Thaisa 04/10/2023
Tebas, 2000 A.C. Renisenb acaba de perder o marido e resolve se mudar com sua filha de volta para a casa de seu pai, Imhotep, onde também volta a conviver com sua avó, seus três irmãos, suas cunhadas e seus sobrinhos, além de uma velha criada e empregados de seu pai.
Tudo parece bem, mas como Imhotep trabalha realizando ritos funerários e viaja com frequência, eis que um dia ele retorna junto de sua mais nova concubina, Nofret. Desavenças e caos se instalam imediatamente e todos os dias são uma eterna guerra entre Nofret e o resto da família, até que a moça é encontrada morta. Mas a morte não deixará essa casa tão cedo, pois ela começará a se apoderar de mais pessoas... O que realmente está acontecendo? Maldições ou assassinatos? Quem está por trás de atos tão terríveis? Isso nós descobriremos acompanhando Renisenb e as tragédias de sua família.
Esse é um livro diferente do que Agatha Christie costumava escrever: histórias que se passavam em tempos mais modernos e, muitas vezes, contavam com policiais ou detetives para desvendar os crimes.
Após se casar com um arqueologista, Agatha participou de viagens e expedições e foi assim, com a ajuda de um amigo egiptólogo, que ela deu vida àquele que é considerado o primeiro romance whodunit histórico. Isso é incrível e um marco na literatura, apesar do livro não ser tão conhecido quanto seus outros mistérios.
Confesso que não achei essa narrativa tão fluida, algo tão típico de Christie, mais por explorar uma antiga cultura, um outro tempo e termos muitos personagens (também típico da autora), me trazendo certa dificuldade para lembrar quem era quem e em que momento do enredo tal coisas ocorriam. E mesmo depois de me familiarizar melhor com esses aspectos, a história continuou arrastada, mas me vi intrigada para saber o que aconteceria, quem seria o próximo a morrer e o motivo de tudo. Ainda assim, entendo como Agatha montou essa narrativa e decidiu utilizar o Egito antigo como cenário, já que é uma obra cujo tema principal é a morte, seu peso e sua função, desde o ato até as crenças locais.
Fui mais surpreendida do que imaginava e todas as minhas teorias caíram por terra - afinal de contas, estamos falando da Rainha do Crime, mas após ler tantas obras, é difícil me espantar com um final, o que ocorreu nesse livro. E foi uma reviravolta totalmente crível e que fez sentido, mesmo me deixando tão chocada. Assim, sinto que aproveitei mais a segunda metade do livro do que a primeira, que era uma longa introdução aos personagens, suas personalidades e a dinâmica familiar, enquanto a parte mais instigante ficou mais para o final.
Não amei "E no Final a Morte"... Mas é fato que me deixou boquiaberta!
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