Juliana 03/12/2013
Resenha de Filhos do Éden
Depois de ler a batalha do Apocalipse, estava muito pouco motivada a continuar minha saga no mundo de Eduardo Spohr, ainda mais ao ler a sinopse do livro e constatar que ele continuaria a investir no mesmo universo que o fez vender milhares de cópias. É claro que ele investiria ali, não é mesmo?
Mas explorar demais uma ideia pode ser perigoso, cansativo, pode drená-la até reduzi-la ao fracasso.
Ou não.
Filhos do Éden é muito melhor que A Batalha do Apocalipse.
Achei o primeiro livro enfadonho, o personagem principal "certinho" demais, e o enredo um tanto cansativo e "enrolativo", mas reconheci a criatividade, a destreza e a inteligência do autor em compor uma obra com tanta pesquisa, e por conseguir emergir no cenário da literatura nacional.
Como comprei os dois livros de uma vez, não poderia desperdiçar o segundo sem nem ao menos ler as primeiras páginas comecei a fazer minha leitura cheia de preconceitos, já pensando que não gostaria nada do livro. Logo na página 10, percebi-me curiosa, imersa na trama e continuei. Quando dei por mim, tinha engolido 70 páginas em uma hora de leitura, e só parei por que era mais de duas da manhã, e o sono me venceu.
No outro dia, repeti o feito, cheia de curiosidade a respeito de Rachel, montando teorias e torcendo por ela, pois seu personagem, ao contrário de Shamira, me pareceu profundo e convidativo.
Então descobri que estava amando Filhos do Éden.
A escrita do autor melhorou demais, está mais pontual e mais profissional. O enredo tem idas e vindas no tempo, mas não mais de forma cansativa, mas com trechos importantes para o entendimento do todo da história.
O mesmo universo criado e ABDA, agora se foca na batalha entre os exércitos de Miguel e Gabriel, antes do inicio do fim, quando seus capitães sã enviados à Haled em diversas missões. Sporh explora esse cenário pré-apocalíptico, criando um enredo original e personagens muito bons, complexos, e não cheio de perfeições como Ablon.
Denyel, o querubim exilado do exercito de Miguel, é um anti herói magnifico. Cafajeste, desonrado, mas que ao longo de história mostra sua face heroica e nos deixa por demais de curiosos para saber seus motivos. Para mim, ele lembra muito o Wolverine, ainda mais na aparência e no sei jeito rude e sexy de ser.
Kaira, a ruiva, teve um desenvolvimento esplendido durante a história, mostrando-se uma personagem forte e de garra, assim como os demais personagens.
A história como um todo é muito boa. Passa-se no cenário nacional, no estado do Rio de Janeiro, numa cidade chamada Santa Helena. O clima de mistério logo no inicio, quando a estudante Rachel está imersa em uma crise emocional, cheia de lacunas na memória, com sintomas estranhos e sem conseguir entrar em contato com os pais, nos convida a continuar a ler.
Em certo momento o desfecho fica até previsível, mas não menos surpreendente. Com a chegada de Denyel as coisas ficam ainda mais interessantes, ainda mais quando ele aparece, contra todas as expectativas, e salva o dia, enfrentando os mais altos e poderosos vilões.
Daí em diante segue o caminho da dupla em busca do vértice, desenvolvendo uma incrível e complexa aventura até Athea. Sem Spoilers por hoje...
O final nos deixa com vontade de ter logo o próximo livro, que eu não tenho ainda, mas aceitaria de presente de Natal caso alguém queira me enviar.
Nas últimas páginas temos alguns dados sobre o Universo Spohr, algo que ajuda muito a situar os mais perdidos e a lembrar de detalhes que acabam nos escapando.
E mais uma vez, nossos escritores nacionais mostram seu brilho, e conquistam estrelas e mais estrelas no coração dos leitores.
Parabéns, Eduardo Spohr. Continue a escrever!
site: http://meninalibelula.blogspot.com.br/