Juliana (Ju/Jubs) 28/04/2024
Acho que eu vivia a filosofia absurdista mesmo antes de saber o que ela é. Conforme as páginas passavam, eu só me identificava mais e mais com o protagonista. E o último capítulo só consolidou isso ainda mais. Só posso dizer que achei que a conversa com o padre é cinema.
Chega a ser interessante ver que todos os personagens estão em sintonia nesse livro. Todos têm uma convenção do que é um comportamento normal, e o protagonista apenas não está interessado nisso, ele tem a forma de pensar dele, que é diferente dos outros, e seu comportamento acaba sendo incompreendido. Mas ao mesmo tempo que as pessoas não buscam entender, o protagonista não se importa em explicar, geralmente ele está muito cansado para se dar ao trabalho. E mesmo que tentasse explicar, não adiantaria, porque só faz sentido para ele.
Por isso o título do livro, "O estrangeiro", é perfeito. É como se o personagem fosse estrangeiro na vida, ele simplesmente não se encaixa. Isso fez eu pensar que o final seria completamente diferente do que foi. O fato de ele sentir medo no final foi a chave que me conquistou, porque ele é indiferente a tudo, mas ele ainda é humano.
A grande questão desse livro é: A vida é um absurdo completo, então por que queremos viver?