de 1880.


Berenga 06/02/2022minha estante
As pessoas deviam respeitar quem ainda não leu. Sinalizem spoilers, por favor! Muito chato isso. Ainda mais pra um livro de 900 páginas!


Frd santos 10/10/2022minha estante
Muita sacanagem dar spoiler


Tchê 09/02/2024minha estante
Excelente sua resenha. Vou aproveitar as férias pra avançar no livro.


Ygor.Borges 18/03/2024minha estante
Pra que fui ler a resenha, baita spoiller, mas mesmo assim, vale a pena ler a obra




Clio0 26/08/2023

Há duas coisas a manter-se em mente ao ler Os Irmãos Karamazov: a tragédia da vida em família e a busca incessante pela moral.

Dostoievski, ávido combatente do incipiente nihilismo, teve como proposta básica na maioria dos seus livros a evolução do Homem. Diferente de Nietzche, no entanto, o autor não julgava isso como um imperativo biológico-social, mas como uma luta incessante entre as novas ideias e o julgamento ético.

É justamente a trama parricida do trio de irmãos Dimitri, Ivan e Alexei que coloca em cheque os comportamentos individuais julgo decentes e a necessidade - ou não - da convenção para o bem social.

A metáfora entre a velha Rússia czarista e a nova revolucionária aparecem na disputa entre a paixão do Dimitri e o racionalismo de Ivan que ganha dimensões quase sobre-humanas na visão filosófica de Alexei - aquele que seria o julgador inocente que precisa medir a validade das novas ideias contra a tradição.

Tudo isso parece muito abstrato, mas na verdade o autor lança mão de acontecimentos comuns e sensacionalistas e aquilo que hoje se refere como conversa-de-botequim para coloror o texto e enriquecer a sensação de se estar vivendo o drama de uma pequena vila.

Críticos ainda discutem se essa é magnum opus de Dostoivesky, porém não há nenhuma dúvida sobre a sua complexidade.

Minha edição sofreu um pouco com o passar dos anos, já se foram quase trinta. As folhas estão um pouco amareladas e o material, feito com uma espécie de courvin parece umedecer com facildade.

Recomendo.
Yanne0 26/08/2023minha estante
Amo esse livro ??


Thamiris Flor 27/08/2023minha estante
Quero muito ler!


AndrAa58 31/08/2023minha estante
Um dos meus preferidos. Depois de ler sua resenha espero poder reler em breve ?




Rosangela Max 13/07/2021

Nesta história, a genialidade do autor ficou mais evidente.
Para quem já leu uma história de Dostoiévski sabe da característica dele de apresentar em detalhes os personagens e de ficar chamando-os de outros nomes, no decorrer da história, só para confundir nossa cabeça. Aqui, não é diferente! Mas vale muito a pena passar por toda essa introdução (e ligeira confusão) porque a leitura que está por vir sempre compensa.
É genial como o autor conseguiu desenvolver todo um debate filosófico envolvendo Sociedade X Estado X Igreja, sem perder o fio da meada e sem se tornar repetitivo. E ele fez isso em cada uma das suas obras.
Quanto mais extensa for a história, mas isso fica evidente, como é o caso aqui dos ?Os Irmãos Karamázov?. Não é à toa que esta obra é considerada uma das mais Importantes do autor e da Literatura Clássica em geral.
Para quem quer ler um bom clássico russo e não tem receio de ler calhamaços, recomendo fortemente este livro.
Para finalizar, seria impossível não mencionar a edição da Editora 34. Eles realizaram um trabalho primoroso, não só com esta obra, mas com todas os clássicos publicados por eles.
No momento, é o que temos de melhor para este gênero.
raafaserra 14/07/2021minha estante
Qual livro você recomenda pra começar a ler Dostoiévski??


Rosangela Max 14/07/2021minha estante
Olá! Sugiro ?Noites Brancas?. É um livro curtinho e de escrita leve.


