Tropas estelares

Tropas estelares Robert A. Heinlein




Resenhas - Tropas Estelares


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prof.vinic 14/05/2017

Malditos insetos!
Lembra do filme? Esqueça, exceto pelos nomes dos personagens e algumas passagens menores o enredo não tem nada a ver. Aqui temos algo mais intimista, a história é completamente contada na visão do Rico e a maior parte se trata de memórias. Porém não acredite que isso deixe o livro chato e lento, pois é justamente o contrário. Tudo é muito dinâmico e, como esperado em um livro de ficção científica da década de 50, as críticas à sociedade são intensas e bem embasadas. Por exemplo, a forma que a população civil é vista pelos militares, e vice-versa, é muito caricata porém deixa um recado claro: nossa democracia não está boa, algo deve ser feito. Inclusive existem alguns parágrafos falando sobre a evolução da democracia nos períodos históricos da humanidade ... mas só lendo para entender o que eu digo. Faça isso, leia ... e também veja os filmes, eles são um pouco cine trash, mas valem a pena.
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Adecio Chaves 05/03/2017

Uma ficção mais militar do que científica
(resenha feita para o blog Multiverso Literário)

O Livro tropas estelares de Robert A. Heinlein despensa apresentações, já emigrou das paginas para o cinema em forma de Filme (três para ser exato) e para a televisão como animação. É um daqueles livros de Ficção Cientifica que ultrapassou as barreiras do Gênero e alcançou até quem não é aficionado.
Para quem não conhece, o livro conta a historia de Juan Rico, jovem que se alistou na infantaria do exercito para conseguir a cidadania plena, o que lhe daria uma serie de vantagens, como direito a voto e uma maior liberdade perante o governo.
Entretanto um pouco antes de completar seu treinamento (dois anos), uma raça alienígena de forma insetoíde ataca Bueno Aires destruindo-a completamente, isso inicia uma guerra entre os humanos e esses insetoides. O livro se desenvolve em cima da evolução de Juan Rico e da guerra propriamente dita.
Após ler o livro não vou negar que fiquei decepcionado, primeiramente porque uns 70 % do livro é basicamente de treinamento militar, se você trocar os alienígenas insetoides por outro país se teria um ótimo livro de guerra. Segundo o livro é bastante reacionário, por está no meio da Guerra Fria e o seu autor se um ex-militar não é de se estranhar seu alinhamento politico, nos insetoides vemos claramente uma alusão pejorativa a União Soviética, os extraterreste são uma raça plenamente comunitária, contudo seus operários são tratados como trabalhares acéfalos que são guiados por soldados semi-retardados, os quais obedecem a uma nobreza que não aparece, fica escondida nos subterrâneos das tocas.
A principal evidencia do seu posicionamento anticomunista é a forma como um dos seus personagens se refere a Karl Marx ?O Velho místico despenteado de O Capital, inchado, torturado, confuso, e neurótico, não cientifico, ilógico, esta fraude chamado Karl Marx?. Claro que todos sabemos que não se deve confundir a opinião do autor com a de um personagem, contudo a opinião desse personagem (Ten. Cel. Jean V. Dubois) está diluída por todo o livro.
Pelo outro lado, os humanos têm um governo central e controlador, usando de castigos físicos para quem desobedecem as diretrizes dele, o direito de voto só é dado para quem tem a cidadania plena, ou seja, para ex-militares, o que torna automático a manutenção do poder, pois todos os eleitores estão alinhado no mesmo direcionamento ideológico.
Por fim, minha ultima ressalva é por deixar um final aberto, isso não é de todo mal, no entanto frustra um pouco o leitor, que fica o livro todo aguardando um desfecho que não vem.

Não estou desestimulando vocês a lerem, essa é basicamente minha opinião, se não concordam comigo, leia o livro e venha debater.
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Augusto 22/02/2017

Muito além daquele filme
Conheci o livro pelo filme que ficou famoso nos telas de sucesso da vida, mas somente tive curiosidade de ler a obra após ouvir uma crítica super positiva no NerdCast

E que obra!! Além de uma história com excelente narrativa, rica em detalhes para quem gosta de romances militares, de quebra recebemos um ensaio sobre uma sociedade utópica, organizada num novo modelo político que serve de pano de fundo para várias reflexões dos problemas que temos hoje com a democracia e de como a sociedade atual sofre com problemas que, no fundo, ela mesma causa indiretamente

Vale muito a leitura!
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Leandro.Batista 30/12/2016

