A Hora da Estrela

A Hora da Estrela Clarice Lispector




Resenhas - A Hora da Estrela


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Kayky 17/09/2022

Chato demais.

A linguagem é difícil, a metade do livro é apenas introdução e isso cansa.
O pior de tudo foi o final ruim?
Sofia 19/09/2022minha estante
Lê dnv


mel 05/10/2022minha estante
sim!




Renata 10/10/2022

A HORA DA ESTRELA
Clarice Lispector
Editora Rocco

Último romance de Clarice Lispector, A hora da estrela reafirma características da escritora, percebidas em obras anteriores, mas traz uma Clarice menos introspectiva. Estudiosos dizem que há um certo quê autobiográfico no livro, no entanto, a escritora se esconde atrás de um narrador denominado Rodrigo MS.

Rodrigo narra a história de Macabéa, uma jovem nordestina, que migra para o Rio de Janeiro, após a morte da tia que a criara.

Como toda moça que vai para uma cidade grande, ela sonha. E se espelha nas atrizes de cinema da época, como Marilyn Monroe, mas Rodrigo diz que ela não almeja uma vida diferente. Ela se contenta com o que tem. É uma datilógrafa e se orgulha muito disso. Ela conhece um rapaz e começam a namorar, mas Olímpico a troca por sua amiga.

Macabéa carrega o fardo de uma infância sofrida e sem oportunidades, fruto de uma vida limitada. A moça é tímida até para sofrer, o que gera no narrador um sentimento de culpa que o atormenta.

Como muitos migrantes do Nordeste, ela passa despercebida na grande massa. Ela apenas é, ela apenas existe… Assim Rodrigo a descreve.

A mente do narrador, em suas divagações, faz uma denúncia social, a reflexão sutil sobre o preconceito vivido pelos nordestinos no Sudeste do país, naquele tempo.

Como nas demais obras, Clarice traz a temática humana e a narrativa fragmentada pelas digressões do narrador, porém, o forte do enredo é exatamente a análise psicológica do personagem-narrador sobre a protagonista e as impressões dele acerca da vida dela, do mundo e de sua própria vida.

Para entender o título é preciso ler a obra, pois envolve exatamente o final da história, com uma surpresa que revela a pequenez e a grandeza que habitam cada ser humano. Macabéa tem seu momento de estrela. E a genial Clarice finaliza a narrativa assim: “Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Sim.”

Na temporada de morangos é possível comê-los, quando findam os morangos, não é possível mais. Da mesma forma, a vida. Só é possível vivê-la enquanto estamos vivos, ou seja, aproveite o hoje, aproveite o agora. Carpe Diem!

Recomendo!
Ana Flávia 10/10/2022minha estante
sua resenha me deu vontade de ler o livro.


Renata 10/10/2022minha estante
Que bacana! Pois, leia! Será uma leitura muito fecunda!




Fidel 27/07/2020

Uma obra prima
Nunca li nada do tipo, a forma que o narrador captura sua atenção é escravizadora. Já no início ele gera no leitor uma expectativa pela história que ele insiste em postergar, chega a dar nervozismo. É incrível o time que Clarice tem, ela solta migalhas da personagem Macabea enquanto fala de si mesma, essas migalhas são na medida certa para despertar a curiosidade e no tempo certo para não dar espaço ao desinteresse. É uma obra de uma profundidade tremenda, onde um autor experiente mostra como pode ter o leitor na palma de sua mão.
Livia.Maria 27/07/2020minha estante
Clarisse é maravilhosa em criar pseudônimos e autores que misturam seus própros sentimentos com os dos personagens.


Livia.Maria 27/07/2020minha estante
Gosto muito desse livro!




gabyparavidine 02/09/2022

Desafiador
É o primeiro livro que li da Clarice Lispector, me tirou da zona de conforto onde precisei parar a leitura algumas vezes e retomar dias depois pois não conseguia dar tanto seguimento quanto os livros que normalmente leio. Acredito que pra entender melhor a história eu precise fazer uma releitura futuramente...
Maria 02/09/2022minha estante
Qual a classificação do livro??


gabyparavidine 02/09/2022minha estante
Achei aqui que é +12, mas não tenho certeza.




bibia 27/10/2021

O suspiro de uma estrela
A Hora da Estrela de Clarice Lispector conta uma história-não-história escrita por um escritor-não-escritor que dialoga com o leitor durante o livro todo. O livro conta só te a vida de uma miserável nordestina e seu papel na vida, fala sobre o luxo que é viver e como ele é para poucos. O livro é poético e auto-reflexivo, o personagem escritor quebra a quarta parede e investiga os mistérios da vida da nordestina juntamente com o leitor, uma leitura abstrata e extremamente interessante.

