Wania Cris 26/02/2021Tinha tudo pra ser perfeito!Leitura conjunta com amigos de um livro que jamais entraria na minha lista de leitura de outra forma, Tropas Estelares acabou me surpreendendo no início.
Depois de um primeiro capítulo confuso, porém intenso, o livro descortina fatos da vida de Juan Rico, um jovem bem nascido que, a despeito de todo arranjo de vida que o pai lhe fez, resolve alistar-se no Exército a fim de, terminado o período de dois anos do serviço básico, tornar-se um cidadão com direito a voto, concedido apenas às pessoas que cumpriram o serviço militar.
Conhecemos mais de Johnnie e sua vida, o pai opressor, a mãe bondosa e submissa, alguns amigos, flashes de períodos escolares e então a caserna e suas lições.
O livro todo é um folheto de propaganda pró alistamento militar, tendo em vista que a Guerra do Vietnã estava em vias de ser declarada. Não que ele faça isso de uma forma ruim, não faz. A escrita é muito cativante e a forma como a estória se desenrola e agradável. O que se percebe é que a situação toda é desenhada de uma forma utópica. Coloca-se em oposição a vida de Johnnie antes de se alistar como sendo reprimida, sofrida, vazia, definida pelas vontades do pai, e a vida no Exército: livre, com propósito, audaciosa, admirável, instrutiva e invejável.
Essa glamourização da vida na caserna é muito forçada, faz com que até as baixas dos combatentes seja romanceada. Eles não morrem, compram a sua campa, ou sofrem pelo bem comum, dão a vida em prol da sociedade...
A primeira metade do livro é fantástica, principalmente nos diálogos filosóficos, mesmo que também direcionados ao militarismo. A segunda parte é sofrível. Meu Deus do céu, tanta descrição de patentes e formas de combates e naves e... sofrível!!!
Pela primeira parte primorosa, nota cinco. Pela segunda parte extenuante, nota 2. Média 3,5 é justa,