Um mergulho no militarismo para leigos.
A ideia do serviço militar pode não ser muito atraente, de início, quando logo se percebe ideia de que, do alistamento em diante, haverá uma nova rotina de deveres, obrigações, regras rígidas e rituais militares a serem cumpridos.
Toda uma teatralidade é ensinada e sua execução minuciosa é exigida ao novo neófito, sendo algo que costumeiramente é deixado explícito diante daquele que pretende se aventurar alistando-se.
Sim, um novo integrante de qualquer uma das Forças Armadas de um país é um iniciado.
Ele passa por um período de formação e, como prêmio por ter resistido, se gradua e debuta como militar, de fato e de direito, após um rito de passagem.
Normalmente exige-se que, aquele outrora apenas curioso candidato, entoe um juramento ritual em defesa da virtude e dos valores da instituição que passará a representar, onde, no geral, sua devoção pela pátria, o povo que nela reside e os símbolos nacionais que os representam, são expressos em brados retumbantes e, por alguns, estampadas em alguma parte do coração.
Heinlein nos convida a viver essa experiência no cerne, aprofundando-se na riqueza dos sentimentos vividos por um recruta em treinamento. Os conflitos vividos com suas novas responsabilidades, a transição de um civil apartado desde seu nascimento às obrigações herdadas por homens e mulheres que um dia lutarão em defesa de ideais que permitem a existência, mesmo que em algumas vezes ela seja falha, da liberdade de uma nação. Tal herança no mundo não ficcional do Brasil atual, como todos nós sabemos, é obrigatória e seletiva, podendo ser voluntária em vários outros países do mundo, assim como no Universo de Tropas Estelares.
No virar das páginas, somos apresentados ao amadurecimento de Juan Rico, que até então não tinha real compreensão de quem realmente era e qual era o seu papel dentro da sociedade na qual estava inserido. O autor nos conduz pelas mazelas de experiências sociais e comportamentais, nos mostrando a evolução da personagem até o ponto em que nos vemos diante do revés de ter que reavaliar alguns dos nossos conceitos pessoais, principalmente aqueles que norteiam o significado que damos para a palavra cidadania e a profundidade real que seu valor possa ter.
Para quem espera toda a ação da adaptação cinematográfica feita pelo diretor Paul Verhoeven, imagino que a experiência possa ser nova e trazer discussões pessoais à luz de um novo panorama de compreensão do que é um serviço militar. Um viés violento, repleto de disparos, sangue e morte, não é nem um pouco difícil de ser seguido por uma literatura, digamos, bélica. Mas direcionar todo esse argumento para reflexões sobre a necessidade e os motivos pelos quais pessoas comuns se dispõem a empreenderem o sacrifício da própria liberdade e vida por pessoas desconhecidas — mas partícipes de uma coletividade, mesmo que por vezes ainda desunida — é algo incrível e pode ser encontrado, descrito em discursos magistrais, nos parágrafos de cada um dos capítulos desta obra.
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Blog MDL 22/12/2016

A última decisão como civil e adolescente que Juan “Johnnie” Rico tomou foi se alistar ao Exercito, esta que mudaria sua vida para sempre. Depois de passar por um árduo treinamento que elimina boa parte daqueles que pensam em seguir a vida como militar, Johnnie descobre o seu caminho e está determinado a se tornar um capitão de tropas. No acampamento, ele aprende a ser um soldado, mas é somente com a guerra que ele descobre por que se tornou um.

Diante de tantas dificuldades que passa ao lado de seus companheiros, pequenos flashes de sua vida antes de entrar para as forças militares ajudam a lhe revelar o sentido de muitas coisas antes incompreendidas por ele e por tantos outros. Se tornar um grande homem não será fácil, bem como chegar onde ele almeja.

Posso começar a nossa resenha dizendo que estou completamente apaixonada pela escrita de Heinlein! Simples, de fácil compreensão, mas que trás consigo uma intensidade inexplicável. Um dos grandes pioneiros do gênero de ficção científica, ele consegue ser objetivo envolto de um esquema filosófico impressionante. Para a época em que foi escrito, “Tropas Estelares” consegue ser atemporal em vários sentidos, buscando uma realidade tão distante e ao mesmo tempo tão próxima que não há palavras para explicar exatamente o que se sente ao ler tamanha grandiosidade.

Juan Rico é um jovem como qualquer outro e acaba se alistando no Exército por impulso, já que seus amigos também fariam o mesmo. Embora seu intuito fosse de somente passar o período necessário para conseguir exercer sua cidadania, ele acaba descobrindo que a vida de um soldado, apesar de ser muito difícil, é o que ele deseja e muito mais dentro daquela vida dura de militar. Diante de uma guerra iminente, muitas coisas antes esquecidas tornam-se necessárias para o desenvolvimento de sua personalidade e caráter.

Apesar de ter muita ênfase em termos militares, Heinlein não se limita apenas a isso. Sua história consegue avançar parâmetros impressionantes dentro do tema, tornando a trama muito mais interessante do que seria apenas uma aventura militar.

Preciso falar de uma aula que é obrigatória para todos os jovens da trama, embora não tenha peso nas notas para eles. A matéria de História e Filosofia da Moral, ensinada por um veterano do exercito é, na minha opinião, o ponto chave de toda a trama. Sem ela, toda a história não teria o mesmo impacto nos leitores e perderia boa parte do sentido. Pelo nome, inicialmente consideraríamos ela como de “humanas”, mas ela é classificada no livro como “exatas”, junto com matérias como física ou química. Mesmo parecendo um pouco contraditório, o instrutor de tal matéria consegue trabalhar toda uma filosofia de modo exato, onde não haja dúvidas de que aquilo é exatamente o que ele quer passar, a verdade sem meios termos. E é essa aula que faz com que os pensamentos do protagonista mude e o torne mais maduro, ajudando a tomar as grandes decisões que ele precisa pra chegar onde deseja.

Confesso que os relatos dessas aulas não só o mudaram, como conseguiram me mudar também. São coisas tão profundas e verdadeiras que conseguem impactar o leitor de forma brusca, fazendo que ele repense junto com o personagem boa parte das coisas que decidimos na vida. Se este era um dos intuitos de Heinlein, garanto fielmente que ele chega no objetivo. E mesmo aparentando ser algo tão sério, o autor ainda consegue inserir comicidade sem perder o foco original, o que é algo surpreendente diante de tudo isso.

De acréscimo a essa obra magnífica, temos a edição da Editora Aleph que a tornou ainda mais maravilhosa. Além da nota sobre o autor, das aberturas de cada capitulo com frases de impacto, ainda tem uma nota história no final e um trecho de uma entrevista com os escritores de um livro sobre Heinlein. Esses fatores, mesmo não sendo essenciais, engrandecem ainda mais este livro maravilhoso.

