Liberdade

Liberdade Jonathan Franzen




Resenhas - Liberdade


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Pedro Ivo 27/06/2011

A perda dos sonhos e a redenção
Liberdade é um romance brilhante. É uma aula de estrutura, de desenvolvimento narrativo e construção de personagens. Personagens tão reais, com quem você se identifica, ama ou odeia, desde o primeiro momento em que aparecem. É um retrato extremamente pertinente da sociedade americana, sobretudo na era Bush, mas é também a observação compassiva de uma família ao longo de tres décadas, suas falhas, sonhos, triunfos, fracassos e redenção.
Em ultima essência é mesmo um romance sobre como se redimir quando nao existe mais por que sonhar.
Como disse, Liberdade é um romance brilhante. desses que aparecem vez ou outra. O romance do século? Talvez sim se considerarmos que este século só tem dez anos e limitarmos aos romances norte americanos. É uma leitura que emociona, diverte e leva à reflexão. Recomendo. Muito.
Só uma observação: a tradução da Companhia das Letras, que costuma ser extremamente criteriosa, aparentemente não foi revisada. O livro está salpicado de erros de concordância, de estrutura, palavras repetidas, tempos verbais desconexos... Nada realmente grave, mas inaceitável quando se trata de um lançamento dessa monta.
acauã 15/07/2011minha estante
Só achei que, o autor se foca de mais nas desgraças dos personagens, quando é a Patty, com sua autopiedade, falando tudo bem, mas acho que podia aparecer mais fatos bons das vidas dos personagens

ou fui eu que só reparei na desgraça?


Lu 08/08/2011minha estante
reparei no erros, meu livro está todo marcado de caneta vermelha.


Xxxxxxxx1 08/08/2012minha estante
Realmente, tem muitos erros.
E Jonathan Franzen tenta, a todo momento, tornar tudo muito mais complexo do que é.Pra quê se alongar tanto com comentários sobre a migração das espécies de aves ? Pra quê se alongar com toda a história dos antepassados de patty, de walter?Tirando as partes desnecessárias, o livro ficaria com umas 200 páginas a menos, certamente, e a leitura fluiria mais.
Além disso, Patty é uma personagem que, pra mim, pareceu totalmente apática e chata.O único personagem no qual vi uma profundidade foi Joey, disparado, o melhor personagem do livro.


Xxxxxxxx1 08/08/2012minha estante
Realmente, tem muitos erros.
E Jonathan Franzen tenta, a todo momento, tornar tudo muito mais complexo do que é.Pra quê se alongar tanto com comentários sobre a migração das espécies de aves ? Pra quê se alongar com toda a história dos antepassados de patty, de walter?Tirando as partes desnecessárias, o livro ficaria com umas 200 páginas a menos, certamente, e a leitura fluiria mais.
Além disso, Patty é uma personagem que, pra mim, pareceu totalmente apática e chata.O único personagem no qual vi uma profundidade foi Joey, disparado, o melhor personagem do livro.


Daniel 12/09/2012minha estante
Eu tambem gostei do "Liberdade", mas menos do que "As Correções". Concordo com o que o Rodrigo comentou: às vezes o Franzen se alonga demais... Se o livro tivesse umas 200 páginas a menos acho que eu teria gostado muito mais. Nada contra calhamaços, pelo contrário!, mas só quando essas páginas e páginas realmente acrescentam algo a história.


ariano 12/07/2014minha estante
Concordo com tudo o que você disse, Pedro. Eu fiquei chocado com os inúmeros erros que passaram pela revisão, melhor dizendo, pela falta de revisão.




Maria1691 25/10/2022

Liberdade sem sombra de dúvidas foi um dos melhores livros que eu já li em toda a minha vida. Uma história que mexe muito com a pessoa e faz pensar sobre muitas coisas.
Eu me diverti, eu quase chorei, fiquei em choque, entre outros sentimentos que eu tive lendo este livro.
Eu recomendo muito está leitura, passei horas lendo. São personagens super reais, muito reais mesmo.
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anna v. 11/09/2011

Não acredite no hype
http://terapiazero.blogspot.com/2011/09/liberdade-de-jonathan-franzen.html

Poucas vezes a frase "Don't believe the hype" me pareceu tão acurada. Eu deveria ter desconfiado quando vi, na capa, o selo dizendo "O livro do ano, e do século - The Guardian". Uma afirmação com esse grau de presunção deveria ter disparado alguns alarmes. Além disso, quando Liberdade saiu nos EUA, em 2010, o autor saiu na capa da revista Time, com o título "Great American Novelist". Hmm. Nos EUA o livro é um bestseller, recomendado até pela Oprah*. A crítica compara Franzen a Tolstói em sua capacidade de retratar a vida americana nesses tempos que correm. Estava armado o circo do hype literário.

Mas não fui uma simples vítima desse hype. O fato é que li e adorei seu livro anterior, As Correções, de 2001. Assim como aconteceu com Milton Hatoum e Miguel Sousa Tavares, minha empolgação com um livro (Dois Irmãos do Hatoum, Equador do MST, As Correções do Franzen) me fez comprar o lançamento seguinte sem pestanejar -- apenas para amargar uma decepção daquelas.

