Tropas estelares

Tropas estelares Robert A. Heinlein




Resenhas - Tropas Estelares


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Paulo 19/01/2021

Sem dúvida alguma Robert Anson Heinlein é um autor que divide opiniões. E Tropas Estelares é aquela que se situa no topo desta divisão. Uma obra que glorifica o serviço militar e nos coloca em uma espécie de acampamento de treinamento que lembra demais o filme Nascido para Matar. Serviu de defesa para vários movimentos de direita que desejavam mostrar o valor do serviço militar. Se vocês querem traçar um comparativo com a sátira feita por Paul Verhoeven em sua adaptação do título, esqueçam. Livro e filme são diametralmente opostos como o dia e a noite. Ao entrarem nesta resenha coloquem uma coisa na cabeça de vocês: Tropas Estelares é sobre como seria um serviço militar no espaço, com o tipo de abordagem feita nos dias de hoje.

No futuro somente aqueles que estão sob o serviço militar são verdadeiros cidadãos. Somente eles podem escolher seus líderes. E é pensando nisso que dois amigos decidem que a vida civil não serve mais a eles. Desejam poder votar, mas acima de tudo viver uma vida de honra e glória. Retornar após alguns anos nas forças armadas como heróis e poderem desfrutar de uma vida confortável. Pelo menos é assim que John Rico pensa que é o serviço militar. Mas, a realidade é bem diferente. Ao chegar no Acampamento Currie, seus instrutores o transformarão em um homem de armas, inculcando sua filosofia em um "macaco preguiçoso". Rico conhecerá companheiros de armas, verá seus instintos sendo levados ao limite. Só que ele se tornará um membro orgulhoso da Infantaria Móvel. Ou morrerá tentando.

Tendo terminado de ler Tropas Estelares há pouco tempo posso dizer com segurança que não foi um livro que me agradou. A escrita do Heinlein é admirável e é possível entender por que ele é uma lenda dentro da ficção científica da metade do século XX. Com uma narrativa em primeira pessoa, ele nos conta a história de John Rico. Conhecemos esse mundo do futuro através da visão de Rico. E até em certos momentos, Heinlein quebra a quarta parede como se Rico estivesse falando diretamente com o leitor. Mesmo que o narrador não seja confiável em alguns momentos, afinal a visão é dele sobre os fatos que se sucedem em sua vida, a narrativa é bem precisa. Durante mais da metade do livro, o elemento de ficção científica é mantido de forma bem sutil, com o leitor percebendo que ela está lá apenas em menções ao tipo de armamento e onde eles estão treinando. A guerra com os insetos que nos acostumamos a ver no filme de Verhoeven só aparece bem depois. Mencionei que esse não é um livro que me agradou justamente por essa abordagem de acampamento militar que ele possui. Diferentemente de Guerra do Velho em que John Scalzi quebra um pouco o clima militar da narrativa com suas tiradas sarcásticas, Tropas Estelares parece aquele senhor de meia idade querendo dar lição de moral e se lembrar dos tempos áureos. E esse pregar o que o Exército significa e como o soldado é importante aparece em pelo menos três ou quatro momentos na história. E não é uma experiência positiva.

Se posso dizer alguma coisa que me agradou foi a maneira como Rico, o protagonista se torna um personagem interessante. No começo ele é um moleque que se alista por causa de um rabo de saia. O serviço militar o transforma em todos os sentidos. Ele vai se dando conta das dificuldades vividas por um soldado e precisa aprender o espírito de corpo na pele. Em vários momentos vemos a sua confiança sendo testada como os primeiros meses, o momento em que um dos seus desacata um oficial ou mesmo as primeiras quedas contra os insetos. São momentos-chave na formação de um soldado que vai ter um futuro dentro das forças armadas. Uma das cenas que demonstram melhor sua evolução é o seu reencontro com o pai tempos após ele ter se envolvido com a Infantaria Móvel. É interessante que este reencontro acontece durante um período transformador de sua carreira.