Um livro essencial não somente para entusiastas de ficção científica, como para qualquer leitor. Quem já teve o prazer de ler Isaac Asimov e não leu ainda nenhuma obra de Heinlein, tem que se interar urgentemente, pois é necessário o conhecimento de tamanho talento. Com certeza um dos melhores livros que li esse ano e um a mais na minha lista de favoritos de todos os tempos.

site: http://www.mundodoslivros.com/2016/07/resenha-tropas-estelares-por-robert.html
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Marcos 14/10/2016


Juan Rico é um jovem que tem o sonho de se alistar no exército assim que saiu da adolescência. Estamos num futuro pós-apocalíptico em que a sociedade se tornou basicamente militarista, ou seja, tudo gira em torno do exército e de defender o planeta das forças espaciais de outros países. Nosso protagonista é fruto dessa geração, que cresceu tendo como patamar alto de sucesso ceder a sua vida ao bem-estar e à segurança da humanidade.

No exército, Juan passará por uma série de treinamentos, tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista moral. Do acampamento ele sairá um soldado. Seu objetivo é se tornar um capitão de tropas estelares e lutar em outras galáxias. Mas, no decorrer de sua jornada e até a após a sua formação, ele perceberá os verdadeiros valores do ser humano, questionando a vida, os outros e a si mesmo.

Tropas Estelares é uma ficção científica hard mas com vários elementos de contexto e crítica social. Foi vencedor do prêmio Hugo, um dos maiores do gênero. Nele temos uma espécie de romance de formação, com o acompanhamento da jornada do protagonista durante a sua inteira vida militar, desde o alistamento até sua atuação na área.

Essa foi uma das leituras do gênero que mais gostei. O enredo aparenta ser muito simples, mas as colocações do autor e as situações vividas por Juan, juntamente com seus questionamentos, são excepcionais. Para mim, todo bom livro de ficção científica não pode ser apenas uma demonstração rasa dos artifícios que o gênero confere, mas também uma crítica profunda, que leva a reflexões por parte do leitor. E nesse aspecto, Tropas Estelares cumpre seu papel com magnitude.

Não assisti à adaptação feita para os cinemas, e também não tenho muito interesse em virtude das fortes críticas que recebeu. Recomendo a leitura a todos que gostam de ficção científica e de quem quer começar a ler o gênero. É uma boa porta de entrada.


site: http://www.capaetitulo.com.br/2016/07/resenha-tropas-estelares-de-robert.html
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jugueiroos 08/08/2016

Resenha feita para o Blog Mundo dos Livros
A última decisão como civil e adolescente que Juan “Johnnie” Rico tomou foi se alistar ao Exercito, esta que mudaria sua vida para sempre. Depois de passar por um árduo treinamento que elimina boa parte daqueles que pensam em seguir a vida como militar, Johnnie descobre o seu caminho e está determinado a se tornar um capitão de tropas. No acampamento, ele aprende a ser um soldado, mas é somente com a guerra que ele descobre por que se tornou um.

Diante de tantas dificuldades que passa ao lado de seus companheiros, pequenos flashes de sua vida antes de entrar para as forças militares ajudam a lhe revelar o sentido de muitas coisas antes incompreendidas por ele e por tantos outros. Se tornar um grande homem não será fácil, bem como chegar onde ele almeja.

Posso começar a nossa resenha dizendo que estou completamente apaixonada pela escrita de Heinlein! Simples, de fácil compreensão, mas que trás consigo uma intensidade inexplicável. Um dos grandes pioneiros do gênero de ficção científica, ele consegue ser objetivo envolto de um esquema filosófico impressionante. Para a época em que foi escrito, “Tropas Estelares” consegue ser atemporal em vários sentidos, buscando uma realidade tão distante e ao mesmo tempo tão próxima que não há palavras para explicar exatamente o que se sente ao ler tamanha grandiosidade.

Juan Rico é um jovem como qualquer outro e acaba se alistando no Exército por impulso, já que seus amigos também fariam o mesmo. Embora seu intuito fosse de somente passar o período necessário para conseguir exercer sua cidadania, ele acaba descobrindo que a vida de um soldado, apesar de ser muito difícil, é o que ele deseja e muito mais dentro daquela vida dura de militar. Diante de uma guerra iminente, muitas coisas antes esquecidas tornam-se necessárias para o desenvolvimento de sua personalidade e caráter.

Apesar de ter muita ênfase em termos militares, Heinlein não se limita apenas a isso. Sua história consegue avançar parâmetros impressionantes dentro do tema, tornando a trama muito mais interessante do que seria apenas uma aventura militar.

Preciso falar de uma aula que é obrigatória para todos os jovens da trama, embora não tenha peso nas notas para eles. A matéria de História e Filosofia da Moral, ensinada por um veterano do exercito é, na minha opinião, o ponto chave de toda a trama. Sem ela, toda a história não teria o mesmo impacto nos leitores e perderia boa parte do sentido. Pelo nome, inicialmente consideraríamos ela como de “humanas”, mas ela é classificada no livro como “exatas”, junto com matérias como física ou química. Mesmo parecendo um pouco contraditório, o instrutor de tal matéria consegue trabalhar toda uma filosofia de modo exato, onde não haja dúvidas de que aquilo é exatamente o que ele quer passar, a verdade sem meios termos. E é essa aula que faz com que os pensamentos do protagonista mude e o torne mais maduro, ajudando a tomar as grandes decisões que ele precisa pra chegar onde deseja.