E é em respeito a As Correções que eu não escrevo aqui que Liberdade é simplesmente uma bosta (e também porque não é muito fino escrever uma coisa dessas). Então vamos dizer apenas que é um livro ruim. Ou melhor ainda: que é um livro de que eu não gostei. Vamos ser ainda mais camaradas e dizer que tenho andado numa maré de falta de sorte com a ficção literária, já que também não gostei de 2666 do Roberto Bolaño. E pronto, chegamos àquele adorável clichê de final de namoro: o problema é comigo, não com o livro!

Ah, porra nenhuma. É uma porcaria mesmo. E vou explicar por quê.

Liberdade gira em torno da família Berglund (o casal Patty e Walter, e seus filhos Jessica e Joey), e tem outro personagem importante, Richard Katz, amigo de Walter e depois de Patty desde os tempos da faculdade. O início do livro não é tão ruim. É uma narrativa que parte das observações dos vizinhos sobre os Berglunds, e assim, com as esperadas doses de maledicência e fofocada que permeiam qualquer relação de vizinhança, ficamos sabendo dos podres da família, a partir desse olhar externo. Mas mesmo nesse começo eu já comecei a me aborrecer com um excesso de oh-como-sou-observador-astuto-da-contemporaneidade.

"Havia também questões mais contemporâneas, como, era mesmo o caso de usar fraldas de pano? O trabalho valia a pena? (...) Os escoteiros eram aceitáveis do ponto de visto politico? O trigo sarraceno era mesmo necessário? Onde reciclar pilhas? (...) O seu Volvo 240 às vezes não deixa de entrar em overdrive quando você aperta o botão de overdrive? (...) E o botão com a etiqueta enigmática no painel, que produzia uma clique sueco perfeito, mas dava a impressão de não estar ligado a nada: que diabo era aquilo?" (p. 12-13)

Pois, é o que eu pergunto: que diabo é isso? Devo dar um riso constrangido com o canto da boca com essas questões? Era esse o objetivo? Porque se era, falhou espetacularmente, pois elas não me comunicam absolutamente nada. Noves fora eu não ter ideia do que seja um Volvo 240, o que não faz diferença, não acho em nada relevante para a contextualização da narrativa esse trecho, que é muito mais longo do que o citado acima.

Mas vá lá, seguimos na leitura, e essa parte inicial termina na página 36. Aí começa o declínio absoluto do livro, quando ele se torna impossível de salvar: A "Autobiografia de Patty Berglund", intitulada "Todo mundo erra", e escrita "(por sugestão de seu terapeuta)". São intermináveis 166 páginas em que ficamos conhecendo a infância de Patty, seu relacionamento distante com a mãe, o pai, e as irmãs, o infeliz início de sua vida sexual, sua carreira de atleta (jogadora de basquete), a estranha amizade com uma espécie de amiga sanguessuga (parte inverossímil, a bem da verdade, pois Patty podia ser ingênua, mas não era idiota), a aproximação de Richard e Walter, e as escolhas péssimas que ela vai fazendo ao longo da vida. Durante a Autobiografia, Patty se refere a si própria tanto como "Patty" como quanto "a autobiógrafa", mas o mais grave é que a voz do narrador (ou seja, de Patty) não difere significativamente nem do trecho que veio antes, nem do trecho que vem depois. É como se Patty e o narrador onisciente do resto do livro fossem a mesma coisa. Incompreensível.

E é chato, minha gente. É maçante. Veja, personagens desinteressantes, simplórios ou patéticos não são necessariamente tediosos. Mas aqui, sim. Nada me convence. A tensão sexual latente entre Patty e Richard, problematizada pelo fato de que ambos amam Walter, é banal. Quando consumada, as cenas são tediosas. E chovem os trechos "vou-fazer-frases-de-efeito". Como esse parágrafo:

Cortou as batatas em ângulos muito estranhos. Lembravam um quebra-cabeça geométrico. (p. 178)

Ai, caramba, quero meu dinheiro de volta! Este foi um parágrafo de 2 frases, mas no mais das vezes abundam os parágrafos de 50 linhas, os apostos entre colchetes que são uma frase só de 30 linhas. E, bem, esse tipo de coisa só presta se você for mesmo um gênio. Caso contrário, nem tente.

Walter é um personagem santo durante a maior parte do livro. Passivo, cordato, se contenta com as migalhas que Patty lhe reserva, parecendo sempre feliz por ter conseguido, ele, um nerd, casar com aquele mulherão. E quando Walter finalmente começa a dar uma virada, ela se inicia através de uma história de reservas florestais para salvar mariquitas azuis ameaçadas de extinção mas que na verdade não passava de um golpe para aquisição de áreas ricas em carvão porque as políticas de extração estavam prestes a mudar no Congresso, tudo decidido entre os figurões de Washington amigos de Dick Cheney e por aí vai. Mas meu Deus, ele se senta com Richard para explicar essa história e passa 25 páginas discorrendo sobre os detalhes! Aaah! 25 páginas de texto sobre essa merda! E não pense que o estilo é de thriller político-corporativo-jurídico-Crichton-Turow-Grisham. Quem dera, porque esses caras ao menos criam ganchos entre seus capítulos curtos, benditos sejam. Não. É tudo chato, porque o Walter é um cara super certinho e careta, portanto ele é chatinho também, é quase como se a gente lesse por pena.