Francisco 14/07/2021minha estante
Esse livro é excelente mesmo. Considerei muito interessante as discussões de Aliócha e Ivan sobre religião e niilismo.


raafaserra 14/07/2021minha estante
Obrigadaa ??




@aprendilendo_ 06/02/2022

Resenha de "Os Irmãos Karamázov"
Publicado pela primeira vez em 1879, “Os Irmãos Karamázov” foi o último livro do grande escritor russo Fiódor Dostoiévski e é considerado, por muitos, sua obra-prima. Na trama, quando pai e filho, Fiódor e Dmtri, apaixonam-se pela mesma mulher, passamos a acompanhar a história da conturbada família dos Karamázov e como a vida de todos será eternamente abalada por um acontecimento irreparável. O grande elemento da narrativa, no entanto, que chamou a atenção das multidões e perpetua a história nos clássicos da literatura mundial, é a forma como os irmãos terão suas crenças e atitudes confrontadas entre si durante o desenrolar da história.

Em primeiro plano, com uma escrita envolvente e focada em extensos diálogos, típica das obras de Dostoiévski, a história começa com uma boa contextualização da vida e das personalidades dos membros da família protagonista. Nesse sentido, tal introdução é essencial para a estrutura do romance e seu bom desenvolvimento. Isso, pois, apesar da história ter uma ótima premissa, o verdadeiro foco narrativo é, justamente, o caráter dos indivíduos e suas crenças, as quais serão constantemente desafiadas pelos acontecimentos da trama. Assim, estabelecidas as personas, a obra tem o seu prosseguir recheado de cenas repletas de questionamentos existenciais, as quais, em sua essência, explorarão cada psique dos Karamázov com perfeita profundidade.

Por outro lado, apesar da história do livro em si estar claramente em segundo plano, tem-se uma trama com os tons certos de suspense e drama, os quais, escritos de forma ágil e irônica, tornam o livro surpreendente leve e divertido. Nesse contexto, mesmo com o tamanho da obra, a qual, dependendo da edição, chega a 1.250 páginas, o leitor só sente o peso da leitura em alguns momentos mais prolixos, os quais envolvem personagens secundários ou assuntos já encerrados. Isso tudo, claro, apenas auxilia na completude de Os Irmãos Karamázov, que acaba por entregar uma história incrível, repleta de personagens excêntricos, complexos e carismáticos.

“Os Irmãos Karamázov” é um livro espetacular, o qual se utiliza perfeitamente de seus protagonistas enquanto cria um dos melhores estudos de personagens da história da literatura.
Nota: 9,9
Instagram: @aprendilendo_

site: www.aprendilendo.com.br
almeidalewis 07/02/2022minha estante
??? resenha ?. Conheci esse livro por indicação de Charles colson ex acessor da casa Branca do ex presidente Richard Nixon ( envolvido no caso warteghate ) e gostei bastante isso há quase duas décadas atrás citado na sua obra E agora como viveremos ...


@aprendilendo_ 07/02/2022minha estante
Muito obrigado, amigo!!


Gabryely2 07/02/2022minha estante
Uau... que resenha maravilhosa


@aprendilendo_ 07/02/2022minha estante
Muito obrigado!!




Lista de Livros 20/08/2022

Lista de Livros: Os Irmãos Karamázov (Volume I), de Fiódor Dostoiévski
“Pensando bem, seria estranho exigir clareza das pessoas numa época como a nossa.”
*
“Na maioria dos casos, as pessoas, inclusive os facínoras, são muito mais ingênuas e simples do que costumamos achar. Aliás, nós também.”
*
“— O principal é não mentir para si mesmo. Quem mente para si mesmo e dá ouvidos à própria mentira chega a um ponto em que não distingue nenhuma verdade nem em si, nem nos outros e, portanto, passa a desrespeitar a si mesmo e aos demais.”
*
“— Padres e mestres, tenho pensado: “O que é o inferno?”. E julgo assim: “É o sofrimento de não mais se poder amar”.”
*
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Rafael.Augusto 08/02/2020

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Cara! Mina! Gente... gente!!! Que porra foi essa?
Queria dizer que virei um fã incondicional do personagem Ivan, quantos questionamentos esse personagem nos traz!


