Monique 30/03/2015Aluísio...como sempre.Casa de pensão me lembra, como lembra a todos, o livro O cortiço - só que num nível melhor, pessoas de classe média com algum tipo de educação. Abordando de modo Naturalista/Realista as relações entre eles e Amâncio, um jovem rico vindo do Maranhão com muita curiosidade sobre a corte do Rio de Janeiro. A ideia de sua vinda para a cidade, dava-se para a sua formação de estudos e um belo título, pelo qual gostaria de gozar.
Mas, no fundo, nenhuma das disciplinas oferecidas na época lhe surtiam interesse. Amâncio não se achava apto para nenhuma delas, porém, não gostaria de ficar sem o título que lhe soava muito digno e interessante.
Durante o decorrer dos fatos, a história mostra que Amâncio era um jovem que gostaria de desfrutar dos prazeres da Corte, das belezas das mulheres e de tudo que seu dinheiro pudesse alcançar. Mas, pobre! Não tinha amigos nem contatos que lhe instruíssem no meio.
Acabou por ficar na casa de um senhor que, na sua postura de senhor, tinha os costumes tradicionais, fechados e cheio de cerimônias, o que não favorecia a curiosidade de Amâncio sobre a cidade.
E, como era um menino ingênuo, deixava-se levar por amizades sem nenhuma credibilidade e não percebia que eram apenas aproveitadores que viam nele um pote de ouro que não podia ser perdido.
Apesar de Amâncio ser um jovem no ápice de sua puberdade ainda e não saber usar muito bem a razão, voltando-se apenas para seus desejos carnais, eu senti dó dele. Pois, era um menino ingênuo, sem muita malícia e esperteza. Sabia se livrar de algumas jogatinas, mas de um todo não percebia o furacão que se formava bem frente aos seus olhos.
Ele acabou sofrendo, pois não tinha instrução nem bons amigos que lhe ajudassem.
Há certas passagens que eu não entendi muito bem a "ajuda" de seus amigos quando eles lhe abriam os olhos, o que me ficou confuso. Mas, num todo, pode se ver que ele foi uma vítima de suas próprias fragilidades e da sociedade da época.
Gosto muito de Aluísio por isso, ele descreve as histórias de modo que conhecemos seus verdadeiros interesses e naturezas. Parece sempre narrar histórias de pessoas ruins da sociedade e como seus atos prejudicam suas relações e seu meio. Além disso, podemos conceber num todo o que se passa no íntimo de cada um, em virtude da história ser narrada em terceira pessoa com Aluísio tornando-se onisciente dos personagens principais.
Recomendo a todos que gostam de Realismo/Naturalismo.