E o Richard é um personagem que não fede nem cheira, um roqueiro que faz sucesso quando menos espera e quando já não deseja o sucesso, um comedor de mulheres como qualquer roqueiro estereotipado que se preze, que não tem remorsos (exceto quando se trata de Walter) e quer que tudo se foda mesmo. Mas é aquela coisa: de onde menos se espera, é dali que não sai nada mesmo. Não é Richard que salva o livro.

Dizem que tem uma parte sobre Joey que é das melhores, que ele é um dos personagens principais também. Acho que jamais saberei. Quando cheguei a um final de capítulo na página 251 e vi que ainda não estava nem na metade, desisti. Já estava mesmo pulando grandes trechos, já tinha dado gritos de impaciência com o livro, enfim, já deu o que tinha pra dar.

Mais que tudo, Liberdade me pareceu um livro sem ritmo. A narrativa é tão estanque, tão truncada, que me senti travada enquanto lia. Bons livros podem ser lentos ou velozes. Mas a ausência de qualquer ritmo, a falta de uma cadência, são fatais.

PS sobre a lamentável edição brasileira

Assim como As Correções, Liberdade saiu aqui pela Companhia das Letras, editora que costuma primar pela excelência no tratamento do texto -- ótimos tradutores, preparadores de texto, revisores. Mas neste caso, por um engano, foi para as lojas uma primeira tiragem com um sem-número de erros bisonhos de tradução. São palavras faltando, erros de concordância e coisas estapafúrdias como "comessasse" ou "sobiu". Mas não só isso. Questões estúpidas de tradução, que me incomodam sobremaneira, porque mostram a falta de um mínimo esforço para adaptar ao falar brasileiro, um desprezo total ao leitor brasileiro. Como na página 198. Uma conversa telefônica entre Patty e Richard, que chega a um beco-sem-saída, aquele momento em que você já não tem mais o que dizer num diálogo que está, desde o início, sendo constrangedor para todas as partes. Todo mundo já passou por isso, todo mundo identifica a situação.

"O que foi isso?", perguntou Richard.
"Nada. Desculpe."
"Então, de qualquer maneira."
"De qualquer maneira."
"Resolvi que não ia."
"Certo. Entendi. É claro."
"Certo, então."

Péra aí, pára tudo. "Então, de qualquer maneira." "De qualquer maneira." ??? Alguém consegue imaginar uma pessoa falando assim ao telefone? Não sei como é o texto original em inglês, mas aposto 20 mariolas como é: "So, anyway." "Anyway." É o clássico termo para não-sei-mais-o-que-dizer. E não é difícil lembrar como se diz isso no Brasil: "Mas enfim." "Enfim." É claro que, literalmente, Anyway = de qualquer maneira. E em muitas situações essa equivalência vale. Mas nunca num caso como este.

Pesquisando na internet, vi que outros leitores estavam tão estupefatos quanto eu com os erros de revisão, e um deles, comentando no blog da própria editora, disse exatamente o que eu penso: a vontade é jogar a edição brasileira no lixo e ler o original em inglês. Gostei tanto desse comentário, que comentei também, e até citei alguns dos erros que achei ao longo do livro. Alguém anônimo da editora respondeu apenas que infelizmente a primeira edição tinha saído com erros, mas que já tinham sido corrigidos numa nova edição.

Ora, se alguém na área de atendimento ao leitor da editora em que eu trabalho responde desta forma a um leitor com esse tipo de reclamação, vai para o olho da rua. Caramba, a editora botou no mercado um produto com defeito, e eu comprei!, e escrevi para dizer que estava insatisfeita com meu produto defeituoso. O mínimo a fazer é oferecer a troca por um produto sem defeito! Mas não, nada do tipo. Claro, eu é que não escrevi mais para lá dizendo isso, porque não serei eu a dizer à concorrência como proceder, e porque não quero nem um exemplar deste livro, muito menos dois. Mas a arrogância é de dar dó. Numa era em que o consumidor é cada vez mais difícil de alcançar, em que você, enquanto editora, precisa suar para fidelizar esses clientes, principalmente esses que estão te dizendo: eu posso ler em inglês e não vou mais comprar seus livros, seus idiotas!, responder assim é um suicídio para a imagem.

Porque na verdade é isso mesmo. Leitores como eu, mais apegados ao conteúdo do que ao produto físico livro, possuidores de um Kindle e uma conta na Amazon, e fluentes em inglês, simplesmente não precisam mais das editoras brasileiras para ler literatura estrangeira. Da própria Companhia das Letras, eu quero ler O décimo primeiro mandamento do Abraham Verghese (632 páginas, R$54), e O Homem de Beijing do Henning Mankell (512 páginas, R$46). Mas com um clique posso comprar Cutting from Stone (947 KB, US$9,57) e The Man from Beijing (616 KB, US$10,58). É mais barato, mais rápido, e até mais ecológico. E se eu não gostar, não preciso me preocupar em me livrar do exemplar.