Esse livro me fez repensar aspectos da vida e da existência enxergando a vida de uma pessoa que não sabia viver, ou sabia, mas não sabia se sabia. Me levou a refletir e, por mais meloso e exagerado que isso pareça, durante a leitura eu parei pra pensar como estar viva para ler uma obra como essa já valia a pena.

Recomendo demais o livro, principalmente para aqueles que não tiveram contato com Clarice Lispector ainda. Entrou para meus favoritos. Deus tenha piedade da nordestina.
Georgia Bulgacov 28/10/2021minha estante
Esse livro é maravilhoso demais. Meu professor de português do oitavo ano leu comigo em um clubinho de leitura que a gente fez? e nós dois acabamos chorando no meio do colégio kkkk ele já tinha lido, mas leu de novo comigo? e chorou de novo comigo também. Sou eternamente grata pela experiência.


bibia 28/10/2021minha estante
que história linda ?




rossi 20/11/2022

Lindamente triste
[ LIVRO DA BIBLIOTECA ] + ?

Estava aos prantos, questionando não ter nada para ler, até a bibliotecaria da minha escola me recomendar esse livro. Ela disse que era curtinho, e que a personagem principal só sofre.

E eu pensei "ah, só mais um livro normal com situações previsíveis".

Lendo, cheguei a me contrariar.

QUE LIVRO LINDO!!
A escrita é boa (mesmo com os erros ortográficos propositais, o que torna incrível), os personagens muito humanos, o jeito como a época fora retratada.

A quebra de expectativa foi o que mais me intrigou, pois é a realidade. Nunca se sabe o que pode acontecer daqui dois minutos, e Macabéa, a personagem principal da obra, aproveitava cada segundo como se fossem anos. Com beleza, felicidade e simplicidade.

Ela é um anjo e merecia muito mais.

Concluindo: essa leitura rápida foi incrível.

( 18.11.22 )
Nat 20/11/2022minha estante
Assisti o filme e amei, agora com essa sua resenha fiquei com vontade de ler o livro!!


rossi 20/11/2022minha estante
Um comentário disse que tem o filme ??
Espero que seja tão bom quanto a obra!!!




isa 18/10/2022

O direito ao grito
Com "A Hora da Estrela" estabeleci meu primeiro contato com a obra de Clarice Lispector e posso enfim afirmar que, como prometido, sua escrita me fascinou no início ao fim.

Aqui, somos apresentados à Macabéa, uma personificação do nada, do mais completo vazio, de uma existência grande apenas dentro de seu pequeno limite. Sua representação é um retrato de toda uma população silenciada. Macabéa, por sua vez, grita sem ao menos ter o poder da fala.

Macabéa é narrada por Rodrigo S.M., talvez seja este seu único elo com o mundo, uma vez que ela nem mesmo possui consciência de existir. Assim, até a dualidade presente entre suas realidades é superada em prol do registro de tal história lacrimogênea da protagonista.

As palavras de Clarice apresentam uma reflexiva e poética visão de mundo, ainda que frente a uma história sobre o desamparo.