Mas, preciso dizer o quanto me incomoda essa glorificação do exército. Ou seja, eu já sei que histórias que se focam mais no aspecto militar, nos movimentos e nas guerras não é algo para mim. Não é algo que segure a minha atenção por muito tempo. Isso porque todo o treinamento militar, as surras, a mudança de perspectiva, tudo isso é romantizado. Parece que tudo faz parte de um momento de passagem, como se fosse uma narrativa de amadurecimento. Quando não há questionamentos; o soldado aceita ou volta à sua vida civil. Os personagens questionadores acabam ficando para trás, seja em baixas desonrosas ou ficando apenas em segundo plano. O valor do homem está em o quanto ele consegue aguentar o treinamento, respeitar seu superior e seguir as ordens à risca. Entendo toda a questão da hierarquia militar, mas esse paradigma é utópico demais. Sabemos que não é assim que os seres humanos funcionam. Por melhor que seja a hierarquia militar, sempre existem os bons, os maus e os feios, fazendo um trocadilho com o filme de faroeste.

Pior, somos colocados diante de uma sociedade de extrema direita. A população não vota. E um dos personagens fala por que isso se dá. No fundo é a valorização do trabalho e do esforço acima de todas as coisas. E esse mérito só está presente naqueles que fazem o serviço militar. É uma visão tão conservadora que o autor não se exime de fazer críticas ao assistencialismo social. Um dos instrutores de Rico coloca a culpa de uma juventude desviada na falta de punições físicas severas. Segundo ele, crianças devem ser punidas para entenderem a importância dos valores da sociedade. Mais do que ter direitos, a sociedade de Tropas Estelares tem deveres. E são eles que importam de verdade.

Okay, mas e a guerra contra os insetos? Bem, ela acontece no terço final do livro. Analisando depois com calma, me pareceu que Heinlein coloca em confronto dois mundos opostos: a extrema organização e hierarquia das forças armadas contra uma sociedade baseada na comunhão de corpos e mentes. A sociedade dos insetos pode ser entendida como uma metáfora para o comunismo. Temos os operários, os guerreiros, os cérebros e a rainha. Dentro desse arranjo social não existe uma preocupação com o espírito de corpo. Os milhares de insetos que ocupam buracos no subterrâneo não são páreo para as armas flamejantes da I.M. Pode parecer uma forçação de barra, mas os elementos estão ali presentes em pequenos detalhes.

O momento de mais ação que temos no livro acontece no penúltimo capítulo. Achei interessante as movimentações das tropas e os momentos tensos vividos pelos personagens. Mas, sabe quando se trata de um momento para um livro inteiro que não me agradou completamente. Essa foi a impressão que ficou. Passamos por trezentas páginas de uma filosofia que não é a minha e que eu não concordo para alguns momentos de tiroteio. Que até são legais, mas eu já tinha tido o meu interesse perdido lá atrás no Acampamento Currie. Pensar que o Heinlein de Tropas Estelares é o mesmo Heinlein de Um Estranho em uma Terra Estranha chega a ser bizarro. Mas, é isso mesmo. Se eu recomendo a leitura? Claro. Heinlein precisa ser lido. Acho que ele precisa ser lido para ser discutido. Principalmente em uma sociedade que anseia ser como a sociedade do livro.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
Agnaldo Alexandre 19/01/2021minha estante
Não li tudo, parei por medo de spoiler, pois não vi aviso, mas parecia que ia ter.




Vic. 20/06/2021

Bom? Sim, mas depende.
Para mim, a primeira metade do livro foi bem arrastada, quase não senti interesse em ler e continuar a leitura (tanto que demorei 15 dias para terminar um livro tão curto), sem contar os inúmeros personagens, patentes a serem lembradas e entendidas, e uma incrível falta de descrição das tão temidas criaturas que devem ser destruídas, mas depois disso o livro fluiu. O personagem principal se mostrou interessante, as situações e a indagação do personagem sobre a carreira que está seguindo são bem colocadas.
As aventuras em si acontecem mais para o final, quando Johnnie entra em campo e narra o quão difíceis são as batalhas e decisões que precisam ser tomadas para salvar a vida de seus companheiros e a sua própria.
Eu esperava um pouco mais, para ser sincera, mas as últimas 150 páginas me prenderam como o começo do livro deveria ter feito.
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Matheus 12/10/2022

Militarismo utópico
O autor tem uma visão muito utópica do militarismo e defende vários valores que são no mínimo polêmicos. Além do menosprezo pelos civis durante toda a obra. E digo menosprezo não nas capacidades intelectuais mas em falta de noção sobre oque é esforço e valores éticos.