*não que isso seja tão fora do normal: a Oprah tem um celebérrimo clube do livro que tem feito muito pela promoção da literatura -- sou a favor.
Maria Clara 13/09/2011minha estante
Que pena que você desistiu! A parte do Joey e da Connie é sem dúvidas a melhor, muito diferente da chatice que é tudo envolvendo o Walter.


leandro 05/01/2012minha estante
Anna,
Interessantes seus comentários!
Ganhei a edição de 2011, achei poucos erros de concordância, mas o diálogo surreal da página 198 permanece. Uma lástima...
Você devia ter lido até o final, pois as coisas se arrumam de forma satisfatória e a estória começa a nos prender.
Claro, as partes de walter são maçantes, como se prestassem para o autor externar seus pontos de vista para o círculo dele, evidenciando o rótulo de "conteúdo". Também não conseg


gugs 27/01/2012minha estante
Obrigadíssimo pelo seu comentário!
Foi assim...
Eu estava no site da Cia. das Letras vendo alguns livros para comprar. Então, deparei-me com "Liberdade" e me surpreendi, pois na capa estava escrito que este foi o livro do "ano e do século". Logo meus olhos se arregalaram e decidi ler um pouco na internet. E, pelo pouco que li, vi que estava mesmo cheio de baboseiras.
E, para terminar, digo o que sempre minha excelente prof. de português falava: " não compre livro pela capa!".


Diegocn 08/05/2012minha estante
A minha edição também está cheia de erros de ortografia e frases sem sentido, pois faltam palavras.

Acho que isso contribuiu para eu ter achado o livro uma me...da!


Roberta 21/05/2012minha estante
Não concordo com quem comentou dizendo que vc deveria ter lido até o fim. O livro continua maçante e leitura não flui.
Concordo com o que vc colocou e ressalto a total falta de empatia com os personagens, que se autosabotam do início ao fim.


Anni 14/06/2012minha estante
O livro mais cansativo que já li na vida. As partes do livro que o Walter descreve seus projetos para suas ricas mariquitas, são simplesmente insuportáveis, desnecessários e infindáveis! Páginas e mais páginas de pura encheção de linguiça. Muito, muito decepcionante. Fora que nunca vi tantos erros gramaticais e de concordância. Vergonha!


Júnior 14/02/2013minha estante
Que pena que você não leu até o fim. O livro é ótimo, muitíssimo bem escrito e ficamos (pelo menos eu fiquei) com muita vontade que tivessem mais 100 ou 200 páginas pela frente.
No último capítulo da biografia de Patty é explicado porque ela resolveu escrever em 3ª pessoa. Enfim, abraço!


Pedro 25/08/2013minha estante
Terminei de ler agora e vim ler as resenhas, a minha é a 2ª edição que saiu em 2012. Ainda assim achei pequenos erros, mas pelos comentários abaixo acredito que nas primeiras versões estavam gritantes.

Eu pessoalmente amei o livro, sou um cara que adora histórias reais ou próximas da realidade e nisso o livro me deixou satisfeito por completo. Por mais que tivesse alguns momentos longos, eu gostava muito da narrativa e não me incomodava. Achei maravilhosa a síntese que ele fez da sociedade americana e como detalhou perfeitamente as características de cada personagem.

Quem quiser discutir mais, me segue no Twitter @pedropinheiroo




Jessica.Martínez 27/06/2023

Brilhante!
Acabo de terminar essa leitura em lágrimas.
Um romance extraordinário, daqueles que poderiam muito bem ter se passado por um relato real.
Personagens densos, sendo construídos ao longo de todo o livro.
Jonathan Franzen arrebentou nesse livro. Escrita brilhante.
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jota 06/11/2013

Todo mundo erra
Errou feio a revisão da Companhia das Letras: meu exemplar de Liberdade é uma reimpressão (1ª., 2011) e várias palavras continuaram grafadas erradamente, conforme diversos leitores já apontaram com relação aos volumes da primeira impressão. O que foge bastante do alto padrão dos produtos dessa editora. Que, se tem os melhores lançamentos do mercado editorial brasileiro, por outro lado também cobra alto por seus livros impressos e digitais.

Errou igualmente o crítico do Guardian ao afirmar que Liberdade é o livro do século. Ainda temos muitos anos pela frente antes de o século XXI acabar e certamente muitos livros interessantes serão publicados nas próximas décadas. Quem viver verá.

Prefiro ficar com um comentário mais comedido (mas nem tanto), do crítico da Esquire: “Não é à toa que Liberdade menciona Guerra e Paz em todas as letras. Ele pede espaço na prateleira ao lado do tipo de livro que as grandes feras escreviam. Livros que eram chamados de importantes. Que eram chamados de os grandes.” Pois Liberdade é isso mesmo, um grande livro (além de ser um livro grande, como o clássico de Tolstoi), que impressiona o leitor e em poucos anos será considerado, sem dúvida, um moderno clássico americano (se já não é...).

Liberdade impressiona mesmo: é volumoso, caudaloso, tem capítulos imensos, apresenta várias subtramas dentro da história maior da família de classe média americana em crise, os Berglund (algumas histórias iniciadas há cerca de 50 anos e que vêm até nossos dias), exibe um panorama geral do passado recente e do presente da América e toca em várias questões mundiais de relevância.