O livro Irmãos Karamázov  é um texto classico , ou seja , um livro que da epóca que ele foi escrito  até hoje , ainda nos remete a grandes perguntas como :  o que é liberdade ? Existe uma regra moral ou ética absoluta? Caso exista tal regra, onde esta minha liberdade? Caso não exista, tenho o direito de fazer o que desejo, usar minha liberdade total? (SE DEUS NAO EXISTE TUDO É PERMITO?).

Tem um capítulo chamado "O grande inquisidor " que vale uma leitura solo. Nesse capítulo o personagem Ivan vai discutir com o irmão Aliócha assuntos profundos e no final, vai descrever um poema em que Jesus Cristo aparece em carne e osso no período da inquisição espanhola, na Espanha mesmo. Ali ele é tomado pela multidão ensandecida, faz um milagre e, logo na sequência, é preso por um velho inquisidor. Já na sela esse inquisidor aparece na calada da noite e passa um sermão fodastico em Jesus. É simplesmente genial!

Leiam por favor!
elle carmo 09/02/2020minha estante
meu deus, suas resenhas sempre de deixam com uma vontade de ler!


Rafael.Augusto 09/02/2020minha estante
Obrigado Gabrielle! Tenho lido muitos livros que valem muito a pena realmente.


Julia 10/02/2020minha estante
Cara, nunca achei uma resenha que me representasse tanto! O primeiro parágrafo então hahahahaha . Ótima resenha, Rafa ;)


Rafael.Augusto 10/02/2020minha estante
Obrigado Juliaaa! Fiquei feliz que tenha gostado!


Natalia1054 24/02/2020minha estante
Pronto fiquei com vontade de ler, de tanta impolgacão. Kkkk
Vou ler com toda certeza


Rafael.Augusto 24/02/2020minha estante
Bom dia Natalia! Tudo bem? Ahh é um livraço viu! Vale a pena mesmo!


Natalia1054 26/02/2020minha estante
Vou ler sim, depois volto aqui pra te falar.


brunatschaffon 10/05/2020minha estante
"Dostoiévski é o único psicólogo com que tenho algo a aprender; ele pertence às inesperadas felicidades da minha vida?, disse Nietzsche. E é bem provável que todo admirador do niilismo de Nietzsche ame Ivan. Mas quando o próprio Dostoievski destruiu de antemão toda a filosofia do übermensch em "Crime e Castigo" com 20 anos de antecedência, vemos que não foi à toa que escolheu Aliócha, e não Ivan, como herói dessa obra-prima.


Rafael.Augusto 26/05/2020minha estante
Bruna, obrigado por seu comentário absolutamente pertinente. Me desculpe em demorar na resposta. Por qualquer motivo não havia visto antes.


rafa 21/03/2021minha estante
penso em ler em breve, sua resenha me deu ainda mais vontade de pegar esse livro agora!


Rafael.Augusto 22/03/2021minha estante
Pega sim, Rafa! Super leitura.