Confesso que os relatos dessas aulas não só o mudaram, como conseguiram me mudar também. São coisas tão profundas e verdadeiras que conseguem impactar o leitor de forma brusca, fazendo que ele repense junto com o personagem boa parte das coisas que decidimos na vida. Se este era um dos intuitos de Heinlein, garanto fielmente que ele chega no objetivo. E mesmo aparentando ser algo tão sério, o autor ainda consegue inserir comicidade sem perder o foco original, o que é algo surpreendente diante de tudo isso.

De acréscimo a essa obra magnífica, temos a edição da Editora Aleph que a tornou ainda mais maravilhosa. Além da nota sobre o autor, das aberturas de cada capitulo com frases de impacto, ainda tem uma nota história no final e um trecho de uma entrevista com os escritores de um livro sobre Heinlein. Esses fatores, mesmo não sendo essenciais, engrandecem ainda mais este livro maravilhoso.

Um livro essencial não somente para entusiastas de ficção científica, como para qualquer leitor. Quem já teve o prazer de ler Isaac Asimov e não leu ainda nenhuma obra de Heinlein, tem que se interar urgentemente, pois é necessário o conhecimento de tamanho talento. Com certeza um dos melhores livros que li esse ano e um a mais na minha lista de favoritos de todos os tempos.


[...] No meu entender, ao compor aquela canção, o poeta quis dizer que as melhores coisas da vida precisam ser compradas com outra coisa, não com dinheiro. O que é verdade, da mesma forma que o significado literal das palavras é falso. As melhores coisas da vida estão além do dinheiro; o preço elas é sofrimento e suor e dedicação... e o preço exigido pela mais preciosa de todas as coisas da vida é a própria vida. O supremo custo em troca do perfeito valor. Pág. 129

site: http://www.mundodoslivros.com/2016/07/resenha-tropas-estelares-por-robert.html
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Ricardo Santos 26/06/2016

Como ficção não se sustenta muito bem, mas é obrigatório para os fãs de FC
Para um romance publicado em 1959, Tropas Estelares mostra que ainda pode chamar atenção. Livro controverso, praticamente fundou um subgênero literário (a FC militar). Além de influenciar a indústria do entretenimento (principalmente, os games) e a indústria bélica, inspirando projetos para criação de super trajes de combate. Também provocou diversas polêmicas, com ataques e defesas das ideias de Heinlein.
Do ponto de vista narrativo, o livro pouco se sustenta. O protagonista tem apelo, em sua ironia ou em seu drama exposto, nos melhores momentos de dúvidas pessoais, do seu papel na sociedade e em algumas descrições vívidas sobre o cotidiano militar. Mas nos piores momentos, essa mesma voz se perde numa minúcia irritante sobre condutas e patentes e numa devoção cada vez maior pelo espírito de corpo das Forças Armadas. A burocracia militar é descrita em muitas páginas, enquanto que os conflitos internos dos personagens e a guerra contra os insetos alienígenas não são devidamente explorados.
Em termos filosóficos, o romance procura vender uma ideologia do mérito pelo esforço militar. Neste mundo, os cidadãos que decidem o destino da sociedade, que podem votar, são aqueles que servem as Forças Amadas. Sendo considerados como gente mais "sábia" porque pensam mais em termos gerais, no todo, do que pessoais, no indivíduo. Ninguém é obrigado a se alistar. Mas aqueles que o fazem têm mais chances de provar que são capazes de tomar decisões melhores, porque lutaram, literalmente, por seu way of life daqueles que supostamente receberam a liberdade de mãos beijadas.
Heinlein discorre bastante, por meio de seus personagens, sobre temas como dever, responsabilidade, o preço da liberdade, altruísmo, o valor do coletivo e do indivíduo. Ele promove uma utopia militarista, mas não de maneira rasa. As políticas e estruturas sociais e burocráticas de sua sociedade ideal podem gerar uma interessante discussão sobre poder, formas de governo e a vontade do povo.
A maior falha do seu raciocínio foi não deixar mais evidente como funcionaria uma sociedade considerada democrática, mas com uma elite tão bem definida. E onde se encaixaria a frustração social de quem não pode decidir sobre o próprio destino? E a vida militar seria a única contribuição social efetiva? E o que dizer sobre a corrupção nas altas esferas, movida por interesses pessoais de riqueza e status?
Como ficção apenas, o livro não convence. Como manifesto político apenas, idem. Mas é o conjunto do que há de melhor nesses dois aspectos que faz de Tropas Estelares um romance influente para outros autores e ainda relevante para o debate.
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Neto 31/05/2016

bem...
Em 1997 teve o filme de mesmo nome que apenas se inspira no livro e n tem nada haver. Bom os. pontos positivos do livro são a narrativa e o enfoque puramente militar, mas o mundo criado sobre essa guerra entre os insetos fica em 3o plano, nem em 2o. Pela data (anos 50) q foi escrito me surpreendi pela descrição do autor das características das tropas. Porém, o bom seria ele ter mergulhado, pelo menos no longo penúltimo capítulo, naquele território dos insetos, n acontece. Eu daria 3 estrelas mas levei em consideração a época que foi escrito ganhou uns pontos a mais.
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Rafael.Rodrigues 17/05/2016

Da filosofia e da ética até a batalha contra os insectóides - Resenha de "Tropas estelares"
Tropas estelares é um livro de ficção científica escrito pelo Heinlein em 1959. Na narrativa você acompanha a história de Juan Johnny Rico, um jovem que se alista no exército para participar da infantaria móvel. Na realidade não é bem a primeira escolha que ele fez, mas devido à sua desqualificação para exercer as outras atividades, ele acaba ficando com a última opção mesmo.