Nada escapa aos olhos de Jonatham Franzen: capitalismo global, mercado financeiro, consumo ostensivo, liberalismo, Oriente Médio, terrorismo, judaísmo, meio ambiente (aquecimento global, fontes de energia, preservação de espécies e outras questões ecológicas), etc. Ele faz ainda interessantes referências a filmes, livros (a certa altura alguém lê Reparação, o excelente livro de Ian McEwan), discos, artistas, etc. E tampouco faz economia em matéria de palavrões, sexo e merda: literalmente coloca alguém para mexer na própria com as duas mãos...

Dentro de cenários elaborados pela extrema inteligência e profundo conhecimento das coisas que Franzen demonstra, circulam protagonistas marcadamente envolventes, os membros da citada família Berglund (Walter, Patty, Joey e Jessica) e o amigo deles, o roqueiro Richard Katz. Até mesmo alguns personagens secundários nos impressionam demais, como o jovem Jonathan, amigo de Joey, ou Connie, a namorada deste último, ou ainda Dorothy, a abnegada mãe de Walter, entre tantos.

Todos eles são tão bem construídos ou têm histórias de vida deveras interessantes que nos fazem lembrar, irremediavelmente, de outros protagonistas inesquecíveis de Franzen, aqueles da família Lambert de As Correções. Grande livro (nos dois sentidos da palavra) que, por sua excelência, alguns críticos compararam à obra-prima de Thomas Mann, Os Buddenbrook. Mas Liberdade não sai perdendo em nada numa comparação com As Correções, ao contrário do que alguns leitores opinaram.

Outros leitores reclamaram que o livro é muito extenso, que ficaria melhor se tivesse umas duzentas páginas a menos. Era realmente necessário, por exemplo, que Franzen recuasse até a Suécia do início do século passado para nos contar um tanto da história de Einar Berglund, o avô paterno de Walter? Claro que era, para que pudéssemos entender completamente não apenas Gene, o pai de Walter, como os sofrimentos do jovem Walter e o que isso acarretaria em termos de sua personalidade adulta. Então, não posso concordar com essa ideia de livro mais fino, de jeito nenhum.

Liberdade tem tantas qualidades e méritos quanto numerosas são suas páginas que só me resta recomendá-lo com entusiasmo a todos que apreciam literatura de (alta) qualidade. E dizer que Jonathan Franzen acertou em cheio ao escrevê-lo do jeito que ficou, como o livro foi entregue aos leitores.

Se interessar, essa história de que “todo mundo erra” lá do início, é, especialmente, uma menção a dois capítulos (um do início e outro do final) deste livro brilhante, emocionante, inesquecível. E, finalmente, eu confesso que também errei. Por não ter lido Liberdade antes.

Lido entre 27/10 e 05/11/2013.
Daniel 06/11/2013minha estante
Um grande livro, sem duvida, nos dois sentidos. Talvez minha expectativa (grande, também!) tenha feito me decepcionar um pouco. Continuo achando Franzen verborrágico demais (nada contra: meu autor favorito - Pruost - é hors concours em verborragia).
Tenho a impressão que numa futura releitura vou gostar mais.


jota 06/11/2013minha estante
Rapaz, comigo aconteceu justamente o contrário: quando adquiri o livro, dois anos atrás, por aí, a avaliação dele aqui era mais baixa ainda (hoje está em 3,9), havia apenas um ou dois leitores que deram nota máxima ao calhamaço, então não criei tanta expectativa para quando fosse lê-lo e fui deixando meu exemplar de lado.

Não havia lido tampouco As Correções (que li somente em janeiro deste ano, e é também excelente) e até confundia o Jonathan Franzen com o J. Coe e o J. Safran Foer às vezes. Então, de fato, não imaginava que iria gostar tanto do livro, que vale por vários livros de sociologia, política, história, etc. dos EUA e até do mundo em alguns trechos.

Franzen é muito inteligente na montagem da estrutura da história e se revela um grande conhecedor (ou é muito bem assessorado) de diversos assuntos (eras Clinton e Bush estão muito bem retratadas aqui; democratas e republicanos também); sempre se aprende alguma coisa em livros assim.

Gosto muito de ecologia e nunca tinha ouvido falar na mariquita-azul (ou Dendroica cerúlea) então fui atrás de informações sobre o pássaro (se interessar, aqui tem uma foto dele ou dela: http://www.wikiaves.com.br/213263), etc.

Enfim, Liberdade me agradou muito, embora ao contrário de você, não teria coragem de encarar uma releitura, não.




André Vedder 30/05/2023

Franzen é genial.
Do autor já havia lido "Pureza" e o premiado "As Correções", e apesar de hoje não me recordar muito bem sobre as histórias e personagens destes, uma lembrança eu possuo com clareza: a de que finalizei ambas as leituras extasiado e plenamente satisfeito. E agora, ao término de "Liberdade", esses sentimentos se renovam.
Aqui o autor aborda a trajetória de uma família de classe média (pais, filho e filha) juntamente com um amigo íntimo da família que é cantor de rock. Nessa abordagem temos toda a hipocrisia sobre a tão famigerada liberdade americana e o livro é estruturado de forma que cada capítulo expõe os pensamentos e atitudes de um personagem, nem sempre de forma linear aos acontecimentos da história.
Franzen é um romancista de mão cheia. Possui uma narrativa que vicia o leitor e seu foco principal são seus personagens muito bem trabalhados, que por sinal, o autor descortina cada camada de suas personalidades, tornando-os tão reais que poderiam ser um conhecido seu, um vizinho, ou até você mesmo.