Daniele 29/04/2021

Seria a moralidade provinda da fé?
Esse é um debate presente nos primeiros capítulos, levantado por Ivã Karamázov, filho do meio de Fiódor. Obviamente não é o único, durante a leitura, várias outras questões filosóficas religiosas complexas são levantadas por todos os personagens.
Aliocha, que escolhera uma vida monástica, logo no começo é descrito como realista, o que de forma alguma abala seu credo, já que não são os milagres que o levam a crer; "No realista, a fé não nasce do milagre, mas o milagre da fé". Ao longo dos fatos, se mostra como principal personagem presente na narrativa, um garoto doce, de bom coração e apaziguador, mas que não deixa de ter, assim como os demais Karamázov, vícios e demônios dentro de si.
A cerca do milagre é muitas vezes tratada e discutida. Durante o poema "O Grande Inquisidor" recitado por Ivã à Aliocha,  o ancião trata da natureza humana de repelir o milagre, dando como principal exemplo as 3 tentações de Cristo, e discorre sobre o porquê de recusar-se, mesmo em meios as multidões; "Sem uma ideia nítida da finalidade da existência, prefere o homem a ela renunciar e se destruirá em vez de ficar na terra, embora cercado de montes de pão" (lê-se pão como os milagres).
A escrita de Dostoiévski é, antes de tudo, não uma forma de encontrar respostas à perguntas simples, ao contrário; o debate a cerca da moralidade e imortalidade, se mostram um diálogo aberto, em contradições e sem uma lógica sistematizada, esmiuçando por sua vez, cada personagem e suas falas. Citando aqui Pondé, ler seus romances é como a sensação de afundar num abismo. Particularmente, isso e mais um misto de prazer e reflexão.
Uma leitura definitivamente engrandecedora. Estou apaixonada por ele, por cada um de seus personagens com suas questões únicas, personalidades e falas. Um livro que acaba de se tornar um de meus livros preferidos, com certeza.
Um tijolão e clássico que merece, sem dúvidas, ser lido!
Pedro Moreira 29/04/2021minha estante
Excelente resenha! ?


Daniele 29/04/2021minha estante
Aaah obrigadaa!! *-*


Julia.Everton 29/04/2021minha estante
Amei a resenha .


Daniele 29/04/2021minha estante
Obrigada, Juu ?


Keilla.Arsie 30/04/2021minha estante
Excelente. Me deixou mais animada e curiosa .


Daniele 30/04/2021minha estante
Ahhh, que bom! fico feliz ??


dani 02/05/2021minha estante
Obrigada pela resenha! Ainda estou começando a me aventurar pelo território da literatura russa, mas quero ler esse, com certeza!


Daniele 02/05/2021minha estante
Eu que agradeço você ter lido ?. já leu algum livro de Dostoiévsk? Você vai amar esse, aposto


dani 02/05/2021minha estante
Ainda não li Dostoiévsk. Dos russos, só li alguns contos do Chekhov e do Tólstoi. Recentemente meu primeiro romance (ou novela ?????) "A morte de Ivan Ilitch".


Daniele 02/05/2021minha estante
Pretendo ler Tólstoi também. Deve ser ótimo




Michela Wakami 29/05/2023

Muito bom
Embora eu tenha gostado bastante desse livro, Crime e castigo ainda é o meu favorito do autor, até o momento. (Não li todos dele ainda)

A espiritualidade é latente aqui, embora não condiz totalmente com a minha, agradará bastante quem segue a mesma doutrina.

Os personagens são muito marcantes e inesquecíveis.

Teve algumas partes que achei maçantes, mas a grandeza do livro supera isso, facilmente.
Janaina Edwiges 29/05/2023minha estante
Também gostei mais de Crime e castigo do que este.


Rogéria Martins 29/05/2023minha estante
Adorei a resenha! ??


Michela Wakami 29/05/2023minha estante
Janaína, estamos juntas então.???


Michela Wakami 29/05/2023minha estante
Rogéria, obrigada.???


Raimundo.Sales 02/06/2023minha estante
Belíssima análise! Parabéns!


Michela Wakami 24/01/2024minha estante
Obrigada, amigo!




Carolina.Gomes 23/07/2022

Forjados a partir do castigo
O título da resenha é o significado da palavra Karamázov: nome escolhido, pelo autor, para denominar a família mais complexa e incrível da literatura mundial.

?Os Karamázov tecem a própria desgraça? e o leitor se vê embrenhado nessa tessitura. Esse é um romance extremamente psicológico e com isso, quero dizer que, na primeira parte, o leitor vai acompanhar as reflexões filosóficas e questões existenciais dos personagens. Isso faz com que o ritmo seja lento.