A ideia inicial do protagonista é ficar apenas o período de dois anos no exército, que é o tempo mínimo exigido para se ter o direito de votar. Sim, o direito ao voto é algo exclusivo de quem presta o período dos dois anos, pois o livro se passa em um futuro distante e a sociedade século XX colapsou e conseguiu se reerguer graças aos militares. Interessante é que mais pra frente, no livro há uma breve explanação de porque que esse sistema de voto funciona perante aos diferentes sistemas de eleições do nosso século.

Diferente do que a obra cinematográfica sugere, o livro não foca nas batalhas da raça humana com os insectóides, mortes e muita ação, mas sim, conta um relato de um soldado e a evolução dele dentro das forças armadas. Você se vê dentro de toda a ideologia militar, acompanhando todo o treinamento de guerra (muito bem descrito), as lembranças de Johnny das aulas de ética e filosofia do moral que sempre trazem temas e reflexões que até hoje são muito válidas:

"Os desordeiros mirins que vagavam pelas ruas eram sintomas de uma doença maior; seus cidadãos (todos eles eram considerados como tais) glorificavam a tal mitologia dos "direitos"... e perderam de vista os deveres. Nenhuma nação, assim constituída, pode perdurar".

Achei bem curioso a presença de todas essas reflexões em meio ao livro, elas não fazem você avançar na história mas te levam a entender e adentrar ainda mais no universo apresentado por Heinlein. Tudo é tão bem descrito que você compra a ideia do livro quase que instantaneamente.

No começo e mais próximo da metade do livro, somos apresentados aos trajes de combate. Os trajes utilizados pelos soldados da infantaria móvel são muito interessantes e extremamente ricos em detalhes, eles aumentam a força de cada soldado, velocidade e são extremamente equipados com diferentes armas, que variam desde lança-chamas até bombas H. Na minha imaginação e de acordo com a descrição do autor, o traje é algo parecido com o apresentado no filme "no limite do amanhã" estrelado pelo Tom Cruise.

Atualmente esse tipo de traje (exoesqueleto) aparece direto em filmes de ação/ficção. Mas se pensar que o livro foi escrito em 1959, veremos que Heinlein tinha grande criatividade e originalidade.

Outro ponto alto do livro foram os insectóides, descritos como uma raça de seres parecidos com aranhas gigantes. Em princípio essa raça irá lhe parece um tanto estranha (pra mim pareceu), mas conforme avança na trama, você será surpreendido com uma sociedade que possui uma hierarquia e um sistema de batalha único.

O porquê da guerra entre insetos e humanos, pra mim não ficou muito claro, mas isso deve ocorrer pois você acompanha tudo o que está ocorrendo na visão de um soldado, que conforme é dito no livro, tem que executar as tarefas, enquanto o estado se encarrega dos porquês.
Heinlein descreve o universo criado de maneira coesa e muito convincente e a leitura me agradou muito.

Não leia esse livro esperando um livro repleto de ação, pois irá se decepcionar, pois as partes das batalhas mesmo são poucas, mas todas são muito boas e valem a pena.

Sem dúvidas Robert Heinlein é um excelente escritor e muito do que ele escreveu em seus livros serviram de pilares para a ficção científica moderna. Assim como Asimov ele é um dos pais da ficção como ela é hoje.
Tropas estelares possui um filme (e algumas sequências de baixo orçamento), além de uma animação e uma série de hqs lançadas pela darkhorse.

"Não existem armas perigosas; existem homens perigosos".




site: naciadelivros.blogspot.com
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Orlando 15/04/2016

O LIVRO É: TROPAS ESTELARES DE ROBERT A. HEINLEIN
Tropas Estelares integra aquele panteão de obras obrigatórias para o fã de Sci-fi Hard, sobretudo aquela Sci-fi de raiz dos meados do século XX. O mais celebrado livro de Robert A. Heilein passa muito longe de ser um livro de guerra e se constrói quase que página a página como uma ode ao soldado e à doutrina militarista. Também é uma obra que passa longe da ação frenética

Ao contrário do que se costuma dizer, erroneamente, Tropas passa longe de ser um livro de ação, a despeito desta, há nas quase 400 páginas do livro pontualmente umas cinco cenas de combate propriamente dito: uma no primeiro capítulo do livro, umas três espalhadas pelos outros tantos capítulos e a melhor de todas, a última batalha contra os insetos, ponto que retornarei mais adiante.

Juan Johnny Rico

Juan Johnny Rico queria exercer sua cidadania de forma plena, o que significava poder votar; para tanto o jovem, ao completar a maior-idade, só precisava cumprir os anos de alistamento obrigatório nas forças armadas (obrigatórios no sentido de que após confirmar o alistamento e se apresentar em serviço, um recruta precisaria cumprir no mínimo dois anos obrigatórios nas forças armadas). Até aí tudo aparentemente fácil, não fosse o treinamento para os recrutas algo extremamente difícil, sobretudo porque a humanidade está em um estado de alerta constante em confrontos espalhados pelo universo contra os insetos

Contra todos os apelos de seus pais, em especial do pai que planejava para o único filho um futuro na direção da tradicional empresa da família, Rico se alistou para o serviço básico militar de dois anos, o que, ao final do período se lhe garantiria a cidadania plena dentro de uma sociedade desigual, mas acima de tudo, uma sociedade que o autor, Robert A. Heilein, caracterizou como extremamente militarizada e focada numa economia voltada para atender as necessidades desses militares e suas guerras.