"Existe, afinal de contas, certa felicidade na infelicidade, se ela for uma infelicidade do tipo certo. Gene não precisava mais sentir medo de uma grande decepção no futuro, pois já tinha produzido uma decepção imensa; havia ultrapassado essa barreira, transformara-se definitivamente numa vítima do mundo."

"Só porque uma pessoa não aproveita bem a própria vida, nem assim a vida dela deixa de passar. Na verdade, só faz a vida dela passar mais depressa."

"As pessoas vieram para o nosso país em busca de dinheiro ou de liberdade. Então, quem não tem dinheiro se aferra às liberdades com mais ferocidade. Mesmo que o fumo te mate, mesmo que você não tenha dinheiro para dar de comer às crianças, mesmo que seus filhos estejam sendo abatidos a tiros por loucos armados de rifles de combate. Você pode ser pobre, mas ninguém tem o direito de tirar sua liberdade de foder com a própria vida da maneira como bem entender."
Carlos Fitzgerald 31/05/2023minha estante
Gostei muito de Liberdade. Infelizmente As correções não consegui terminar de ler, mas pretendo retornar a leitura mais pra frente.




Evando 10/04/2022

Brutalmente bom. Nunca pensei que seria possível me identificar tanto com um personagem fictício como o Walter, e nem que um único capítulo, logo o final, me deixaria para baixo de forma que nem mesmo Hanya Yanagihara conseguiu com Uma Vida Pequena e suas apelações. De fato, não é uma leitura fácil, algumas passagens são densas e verdadeiramente difíceis de prosseguir, como os extensos comentários acerca dos pássaros, que vão se tornando mais espessos à medida que a depressão que atinge Walter também aumenta - o que me fez pensar que, talvez, o autor estivesse, de alguma forma, quem sabe comparado o comportamento dos bichos com a disfunção que acomete os Berglund, ou Richard Katz discorrendo sobre o capitalismo que assola os Estados Unidos; entretanto há sacadas geniais em meio a esses momentos, como o comparativo feito por Katz sobre o vendedor de chicletes e o combate à cárie e a forma como um outro lado dos fatos nos é introduzido sob a perspectiva de Patty. Enfim, recomendo. Frazen é um gênio!
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Jr. 18/07/2020

O que fazer com essa tal liberdade?

O ideário de liberdade é tão caro para a nação americana, emancipada de seus colonizadores ingleses, que de uma filosofia que lastreou a sua declaração de independência, tornou-se, com o tempo, cartão postal do país e quase um direito inalienável de seus cidadãos. Mas qual é o sentido dessa liberdade na vida comum dos americanos, em termos mais práticos? Para dar uma resposta a essa pergunta, Jonathan Franzen apresenta, nesta deliciosa fábula sobre o liberalismo, a saga da família Berglund, moral e ideologicamente cindida, no período das incertezas pós-11 de setembro.

Para além discussões acerca das liberdades políticas, sociais e mercadológicas ao longo de suas mais de 600 páginas, que capturaram o espírito da era Bush e elegeram o romance como um dos retratos de sua época, aqui interessa, principalmente, a liberdade individual de cada personagem, que ganha voz e ponto de vista, e a maneira como o livre arbítrio que possuem sobre suas vidas, erráticas e conflitantes, não confere a eles, necessariamente, a felicidade prometida pelo ethos comum nacional.

É delicioso ver como os personagens descritos por Frazen se submetem às situações mais ridículas, literalmente sujam as mãos, pelo prazer libertário de seguirem suas ambições e desejos; como uma metáfora meio sacana ao espírito americano atual (ou de sempre?), o que move os membros da família Berglund e os personagens que os cercam é sempre um ímpeto muito desenfreado de se afirmar e se colocar individualmente, priorizar suas taras pelo que quer que seja em detrimento ao interesse coletivo, o que, nesse contexto, vai resultar nas disputas, nos ressentimentos e nas dinâmicas problemáticas dos membros desse clã.

O melhor aqui é que, apesar do sarro que tira com os personagens (em especial, Walter, o pai de família meio coxinha, mas com ideais democráticos como bom americano), e, por extensão, com o American Dream em si, Franzen não se restringe ao cinismo pelo cinismo; a descrição profunda e cuidadosa de todos os personagens que assumem o ponto de vista em algum momento da narrativa (no caso, o marido, a esposa, o amante e o filho caçula), revelam uma empatia real por aqueles sujeitos, pelas suas erráticas trajetórias, e, ao final, ressalta uma autêntica vontade de encontrar algum sentido em meio a essa coisa meio maluca que é a vida em sociedade.


“A personalidade suscetível ao sonho da liberdade ilimitada é uma personalidade que tende, quando o sonho desanda, à misantropia e à ira.” (p. 481)
Daniel Assunção 26/10/2020minha estante
Melhor resenha! Foi no ponto certo.




Angelica75 05/06/2022

Liberdade pra quem?
Essa balela de sonho americano nunca me convenceu. O livro corrobora esse pensamento. A família Berglund + R. Katz e os personagens todos que circundam a narrativa nos mostram que eles são uma sociedade porcaria como qualquer outra, senão a pior delas.