É preciso ler com atenção e buscar se aprofundar, em textos complementares, para compreender os meandros do pensamento do narrador que omite propositadamente fatos e só entrega ao leitor o que lhe convém, no momento que lhe é oportuno.

Na segunda parte, o romance assume um ritmo de cunho policial, mas ele não vai descrever a cena do crime, tal qual fez em Crime e Castigo. O leitor tem que esperar? Essa condução foi absolutamente genial!

Há cortes intencionais, na narrativa, o que leva o leitor à loucura. Por vários momentos me vi entre a indignação, o embevecimento e entregue às gargalhadas. Chorei, ri, me indignei, me revoltei, briguei com Dostô e fiz as pazes com ele.

Ao final, fiquei muda, por um tempo? olhando pro nada, pensando: o que foi tudo isso q eu li?! Livro bom é aquele que cala nossa voz e reverbera na nossa alma!

Que privilégio conhecer essa obra magnânima! Quão gigante era Dostô! Esse é um legado para humanidade e eu me orgulho de ter lido.
Se puder influenciar outras pessoas a conhecerem a saga dos Karamázov, vou me sentir muito feliz.

Registro, aqui, a minha emoção e encantamento, apenas?Sem nenhuma pretensão de discorrer ou analisar esse espetáculo da literatura que dispensa recomendações e elogios.

Foi uma experiência INCRÍVEL!
Victoria 23/07/2022minha estante
Esse é o meu livro favorito da vida e sua resenha fez jus a tudo que eu penso a respeito dele!


Carolina.Gomes 23/07/2022minha estante
Que bom, Victoria! ?


Eliza.Beth 23/07/2022minha estante
Aplaudindo com as mãos e os pés!!!!!!!
IK é isso: sentimentos.
Um livro que fica conosco embora já tenhamos saído dele.


Carolina.Gomes 23/07/2022minha estante
Que bom q lemos juntas, Beth! ??




Carolina.Gomes 30/04/2022

Sensacional!
Primeiro volume desse que é o mais denso e psicológico dos livros do Dostô. Já esperava muito e ele não decepcionou. É tudo que promete e muito mais. Uma leitura transformadora.

Um livro para ler e reler! Não entendi porque l skoob fez essa divisão, mas ok.

Ansiosa para iniciar a leitura do volume 2.
Douglas Finger 02/05/2022minha estante
? quero mto ler!




Ana 02/02/2021

Uma citação
Nada do que eu fale vai acrescentar muito ao que já se disse sobre esse livro. Ele é magnífico. Não estava nos meus planos seguir para o segundo volume tão logo, mas vou feliz.
"Pois que em nosso século todos se dividiram em unidades, cada um se isola em sua toca, cada um se afasta do outro, enconde-se, esconde o que possui e termina ele mesmo por afastar-se das pessoas e afasta-las de si mesmo...Contudo, é inevitável que também chegue o momento desse isolamento terrível e todos compreenderão de uma vez como se separaram uns dos outros de forma antinatural". Profético.
Michkin 02/02/2021minha estante
Dostoieviski é ótimo




Alex 12/12/2023

Você nasceu em uma família karamazoviana?
Irmãos Karamazov é a última obra de Dostoievski,  e claramente ele pretendia algo maior. Não é uma obra inacabada, mas ele claramente queria entregar um segundo volume a essa novela.

Dito isso, cabe lembrar que Dostoievski é um romancista russo que explora muito bem os dilemas psicológicos em seus romances, e em seus personagens. Em Irmãos Karamazov isso não é diferente.

A história conta as tragédias da família Karamazov. Fiodr, o pai, é um alpinista social com zero escrúpulos, cada casamento é um degrau a mais, rumo ao sucesso financeiro.  As esposas? Não importam. Os filhos? Importam menos ainda, os criados que os criem.