Educação, produção, pesquisa tecnológica, médica ou prestação de serviços burocráticos, tudo no mundo de Tropas Estelares existe como uma engrenagem na máquina de guerra de um Estado Militarista e soberano. Tudo e todos de algum modo servem aos propósitos das forças armadas. E Rico mergulhou de cabeça nas estranhas do exército para ser um soldado de infantaria, aqueles que vão cair dentro do campo de batalha cara a cara com os inimigos e despejar sobre eles um poderosíssimo arsenal capaz de varrer uma cidade inteira do mapa as chances de sobreviver? Quase nenhuma

A trajetória do soldado de infantaria

Sem nenhum atributo físico e com uma inteligência na média comum, Rico não pôde integrar nenhuma qualificação especial disponível no alistamente obrigatório: cientista, engenheiro militar, piloto de espaçonaves, membro do K-9 ao lado de um Neocão teve de ser soldado de infantaria e estar sempre quicando, a gíria militar usada para transmitir algo como estar sempre pronto.

A parte as discussões com o pai sobre ir ou não para o exército, os momentos em que Rico esteve na escola e as poucas cenas de batalha ou guerra, o livro de Heilein é sobre serviço militar, sobre o treinamento militar, a disciplina militar, os soldados militares, a filosofia militar, a honra militar e claro, aqui ali um pouco de combate militar.

Narrado do ponto de vista de Rico, do momento de sua decisão até cada detalhe de seu árduo treinamento, Tropas Estelares difere muito, por exemplo, de Guerra Sem Fim de Joe Haldeman (veja AQUI), livro em que as questões militaristas também estão presentes, só que em tom de críticas diversas tanto ao militarismo da sociedade americana quanto ao expediente da guerra como algo inerente a nossa existência. Enquanto Heilein caminha lado a lado com a hierarquia militar, Haldeman se afasta dela com o gosto ferrugento de sangue na boca (Haldeman foi combatente na guerra do Vietnã).

Enquanto Haldeman empresta falas ferinas e reflexões contra o estado de guerra, Heilein parece idolatrar a disciplina a que submete seu protagonista, descrevendo situações extremas tanto físicas quanto mentalmente, explicando detalhes do funcionamento das cadeias de comando, das patentes, da relação entre o exército e a marinha, o funcionamento de uma corte marcial, os estudos para academia de cadetes e outras tantas coisas.

Vamos lá, seus macacos! Querem viver para sempre?
Sargento de Pelotão desconhecido, 1918

Ali pelas tantas parece cair um certo tédio sobre a obra Mesmo a escrita esmerada de Heilein e uma grande dose de ótimas ideias, seu livro às vezes soa sem emoção, sem vida e desprovido de algum tipo de sentimento. Mas calma, não é uma obra ruim, tem sim seus pontos enfadonhos como algumas passagens de um professor discorrendo sobre como a sociedade é melhor tendo sua estrutura servindo à máquina de guerra militarista. Ocasião esta que me lembrou o arrastado A Ilha de Aldous Huxley, onde o autor pregou, página a página, como erguer uma utopia real através de uma obra fictícia mais chato impossível.

A seu favor Tropas Estelares tem o imenso mérito de ideias originais que inspiraram uma infinidade de outros produtos ao longo das décadas que se suscederam ao lançamento do livro, soma-se a isso um excelente texto e claro, o ótimo tema (guerra).

Quicando, soldado

Apesar de serem uma quase raridade na obra, as poucas e espaçadas situações de combate em que as tropas estelares realmente estão em cena fazem a coisa toda ganhar outros ares Parece que é um segundo autor que está ali. Formações táticas de combate, troca de informações pelos comunicadores, armas em ação, trajes de combate moderníssimos a serviço da destruição em massa, resgate de companheiros feridos, a tensão do inimigo por todos os lados Heilein nessas horas parece ter inspirado uma centena de jogos eletrônicos de tiro em primeira pessoa.

Praticamente todas as cenas de guerra e combate me ecoaram na memória jogos como Halo, Ghost Recon, Crysis ou filmes como Aliens 2 O Resgate, principalmente pela quase onipresença dos espetaculares trajes de combate. Sem esquecer todo o material que serviu de inspiração para outras obras como o próprio Guerra Sem Fim que também tem trajes de combate ou livro O Jogo do Exterminador de Orson Scott-Card cuja guerra é travada contra a raça chamada Formics (Abelhudos em algumas traduções), uma raça alienígena também similar a insetos e com comportamento de colmeia).

Os trajes de combate acabam sendo extremamente emblemático para o livro, chegando a ganhar um capítulo só para descrever seu funcionamento, armas, maneira de operar suas funções de salto, comunicação e afins. Basicamente a culpa de sentir o impacto entre uma parte fictícia-militar tão bem elaborada em contraponto com uma parte descritiva-militar tão grande é justamente dos trajes de combate. Enquanto prega sua doutrina militarista, Heilein parece automático e sem vida, quando a ação (ou pouco que tem dela) surge, Heilein fervilha tensão e emoção no seu texto, é como estar num dos games que citei anteriormente.

Outra situação que é bem evidente na obra e me parece até uma discrepância em sua classificação: a despeito de ser uma obra de sci-fi, Tropas Estelares tem pouco, quase nada, de Fiction Calma, explico: Heilein não tem a menor preocupação em cientificizar nada em seu texto além dos trajes de combate que detalha com tanto cuidado e atenção, fora isso nada na obra tem o menor impacto de ciência, nem real e nem fictícia.

