Mia Fernandes 01/05/2020
Paixão
“Algumas pessoas passam a vida inteira em busca de um amor como esse.”
(Lucinda Prince)
&
“Nenhum mortal e nenhuma rocha pode impedir um amor tão verdadeiro quanto o nosso. Eu sempre a encontrarei.”
(Daniel Grigori)
Paixão é um sentimento incandescente, volátil, associado ao amor adolescente, que quando atinge seu auge, vira nada mais que cinzas. Seriam essas palavras capazes de “simplificar” o elo que liga o anjo caído Daniel Grigori com a mortal Lucinda Prince? Neste terceiro livro da Saga Fallen, a autora Lauren Kate nos proporciona uma viagem por todas as reencarnações que passou Lucinda Prince e a partir deste ponto podemos finalmente começar a entender o passado de Luce e Daniel e o surgimento da maldição que os separa.
Seguindo um impulso louco, Lucinda decide mergulhar em anunciadores, indo visitar cada uma de suas vidas passadas, pois será nelas que encontrará pistas para desfazer esta maldição e tendo como bônus presenciar o desenrolar de sua história de amor que se estende por séculos. Claro que ninguém fica de braços cruzados e todos decidem ir atrás dela, Daniel, Ariane, Cam, Roland e os nefilins – já que é de conhecimento geral que Luce é um tanto quanto desastrada podendo numas de suas ações impensadas, modificar o passado de tal maneira que prejudique a sua existência como Lucinda Price e com isso ponha um fim nesse amor eterno.
No meio de suas viagens Luce ganha um guia, um ser de pedra chamado Bill, que ajuda na sua busca jornada ao passado. Mesmo com um caráter um tanto duvidoso, Lucinda o inclui na sua odisseia e aceita os seus palpites. As vidas passadas vão desde Moscou passando pela Civilização Maia até o período antes de Cristo.
Paixão, para mim ainda foi mais intoxicante que Tormenta e se tornou o meu livro preferido da saga. Se em Fallen eu caia de amores pelo Cam, neste eu finalmente cai nas asas de Daniel Grigori. Podemos perceber em cada uma das vidas de Luce, o amor de Daniel por ela, o seu sofrimento quando ela morre nos seus braços e mesmo assim ele vai sempre em busca dela, se entregando a este amor com minutos contados. É tanto sentimento, dor, felicidade, amor, emoções eclodindo dentro dele, que mesmo com todos obstáculos, ele se comprometeu com este sentimento, e sempre o escolherá em primeiro lugar, sendo a única coisa que valha a pena lutar. Não foi só eu, que chegou a essa conclusão, a ficha de Luce caiu também – finalmente pensando com a sua própria cabeça – percebe a magnitude desse amor, que é taxado erroneamente como paixão adolescente. Este elo só pode ser enquadrado como um amor de almas gêmeas, tanto que Bill fala que foram eles próprios que cunharam essa expressão.
“Ela vira a glória incontida de Daniel em Chictén Itzá. Presenciara e, por fim, entendera a profundidade da maldição dele em Londres. Vira sua tentativa de suicídio no Tibete e como tentara salvá-la de uma vida terrível em Versalhes. Ela observara Daniel dormir para esquecer a dor da morte dela na Prússia, como se estivesse sob um feitiço. Vira ele se apaixonar por ela mesmo sendo esnobe e imatura, em Helston. Tocara as cicatrizes das suas asas em Milão e entendera do quanto ele abrirá mão no Céu para estar com ela. Conhecera seu olhar sofrido quando ele a perdeu em Moscou, sabendo que ele vivera a mesma dor inúmeras vezes.”
Lauren Kate finalmente mostra o momento em que Daniel foi amaldiçoado por Lúcifer. E entender o porquê das “mortes” de Luce através dos tempos. A autora soube encaixar a mitologias dos anjos, tendo como base a bíblica e o surgimento dos anjos e demônios. A ideia do bem e o mal ganha forma partir deste momento.
Com o final de Paixão, o conflito fica ainda mais estreito e o tempo que possuem para resolvê-lo ainda mais escasso. Agora com todos os anjos e nefilins ajudando o casal a enfrentar o que estar por vir, será que esta história terá um final digno deste amor eterno? Preciso urgente, de Rapture, o último livro da saga.
p.s: Paixão é um livro de respostas. Mas ainda fiquei querendo saber como foi a primeira vez que Daniel viu Luce em sua primeira passagem pela Terra. Queria ver essa primeira existência pelos olhos deles, o que ele sentiu, como é que ele percebeu que esse era o amor que ele escolheu por qual lutar.
Xoxo
Mia Fernandes.