Beberrão,  desbocado, com ausência total de bom senso, perdulário até certo ponto. Um homem que não merece menção, de tão obtuso.

Seu primeiro filho, Dmitri. Saiu muito ao pai, perdulário,  e com o mesmo defeito, de se ter em conta superior ao que realmente é.

Dmitri e Fiodr representam a hybris grega, uma espécie de presunção,  arrogância, de valorar-se muito além do que realmente é, a ponto de os deuses os castigarem. E  no romance karamazoviano, a hybris atrai a desgraça também.

O segundo filho é Ivan, um erudito, ateu, apaixonado pela cultura europeia (estrangeiro), ele é o niilista impregnado de religiosidade,  e sua filosofia transborda em todos os atos desse livro, "Se Deus não existe, tudo é permitido".

Com esse personagem acompanhamos os melhores diálogos,  as reflexões filosóficas mais profundas, os embates teológicos com o irmão mais novo. Mas também vemos que o seu niilismo filosófico não o livra do fardo de salvar "alguém". Não o livra do peso moral nas escolhas. Ao ponto de ter um desfecho bastante trágico,  talvez até em aberto.

Alieksei, ou Aliocha, o herói do escritor, o terceiro filho, representação de Abel, o filho preferido. O preferido entre os irmãos também.  Querido por todos, até pelas crianças da cidade. Um religioso, com fervor sincero,  sem moralismo, sem colocar fardos sobre os ombros dos demais. O fardo de sua religiosidade sincera, é colocada apenas sobre si, por ele mesmo, com a maior voluntariedade possível. Um tremendo personagem, poderia escrever páginas sobre ele.

E, ao final, o filho bastardo, filho de Fiodr com uma mendiga. Nascido ao relento. Órfão de mãe e de pai. Entregue para ser criado junto aos servos da casa. Com um nome que representa "aquilo que fede", Smierdiakov é um amargurado silencioso. Que passa a vida aos pés do dono (seu pai), cozinhando e entretendo.  Observa os irmãos com uma vida melhor que a dele e amargura-se, cada dia mais, com tão triste realidade.

Toda a trama gira em torno desses personagens. Todo o climax gira em torno das escolhas deles.  E toda a tragédia se desenrola por serem Karamazov.

Dostoievski ensina, nesse livro que somos produto do meio, mas que a família nos faz herdar mais que apenas patrimônio, ele acerta em coro com a bíblia sagrada, que, "amaldiçoado serás, de geração em geração".

Não posso falar mais, para evitar spoillers, mas vale a leitura. Não é a obra prima de Dostoievski,  ainda acho Crime e Castigo imbatível, mas é muito bom.
Moninha 12/12/2023minha estante
?? incentivo


Alex 12/12/2023minha estante
Tentei ser positivo e não citei nada contra a obra, de propósito rsss.


Regis 12/12/2023minha estante
Adorei a resenha! ???


Josy 14/12/2023minha estante
Que resenha excelente, Alex! Estava com saudade das suas opiniões literárias.


Alex 14/12/2023minha estante
Obrigado, Josi. Foram meses complicados, a leitura ficou bem comprometida. Mas seguimos.




Lista de Livros 26/08/2022

Lista de Livros: Os irmãos Karamázov (Volume II), de Fiódor Dostoiévski
“— É para o proveito do homem inteligente que existem os imbecis.”
*
“— Aqueles que sofreram pessoalmente uma desgraça são os que melhor julgam os outros.”
*
*
“— A propósito, senhores, a fantasia também tem limites.”
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“— Dinheiro é necessário em qualquer situação! Com dinheiro o homem é homem em qualquer parte.”
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*
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Júlio Leite 08/09/2014

Melhor romance que já li
A mais profunda, grandiosa e atemporal obra que já li. Um tesouro.