As naves vão de um planeta a outro e tudo bem, a humanidade vaga pelo espaço e tudo certo, encontramos espécies alienígenas, lutamos contra elas e é isso, é assim e pronto. Sem detalhes, sem explicação, assim, seco e direto. As duas raças alienígenas (Insetos e os Magrelos) presentes na obra então praticamente são tratadas com pouco caso e desprovidas de complexidade normalmente encontrada em obras do mesmo período de Tropas Estelares. Nem aspectos biológicos, culturais e tecnológicos são pontuados para as duas espécias, salvo aqui e ali alguns poucos detalhes são ditos por Rico nas cenas de combate (sim, aquelas poucas que já citei antes).

A própria guerra contra os Insetos é bem genérica e salvo umas situações pontuais, quase nada se sabe ou se detalhe dessa espécie; por exemplo. Rico afirma que são uma raça capaz de construi naves estelares e nenhuma delas aparece, nem é dito como foram avistadas, confrontadas, destruída ou qualquer outra coisa assim. O personagem também afirma que os zangões de combate disparam freneticamente contra os humanos no campo de batalha, mas não diz que disparos são esses: são disparos orgânicos (?), de armas de fogo (?) nada, apenas disparam.

Em uma obra que pontua a presença dos Insetos como grande obstáculo ao avanço humano pelo universo, Heilein deixa coisas de mais no ar e atiça a curiosidade do leitor dando informações escassas, algo que o fã de sci-fi hard adoraria saber e ter em mais detalhes, bom, pelo menos eu gostaria de conhecer mais Ao menos alguns aspectos da hierarquia da sociedade dos Insetos nos são dados.

Os Insetos funcionam como uma colmeia de inteligência coletiva basicamente dividida em quatro grandes grupos a saber:

zangões operários são os peões da colméia, cavam os túneis, carregam alimento e limpam a bagunça que sobra após os combates, não manifestam reação algum de combate mesmo diante de atques pesados da infantaria humana, em algumas ocasiões acabam apenas fazendo número e desviando a atenção no campo de batalha, mas nunca contra-atacam.
zangões combatentes são a infantaria dos Insetos, descritos como sendo praticamente pequenos tanques de guerra, os zangões de combate são extremamente resistentes, possuem muitos membros articulados e são dotados de algum tipo de lançador de projéteis para combate de média distância, situação que dura pouco tempo, pois seu avança no campo de batalha é constante em direção aos inimigos humanos.
inseto-cérebro quase nada é dito desse tipo de inseto, Rico inclusive afirma que nenhum deles havia sido capturado com vida até então, sabe-se apenas que são os responsáveis pelo comportamento e operações dos outros tipos de insetos (operários e combatentes) e pela ação de inteligência coletiva das colméias, praticamente todas as operações humanos são em função de capturar ou neutralizar os cérebros no campo de batalha, uma vez neutralizados a operação das bases insetóides perde toda a coordenação.
rainhas se os cérebros são escassos em detalhes, as rainhas são menos ainda, infelizmente; enquanto em O Jogo do Exterminador Card não poupa páginas para dar destaque para a Rainha dos Formics ao longo da saga de Ender, Heilein deixa sua Rainha como um ponto de interrogação quase perdido nas páginas.
Tropas Estelares não entrou para o seleto hall de obras cultuas por acaso ou empolgação. Apesar dos pontos que julguei negativos na obra, Heilein nos entregou um livro fantástico, por vezes lento e desprovido daquela sensação de adrenalina quando pegamos um livro de guerra futurista, mas isso é porque na verdade a rede de informações por trás de Tropas Estelares comete sempre o mesmo equívoco de tratar a obra como sendo um livro de ação e combates desenfreados. A própria sinopse da editora Aleph comete esse erro (Tropas estelares traz um enredo repleto de ação, tecnologia, superação de desafios, guerras espaciais e complexas relações políticas e humanas). Repleto de ação? Um exagero, sem dúvida

Longe de ser uma obra ruim, o que importa ao leitor é compreender, mesmo que depois de vencida toda a narrativa, é saber que Tropas Estelares é um livro de relato, o relato dos momentos iniciais da carreira militar de Rico, passando por todo seu treinamento para infantaria, seus estudos na escola de cadetes, uma série de viagens nas naves de combate militares, sua relação com amigos e companheiros de pelotão enquanto aprende e compreende sua função e a das forças armadas como um todo, talvez um tipo de sociedade de colmeia tal qual a dos Insetos, só que formada por humanos e suas dualidades.

Se fiquei frustrado com o que encontrei? De certa forma sim, mas ao longo da leitura e mais próximo de seu fim, quando já tinha o panorama geral do que realmente era Tropas Estelares, a mais cultuada obra de Heilien, foi que entendi o equívoco e a quase injustiça que se cometeu ao tratar a obra como sendo um livro de ação; longe desse gênero, o que Helein nos entrega é uma obra no estilo de relato pessoal apontando precepções, sensações, anseios e angústias de seu protagonista a guerra? a guerra é só um detalhe para guiar o relato de Juan Rico em seu caminho de soldado.

No meio de tudo isso, aqui e ali, você vai se deparar com algumas das melhores e mais tensas batalhas da Sci-fi já escritas, sobretudo a última batalha em que Heilein enche os últimos capítulos de seu livro com o que há de melhor e mais tenso em termos de preparação para o combate e este, quando chega, em Rico e em nós leitores que o acompanhamos, nos fazem entender os motivos de Tropas Estelares ser uma obra tão importante e influente para o cenário pop-nerd em geral. Sobre a escrita de Heilein acho que nada mais é preciso dizer, salvo os momentos em que o autor parece querer doutrinar seu leitor, o apuro estético e o cuidado na construção de sua história são outro ponto que nos lembra mais uma vez a importância de Tropas Estelares no gênero Sci-fi.