lariramon 18/10/2022minha estante
Bateu vontade de reler essa maravilha


Isabella 02/12/2022minha estante
lindo amor disse tudo




httpl 18/09/2022

Uma escrita inigualável!
Sempre quis muito ler a Clarice Lispector, principalmente após assistir inúmeras vezes uma entrevista dela, concedida ao repórter Júlio Lener em 1977, período esse, no qual A Hora da Estrela estava sendo escrito. Ainda não sei se foi uma atitude muito inteligente começar a ler ela justamente por, aos olhos de muitos, "sua obra prima", mas futuramente poderei definir melhor se foi ou não, também porque tenho o objetivo de ler muitos outros materiais dela.
Ainda estou buscando encontrar uma "reação", propriamente dita, à esse livro, uma opinião ou qualquer coisa semelhante, mas estou impactada desde de manhã (quando acabei o livro) e me encontro tentando digerir tudo que li. É notável que sua escrita é incomparável a qualquer coisa que eu já tivesse lido, algo totalmente autêntico e indentitario; é como se, como é mencionado em uma publicação do The New York Times sobre A Hora da Estrela, a sintaxe e a pontuação se curvassem de acordo com a vontade de Clarice, como se ela ressignificasse a língua e, através dessas suas "modificações" ou "realocamentos" (seja lá como decidam chamar o que ela faz), nos conduzisse por entre um surto completo (não achei outro modo de dizer!) que nos toca e nos deixa atônitos por dias!!! A Clarice é um acontecimento (!).
Voltando, ou melhor, finalmente começando a falar sobre a história, de fato:
A Hora da Estrela (ou os outros 12 títulos) é protagonizado por Macabeia (de maneira oficial), nordestina órfã de pai, mãe e, mais tarde, de tia, saída de Alagoas para o Rio de Janeiro, moça simples, "ignorante" e datilografa e por (de certa forma) Rodrigo S.M, o "narrador intrometido", que ao mesmo tempo que "pare", inquietante, a existência, como o próprio diz, verdadeira, embora inventada, dessa moça sofrida e que compartilha, simultaneamente, suas próprias agitações.
Não me alongarei mais para evitar possíveis "spoilers", mas quero ressaltar que recomendo muitíssimo esse livro e espero que todo mundo tenha a experiência de leitura que eu tive! Incrível!
Obrigada Jojo por me emprestar!!!
httpl 18/09/2022minha estante
Não consegui chegar nem perto de tudo que eu queria dizer, mas enfim...


jojo 19/09/2022minha estante
OWNNNN




Pedro 26/10/2020

Único
Não poderia começar a ler Clarice por nenhuma outra obra. A Hora da Estrela caiu como uma introdução concisa das divagações, digressões e do fluxo de consciência da autora.
Quanto a escrita, não havia encontrado até então algum autor que fizesse essa ponte entre a história e o leitor tão bem quanto Clarice. Mas além de uma ponte para o leitor, através do alter-ego de um autor masculino (o que em si ja é uma crítica social absurda) ela expõe seus próprios pensamentos em relação ao desenvolvimento do texto. É como se os respectivos trechos fossem conversas do autor consigo mesmo, e não com a gente.
Acerca da história, me encantei pela forma inocente e frágil com que a protagonista enxerga o mundo. Me peguei imaginando quantas mulheres iguais a Macabéa se encontraram no livro de Clarice e usaram dele para sair de sua condição de fragilidade. Sua construção faz de Macabéa uma personagem cada vez mais real e representativa. Levando em conta o contexto da época, o livro é uma expressão mais que completa da realidade de muitas mulheres que são desvalorizadas desde sua criação, mas possuem em si uma força de vontade de viver que vai além do perceptível para o entendimento alheio.
Pretendo voltar a ler esse livro futuramente, sinto que toda vez que o ler tirarei novas conclusões sobre o papel de Macabéa na história. Por fim, não pude deixar de fazer a reflexão sobre a forma como as condições sociais servem de correntes que limitam nossa consciência sobre as coisas.
Nathalia 11/11/2020minha estante
Perfeito! Não poderia ter expressado uma opinião tão similar a minha de forma mais sucinta. A hora da estrela foi um dos livros que mais marcou minha vida. Não só pela simplicidade e certa beleza na personagem principal, mas a narração da Clarice que fez toda a diferença no livro, de uma forma tão significativa. Além de suas observações, queria ressaltar algo não mencionado por você em dois pontos: primeiro a narração, que através dela é possível notar como a autora já estava cansada de escrever, inclusive dito isso muitas vezes por ela (que escrevia por necessidade e não porque gostava) é muito perceptível em diversos trechos (e devo admitir que foi o que mais gostei no livro) e o segundo ponto foi a falta de instrução em Macabéa, que apesar de possuir muito interesse em aprender, não possui muito conhecimento das coisas. Isso me levou a refletir o conceito de inteligência e falta de instrução. Coisas por sua vez completamente diferentes, e que muitas pessoas por falta de ciência se tornam ignorantes frente a pessoas do tipo. Recomendo MUITO o panorama Clarice Lispector, um vídeo no YouTube de sua entrevista antes de morrer. E o filme inspirado no livro também, que apesar de ter tipo um final péssimo e não ter conseguido captar a beleza da narração da Clarice, conseguiu retratar a exata essência de Macabea.