Os Irmãos Karamazov é uma obra que penetra aquele fundo bem escondido da sua alma e o escancara diante de seus olhos... todos os questionamentos que já tivemos sobre Deus, bem, mal, moralidade e mortalidade da alma estão neste livro, bem diluído nos discursos espirituosos de Aliócha,parábolas e anedotas interessantíssimas (tanto das bem articuladas que dão um frio na barriga como das mais fragmentadas como os sonhos), as perturbações intelectuais de Ivan e paixão e explosividade descontrolada do Dmitri. É como se os personagens do livro cobrissem uma boa parte possível do espectro humano. De maneira genial e extremamente humana, Doistoiévski faz uso da polifonia: seus personagens têm uma visão de mundo própria e extremamente aprofundada, de maneira que várias correntes de pensamento e cosmovisão transpareçam de maneira espetacular, nos acometendo pelos flancos, mostrando que somos todos Karamázov, e seu mundo é o nosso mundo.

Um livro que nos deixa nu como minhocas.

Há uma cena delirante e quase psicodélica em que Ivan tem um encontro com o Diabo que, assim como Mefistófeles a Fausto, lhe apresenta um diálogo convincente, usando ideias próprias do Ivan para jogar com sua sanidade.


Foi dessa obra que Sartre malandramente tirou a paráfrase errônea "Se Deus não existe, tudo é permitido"... O conceito está em um diálogo entre Ivan e Aliócha, mas tais palavras não foram escritas desta maneira e tampouco reflete a posição do autor. É a polifonia em ação.

"De fato, às vezes se fala da crueldade bestial do homem, mas isso é terrivelmente injusto e ofensivo para com os animais: a fera nunca pode ser tão cruel como o homem, tão artisticamente, tão esteticamente cruel. / Acho que se o diabo não existe e, portanto, o homem o criou então o criou à sua imagem e semelhança." - Ivan Karamázov (Pág. 329 e 330)
Sauron 14/03/2021minha estante
Sua resenha, me fez querer ler esse livro, concérteza colocarei na lista...




Fer Paimel 23/10/2022

Impressionante!
É difícil resenhar esse livro, porque são muitos aspectos merecedores de atenção e, com certeza, uma única leitura da obra é incapaz de mostrar toda a profundidade de seu conteúdo.
Este parece ser um livro que nada foi colocado lá por acaso, ainda que não faça muito sentido a princípio. O próprio nome da família tem uma razão de ser, o que me faz pensar em quantas mensagens dos autores nós, leitores, deixamos passar quando não estudamos um pouco sobre a obra... Óbvio que nem toda leitura cabe e pede essa análise, mas me fez refletir sobre a profundidade das minhas leituras recentemente. Ah, tô divagando igual ao Dostoievski já kkkk
Voltando sobre a história, eu adorei cada personagem, até os chatos e irritantes kkkk é maravilhoso ler algo bem escrito, que você consegue, realmente, visualizar tudo que está sendo descrito. Eu comecei a ler em janeiro, em uma LC, mas acabei me atrasando e deixei a leitura de lado para somente pegar agora; foi uma jornada mais solitária, mas muito prazerosa.
O enredo tem de tudo: filosofia pesada, romances, tragédias e comédias, psiquiatria/psicologia, direito... enfim, as quase mil páginas não deixam nada a desejar e atendem a um público bem variado. A parte jurídica da investigação e do julgamento foi muito interessante para mim, que sou da área, mas o destaque vai para os diálogos existencialistas, sem sombra de dúvida!
As questões morais dentro do livro são inquietantes e objeto de estudo de muitas pessoas. Pensar se a liberdade humana é um fardo ou uma benesse é algo bem doido, temática de outras leituras que fiz, principalmente de cunho distópico. Dostoievski, por sua vez, aborda-a mais cruamente, em um diálogo arrebatador entre os irmãos Ivan e Aliocha, meus personagens preferidos! Dentro das questões sobre liberdade, ele também passa a questionar nosso senso moral, para refletir se existe alguma referência moral absoluta fora da religião ou se a falta de fundamento da moral ensejaria em uma permissão absoluta para qualquer comportamento... Olha que loucura! Se não me engano, acho que vi que Nietzsche se dedicou a explicar a moral longe da religião, tendo ele sido um leitor de Dostoievski...
O contraste dos personagens é marcante e a maneira como o autor oscila entre momentos de diálogos pesados, com descrições de personagens aleatórios e interessantes, me prendeu à leitura, embora eu imagine que seja algo que talvez cause dificuldades na leitura para outras pessoas. Achei tudo dinâmico e surpreendente!
Não dei nota máxima porque achei o final um anti clímax... Vi que este foi o último romance de Dostoievski e, parece, que ele pretendia escrever um segundo volume, mas faleceu antes de começar ou concluir (não sei se ele começou!). Alguns pontos não ficaram bem resolvidos para mim, mas, ainda assim, é possível traçar um final para cada personagem.
Aff, já falei demais!! É uma leitura que dispensa apresentações e vale a pena o esforço de tantas páginas... A ressaca literária ta grande, vai ser difícil esquecer um pouco essa história!
Joao 23/10/2022minha estante
Dostoievski é realmente um dos autores que, talvez, "apenas" a leitura não baste heheheh. Sempre tem muito mais que nós não pegamos. Esse livro tá na minha lista já pois muita gente comenta que é A obra do autor.