Ele também utiliza o livro em um momento específico para vender a sua idéia de como punir menores infratores, no qual apresenta uma visão muito superficial da sociedade como um todo. Assim como apresenta uma visão superficial e distorcida do comunismo.

Tirando todos esses fatores ideológicos que o autor insiste em reafirmar durante todo o livro, a sua escrita é muito moderna, fluída e envolvente. A caracterização dos personagens são boas assim como os momentos de ação.

É um livro que deve ser lido considerando o momento escrito (1959) e que o autor nasceu em 1907.
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Daironne 11/05/2021

Impressões sobre a leitura de Tropas Estelares
No futuro, acompanhamos o ingresso de Juan Rico na Infantaria Móvel do exército da Federação Terrana. Seu treinamento transcorre até que se inicia uma guerra com alienígenas insetóides.

Entre armaduras propulsadas e outros elementos de ficção científica, temas como política, guerra e bem comum são tratados de forma incisiva e polêmica. Há certa exaltação a violência e diversos outros pontos delicados que nos fazem concordar ou discordar, pensar, em diversos momentos. Considero essa a maior virtude da obra e, em seu demérito, há pontos significativamente enfadonhos em que o enredo pouco avança devido à explicações demasiadas do funcionamento burocrático das tropas.

Recomendo àqueles que gostam de ficção científica.
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Douglas 10/04/2010

Quem assistiu ao filme não tenha ilusão de que o livro é parecido no que se refere aos exércitos do campo de batalha ou quanto à ação. O livro foi premiado por ser uma ótima ficção cîentífica, mas isto foi há muito tempo. Acredito que hoje seu texto está ultrapassado. Inicialmente achei a história interessante, mas depois entrou numa rotina em que praticamente só se explica a rotina, regulamentos e estrutura do exército terrestre que luta contra os insetos alienígenas que, diferentemente do filme, usam armas de tecnologia avançada. Há pouco ação nos campos de batalha e o livro se apega mais a discursos que foram considerados politicamente incorretos. Eu não diria que é uma má leitura, mas existem livros de ficção bem melhores e que merecem prioridade.
Amadeu.Paes 06/03/2014minha estante
Faço suas as minhas palavras, muito blá-blá-blá e pouca ação.


Orlando 26/01/2016minha estante
eu gostei, mas esperava mais, é um livro sobre a estrutura burocrática de guerra, não de guerra propriamente dita... é uma obra bem escrita, mas acaba sendo redundante em muita coisa


Caio Ribeiro 04/04/2018minha estante
Achei o a mensagem do livro bastante facista, isso me incomodou um pouco, principalmente nas aulas de "Moral" presentes no livro.




Domenica Mendes 21/12/2020

A leitura tem que ser atenta
Tropas Estelares é um clássico da ficção científica, mas é um dos casos onde o filme acaba sendo melhor do que o livro.
Heinlein tenta escrever uma obra que se leva a sério demais e erra a mão em vários pontos. A ideia toda do universo, da guerra contra os insetos parece boa, apesar de não ser explicada no livro e poderia, se ele de fato se ficasse na vida dos soldados e ao final não fizesse um ode de apoio às ações do Exército.
Acaba sendo um livro perigoso em nossos tempos, onde discursos distorcidos e de apoio ao extermínio estão se tornando comuns novamente.
Porém, um olhar atento consegue pegar o que ele diz e já perceber que não é saudável.
Nas mãos erradas, pode ser um livro perigoso.

Impossível não comparar com Guerra do Velho, que tem muita coisa em comum e onde esse falha o outro acerta.

Temos dois episódios do podcast Perdidos na Estante sobre o tema. Um sobre o livro e outro sobre o filme.
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Victória 30/07/2022

Um ode ao militarismo utópico
Ao ler este livro antes de assistir o seu filme derivado, acredito que possa ter evitado algumas visões enviesadas que muitas vezes derivam da ordem inversa.
Enquanto o filme - lançado em 1997 - faz uma sátira ao militarismo, o livro que o originou na verdade realiza uma exaltação a esse regime.
No entanto, ainda que eu não concorde com essa ideologia, é inegável que os argumentos que Heinlein usa são geniais e apresentam certo sentido, afinal a sociedade descrita no livro superou a criminalidade e é extremamente funcional.
Mas é claro que todos esses argumentos são pautados em uma utopia, que descarta diversos fatores de fora de ficção.