Pedro 11/11/2020minha estante
Ótimas pontuações! O livro é uma representação super relevante da vida e obra de Clarice, além de ser o pontapé inicial ao se aprofundar na mente incrível da autora. A questão da inocência de Macabéa me chamou muito a atenção, de certa forma parece existir uma vontade de viver nela que vai além do que seu intelecto sustenta. Obrigado pelas indicações e pela resposta! ??




Talys 17/08/2020

Releitura. Clarisse é fantástica, o texto é inesperado e deslocado, cheio de enigma. Curioso que por acaso peguei pra lê e vi que a primeira leitura foi em agosto de 2018, não por acaso reli em agosto de 2020
Georgeton.Leal 17/08/2020minha estante
Clarice é um mistério. A cada (re)leitura é uma (re)descoberta.


Talys 18/08/2020minha estante
Exatamente.




DIRCE 16/08/2009

Brilhante do título às últimas frases.
A Hora da Estrela, último livro de Clarice publicado em vida,mas o primeiro que li, fez com que eu me tornasse uma apaixonada por essa escritora intensa e instigante. Não daria para ser diferente, pois achei esse livro BRILHANTE do título até às últimas frases.
A história de Maca poderia ser uma história como a de qualquer retirante nordestino que migra para a cidade grande e, que, na maioria das vezes, passam a viver em condições mais precárias que a deixada para trás, mas a história de Macabeia tem um diferencial e, esse diferencial, é a denuncia social implícita na obra, e, essa denúncia, está carregada de solidariedade aos menos favorecidos.
O criador (Rodrigo S.M) e criatura (Macabéia): protagonistas( assim entendi, pois há momentos em que eles se confundem: Mas eu, que não chego a ser ela, sinto que vivo para ela[...]) não tinham lugar no mundo - ele, pelos seus questionamentos e por se sentir responsável pela existência miserável da jovem,e ela,pela sua completa alienação -assim, o criador aparece e desaparece com a criatura e, o que mais fascinou em toda a obra, foi o modo como desapareceram.
Maca, a jovem desprovida de sonhos, desprovida de ilusões, que não podia, sequer, pedir desculpas por estar viva,já que ela não tinha noção que estava viva como se percebe em:
"Pois que a vida é assim: aperta-se o botão e a vida acende. Só que ela não sabia qual era o botão de acender (...) tem, no momento do seu desaparecimento, o seu momento de glória - a sua Hora da Estrela.
Com desaparecimento de Maca, nada mais resta a Rodrigo do que se retirar.E que retirada...:
"E agora - agora só me resta acender um cigarro e ir para casa. Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?! Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Sim.

Uma novela contundente e, que, 3 décadas após, continua atualíssima.
5 estrelas elevado ao quadrado.
Gustavo RAS 02/11/2011minha estante
Concordo.
O Livro é incrível


Ricardo Rocha 27/06/2015minha estante
é isso




Everton Vidal 24/02/2020

Este é o último romance da autora, conta a vida de uma jovem imigrante chamada Macabea. Um livro que mostra a genialidade da autora, sua capacidade de expressar o mundo interior de suas personagens, mulheres, incultas e com dificuldades de se expressar, e ela o faz através de Rodrigo S.M. um narrador fictício que intima o leitor a ir além da simples denúncia das mazelas sociais e se colocar no lugar do outro para experimentar sua miséria, que no fundo é a de todos nós.
Anderson Menezes 28/02/2020minha estante
É minha obra favorita, passei dias e dias melancolico por tudo que se passara na vida de Macabéa.


Everton Vidal 29/02/2020minha estante
Também é um dos meus livros favoritos!




Evy 12/12/2021

"Este livro é um silêncio. Este livro é uma pergunta".
"Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida".