Emerson Meira 23/10/2022minha estante
Linda resenha Fernanda! ???????
Achei que você pegou muito bem os pontos relevantes e reflexões da história, apenas na primeira leitura. Você é atenta e fez uma boa análise.
Sobre Nietzsche, ele aborda essa questão em "Genealogia da Moral", onde resumidamente ele explora a origem das palavras "bom" e "mal" para além do senso comum, moldada assim a moral por classes sociais e intervenção de valores religiosos. Nesse sentido, diz que a moral se perdeu e afastou os homens, acabou ficando relativa, longe da verdade, de girar em torno do humano, do real. Ele propõe um resgate dessa moral.
Fico feliz que tenho gostado e tenha valido a pena pra você, é um livro muito longo pra não valer! ??
Um dia com tempo e coragem vou reler! :)


carlosdeangelis 23/10/2022minha estante
Ótima resenha! É uma das melhores e a mais profunda leitura da minha vida. É algo que precisa ser revisitado durante a vida devido à complexidade da obra. "O Grande Inquisidor" é simplesmente magnífico. Sua opinião sobre o final é fruto da vontade de continuar a obra e é justa.


@willamsrodrig 24/10/2022minha estante
Sabia que você ia gostar! Foi uma leitura que me marcou muito.


Fer Paimel 26/10/2022minha estante
Obrigada, meninos!
João, eu adorei! Ainda quero ler muuuito mais Dostô, mas essa é a minha preferida por enquanto!!
Carlos, O Grande Inquisitor é surreal de bom kkkk fiquei pasma quando li, a criatividade do autor é inigualável!
William, foi marcante mesmo, quero reler daqui uns anos, ver se vou gostar do mesmo tanto kkk
Emerson, muito interessante essa perspectiva do Nietzsche, confesso que conheço muito pouco da obra dele, mas é algo que quero encarar algum dia! Releia sim, acho que essa obra é o tipo de livro que nos tiramos novas conclusões com o passar dos anos...


Daniel1841 05/01/2023minha estante
Eu abandonei, mas pretendo recomeçar um dia. Estava gostando bastante, aí tive que fazer uma pausa devido a questões pessoais, quando fui retomar, havia perdido o fôlego/ritmo e preferi deixar para uma nova tentativa.


Fer Paimel 05/01/2023minha estante
Aconteceu isso comigo também, Daniel. Comecei a ler em janeiro e me ocupei com outras coisas, aí retomei só em setembro, eu acho? vale a pena o esforço, é uma baita duma obra!!




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