A narrativa em si segue uma linha de raciocínio muito boa, podendo-se notar a evolução no caráter de Johnny e suas impressões referentes ao exército.
Os primeiros 60% são muito envolventes pois mostram o treinamento na Infantaria e flashbacks da escola e os conceitos que o autor quer passar ficam diluídos nessa narrativa e a leitura é bem fluida e envolvente.
Mas os 40% finais se perderam com cenas extremamente longas que não levavam de nada a lugar nenhum e um monte de termos de cargos do exército que simplesmente deixaram a história muito maçante. A guerra fica em segundo plano e até a propaganda ideológica se perde.
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Fellipe 17/04/2023

??
Um universo distópico onde os humanos lutam contra estranhos insetos de outro planeta. Eu gostei desse livro, foi bem interessante, mas não me empolgou tanto. O final também não me satisfez por completo.
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RaquelTerezani 30/12/2020

Okay
Entendo porque esse livro é importante, mas, para mim apenas os capítulos 1, 2, 13 e 14 (os dois primeiros e os dois últimos) são relevantes e me entretiveram. O meio é um longo discurso sobre como a guerra, a violência e as forças armadas são a solução para todos os problemas do mundo. Faltou ação.
Dizem ser uma sátira, mas eu honestamente não enxerguei isso no texto.
Quem gosta de Fundação, do Asimov, imagino que vá gostar deste também. Há bastante discussão política.
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Myllene Felix 25/02/2021

Um grande relatório de rotina do exército
Sempre soube que o tema do livro era militarismo, mas não esperava praticamente um manual com as rotinas de quartel. O autor se aprofunda muito em serviços de infantaria. Detalha todo o dia a dia de um soldado, treinamentos, trabalhos internos, manutenção, equipamentos, uniforme, cargos... é bastante específico em relação a isso. De certa forma, foi bom para melhorar o conhecimento em relação ao assunto, porém acho que o tema é bem dificil de se encantar, a menos que você seja um militar. Mesmo tento a possibilidade e a ocorrência de "guerras", o autor não explora esse lado. Na verdade a narrativa é muito sem objetivo. A intenção do Heinlein era contemplar o militarismo, a hierarquia, a meritocracia. Como eu pessoalmente não curto esse tipo de ideologia, não tenho como achar o livro tão legal assim. Todavia, acho que o autor escreve muito bem e ele teve bastante originalidade em trazer esse tipo de enredo. Pretendo ler mais do Heinlein e, sem cometer anacronismo, eu simpatizei com o cara.
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Thiago Araujo 29/04/2020

Filosofia militar
Muito mais que uma outra space opera, Tropas Estelares é uma reflexão sobre a filosofia militar levada a um extremo distópico. Uma realidade possível? Difícil de dizer, mas muito bem sistematizada e narrada pelo autor.
O peso negativo fica por conta da burocracia e da hierarquia militar, que acabam atrasando um pouco o ritmo de leitura, mas quem curte esse detalhe, vai se apaixonar pela narrativa.
Um clássico que inspira obras mais modernas de sci-fi, que não pode ficar fora da lista de nenhum amante do gênero.
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Cosmonauta 28/02/2024

Liberdade e moral
"O soldado da I.M., porém, é um homem livre; tudo que o motiva vem de dentro: o respeito próprio, a necessidade de ser respeitado por seus companheiros e o orgulho de ser um deles, conhecido como moral, ou espírito de corpo."
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Alessandro.Aguilera 09/04/2021

Doutrina militar
O livro se apega muito na formação do soldado, treinamento e principalmente a sua doutrina militar. Pecando bastante na ação da história e no desenvolvimento das personagens. Lembro muito do filme Tropas Estelares de 1997, muita ação e violência. Nada a haver com o livro, pois o filme pegou sua essência. Mas não deixa de ser um bom livro.
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Joe 04/04/2021

O melhor...rs
O que dizer desta obra de ficção que para época é a frente de seu tempo.
Cenas excelentes, diálogos bons, bem diferente da tragédia que fizeram nos filmes.?
Li em 5 dias no trabalho...
Para que ama ficção, deve viver as emoções desse livro... deveria ter tido o 2 e 3 e 4...uma pena.
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