Tropas Estelares vale a leitura, mas definitivamente não é uma obra que eu colocaria em TOP 10 no quesito leituras fodas, daqueles que te arrancam suspiros, que de deixam intrigado e com aquele ar questionador, não é aquela obra que te faz amar ou odiar profundamente um personagem ou situação É fundamental? Sim, sem dúvidas é, mas é aquele fundamento de conceitos, boas ideias e inspiração histórica Como história? Bom, como história Tropas Estelares não me trouxe uma que mudou os rumos de minha reflexão. O Saldo geral? Muito bom pelo conjunto da obra facilmente.

É isso agora quicando para uma livraria perto de você.

Robert Heinlein
Robert Heinlein nasceu no Missouri, nos Estados Unidos, em 1907. Graduou-se na Academia Naval norte-americana em 1929, mas acabou forçado a retirar-se do serviço militar em 1934, devido a uma enfermidade. A partir de 1939, passou a dedicar-se à escrita e, em especial, a suas histórias de ficção científica. É ganhador de quatro prêmios Hugo, por Double Star (1956), Tropas estelares (1959), Estranho numa terra estranha (1961) e The Moon is a harsh mistress (1966). Heinlein é considerado não apenas um dos mais importantes autores da história da ficção científica, mas também fonte de grande inspiração a diversas gerações de escritores. Sua obra, singular, impressionante e, por vezes, polêmica, continua a maravilhar leitores ao redor do mundo.

O Livro
Alistar-se no Exército foi a primeira e talvez a última escolha livre que Juan Rico pôde tomar ao sair da adolescência. Apesar do árduo e rigoroso treinamento pelo qual é obrigado a passar, o perseverante recruta está determinado a tornar-se um capitão de tropas. No acampamento militar, ele aprenderá a ser um soldado. Mas apenas ao final de seu treinamento, quando, enfim, a guerra chegar (e ela sempre chega), Rico saberá por que se tornou um. Vencedor do prêmio Hugo e um dos maiores clássicos da ficção científica mundial, Tropas estelares traz um enredo repleto de ação, tecnologia, superação de desafios, guerras espaciais e complexas relações políticas e humanas. A obra foi adaptada para o cinema pelo diretor Paul Verhoeven.

Autor: Robert Heinlein
Capa comum
Páginas: 352
Editora: Aleph
Edição: 1ª (17 de agosto de 2015)
Idioma: Português
Preço: R$ 39,90

site: http://www.pontozero.net.br/?p=8803
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Fernanda 11/03/2016

Tropas estelares
RESENHA NO BLOG:

site: http://www.segredosemlivros.com/2015/10/resenha-tropas-estelares-robert.html
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Horroshow 13/02/2016

Resenha por Wallace Santos (Blog Horrorshow)
Uma tentativa de definir um gênero único para Tropas Estelares é inútil. É ficção científica, sim, claro, mas é também um livro sobre guerra, mas, de certa forma, sem falar muito de guerra. Confuso? Vamos lá.

Juan Rico é um jovem normal, em todo o completo sentido da palavra. Ele vem de uma família sem problemas financeiros e tem toda sua vida já planejada por seu pai: ele vai para a universidade, se formará e assumirá os negócios da família. Juan, porém, é influenciado por seu professor de História e Filosofia da Moral, Prof. Dubois, a se alistar na Aliança Interplanetária, uma organização militar da Terra e de suas colônias. Depois de aceito, Juan é destinado a seu treinamento militar num acampamento. A inscrição no serviço militar é um óbvio motivo de conflito entre Juan e seu pai, e, por conta disso, o rapaz pensa em desistir, mas pelo fato de seu interesse amoroso, Carmencita, se alistar, ele resolve fazer o mesmo.

(... Continue lendo no link abaixo)

site: http://bloghorrorshow.blogspot.com.br/2016/01/tropas-estelares-robert-heinlein.html
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Luiz Otávio 31/01/2016

A Federação precisa de você. Aliste-se já!
Tropas Estelares é um ótimo livro, mas que pode causar várias decepções dependendo como está sua expectativa na hora da leitura. Primeiramente tem que esquecer TUDO sobre filmes (mesmo o ótimo do Paul Verhoeven), série animada e homônimos da obra, pois as ligações são muito rasas.

O livro segue sim a história do jovem Juan “Johnnie” Rico em sua ascensão na carreira militar, mas aqui é totalmente focado na descrição da sociedade e do universo militarista, a guerra contra os insetos é apenas um evento. Para ter uma idéia, tem um capítulo inteiro para apresentar como funcionam os trajes de combate (que é algo bem legal, diga-se de passagem).

Aqui podem ser encontradas inúmeras críticas sociais e ainda é bem atual nesse ponto. Muita coisa ali pode ser vista como “conservadora de mais” ou até mesmo fascista, mas quando se entende os pontos e a critica, ela vai tanto pros civis (principalmente) como pra militares também. Mas é legal ver que em plena década de 50 estava ali um autor falando sobre mulheres sendo personagens fortes (mesmo que de um jeito mais indireto) e igualdade entre raças e culturas.

A narrativa do Heinlein pode ser cansativa em alguns pontos para alguns leitores, pois ele é muito descritivo e minucioso ao extremo nesse ponto. Mas vale a pena insistir, pois a história se desenvolve de uma forma bem legal.

Enfim, recomendo, mas não esperem um livro sobre batalhas e aventuras, elas acontecem mas são bem pontuais. Este é um livro sobre o militarismo e sobre a sociedade, se encarar assim, aproveite. ;)
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