Eu já me sinto muito suspeita pra falar de Clarice, porque desde a primeira vez que a li aos 19 anos me apaixonei por sua narrativa íntima e extremamente reflexiva e desde então a cada livro novo eu só me apaixono mais. É definitivamente minha autora favorita da vida e ela não podia ser desse mundo! Como bem descreveu Drummond: veio de um mistério e partiu para outro.

Nesse romance, o último escrito pela autora e publicado em 1977, bem pouco antes de sua morte, Clarice nos apresenta Macabéa, uma alagoana solitária e ingênua (poderia facilmente usar a palavra sonsa, como em tantas resenhas que li, mas depois de ter lido aquele final, não consigo) que mora com uma tia difícil no Rio de Janeiro onde é datilógrafa. Macabéa nos é apresentada pelos olhos do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice em um de seus poucos personagens masculinos).

Escritor esse, que apesar de nos presentear com belíssimas citações, tais como "Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever"; "A minha alegria também vem de minha mais profunda tristeza" e "Que se há de fazer com a verdade de que todo mundo é um pouco triste e um pouco só", e nos trazer muitos questionamentos importantes sobre viver e escrever, me deixou com raiva em alguns momentos da forma como se referia à Macabéa e seus desencontros.

Esta mulher, solitária, humilde e a verdadeira fotografia da miséria humana que é Macabéa, com quem me apeguei logo, não sei se pela compaixão e piedade que eu não deveria sentir, ou pela afinidade com alguns sentimentos, pela raiva de sua apatia, ou mesmo pela inveja de seu olhar tão ingênuo da vida.

"Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam."

Macabéa que não era ninguém e ao mesmo tempo tantas, uma peça descartável perambulando pela vida sem a menor consciência de sua existência. Tão tolamente passiva e conformada que as vezes se achava até mesmo feliz. "Já que sou, o jeito é ser". Macabéa que se apaixona, é traída e desemparada busca uma cartomante que lhe prevê um futuro radiante.

Macabéa é um retrato de tantos e tantas, levando a vida sem refletir, sem ser enxergada, e sendo espezinhada a todo momento sem reagir como se merecesse aquele destino terrível. Ela não se magoa com o péssimo tratamento que recebe do namorado, com a tia que a maltrata, com a colega de trabalho que a trai, com a cartomante que a ilude. Simplesmente segue.

"_ Por que é que você me pede tanta aspirina? [...]
_ É para eu não doer.
_ Como é que é? Hein? Você se dói?
_ Eu me doo o tempo todo.
_ Aonde?
_ Dentro, não sei explicar".

O final deste livro é para mim um dos mais tristes que já li na vida. O retrato esmagador da solidão e da invisibilidade, e a prova mais clara da genialidade de Clarice, embora eu super entendo aqueles que não sentiram-se tocados por essa narrativa, afinal a leitura é muito pessoal, e depende de momento e vivências.

Nem tudo que me marca, marcará outras pessoas e vice e versa. E essa é a beleza da literatura em sua diversidade. A mim, o livro marcou muito e foi para os favoritos.

Super recomendo a leitura!
Aline 15/12/2021minha estante
Linda resenha!


Evy 20/12/2021minha estante
Obrigada Aline!!




Janaina Edwiges 09/11/2021

“Estava habituada a esquecer de si mesma”
Em entrevista ao repórter Júlio Lerner para o programa Panorama, da TV Cultura, Clarice nos conta um pouquinho sobre do que trata a obra que acabara de escrever: “é a história de uma moça, tão pobre que só comia cachorro-quente”. E complementa, “mas a história não é isso só não, a história é de uma inocência pisada, de uma miséria anônima”. A hora da estrela concede voz aos invisíveis, àqueles que aos olhos da sociedade são considerados tão insignificantes. Já não posso mais me desvencilhar de Macabéa, esta história vai me acompanhar sempre, especialmente naqueles dias que, como a protagonista, simplesmente esquecer de mim mesma. Mais um livro favorito da vida! Obrigada por tudo, Clarice!
Fabricio268 10/11/2021minha estante
Janaína, a gente lê uma resenha igual a essa e sente imediatamente a vontade de ler o livro.


Janaina Edwiges 11/11/2021minha estante
Ahhh obrigada, Fabrício!!! Que bom que gostou da resenha. Este livro é maravilhoso, acho que você iria gostar, tem toda uma denúncia social na história.




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