A maneira que a história é contada é cativante e nada cansativa. Muitos reclamam das mais de 600 páginas, eu queria mais. Franzen me fez perceber voyeuristicamente detalhes das vidas de cada um. Nada é casual, tudo pode surpreender, os diálogos são todos muito realistas e as situações sempre incômodas. Os percalços da família disfuncional retratado por 4 décadas mostra que a ideia que temos do "otimismo" que permeia a cultura norte-americana é uma grande lorota.

Os personagens, sem dúvida não alcançam a tal liberdade, o livro traz luz à um mundo que a gente acha que conhece, mas não conhece. Nada.
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Fabiana 03/12/2012

Bom com ressalvas!
Lamentável a Companhia das Letras colocar no mercado um livro tão mal traduzido, além dos incontáveis problemas pela falta de revisão: erros de digitação, grafia, concordância verbal e nominal.

Longe de ser o livro do ano, do século, como sugere a capa, mas com alguns altos aqui e ali. Os personagens são muito bem construídos, o enredo é atrativo (principalmente a costura com o cenário político norte-americano), mas algumas passagens são extremamente maçantes.

Gostei especialmente das passagens com Joey e Connie e das impressões da vida a partir de Richard Katz.

Agora, lamentável mesmo, é seu desfecho desconectado com o tom pessimista, fatalista e crítico da obra. Depois de 600 páginas, somos apresentados a um final típico de comédias românticas americanas. Decepcionante!
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matheushhsf 20/12/2014

Um livro sobre todos nós
Liberdade é um livro que fala sobre todos nós. É um livro que incomoda. Sim, incomoda pois nele estão personagens que poderiam ser qualquer um. Talvez seja, porém fadado a outro destino mas com aquela singularidade bela que nos torna raros. Patty, Connie, Joey ou Walter poderiam até ser você, ou eu.
Essa forma incrível como Jonathan Franzen constrói personagens extremamente humanos é o que faz o livro ser único. Consegue exprimir aquilo que todos sabem que existe porém não querem falar. E talvez seja aí a vitória de Liberdade em expor nosso egoísmo, nossos medos, inseguranças, desejos e repulsas. Tudo na verdade travestido de personagens, enquanto ainda não temos voz própria para entendermos.
A escrita é um ponto a parte. Como pode, me expliquem por favor, uma pessoa escrever 608 páginas sem cansar você em nenhum momento, te bater na cara e ainda fazer você pedir mais? Com uma forma livre, muitas vezes poética, com descrições perspicazes e bem modernas, Franzen consegue tornar a leitura do calhamaço como se fosse de um livrinho infantil: sem barreiras e totalmente mágica.
Aliás, devo, é claro, pelo menos falar sobre a construção do livro, onde mais uma vez Franzen nos surpreende. Conseguindo entrar com passagens que parecem não terem sentido no início e mesmo depois de grandes diálogos, clímax e desfecho, coloca-las no final, e assim surgindo com uma situação fora dos padrões modernistas, demonstra a habilidade, inteligencia e sutileza com o qual Jonathan tem com a linguagem e a estrutura do livro.
Por fim, ainda meio encafufado com tudo que acabei de ler, ainda não sei uma palavra que resuma todo o espírito gerado por esse livro em mim, e até a certa indignação por como Franzen consegue escrever tão bem. Porém uma dica aos curiosos que não sabem se leem e não querem confiar nessa minha resenha meia boca: a Oprah gostou. Fim. Se ela gostou, todo mundo gosta e fim de papo.
:)
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Douglas 14/08/2012

Leia sem preconceitos
Recomendo! Assim, você precisa ter uma paciência de Jó para ler essa obra. São 600 páginas que passam lentamente. É um drama familiar denso e pesado, mas não é só isso.

A Liberdade do título é buscada constantemente por todos os personagens, mas ao mesmo tempo o conceito de liberdade não fica claro, o caminho para ela não é reto, talvez curvo. Na verdade enxerguei esse caminho como um circulo com um raio imenso.

Toda a trama gira em torno de Patty Berglund. É ela que dita o ritmo dos acontecimentos e dos conflitos com seu marido Walter e com o melhor amigo de Walter, Richard Katz, um roqueiro que tente fugir da fama que tanto quis. Outros personagens centrais são os filhos de Patty, Joey e Jessica. Essa família é representada como a típica família norte-americana de classe média.

O trio central, Patty, Walter e Richard se conhecem no final dos anos 70 na Universidade e suas vidas sofrem algumas voltas e reviravoltas que culminam em uma série de acontecimento de paixão e traição que cobrarão seu preço no futuro.

Com certeza você se identificará com algum personagem, com algum de seus ideais, apesar de no fundo não conseguir amar nenhum deles verdadeiramente e enxergar em si o quão tedioso, estúpido ou egoísta você é.

A história traça um paralelo também com a situação política e econômica dos EUA nas últimas décadas, o terrorismo e o medo, a guerra de Bush, pensamentos democratas e republicanos, o racismo ainda enraizado em muitas regiões do país e mostra também temas atuais, como a influência das novas tecnologias, meios de comunicação e a preocupação com o meio ambiente.

E mesmo com todos esses assuntos “maiores”, percebemos que não importa o grau de engajamento com uma causa maior, também não será encontrada aí sua liberdade. E me parece que é nesse ponto que o autor tenta chegar. Sempre queremos mais, queremos novidades, coisas que consigam mostrar o quanto somos livres e que podemos tudo, mas no fim o conceito amplo de liberdade se torna fugaz.

