Lívia GM 10/01/2024
Princípios para uma boa liderança
Já li alguns livros que falavam a respeito de liderança e em um deles, inclusive, o conceito de liderança servil abordado nesta obra era exposto. No entanto, creio que esta se diferencia das anteriores por seu tema ser exclusivamente os princípios da liderança, que se aplicam a todo e qualquer líder, independentemente de qual seja o seu campo de atuação. Se hoje eu precisasse indicar um livro sobre o tema, certamente este seria o escolhido. Isso porque ao longo da obra encontrei reflexões muito relevantes, orientações em relação ao nosso comportamento diante dos nossos liderados que eu mesma já presenciei o quão importantes e válidas são.
Como alguém que já passou pela liderança de diferentes grupos, posso atestar o quanto desafiador é exercer essa posição. Por vezes, fracassamos por não compreender a melhor dinâmica a ser aplicada a cada contexto e conjunto de pessoas que estão sob a nossa responsabilidade. Um dos pontos que a obra aborda é sobre o uso do poder e da autoridade, o poder é visto como uma "faculdade" que pode ser acionada, mas que tende a ser impositiva, através da qual se toma decisões que não levam em consideração a visão dos liderados e suas respectivas opiniões. Ao contrário da autoridade, definida como a "habilidade de levar pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa da sua influência pessoal" (p. 29). E é aí que reside o seu diferencial. Você pode, sim, ter um grupo que abraça as suas ideias, que lhe apoia e respeita sem fazer o uso desse poder impositivo. Algo que descobri ao longo das minhas experiências é que as pessoas não gostam de apenas serem mandadas, elas gostam e precisam ser ouvidas para que se sintam parte atuante do grupo. Ao terem as suas sugestões aderidas, muda-se seu nível de envolvimento com o grupo.
Outro ponto crucial que a narrativa nos traz é a respeito do cultivo dos relacionamentos entre o líder e seus liderados. Quantas e quantas vezes focamos tanto naquilo que precisa ser feito, nas metas e objetivos a serem atingidos e nos esquecemos de nutrir o relacionamento com os envolvidos nesse processo. Eu já fui esse tipo de líder e hoje luto fortemente contra essa tendência. Aprendi que preciso me conectar às pessoas as quais lidero, quero saber como estão, o que tem acontecido em suas vidas, como estão os seus estudos, as suas famílias. Acreditem, é terrível a sensação de conviver semanalmente com pessoas com as quais você só se aproximará para sondar ou cobrar algo que precisa ser feito. Pois, cria-se uma imensa lacuna entre tais partes, vão este que pode resultar na falta de comunicação do grupo, cuja a consequência pode ser um grupo cuja a identidade reflete apenas a face do seu líder. Com o passar do tempo, as próprias relações entre os integrantes do grupo, do ministério, são prejudicadas.
Além disso, devo destacar o conceito de liderança servil trazido pelo autor. De acordo com ele, "o papel do líder é servir" (p. 53). É impossível não atrelar esta afirmação com o ministério de Jesus na terra, o autor mesmo, através da personagem Simeão, traz esta ponderação. Jesus foi o maior exemplo de liderança servil que pudemos ter. Ele mostrou aos seus discípulos que apesar de ser Deus, o supremo líder da sua igreja, Ele os servia. Para mim, esse estilo de liderança encontra sustentação na minha experiência de liderança atual. Um dos meus princípios norteadores nessa trajetória é que eu deveria não apenas querer o suporte dos meus liderados e de outros colaboradores do meu grupo, mas deveria ajudá-los em suas demandas, independentemente de estarem relacionadas com o meu grupo ou não. E hoje, graças a Deus, desfruto de um suporte imenso por parte desses, fato que mostra que devemos, sim, servir.
Por fim, destaco o seguinte princípio: "o líder deve incentivar e dar condições para que as pessoas se tornem o melhor que podem ser" (p. 58). Não sei se você como líder já teve ciúmes porque um dos seus liderados estava se destacando em seu trabalho. Creio que essa pode ser uma propensão natural do ser humano, pois, quando isso acontece, você acaba deixando de ser o centro das atenções. Mas tentemos agir de um outro modo, pense comigo: um grupo excelente reflete a excelência individual de seus integrantes. Se eu tenho pessoas no meu grupo as quais se comprometem com a nossa causa e se dedicam intensamente a elas, o resultado do trabalho que desenvolveremos ultrapassará as expectativas almejadas. Outro ponto é: você terá um exemplo a seguir. Por vezes, somos aquele em que as pessoas do grupo se espelham, afinal, somos os que os conduzem. No entanto, com o passar do tempo, acabamos por esgotar aquilo que podemos oferecer como fonte de inspiração para eles, tudo que tínhamos já os apresentamos. Ou mesmo, ficamos desmotivados por estarmos fazendo sempre o mesmo e não tenho nenhuma nova inspiração. E é aí que também essas pessoas que se destacam no grupo podem atuar positivamente. Ao longo dos 3 últimos anos vi pessoas sob a minha liderança que se destacaram em diferentes áreas - no ensino, nas artes, na didática, nas missões e assim por diante - e posso afirmar com toda a convicção que eles foram e são exemplos para mim.
Este foi um pequeno resumo do que pude encontrar na obra, creio que a sua liderança pode ser enriquecida com a leitura da narrativa completa.