Rita 22/05/2022
Eu não consigo deixar de amar
A Princesinha foi um dos filmes mais importantes da minha infância e é, ainda hoje, da minha vida como um todo. Ele ajudou a me formar como pessoa.
Quando a Wish anunciou que lançaria uma edição do livro, eu fiquei extremamente animada e feliz porque fiquei muito tempo buscando uma edição especial desse livro para manter sempre na minha estante. Eu tenho uma edição que é mais simples da 34, com uma ótima tradução e que foi a que li primeiro, mas precisava de uma que a beleza interior do livro aparecesse no seu exterior e a edição da Wish me deu isso (tinha buscado edições em inglês até é nem gosto de ler em inglês, pensei até em começar uma campanha pra alguma editora fazer uma edição de luxo, só que com meu alcance não seria muito bem sucedida, rsrs).
Enfim, apoiei a edição da Wish assim que abriu o apoio no Catarse. Antes de meia-noite e cinco meu apoio já estava certo (abriu meia-noite). Esperei alguns meses para receber e quando chegou abri com muito carinho. Demorei um pouco para ler, minha lista de livros não lidos é extensa, mas pulei alguns (uns 80) para ler esse agora.
Comecei a ler ontem, dia 21 de maio de 2022, terminei hoje, 22 de maio. E terminei chorando.
Não entendam errado!
Não foi choro de tristeza.
Nem de alegria exatamente.
Foi emoção.
Uma emoção tremenda fez meu coração acelerar, minhas mãos tremerem ao virar as últimas páginas e as lágrimas rolarem ao chegar ao último ponto.
Por quê?
Não faço ideia.
Talvez seja a emoção de ver um desejo por uma edição linda concretizado.
Talvez seja o fato de reler essa história que significa tanto na minha vida.
Talvez seja por razão de que, apesar de reconhecer todos os problemas da história, eu não consigo deixar de amá-la.
Sim, problemas.
Não podemos fingir que não existem.
Notei assim que li o livro da 34 na primeira vez.
Como todo livro, ele é um retrato de sua época e da posição e pensamentos da autora.
Não há como fugir disso.
Há estereótipos que hoje sabemos que devemos condenar como a da menina gordinha e "burra", a figura dos estrangeiros como "selvagens", há também a posição de criados sempre como criados diferenciando da posição da própria Sara que não começou como criada. Enfim, há problemas e não vou passar pano para eles.
Mas não vou deixar de amar a história.
Não consigo deixar de amar a história.
Não consigo deixar de amar a menina que consegue enfrentar coisas terríveis com o faz de conta, com gentileza e com bondade.
Não consigo deixar de amar as personagens que são falhas e ainda assim querem fazer o certo e o bem para os outros.
Não consigo deixar de amar a história que me fez uma pessoa mais gentil e me marcou tanto desde a primeira vez que conheci há muitos anos.
O prefácio do Jim Anotsu me mostrou o quanto essa história marcou tantas outras pessoas além de mim e foi maravilhoso ler. Foi uma ótima preparação para voltar ao mundo da história. Depois do prefácio, eu fechei o livro, pensei no significado dessa história para tanta gente, respirei fundo e entrei de cabeça.
Concluo com alguns fatos que esse livro me ajudou a relembrar: a nossa mente é poderosa, as nossas amizades são essenciais e essa história é uma das minhas favoritas de todos os tempos.