Leia sem preconceitos. Esqueça que é um livro badalado de um autor superestimado. Faço uma última recomendação: se você chegar lá pela página 100 e entediado com o ritmo, esqueça o livro, vai ser assim por mais 500.

Minha nota: 7,5
Sara 04/09/2014minha estante
Muito interessante, gostei muito do seu comentário. Acho que as pessoas falam de mais, e ficam falando que o livro é entediante porque tem 600 páginas e nem acabou de ler o livro.




Gláucia 10/06/2014

Liberdade - Jonathan Franzen
Patty, Richard e Walter se conhecem na época de faculdade e a trajetória dos três vai sendo narrada até a meia idade. O livro fala de erros e acertos, relações pessoais e da desestruturação familiar, focando a narrativa ora num ora noutro personagem de forma que a mesma história vai sendo contada sob o ponto de vista de cada um, traçando um panorama da sociedade estadunidense nos dias atuais. Impressiona a cultura geral que o autor demonstra possuir.
O livro começa bem e a história é boa, mas a leitura vai se tornando cansativa por seguir num ritmo extremamente regular, focando-se nos fluxos de pensamentos dos personagens. Estes, por sua vez, são muito próximos de nós mesmos pelos tipos de problemas que apresentam mas nenhum me cativou, não consegui me envolver nem sofrer por nenhum deles. A história poderia ter sido muito bem contada em metade das páginas sem grandes perdas, ao contrário. Na maior parte do tempo me deixou deprimida.

site: https://www.youtube.com/watch?v=wVGrwPoz73s
Gláucia 15/06/2014minha estante
Camila, esse livro foi debatido num clube do livro e as opiniões foram bem divididas. Espero não ter te feito desistir definitivamente se sua leitura, talvez vc seria do grupo que gostou :) Se um dia o ler venha me contar!




Ivan Ilitch 04/02/2018

Essencial
Dificilmente iremos encontrar um livro mais atual do que ?Liberdade?. A forma como os personagens são descritos, toda a profundidade de sua psique, a passagem do tempo e o quanto isso pode machucar uma relação... são todas características do livro.
O autor consegue traduzir em palavras grande parte das dificuldades que os relacionamentos atuais encontram pela frente: a competição, o egocentrismo, o vazio, o excesso de oportunidades que traz mais desconforto do que qualquer coisa positiva...
Livro muito bom!
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otxjunior 26/07/2014

Liberdade, Jonathan Franzen
Tem livros que nos deixam órfãos ao seu término. É o caso de Liberdade, de Jonathan Franzen. Fica até difícil partir para outra leitura, sabendo que vamos deixar de ler sobre a vida de personagens viciantes: Patty, Walter, Joey, Richard, Connie, só para citar alguns. Liberdade aborda vários temas, mas sem dúvida, sua força está nos personagens. O que não deixa de ser irônico pois todos são em um ponto desagradáveis e egoístas. Mas essa é a proposta, de uma narrativa mais próxima da realidade em que pessoas humanas, portanto fracas, confessam suas desventuras, tentam atribuir sua culpa a outros e procuram redenção para seus erros.
Ambientado em território norte-americano, Liberdade acompanha a trajetória de uma família de classe média e parece sugerir a impossibilidade de cada um dos personagens privilegiados pelo "país das oportunidades" realmente saberem se atingiram o máximo de seu potencial na vida. A narrativa é compartilhada principalmente por três deles que invariavelmente tecem comentários sobre meio ambiente, economia, música e política. Embora muitas vezes me perguntei qual era a necessidade de trechos enormes sobre a conservação de uma determinada espécie de pássaro ou de longos discursos sobre o problema da superpopulação para a história, essas passagens são justificadas por oferecer um melhor entendimento da forma de pensar de cada um dos personagens e por facilitar nossa identificação e interesse por seus respectivos desfechos.
Em um momento o autor faz referência a outro livro, Reparação, de Ian McEwan. E para quem já leu é interessante notar que a estrutura de Liberdade reflete de certa forma o romance de McEwan. Por exemplo, Patty escreve uma autobiografia em terceira pessoa como forma de exercitar a autoindulgência, mas também para fazer com que um determinado personagem (nós leitores também) se convença de sua visão sobre determinado evento. Por sinal, é uma das minhas partes favoritas, as primeiras 200 páginas, em que lemos um bando de trivialidades sobre a vida pregressa de Patty. Banalidades que nos ajudam a formar uma figura tridimensional e complexa da personagem e aceitar mais facilmente suas reações e interações com os outros.
Ainda cheio de humor, principalmente quando Joey torna-se o centro da narrativa, Liberdade é diferente de tudo o que já li. E embora alguns diálogos não sejam críveis, considerando que falados por personagens realistas, e que o final de certa forma quebra o teor o qual estávamos acostumados até ali, já estava completamente fisgado por esse fascinante e original estudo da sociedade norte-americana contemporânea para me importar muito.
Renata CCS 18/09/2014minha estante
Parece ser uma narrativa interessante, diferente de tudo que já li. Sua resenha me cativou! Vai para alista de futuras aquisições!




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